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o Sr. Soares Franco: - O illustre Preopinante diz que estão presentes ao espirito todas as idéas sobre esta materia; mas eu devo advertir que este officio foi lido ha mais de 8 dias; eu não o vi impresso; e por tanto não posso ter idéas exactas sobre elle: diz o Sr. Borges Carneiro que não se deve ler, para não nos inflamar-nos, eu confesso que não me inflar-mos muito, nem pedi a leitura da representação para me inflamar, pedi-a para me instruir, pedi-a porque a ordem do dia assim o exige; o parecer devia ter a integra, para formarmos o nosso parecer. Sobre que havemos de discorrer? ha de ser sobre principios geraes? Diz-se mais, não se leia o parecer, para que não nos magoemos: eu não tenho magoa nenhuma, o objecto da representação he um facto, deve apparecer publicamente perante toda a Nação: por tanto insisto em que se leia.

O Sr. Moniz Tavares: - (Não o ouviu o taquygrafo Machado}.

O Sr. Miranda: - He muito para sentir, que houvesse a representação da junta de S. Paulo; mas uma vez que ella appareceu no Congresso não sei para que sequer tanto misterio sobre este documento; he necessario que se leia, para nossa instrucção. Eu não me hei de encher dessa indignação, que figurão, á sua leitura. Se a representação de S. Paulo fórma o objecto da discussão, como se ha de avaliar a força, e sentido della sem a sua leitura? Não se recêe, torno a dizer, que se inflame a imaginação dos Deputados. Em grosso todos sabem o que ella contem. O Congresso ha de proceder como he de justiça; ha de proceder como lhe dictar a sua razão, e a sua consciencia. O parecer da Commissão não deveria ser outro senão o exame daquella representação, e as providencias que se deverião tomar sobre ella. De balde se cancã a Commissão em dizer, que não póde dar o seu parecer: tudo isto he nullo. Um illustre Membro pediu, que para continuar a discussão deste parecer se lesse aquella representação; he por tanto util que eu leia, e deve-se ler; e não só se deve ler, mas mandar-se imprimir. Deixemo-nos de tantos misterios. O Congresso não ha de proceder com indignação, mas conforme for de justiça. Por tanto peço a leitura da representação.

O Sr Peixoto: - Não posso deixar de admirar-me da affectada necessidade que hoje se inculca da leitura da integra do officio de S. Paulo. Já ontem se disputou largamente sobre este objecto; e aquelles senhores que com maior vehemencia falárão sendo pela maior parte os mesmos que agora mais instão por essa leitura, parece que a si proprios se accusão de terem sido faceis e leves em demasia quando propozerão o seu voto decisivo, uma vez que não tinhão toda a instrucção necessaria para o preferirem com acerto. Além disso, de que he que agora se trata? Penso que de saber, se ha de conceder-se á Commissão especial algum espaço de tempo para haver de dar o seu parecer definitivo: em consequencia o que nos importa he examinar as razoes, em que a Commissão tunda a sua actual incerteza, para decidirmos se são ou não attendiveis: essas razões estão presentes no relatorio, por elle se póde ajuizar da força dellas. O officio leu-se aqui: extratou-se sufficientemente he Diario do Governo, onde appareceu commentado; tem estado patente na Commissão a todos os Srs. Deputados, que quizessem leio: ainda agora mesmo não se negará a algum que o deseje em sua mão; por tanto não posso descubrir donde nasça um tal empenho de que aqui se reproduza em publico: se he para servir de exordio á discussão, escusa-se, que as attenções estão assas dispostas, e não precisão inflamar-se os animos; pois já na sessão de ontem se mostrarão agitados em excesso. Sou por tanto de voto que não se leia a representação, por não poder da sua leitura resultar fim util á discussão.

O Sr. Fernandes Thomaz: - O illustre Preopinante diz que he para admirar o empenho que ha em que o papel se leia: eu digo que he para admirar o empenho que ha em que elle se não leia. Os empenhos ambos são iguaes. Diz-se que os illustres Deputados falárão ontem subejamente sem se ler um tal papel, isso he verdade, mas pergunto eu, he esta a primeira vez, que um Deputado pede que se leia um documento? Creio que não. Eu pediria aos illustres Preopinante, que tem votado para que se não leia a representação, que apresentem o primeiro exemplo neste Congresso, de que um Deputado quando está para fazer um discurso pedisse que se lesse um documento, e se lhe negasse a sua leitura? Mostrem a lei do regulamento, que prohibe uma similhante cousa? Sem duvida não ha; pois se a não ha, porque não ha de ler-se esta representação na fórma que se pede? Para que havemos de estar com essas duvidas? Diz-se he para que não excite a indignação novamente; mas acaso um papel, que merece a indignação do Congresso não se deve ler? Deve-se occultar á nação um documento tão ponderoso? Não. Sobre este papel he que ontem versou a discussão; ella não se acabou, e por tanto hoje deve continuar, porque se deu para ordem do dia, e a discussão deve continuar sobre uma cousa que se veja, e se leia. Eu não estava aqui no Congresso quando este papel se leu á primeira vez, tinha direito por tanto a requerer, que se lesse, mas não o requeiro para mim, porque estou informado delle, e até o tenho aqui por copia. Se o Congresso prohibir que elle se leia em publico, creio que não me prohibirá, que eu leia as passagens que lenho notado como mais essenciaes para sustentar o meu voto. Assento mais, que o Congresso não o póde prohibir; e senão pergunto eu, sobre o que ha de falar cada um de nós? Ha de ser á vontade da Commissão? Não por certo cada um de nós ha de dizer o que entende francamente: em não transgredindo as leis do Congresso, tem liberdade para dizer a sua opinião com toda a franqueza: e não está no poder de cada um Deputado o estar a chamar á ordem por se dizer o que rada um entende. Eu desde já digo, que não venho falar ao geito dos outros; venho falar segundo a minha intelligencia; por tanto voto que se leia a representação, porque ha um Deputado que pede a sua leitura: e se o Congresso decretar pela primeira vez, que um documento pedido por um Deputado se não deve ler, não se leia, tique cita regra estabelecida para sempre,

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