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ses das relações politicas entre Europa, e Brazil: o resto são corollarios, e consequencias que daquellas bases espontaneamente derivão. Não se perca tempo em discutir a indicação do Sr. Villela, para se arranjar tudo pelo melhor modo que for possivel; e consecutivamente se tratará do mais que ha nesta materia, como por exemplo, se deve haver no Brazil um ou dois centros de delegação do poder executivo; que attribuições deverão ter; se deverão lá reunir-se uma especie de Cortes para fazerem as leis particulares, que não se opponbão á Constituição nem ás leis geraes, etc., etc. A este respeito por agora sómente lembro, que se quizermos continuar o systema no agora adoptado, quero dizer, que não haja no Brazil uma autoridade que possa nem se quer suspender um ministro prevaricador, fazer depender de Lisboa o exercicio do poder administrativo, toda a despeza das rendas publicas, etc. renascerá naquelles povos um espirito de reacção, e chegaremos aos termos em que está Hespanha a respeito da sua America. Vamos por outros caminhos mais generosos, e mais adaptados á natureza.

O Sr. Soares Franco: - Agora do que se deve tratar he de formar a Commissão, que não póde ser composta de mais de 12 ou 15 membros: isto he, para se empregar em fazer bases geraes. Em outra occasião mostrarei, que o que o Congresso tem feito, he o que a necessidade dos povos tem pedido: como o estabelecimento das juntas, por elles mesmos requerido, etc. etc.: e não como se diz. Agora restrinjo-me á questão, e digo que se deve nomear a Commissão quanto antes: e em quanto ao que se tem dito do Brazil, a mesma historia do Congresso, mostrará um dia, o milindre com que os nossos irmãos do Brazil tem sido tratados: mas isto não he para aqui.

O Sr. Lino Coutinho: - O Sr. Borges Carneiro propôs argumentos contra producentem: elle disse que temos procurações para olhar para o bem dos povos, e não para a opinião das provincias; pois pergunto eu, quem nos deu a procuração, são todas as provincias do Brazil, ou como a mim só a Bahia? A mim quem me deu a procuração foi os habitantes da Bahia, como posso eu pois saber as vontades particulares dos povos que ainda aqui não tem os seus representantes? Como podemos nós saber as necessidades do Rio Grande, do Pará, o do Ceará etc.? Se eu me não acho com forças, nem com conhecimentos bastantes para desempenhar as obrigações que me impoz a minha provincia, como heide eu saber dos negocios das outras, que existem tão longe? Eu não sou omnisciente, nem ando viajando pelas immensas provincias do Brazil, para conhecer o seu estado: e sabe Deus se eu posso desempenhar como devo as obrigações a que me cingi para com a minha. Disse-se que se póde considerar o Brazil dividido em duas sessões do norte e sul; e como aqui estão Deputados do Norte e do sul, ergo forme-se uma Commissão composta de uns e outros. Ora pergunto eu se esses Deputados que aqui estão do norte e do sul, podem saber assim mesmo da vontade do testo da povos do norte e do Sul? Eu porem digo, que o maior numero he ainda o que falta: com tudo não me opponho a que se comece a tratar desta grande obra; comece-se embora, mas digo e sustento, que não se póde levar esta obra ao seu auge, sem cabaes conhecimentos, os quaes só nos podem communicar esses que ainda nos faltão. O que lembrou o Sr. Borges Carneiro, he o mesmo que tem feito as Cortes de Hespanha; o que se póde ler no Censor, que dando uma nova especie de Constituição para aquellas Americas, vierão a dar o remedio, quando a doença já estava incuravel, e por tanto Srs. he melhor applicar o remedio em quanto a doença tem cura, do que termos tristemente de ver acontecer a nós o mesmo que aconteceu á Hespanha. O Sr. Soares Franco disse que a seu tempo dirá o que ainda tem a dizer a este respeito; porem eu digo o mesmo; e para seu tempo guardo o expressar-me mais francamente.

O Sr. Villela: - Sr. Presidente: quando eu falei, não disse que se não nomeasse a Commissão: nomee-se muito embora: e tomem-se quanto antes todas as providencias que se julgarem necessarias. O que eu dizia era que positivamente se mande, que as provincias que não tem enviado seus Deputados os enviem. Como he que se póde estabelecer essa divisão de que se fala, de provincias do sul, e do norte, e tratar deste modo os interesses em geral do Brazil? Como se podem conhecer quaes os interesses de todas as provincias, e suas opiniões diversas? Diz-se que muitas querem uma unica autoridade central no Brazil. Por outra parte, o mesmo Principe Real, em outras Cartas tem dito que as provincias do sul e do norte, o tinhão abandonado, e não querião reconhecer a sua autoridade... e agora querem! Eu não entendo isto, e parece-me que aqui ha alguma contradicção. Em fim nomei-se a Commissão, mas roqueiro que se diga que as provincias que não tem mandado seus Deputados, os mandem quanto antes. Diz o Sr. Borges Carneiro que não he necessario que todos estejão presentes. Pois não he necessario, que estejão aqui os Deputados de todas as provincias para se tratarem é resolverem os seus negocios? O que nós fazemos, he uma Constituição que deve obrigar os povos de todo o Reino Unido, e póde obrigar, senão quando os Deputados de todas as provincias venhão, expressem os seus sentimentos, e assignem o acto constitucional.

O Sr. Camello Fortes: - A questão he, se ha de haver commissão ou não, e de quantos membros ha de constar. Esta he que he a questão, e o mais he estarmos a perder tempo. Tratemos por tanto disso, e depois se procurará dar o remedio.

O Sr. Castello Branco: - Peço palavra: o que acaba de dizer o Sr. Camello Fortes he muito justo; porem não he agora a occasião de se tratar deste negocio. (Apoiado, apoiado). Elle deve ir a uma Commissão, porem he necessario que esta Commissão tenha certas bazes; convem mesmo, (apezar de não ser este o tempo proprio) haja alguma discussão sobre esta materia, para que aquelles Illustres Membros, que forem nomeados para ella, tenhão alguma ideia das opiniões particulares, que versarem sobre este objecto. Como porem nisto se tem falado, cumpre di-