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dos sabios Deputados, que forão incumbidos de examinar a parte economica, e administrativa do Diario das Cortes, os quaes, bem longe de achar abuso algum, ou esperdicio na fazenda nacional, vírão pelo contrario summa pontualidade na entrega dos lucros; approvarão o modo da venda; não tiverão por excessivo o numero desempregados, antes o augmentárão; confirmarão os ordenados, e nas excepções que fizerão, ou foi para os estabelecer maiores, ou para os proporcionar á diminuição do trabalho que vão a ter os Redactores, observando-se no espirito de reforma, que guiou a Commissão especial, uma inteira conformidade com os principios de justiça, que dirigirão sempre a Commissão do Diario, podendo-se apenas entrever differença em julgar-se alguma demasia no arbitrado ao administrador, pois se nivella o que se lhe deve dar pelo que falsamente se suppôz, que linha o do Governo, que realmente não tem seis centos mil réis, como se pensou, mas em quatro por cento de tudo quanto vende, que vem a deitar a quantia muito maior que a mencionada: e havendo sido tudo isto mal percebido, ou mal communicado aos periodistas desta capital, que o transmittírão ao publico, uns com ambiguidade, outros com expressões mui decididas de se terem notado defeitos na administração do Diario das Cortes, e não devendo eu consentir que boja a menor duvida sobre objecto de tamanha consideração que nada menos importa, que o perigo de perder o unico premio, que lenho em vista, servindo a Patria, que he conhecer-se, que a sirvo com todo o desvelo, e tanto quanto cabe em minhas forças:

Proponho que os senhores Deputados da Commissão especial declarem mui distinctamente, e por escripto, e para se lançar na acta, se acaso encontrarão na administração do Diario das Cortes vicio algum, ou defeito, que de qualquer modo me possa ser imputado.

Salão das Cortes aos 26 de Julho de 1821. - João Vicente Pimentel Maldonado.

Mencionou mais o senhor Felgueiras uma memoria do Coronel de milicias de Soure, Antonio Joaquim Dias de Azevedo, sobre milicias e ordenanças; remettida á Commissão militar.

Apresentou o senhor Ferrão uma memoria do Prior de Oeyras, sobre a escola de primeiras leiras daquella villa; remettida á Com missão de Instrucção publica: e mais duas memorias de José Pedro de Sousa Azevedo; uma sobre contratos ou vendas com lesão enorme, remettida á Commissão de Legislação civil; e outra sobre o estabelecimento de cemiterios, para senão enterrarem cadaveres nos templos, remettida á Commissão de Saude publica.

Fez-se menção de uma queixa de Simão Cohen sobre abuso de liberdade de imprensa, e pedindo providencias visto não haver ainda, nem tribunal nem conselho de Jurados; decidiu-se que esperasse pela nomeação de uma e outra cousa.

O senhor Borges Carneiro fez uma indicação requerendo que se dissesse ao Governo que apenas tiver passado pela chancellaria; ou chegado ao seu conhecimento qualquer ordem das Corres que contenha disposições permanentes, ainda que não sejão geraes porem tocantes sómente a alguma classe ou parte do Reino, as faça logo remetter ao Redactor do Diario do Governo, com ordem de as preferir a qualquer outro objecto. - Foi approvada.

Apresentou o mesmo senhor Deputado, e se lerão pela primeira vez, duas moções: uma propondo que se promettesse um premio a quem dentro em 4 mezes apresentar um cathecismo civil proprio para se instruir nas escolas a mocidade portugueza; outra sobre feriados e faltas na relação do Porto.

Mencionou o senhor Felgueiras, e foi remettida á Commissão de Estadistica, uma memoria sobre a barra de Aveiro, pelo Coronel Luiz Gomes de Carvalho.

Fez-se a chamada nominal, e achárão-se presentes 92 dos senhores Deputados, faltando os senhores Teixeira de Magalhães, Sepulveda, Baeta, Braamcamp, Vicente da Silva, Guerreiro, Correa Telles, Bastos, Xavier de Araujo, Rebello da Silva, Luiz Monteiro, Paes de Saude.

As' 10 horas annunciou-se a chegada do Ministro da Guerra; sendo introduzido com o ceremonial do costume, disse-lhe

O senhor Presidente: - Senhor Secretario dos Negocios da Guerra, he V. Exa. chamado para dar a razão porque tendo sido nomeado pela Regencia do Reino o Visconde de Sousel para Conselheiro de guerra, foi entre tanto conservado no Governo das armas do Alemtéjo para que tinha sido nomeado o General Stubs? Quer este augusto Congresso saber o motivo porque um Conselheiro de guerra póde ao mesmo tempo continuar a exercer as funcções de Governador do Alemtejo, de que V. Exa. o encarregou?

O Ministro depois de apresentar a sua resposta por escripto, que foi lida pelo senhor Felgueiras, foi mandado retirar, e saiu acompanhado por dois dos senhores Secretarios, deixando sobre a mesa a mesma resposta com os documentos que lhe erão relativos.

O senhor Miranda observou que as razões dadas pelo Ministro não parecião satisfactorias; que elle devia ter mais firmeza de caracter para se poder oppôr ás medidas que não estivessem em armonia com o systema constitucional: que na sua resposta dizia ter-se restituido ao Visconde de Sousel o seu Governo; quando devia saber que o Visconde não era proprietario do Governo do Alemtejo, para que este lhe fosse restituido.

Movendo-se uma pequena discussão sobre este assumpto, disse

O senhor Castello Branco: - Entretanto he preciso que este negocio seja tomado em consideração. Trata-se nada menos que do decoro do Congresso. As ordens para a remoção do Visconde de Sousel, do Governo militar do Alemtejo, forão passadas pela Regencia, que estava autorisada pelo Congresso, e tinha recebido ordens particulares para obrar da maneira por que obrou. Por consequencia, ainda que o que se acha revogado pelo Governo actual, seja interinamente; como as ordens da Regencia tinhão recaido sobre outras do Congresso, acha-se compromettido