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cias mais opportunas. Eu não digo agora; mas que o Congresso se mude para outra casa melhor, não ha duvida que he necessario. Esperão-se os Deputados do Ultrmar; onde hão de caber? Deve fazer-se a mudança, não só por esta rasão; mas tambem por fazer: maiores as gallerias. Que sáo 300 pessoas para a população de Lisboa? he util que possa vir mais gente. Por agora, ainda que o recinto he pequeno, póde servir interinamente, em relação as circunstancias; mas para o futuro seria conveniente que o Congresso tratasse de arranjar huma Casa melhor, tanto para os espectadores, como para os Deputados.

O senhor Pimentel Maldonado. - Dando-se a esta Casa melhor arranjo, podião caber mais Deputados. Não sei para que se inutiliza o lugar do Throno. Em França não há essa distincção: ElRey quando assiste á Assemblea occupa o lugar do Presidente. Fazendo isto podião-se ganhar 40 ou 50 lugares: e tirando-se estas Tribunas, muitos mais.

O senhor Freire. - Não se deve calcular sómente que possão estar sentados mais Deputados, deve-se considerar que a extensão que occupamos, já he apenas sufficiente para a nossa respiração. Eu peço que se tome isto em consideração, e apoyo que se deve procurar huma Casa quanto antes.

O senhor Presidente. - Isso deve-se deixar para ourta occasião.

O senhor Braancamp. Eu não julgo absolutamente indispensavel que assista a Raynha, nem a Familia Real ao juramento do Rey.

O senhor Alves do Rio. - Em Hespanha assistio toda a Familia Real.

O senhor Sarmento. - Peço que se tome em consideração a proposição do senhor Monteiro para quando haja lugar.

O senhor Presidente. - Então se tratará. Vamos agora a decidir, se se hade receber S. Magestade nesta Casa, ou em outra parte.

O senhor Soares Franco. - He melhor que se receba aqui, dando a isto a melhor fórma possivel.

O senhor Presidente. - Pois então, se não ha quem faça reflexões contra esta indicação, fica approvado, que se receba aqui S. Magestade, arranjando esta Casa o melhor possivel.

O senhor Santos. - O que não sei he do modo que se hade collocar o Presidente.

O senhor Pimentel Maldonado. - Senhor Presidente, quando a Junta Preparatoria das Cortes, e a Regencia vierão aqui no dia da Installação do Congresso, trouxerão mais gente da que hade trazer o Rey, e couberão.

O senhor Presidente. - Parece-me que não serão mais de huma duzia ou duas de pessoas que acompanharão S. Magestade.

Não. Não =- disserão alguns senhores Deputados.

O senhor Fernandes Thomaz. - Cá nos arranjaremos, não tem duvida.

O senhor Secretario Freire leo o artigo 7.°

O senhor Presidente mandou ler os artigos do Regulamento interior das Cortes, ácerca das formalidades do recebimento de S. Magestade quando a ellas vier
aos quaes fazia referencia ao artigo do Projecto que se estava discutindo, e forão approvados sem discussão, ficando approvado igualmente o artigo 7.° do Projecto em questão.

O senhor Secretario Freire leo o artigo 8.º

O senhor Pimentel Maldonado. - O dia em que ElRey entrar neste Sallão a prestar o devido Juramento, será, hum dia summamente plausivel, e digno de eterna gloria; todavia nem será mais plausivel, nem digno de maior gloria do que o forão os grandes dias da Installação das Cortes, e do Juramento das Bases. Por que razão ha de haver maiores demonstrações de respeito para aqnelle dia do que houve para estes? Voto por consequencia, que do mesmo modo porque então nos Apresentámos, nos apresentemos agora: a differença parece-me hum pouco anti-constitucional, e offensiva dos dias famosos de que acabo de fazer menção. (Apoyado, apoyado. )

O senhor Leite. - Eu quizera que todos se apresentassem com casacas de Saragoça.

O senhor Alves do Rio. - O mesmo he de Saragoça que de Seda, sendo das Fabricas Nacionaes, e a Seda he muito mais decente e mais digna de ser empregada em hum dia de tanta gloria, e respeito.

O senhor Leite. - Eu acho que nada he mais decente nas circunstancias em que está a Nação do que a casaca de Saragoça.

O senhor Pimentel Maldonado. - Concordo com o senhor Alves do Rio: o dia em que El Rey entrar aqui he dia de grande respeito, e de grande gloria, porem não mais respeitavel, nem mais glorioso que o dia da Installação das Cortes, e o do juramento das Bases. Não ha pois rasão para haver etiquetas de acatamento maior; estas sedas, de que se falla, o indicarão, e nos trahiráõ. Sem este vão luxo se verificou em nós a Representação Nacional, sem elle será recebido ElRey dignissimamente. (Apoyado, apoyado.)

O senhor Trigoso. - Não se trata de que tal dia seja maior nem menor, trata-se da etiqueta. Toda a Corte que aqui vier se achará vestida de seda, e não parece bem que nós não estejamos vestidos do mesmo modo, com tanto que seja das Fabricas Nacionaes.

O senhor Alves do Rio. - E seria, alem disso huma affectação, estar de casaca de Saragoça em hum, dia em que talvez fará hum calor extraordinario.

O senhor Braancamp. - Que este dia não he maior, que os dias que precederão, concedo; mas naquelle tempo não havia hum Regulamento sobre este objecto; esta etiqueta não estava determinada. Quando similhantes dias tornarem se usará da mesma etiqueta, que se determina agora.

O senhor Freire. - Seria melhor determinar hum uniforme geral, para o futuro, e então já não havia nada de que tratar ácerca disto. (Apoyado, Apoyado.)

O senhor Soares Franco. - Mas este uniforme deveria ser de hum modo para o Verão, e de outro para o Hyverno.

O senhor Sarmento. - Desejaria saber, para obedecer, se este uniforme se entende tambem para os Togados, ou se se excluem estes, ou se hade ser para todos.