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mento individual dessa qualidade não tem de que se queixar, mas uma vez que nós vamos fazer uma excepção, he preciso suppor em um individuo uma particular qualidade differente daquella porque o outro he excluido. Ha muitos menores de 25 annos que tem mais talentos e prudencia que outros que tem frequentado as universidades e recebido os grãos academicos. Se o soberano Congresso quizesse reformar a decisão pela qual estabeleceu a idade de 25 annos para se poder votar nas eleições, eu conviria nisso de boa vontade; uma vez que isto se não propõe, deve estabelecer-se a mesma regra, e sem excepção alguma primeiro porque onde ha a mesma razão, se deve applicar a mesma decisão; segundo porque a excepção da indicação seria odiosa.

O Sr. Pinto da França: - Sr. Presidente, pelo que acabo de ouvir, vejo-me na necessidade de defender a opinião do honrado Membro que fez a indicação; todos os combates que nesta indicação tem sido feitos, parecem-me comprovantes da razão da mesma; um honrado Membro fundou os seus argumentos em não ter havido exactidão na asserção do illustre Preopinante que fez a indicação, mas este teve na nobre ingenuidade de confessar que se tinha errado em algumas cousas, elle não estava obrigado a saber as disposições positivas da nossa legislação: entre tanto pelo que disse, e devia inferir-se das suas palavras, vê-se que elle tinha fundado a opinião da indicação nas regras que servem de base para a escolha das pessoas, que devem votar; o que igualmente concorre para esta minha persuasão. Trata-se de procurar um homem que saiba, um homem que tenha prudencia. Analysemos se poderemos encontrar isto nas tres classes propostas: no bacharel formado, no homem casado (ainda que me inclino muito ao que diz o Sr. Borges Carneiro, que para este se marque a idade de 20 annos) e no militar de patente. Um homem formado tem um testemunho do que sabe, e ainda que a sua sabedoria não parece dever estender-se ao conheci mento dos homens, conhecimento sobre o qual deve versar a sua eleição, isto não he assim exactamente, porque se elle não conhece o homem, pelo longo trato que tenha tido no grande mundo, não he pequeno o trato que tem lido na academia com mil e tantos homens; alem disto um homem formado tem a sua alma illuminada por bons principios, para ter criterio, e poder avaliar dos mesmos homens elegiveis; por isso longe de estar só nivelado com as outras classes a quem he permittido votar, está muito acima delias, e me parece assas merecedor de entrar em votação; quanto á prudencia, um homem que tem cursado a universidade, que tem passado pela obediencia a mestres, pelos combates, nas disputas dentro das aulas, e fora dellas: tem-se visto muitas vezes em perigo; tem aprendido por sua propria experiencia a ganhar muita prudencia. A maior parte dos honrados Membros poderião confessar isto com a ingenuidade que lhes he propria. Vamos aos casados: he verdade que o fogo da mocidade parece não se extinguir com o casamento, he verdade, ou parece que falta a prudencia, por isso mesmo que se casou; mas analysemos isto. Um homem apenas casado vê-se rodeado de outras considerações que pesão no seu espirito, e então este homem vai meditar sobre ellas; se até ali as paixões o arrebatavão para o primeiro objecto da inclinação; agora elle tem uma paixão que joga com aquellas, e que as enfreia. Se tem prole, eis-ahi o seu coração já preso com as mais fortes cadeias. Elle olha para seus filhos, pondera o que será delles, trata de assegurar a sua sorte, e por fim torna-se mais pensador, mais prudente, e isto vai supprir a falta de idade para o complemento dos 25 annos. Quanto á classe militar, eu acho que seria da maior injuria senão se concedesse a um homem que responde tanto á patria, o direito de votar, em quem ha de dar leis, que hão de reger a patria, e pelas quaes elle ha de dirigir as suas acções. Se se diz que nós temos homens os quaes apenas estão tocando á adolescencia, já se achão officiaes de patente, não devemos esperar que isto aconteça no bom regimem que se propõe quando um official pois, segundo a boa ordem, se acha condecorado com a sua patente; e por isso reputado tal, que delle se tenha certa confiança, este homem ha de ter provado obediencia, firmeza, e prudencia, em não obrar contra as ordens dos seus superiores e depois desta experiencia por actos repetidos, he que será proposto: de mais este homem a quem se reputou capaz de commandar uma porção de homens, e de os dirigir em arduos casos, e riscos de vida, parece ter provado que já tem prudencia, e sabedoria; e não se lhe ha de suppor discernimento bastante para escolher um bom Deputado? Parece que um homem que penhorou a sua vida para deffender a patria, deve de toda a justiça poder votar na eleição daquelles que hão de dar leis á patria. Isto não he anti-politico, nem odioso: nós não vamos exceptuar classes, os individuos que entrão nestas classes pelas suas circunstancias como acabei de ponderar são os que por justiça e boa medida se põe ao nivel dos outros que estão considerados idoneos para votar. Por isso longe de ser odiosa esta excepção, acho-a conforme com todas as razões que fazem a base da votação.

O Sr. Barão de Mollelos: - As razões com que alguns illustres Opinantes tem combatido a indicação, consistem na falta dos conhecimentos que elles suppõem nas pessoas de menos de 25 annos, para distinguirem as qualidades essenciaes que devem reunir os Deputados, e quaes são aquellas pessoas que reunem, maior numero destas qualidades; e a falta de prudencia que elles querem suppor até esta idade. Respondo que taes supposiçôes sào falsas, porque estas mesmas qualidades são aquellas que com toda a razão se devem suppor nos cidadãos propostos na indicação, como já perfeitamente está demonstrado por alguns honrados Membros.

Mas alem disto devemos reflectir que não são estas duas qualidades as que unicamente são precisas; eu julgo muito mais indispensaveis aquellas que ligão mais fortemente os eleitores com a Nação pelos mais estreitos e sagrados vinculos; e ainda muito mais indispensavel que elles reunão aquella honra, virtude e firmeza de caracter necessarios para não seduzirem e subornarem, e para nunca jamais poderem ser seduzidos ou subornados; alem destes ha outros muitos

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