O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

[608]

nião que não pode admittir controversia, mas a pezar disso eu direi o que se me offerece.
Falarei primeiro em quanto ao territorio, e antes disso convido a todos os illustres Srs., que formão esta augusta Assembléa, para que vejão todos os mappas, e acharão que aquelles mesmos, que por imperfeitos não fazem ver Braga na sua competente posição, assim mesmo a fazem apparecer entre as cidades e villas a mais central da provincia, sem que outra alguma possa nesta parte com ella competir: de Braga ao Porto fazem oito leguas, e para a parte opposta, indo para Chaves, temos, senão me engana, seis, ou sete: para Amarante conta-se de Braga oito leguas; e de Braga a Valença, na raia de Galliza, vão dez leguas; aqui tenho pois mostrado em como Braga se acha central em razão do terreno da provincia, ainda mesmo que esta se estenda ate Chaves, para onde fazem quinze leguas, e que parece deve ser pertença do Minho, e não de Tras-os-Montes, por algumas razões, que ommitto como intempestivas ao que estamos a tratar. Que a cidade de Braga deva preferir ao Porto, para ter relação como mais central, ainda com relação á população, eu o faço ver com evidencia, servindo-me para isso do numero dos Deputados, que a provincia do Minho, e cada um dos seus circulos está dando; pois que esse numero esta sendo na razão da população, que lhe compete: Todos sabemos que o Porto dá cinco Deputados, e Barcellos, Arcos, Braga, Guimarens, e Penafiel quatro por cada uma destas terras: principiemos por Barcellos, esta villa fica distante do Porto seis, ou sete leguas, e de Braga tres, e todos as terras do circulo de Barcellos ficão mais proximas a Braga do que ao Porto, exceptuando villa do Conde, que para o Porto sempre he menos, se bem aos povos será talvez melhor ir a Braga, principalmente no inverno, por ser a estrada do Porto pantanosa, mas ainda que isso não fosse, nenhuma attenção para o caso proposto villa do Conde merece, pois se compãe só de tres mil e tantas pessoas: no districto dos Arcos, que dá quatro Deputados, a terra mais aproximada ao Porto he a villa de Viana, que fica na distancia de dez leguas, quando para Braga só são seis, e todas as mais villas deste districto a parte direita de Viana pela costa do mar, e raia de Galliza, bem como todas as mais no interior do circulo vão ficando mais remotas do Porta a proporção, que se alongão de Viana, e tanto assim, que os moradores de muitas villas, como Monção, Valadares, Melgaço, Arcos, etc., viajando ao Porto passão pela cidade de Braga: no circulo desta cidade os povos não se ficão a ella mais proximos, mas até passão por ella, quando tem de ir ao Porto: que direi do circulo de Guimarães? Esta villa muito povoada fica na distancia do Porto oito leguas, e de Braga só tres, e pequenas, devendo-se notar, que o seu circulo está formado de forma, que a sua maior população não he entre a villa e o Porto, mas sim para as partes de Basto, donde os povos para irem ao Porto transitão, ou por Guimarães, ou mesmo por Braga, do que se pode colligir, quanto he mais commodo aos povos deste districto, que a relação fique em Braga: todos os quatro circulos, de que tenho feito menção, a saber: Arcos, Barcellos, Braga, e Guimarães, nomeão dezasseis Deputados, numero muito maior do que os do Porto, que só são cinco, e não deve a população deste circulo correspondente a cinco, prevalecer a que corresponde a dezaseis, como tenho mostrado: resta-nos na provincia ainda o circulo de Penafiel, que tem população na razão de quatro Deputados, que não contemplo na consideração de que a uns Braga lhes ficará mais porto, se hem que a outros (que julgo muito menos) o Porto; e por tanto compensando-se uns com outros poderemos, para o caso presente, suppor os moradores deste circulo, falando no todo, ser-lhes indifferente, que a relação fique em Braga, ou no Porto.
Não devo deixar do lembrar nesta augusta Assembléa que se faz digno do toda a reflexão, que Chaves, seja qual for a divisão dos districtos, deverá pertencer á Relação do Minho; porque com esta provincia, e não com a de Tras-os-Montes, conserva suas relações commerciaes; pois em toda e qualquer parte em que se puzer a relação, a não ser a do Minho, jamais com os moradores desta terra, em que ficar a Relação, Chaves estabelecerá relações commerciaes, em razão de que as producções de uma, e outra terra são as mesmas, o que não acontece a respeito do Minho, para onde os de Chaves transportão os fructos do seu paiz, recebendo ao mesmo tempo do Minho tudo de que precisa, e entra pelo mar; em razão do que acabo de lembrar temos, que ha mais este motivo, que exige o ficar a relação em Braga, por quanto o caminho do Chaves para o Porto he por Braga, devendo accrescentar que ordinariamente os de Chaves limitão suas especulações commerciaes sem irem ao Porto, levando de Braga o arroz, assucar, bacalháo, ferragens, etc., etc.; e aqui temos augmentando o numero dos que interessão mais em que a relação fique em Braga, o não no Porto; o mesmo que lembrei em quanto a Chaves se deverá em tudo, e por tudo entender com os povos de Monte-alegre de Ruibaes, e outros, que todos ficão mais proximos a Braga, que Chaves, o contem grande população. O illustre Deputado o Sr. Peixoto disse, que se bem Braga estava mais central do que o Porto; o por isso para os povos da provincia mais incommoda a relação no Porto, com tudo que este incommodo lhes ficava compensado pelo bem que lhes provinha, de que tratando dos negocios commerciaes, tratuvão ao mesmo tempo das suas demandas; em parte affirmou uma pura verdade; mas equivocou-se quando suppoz, que os povos dos quatro circulos, que tenho mencionado, ião commerciar ao Porto, quando assim não acontece; por que deve estar na certeza o illustre Deputado, que os negocios commerciaes do Porto convencionados com Braga, Barcellos, fazem-se ordinariamente só por cartas, ou pelos negociantes, e seus caixeiros, não no Porto, mas sim em Braga, Barcellos, quando a estas terras vão receber os pagamentos, e he por este mesmo motivo, que se bem se reflexionar, ficaremos convencidos, que a relação estando em Braga, o Porto com a população na razão de cinco, pouco, ou nada perde, quando a ficar ella no