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O senhor Gyrão, que o Decreto prohibindo as profissões Monasticas comprehendesse ambos os sexos. Foi apoyado, dizendo-se que ambos estavão comprehendidos.

O senhor Secretario Felgueiras leo a seguinte Nota do senhor Pimentel Maldonado:

NOTA.

Faustino José Teixeira, Mestre do Officio de Latoeiro de Folha branca, com loja, e Fabrica da Rua Bella da Raynha, tendo observado os dous imperfeitos, e deformes Candieiros, que servem para allumiar a escada por onde se entra para este Sallão, tratou com todo o esmero de fazer huns, que dignamente fossem postos naquelle lugar; e agora por mim os offerece a este Soberano Congresso: assim como lhe faz donativo de outro para se pôr sobre a mesa do Senhor Presidente. Sallão das Cortes aos 5 de Abril de 1821. = João Vicente Pimentel Maldonado.

Foi recebida com agrado.

O mesmo senhor Secretario leo mais hum Plano de Regulamento sobre Segurança Publica no Porto de Belem, offerecido por João Jeremias Layd - E cinco Memorias: 1.ª sobre Agricultura, por Manoel Ferreira Tavares Salvador: 2.ª sobre objectos Judiciarios, por José Antonio da Costa Pinto: 3.ª sobre as Pescarias do Algarve, pelo Doutor Manoel Aleixo Duarte Machado: 4.ª e 5.ª do Povo da Lousa II, queixando-se dos grandes tributos que pagão. Remettêrão-se ás respectivas Commissões.

O senhor Vasconcellos lembrou que os Faroes das Costas estão em pessimo estado, carecendo de grandes reparos, e do maior eu dado na sua administração; e como para este objecto hajão applicações e rendimentos privativos, que estão commettidos á direcção da Junta do Commercio, propoz que se construão mais dous Faroes: hum no Cabo de S. Vicente, e outro na Berlenga.

O senhor Ferreira Borges apojou a proposta, requerendo que se exijão da Regencia as contas daquella administração nos ultimos 3, ou 5 annos.

Fez-se chamada nominal, e achou-se faltarem os senhores = Sepulveda - Bispo de Béja - Brotero - Pinto de Magalhães - Guerreiro - Rebello - Gomes de Brito = e estarem presentes 90 dos senhores Deputados.

Discutio-se, segundo a Ordem do dia, o Projecto de abolição do Commissariado, e disse:

O senhor Barreto Feyo. - O methodo proposto pejo illustre Deputado, o senhor Xavier Monteiro, para o fornecimento do Exercito, he sem duvida o mais simples, e o mais economico para o Estado, e á primeira vista parece tambem ser o mais util para o Soldado; mas eu, que lido com Soldados ha desesette annos, que tenho visto quanto se engana quem conta com a infallibilidade dos pagamentos, e que vejo todos os mais inconvenientes, que traz comsigo esse methodo, convindo na primeira parte, não convenho na secunda.

O Soldado póde esperar alguns dias pelo pagamento; mas não póde passar hum só dia sem pão. O pão deve ser-lhe ministrado diariamente, e não ficar a seu arbitrio o comprallo; porque (como já disse) ou por desarranjo seu, ou por falta de pagamento, elle se veria muitas vezes nas circunstancias de não ter que comer. Nem se diga, que com esta administração se offende a dignidade do homem. O Soldado, alem de Cidadão, he tambem defensor da Patria; e esta interessa tanto na saude dos seus defensores, que não eleve deixar a arbitrio delles o prover-se de hum alimento tão indispensavel como o pão. Elle deve pois ser-lhe fornecido pelo Estado; mas o Estado não o deve fornecer por sua conta: a existencia de hum Commissariado, está visto, que não he compativel com a boa economia, que deve haver n'hum Estado bem governado; logo não resta outro recurso senão o das arrematações; mas estas serão tanto mais vantajosas para o Estado, quanto maior for o numero dos concorrentes; e o numero destes será tanto maior, quanto menor for o ponto, em que se facão essas arrematações. E por isso o meu voto lie, e ue as arrematações se facão não só por Corpos, mas por artigos, devendo o pão, a cevada, etc. arrematar-se separadamente.

O senhor Sarmento. - Parecendo-me muito digno de attenção o calculo feito pelo Illustre, e sabio Preopinante, não posso achar força alguma no exemplo, que produz do exercito Francez. Existe huma differença muito extraordinaria de circumstancias: nós tratamos de organizar o estabelecimento de viveres para o exercito Portuguez em tempo de paz, e nunca poderemos imaginar que o nosso exercito possa emprehender operações de guerra como fizerão os direitos Franceses. Tambem não concordo com o Illustre Preopinante imaginando hum futuro de não tinha da gloria para as armas Portuguezas, estreitando as operações futuras dos nossos exercitos entre o Oceano, e a nossa fronteira: o futuro pertence aos destinos da Providencia; ella ha de querer que a Nação Portugueza sáhia sempre coberta de gloria, todas as vezes que tiver de defender a sua independencia: ainda não ha muito tempo que as Quinas Portuguezas traspassa, ao os Pyreneos, e se entranharão pela França. Seguramente nunca pertenderemos imitar os Francezes na sua violencia, e rapina, porque aquelles exercitos por onde passavão levavão couro, e cabello: o seu Imperador fiou-se na fortuna, querendo imitar a temeridade de Alexandre, que tambem entregou a ella o sortimento dos seus exercitos: tudo o que a experiencia tem dictado desde o tempo de Polybio até Lloyd foi desprezado pelo genio guerreiro de Bonaparte: os seus exercitos tinhão tudo menos caixa militar, porem a fortuna faltou-lhe assim como tinha feito a mutos outros ambiciosos, e por isso forão fataes as consequencias da expedição a Moscovia, da Campanha de Saxonia, e da batalha de Waterloo. A historia desse extraordinario homem he hum objecto de attenção, e de certo ha de desafiar o exame dos futuros historiadores, e politicos; todavia nunca proporei para imitação nossa os arranjamentos das repartições de viveres dos exercitos que ilagellárão o ge-