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O senhor Guerreiro: - Parece-me que a origem de todo o equivoco que se tem notado em algumas expressões, provem de que o ministro que redigiu o discurso, julgou que as Cortes se compunhão não sómente dos Deputados eleitos pela Nação, mas tambem do Monarca; e que todos estes reunidos constituem a representação nacional. Este he o principio de que julgo se derivão todos os outros equivocos. Por isso o meu entender he que hoje a Commissão para o examinar maduramente, e achando que com effeito existe não sómente o estabelecimento deste principio falso, mas os equivocos que delle se derivão, dirija uma representação a ElRei, para que se rectifique o equivoco que empregou o seu ministro, e na mesma Sessão em que o dito ministro apresentar o seu relatorio, apresente tambem o seu discurso reformado! (Apoiado, apoiado).

Foi posta a votos esta moção, e se decidiu que o discurso voltasse de novo á Commissão para que exminando-o attentamente, lhe fizesse ainda as emendas que julgasse indispensaveis.

Apresentou e leu o senhor Felgueiras os relatorios das duas Deputações das Cortes, enviadas a bordo, e ao paço; os quaes se mandárão imprimir no diario competente.

O senhor Pereira do Carmo apresentou uma indicação sobre o estado vacillante da Ilha Terceira, pedindo que a este respeilo se dessem providencias promptas e efficazes. Foi mandado remetter ao Governo.

O senhor Secretario Agostinho José Freire leu a indicação do senhor Tenente general Rosa sobre dois corsarios americanos que ameaçavão, a ilha das Berlengas. Remettido ao Governo.

O senhor Soares Franco: - Remetta-se immediatamente, mas sem recommendação alguma.

O senhor Borges Carneiro: - Sou obrigado a dizer, que me parece que ha coisas mais urgentes, que a Constituição; e que em vez de ser conveniente absorver-se todo o tempo com esta me parece pelo; contrario desnecessario e antipolitico, até que venhão Deputados do Brazil. A união desta parte da Monarquia Portuguesa he muito urgente, e para isso cumpre que se dêm providencias muito promptas. Devem mandar-te navios para conduzir os Deputados que estejão promptos; e deve-se tambem tratar, com preferencia á Constituição, de outras muitas materias que são muito mais urgentes. A Constituição pelo contrario, ainda que se demore mais algum tempo, não he coisa que nos possa trazer grandes prejuizos, tendo chegado já S. Magestade, e tendo manifestado e assegurado os seus beneficos sentimentos.

O senhor Vasconcellos: - Por esta occasião lembro que se me tem dito que he de absoluta necessidade informar quanto antes ao Rio de Janeiro do modo porque S. Magestade foi aqui recebido, e em que estado as coisas continuão: o que influiria muito na tranquillidade do Brazil. Por tanto faço a moção de que em tres dias, ou antes se for possivel, saia daqui um navio para o Rio de Janeiro com a participação destes acontecimentos (Apoiado).

O senhor Ferreira Borges: - Parece-me que se conseguiria dar estas mediadas com brevidade, estabelecendo regularmente paquetes para o Brasil, como d'antes se fazia: então teremos correspondencia periodicamente.

O senhor Presidente: - Os partidos segundo creio seguem com a mesma regularidade.

O senhor Vasconcellos: - Mas esta noticia deve ir embarcação de alguma força, para que não seja tomada, e não se perca o projecto a que se destina. Um paquete pode ser tomado por qualquer corsario.

O senhor Miranda: - Não só deve ir, ao Rio de Janeiro, senão tambem a Pernanbuco, que se aharião no mesmo estado de aquella vacillação.

O senhor Borges Carneiro: - Eu apoio inteiramente a moção do senhor Vasconcellos. He indispensavel que vá um vaso de guerra. No Rio de Janeiro havia uma grande persuasão de que em chegando aqui S. Magestade se desmanchava toda esta obra, tanto assim, que estão suspendidas as eleições. Vá-se annunciar o contrario (que he a verdade), e venhão os Deputados, que estiverem eleitos, trabalhar comnosco na grande obra da felicidade da nossa patria.

O senhor Margiochi: - Julgo que não será só preciso a noticia, senão tambem alguma outra coisa. Nas provincias da America, não se acredita senão nas Cortes. He preciso falar francamente: trata-se de sublevar as provincias do Brazil; se se consegue, perdemos o Rio de Janeiro, e as provincias immediatas. Creio urgente que a Commissão do Ultramar, tome em consideração esta circunstancias. Talvez seja preciso remover o Principe Real, e pôr um Governo Provisorio. He necessario ter attenção a isto, e que ás Cortes dêm, sem perda de tempo, as providencias necessarias.

O senhor Fernandes Thomaz: - Lembra-me, que o Congresso, deve fazer em seu nome uma proclamação ao Brazil, pintando-lhe as coisas taes quaes são; o recebimento de S. Magestade; as consequencias deste recebimento; as vantagens do Systema Constitucional, etc. As Cortes atégora, não tem proclamado, nem ainda á Nação; he preciso proclamar ao Brazil, visto as sementes de discordia que alli se vão desenvolvendo.

O senhor Saimento: - Eu apoio o parecer do senhor Fernandes Thomaz; mas não que a Commissão do Ultramar, seja incumbida de fazer a proclamação. Eu pelo menos como membro da dita Commissão, desde agora declaio que não me acho com forças sufficientes para isso.

O senhor Bastos: - Tambem apoio a moção do senhor Fernandes Thomaz: e até requeiro, que elle seja encarregado da proclamação, porque seus talentos são muito sufficientes para o bom desempenho deste encargo.

O senhor Fernandes Thomaz: - Farei o que me mandarem, e o que puder: mas isto he muito melindroso; melhor seria que o fizesse a Commissão do Ultramar.

O senhor Bastos: - Embora seja revista a proclamação por uma Commissão; mas deve ser feita por um só.

O senhor Miranda disse que queria antes obras