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ali se achava para soccorrer quem quizesse retirar-se, e cujo commandante tinha as instrucções (copia n.º 8). Pelas copias numeros 9, 10, e 11, poderá Vossa Magestade ver a maneira porque se fez tal revolução, em que seus infames autores forão talvez occasionar a esta provincia muitos males, principalmente tendo tido a loucura de armar pretos, e mulatos. No dia 29 do mesmo mez tambem se acclamou Sua Alteza Real nas villas de S. Francisco, Santo Amaro, Maragogipe, como Vossa Magestade verá pelas copias numeros 12, 13, 14, 15, e 16, e he provavel que aconteça o mesmo em outras partes. Havia longo tempo que os facciosos em todas as povoações, e até nesta cidade, fazião todas as diligencias para romper a revolução: e os Europeos, ou erão insultados a toda a hora nas povoações do Reconcavo, e perseguidos até pelas autoridades na maior parte corruptas, e indignas de seus postos, e empregos, ou tinhão de vir refugiar-se para a cidade. A camara desta cidade tambem fez o possível para accelerar a revolução, publicando a portaria do Ministerio do Rio do Janeiro. (Impresso n.º 17) com o seu - cumpra-se, e registe-se. - O Governo tambem escreveu ao Governo do Rio (impresso n.º 18). O Periodico denominado - O Constitucional - tambem cooperava bastante para a desordem, chamando os povos a rebelarem-se (impressos numerou 17, 19, e 20). Eu não pude ser indifferente a todos estes passos: officiei ao Governo, segundo se vê do impresso n.º 21; o Governo respondeu-me como se mostra da copia n.º 22, não deu providencias algumas: depois ainda escreví outro officio, como se vê no mesmo impresso n.º 21. A desordem continuou, e revolução rompeu finalmente. Tenho depois tomado todas as medidas militares, e de segurança, que constão dos documentos numeros 21, 23, 24, 25, 26, e 37, para conservar esta cidade até chegarem as tropas, que Vossa Magestade houver por bem mandar para aqui.
Esta tarefa he hoje mui difficultosa, porque além da reunião das milicias muito povo do Reconcavo, e a maior parte dos soldados dos regimentos desta cidade, que tem daqui fugido para ali, dispondo-se para nos atacarem, estamos brevemente esperando uma expedição, que vem do Rio de Janeiro bloquear ou atacar este porto de accordo com os levantados. Entretanto nós faremos todos aquelles sacrificios, que sempre forão proprios dos Portuguezes quando se tem tratado de conservar a dignidade nacional.
Aproveito esta occasião para levar ao conhecimento de Vossa Magestade a correspondencia que dirigi ao governador das armas de Pernambuco, ao chefe de divisão Francisco Maximiliano de Sousa, ao general Jorge de Avillez, ao general Barão de laguna, e ao brigadeiro; João Carlos de Saldanha, copias numeros 27, 28, 29, 30, e 31; porém quando chegou a carta ao governador de Pernambuco as tropas tinhão infelizmente embarcado, e o governador me respondeu segundo a copia n.º 32. O general Avillez já tinha embarcado para Lisboa quando o meu officio chegou ao Rio, e o chefe de divisão Francisco Maximiliano nunca recebeu a minha participação: assim tudo foi baldado.
No dia 26 do passado fundeou neste porto o Bergantim Audaz, cujo commandante me entregou as ordens de V. Magestade sobre a minha conservação, e das tropas do meu commando neste ponto até á ultima extremidade; o que eu executarei com o mesmo patriotismo que até hoje, e empregarei todos os esforços para conservar esta importante parte do Brazil.
As nossas tropas europeas estão com o melhor espirito; oxalá que outro tanto acontecesse aos naturaes do paiz.
He porém mui digno de louvor o comportamento do povo e camara de Jaguaripe (documento n.º 33) donde se conclue, que se as autoridades fossem em toda a parte virtuosas, o povo não se teria revoltado; porém a corrupção de quasi todas as autoridades está no seu auge.
O Governo tem-me escrito sobre dever ter moderação para com os facciosos, e conceder-lhes uma ministia, os dois officios das copias numeros 34, e 35: sobre o que julguei conveniente responder nos termos dos documentos numeros 26, e 36.
Deus guarde a Vossa Magestade por muitos annos. Bahia 7 de Julho de 1822. - Ignacio Luiz Madeira de Mello.

Segundo officio.

Senhor. - Quando eu tinha já entregado ao capitão tenente Macedo os officios para Vossa Magestade, e para o soberano Congresso, e que o correio se devêra ter feto de véla, enviou-me o governo provisorio um officio, como consta da copia junta, acompanhado as coptas de duas cartas de S. A. o Principe Real, para eu embarcar para Portugal com as tropas do meu commando. Não sei a que attribua demorar o Governo na sua mão estes papeis por tres dias, e privar-me assim de fazer delles sciente a Vossa Magestade. Eu protesto novamnete a Vossa Magestade. Eu protesto novamente a Vossa Magestade a resolução em que estou de não obedecer a ordens algumas, que não dimanem de Vossa Magestade, e do soberano Congresso.
O dono do navio Conceição tendo cedido delle para ser empregado com os navios de guerra, mudou depois de opinião, e fez-se o requerimento, cuja copia remetto a Vossa Magestade. Em consequencia disto reuni um conselho de negociantes para sobre este assumpto me darem o seu voto, e assentárão quese devia lançar mão do navio a Nação os damnos que ao dono daqui resultarem. Vou lançar mão da medida proposta, porque não se póde passar entretanto sem o dito navio, e a nação ganha mais em lhe pagar as perdas do que em perder a Bahia.
Deus guarde a Vossa Magestade por dilatados annos. - Bahia 9 de Julho de 1822. - Ignacio Luiz Madeira de Mello.

Documento I.

Illustrissimo e Excellentissimo Senhor. - A junta provisoria do governo, continuando na mesma marcha de fraqueza e sinceridade, que tem sempre dirigido a sua conducta, participa a V. Exca. a car-