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particularmente interessa. Em quanto ao negocio em si, mostra-se que em ElRey existe a melhor vontade de ser constitucional, o erro procede de seus Ministros, que lhe aconselharão similhante emprestimo, sem recorrerem a meios constitucionaes, em contradicção com os principios estabelecidos em todas as Constituições politicas de todos os paizes de Liberdade, os quaes eu não posso crer que os Ministros ignorem. A este respeito farei huma moção (que seria por escripto se tivesse aqui papel, pena, ou lápis, que não tenho,) e ella consiste em que a primeira proposta que se deverá fazer a S. Magestade, logo que chegar; que he conveniente ao interesse da Nação que ElRey escolha, para formar o ministerio pessoas, que presentemente habitem nesta parte do Reino-Unido, porque os que o acompanhão do Brasil devem reputar-se empestados. Só o tempo poderá fazer ver se elles são verdadeiramente constitucionaes, ou se elles, como he muito provavel, cederão sómente ás circunstancias, emquanto áquelles aquem dignamente qualificou o Illustre Deputado senhor Borges Carneiro com a allusiva denominação de Coges Abrahens, persuado-me que elles ainda tem muita influencia no ministerio do Rio de Janeiro; não arriscarei a minha opinião attribuindo-lhes a origem do emprestimo, cujo destino real não he outro senão entupir-se o vão aberto por tantas dilapidações, e roubos, de que a opinião publica tem feito reos os taes Coges Abrahens: antes de tudo devem dar contas á Nação, porque ella tem direito a exigillas daquelles, que dissiparão, ou se apropriarão da sua Fazenda. Debaixo destes principies sou de parecer que se rejeite tal emprestimo, e que da Fazenda Nacional, que diz respeito ás rendas do Brasil se não trate, se não quando estiverem neste Congresso os representantes daquella parte do Reino-Unido; póde muito bem acontecer que muitos dos representantes sejão testimunhas de factos, que nos são desconhecidos, e que dêem informações tão importantes, que os nossos procedimentos não só fiquem assignalados com os caracteres da dignidade, mas com os da mais justa ordem, e circunspecção - (Foi apoyado.)

O senhor Presidente. - Se está bastantemente discutido, proporei a votação, se o Congresso desapprova a idea do emprestimo proposto por S. Magestade.

O senhor Soares Franco. - Parece-me milhor dizer, que o Congresso não póde tomar sobre si este negocio.

O senhor Braancamp. - A votação deve ser sobre o emprestimo dos seis milhões; porque do outro diz S. Magestade, que depois o proporá em Cortes.

O senhor Presidente. - Bem entendido; trata-se sómente dos seis milhões. Os que querem, que se declare, que as Cortes devem desapprovar por ora, o emprestimo doseis milhões com as hypothecas indicadas, deixem-se ficar sentados.

O senhor Braamcamp. -Que as Cortes desapprovão, não: porque não são Consultadas. Que não tomão em consideração.

O senhor Borges Carneiro. - O Concelheiro vem para tratar este negocio em Portugal: as Cortes não são Consultadas. He necessario dizer, que este negocio foi apresentado ao Congresso pela Regencia, e que o Congresso o desapprova altamente.

O senhor Sarmento. - Apoyo, que se diga, que as Cortes o desapprovão altamente he preciso que os Ministros comecem a sentir a censura dos Deputados da Nação. ( Apoyado, apoyado.)

O senhor Borges Carneiro. - Que a sintão esses Coges Abrãos, que he de onde procede a ruina do Banco.

O senhor Presidente. - Os que forem de opinião, que se diga, que as Cortes desapprovão o dito emprestimo, queirão deixar-se ficar sentados. Foi unanimemente desapprovado o emprestimo.

O senhor Borges Carneiro. - Agora, que se diga á Regencia, que se mande suspender a missão do Conselheiro Almeida.

O senhor Braancamp. - Isso não; porque se quizer póde hir a Inglaterra, ou a outra parte negociar o seu emprestimo.

O senhor Xavier Monteiro. - O motivo porque este Emprestimo se desapprova he por ser anti-constitucional. Nós devemos contemplar a Provincia do Rio de Janeiro como parte integrante da Nação: e quando os seus Representantes estiverem aqui então se verá se ha lugar a tratar-se novamente esta materia. Entretanto creio, que os Estrangeiros tem muito bom senço para não emprestar, debaixo desta hypotheca não sendo sanccionada pelo Congresso, nem cem réis, quanto mais seis milhões. Assim dizendo-se, que se reprova por anti-constitucional, julgo que nada obterá o Encarregado desta Commissão, nem dentro, nem fóra do Paiz.

O senhor Santos. - Proponho huma duvida, e he: a quem pertencem os diamantes brutos, se pertencem á Nação, ou ao Banco?

O senhor Presidente. - Depois trataremos dessa materia.

O senhor Borges Carneiro. - Senhor Presidente. O objecto de que tratamos he muito transcendente. Não basta dizer-se, que o Congresso desaprova o emprestimo; he necessario que se declarem os principios em que se funda esta desaprovação. he necessario que se diga claramente, que he por ser anti-constitucional. E he preciso que se reprehenda ao Conselheiro Almeida; porque acceitou similhante missão, fazendo-lhes saber, se procederá contra elle, se segue progredindo no contracto de que vem encarregado. Faça-se tambem conhecer, que não queremos esses homens, que ou são aulicos, ou se vão convertendo em aulicos: e que desaprovamos a nomeação desse homem carregado de roubos e de crimes. Pois nós tinhamos de acceitar esse monstro? E este he o homem, que vem nomeado, como o S. João Baptista, em missão de ElRey Constitucional? Nós não queremos similhantes homens: se chegarem a entrar, hão de ser botados ao mar. Temos de permittir a entrada desses homens; a entrada neste Reyno dessas pestes? Hum João José que vem com o Despacho para Conselheiro de Estado, hum hypocrita, hum monstro! Este he o precursor, que vem diante de hum Rey Constitucional? E isto se ha de soffrer? Tolerar-se-ha tanta maldade cober-