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O Sr. Ribeiro Saraiva: - Aquelle voto faria escusadas as Commissões; porque uma vez que fossem vistos os papeis por todos os Deputados, aqui se decidirião immediatamente os negocios; mas como isto não he possível, he por tanto que se nomeão Commissões, para que ellas examinem com mais vagar os objectos, que não podem ser examinados por todos. O melhor remedio para isto he, que quem tenha escrupulo, examine por si mesmo os papeis; isto se acommoda até com a pratica seguida nas relações, pois quem quer ver os autos os leva para sua casa, e lá os examina: o mesmo póde fazer aqui quem tiver escrupulo das Commissões. Pelo mais, o que se propõe he certamente uma cousa absurda, e impraticavel.
O Sr. Bastos: - Eu não fazia tenção de falar mais sobre este objecto; entretanto direi duas palavras. O Preopinante argumenta com a pratica das relações, querendo que se siga neste Congresso: triste a Nação Portugueza se as deliberações deste Congresso não forem mais acertadas, e mais justas que as das relações!
O Sr. Presidente poz a votos o projecto do Sn Bastos, e não foi approvado.
O Sr. Secretario Felgueiras deu conta de que acabara de morrer repentinamente o Sr. Deputado Bispo titular de Elvas, e que se tinha destinado para o seu enterro ámanhã de tarde pelas sete horas na Igreja de S. Jorge em Arroios, dizendo além disso que se devia passar ordem ao Governo.
O Sr. Ferreira Borga: - E chamar-se o substituto. (Apoiado.)
O Sr. Braamcamp: - He necessario que se decida alguma cousa sobre o ceremonial do enterro.
O Sr. Fernandes Thomaz: - Não ha mais, nem menos, que o que se praticou com o Sr. Francisco Antonio de Resende.
Decidiu-se que se passasse ordem ao Governo, e que se chamasse o substituto.
Verificou-se o numero dos Senhores Deputados, estavão presentes 92 faltando os Senhores, Mendonça Falcão, Povoas, Moraes Pimentel, Pinheiro de Azevedo, Basilio, Pereira do Carmo, Sepulveda, Brainer, Xavier Monteiro, Soares de Azevedo, Jeronimo José Carneiro, Pereira da Silva, Pinto de Magalhães, Vicente da Silva, Correa Telles, Luiz Monteiro, Manoel Antonio de Carvalho, Gomes de Brito, Borges Carneiro, Miranda, Paes de Sande, Franzini.
O Sr. Freire leu o artigo 67 do projecto da Constituição para discutir-se segundo a ordem do dia, e disse:
O Sr. Baeta: - Eu assentava, que primeiro era acabar com o Conselho de Estado; falta um ou dois artigos, pelo que julgo que deverião discutir-se, até para ficarmos nesta parte desembaraçados. (Apoiado)»
Decidio-se que se tratasse do regimento do Conselho de Estado.
O Sr. Secretario Freire leu o artigo, que te tinha approvado a respeito de que os Conselheiros propozessem por listas triplicadas para os Bispados; e ia ler o seguinte artigo, que era o que entrava em discussão, e disse:
O Sr. Arcebispo da Bahia: - A respeito do paragrafo antecedente me lembrava, que seria opportuno, que se tivesse em vista nestas proposições pastores de segunda ordem. Os bons parocos, que tiverem demonstrado que são bons, são os melhores para bispos: seu ministerio he um excellente noviciado; por tanto me parece que seria bom addicionar isto.
O Sr. Sarmento: - Sr. Presidente: quando sé tratou deste paragrafo eu fiz uma pequena addicção verbalmente a respeito dos empregos diplomáticos, é da fazenda, os quaes me parecerão tão importantes, como os da magistratura, e os bispados, porque se póde bem asseverar, que se por desgraça o Governo pertendesse algum dia atraiçoar a Nação, melhor que nomeando Bispos, o poderia fazer nomeando Diplomatas do seu partido. E como foi por se ter confiança no Conselho, e para que a eleição dos Bispos recaísse em pessoas dignas, que te resolveu, que o Conselho apresentasse para os Bispados as pessoas, que ElRei tem de escolher, eu acho esta razão ainda mais forte para a nomeação dos empregos Diplomaticos. O cargo destes he muito importante, particularmente no estado em que agora se acha a Europa; porque todos sabem, que assim como algumas Nações fazem causa commum, assim tambem a fazem certos Governos; e desgraçadamente temos visto exemplos desta verdade em nossos dias. Sou por isto de opinião, que os empregos Diplomaticos se nomeem do mesmo modo que os outros.
O Sr. Freire: - Aquella addicção do Sr. Sarmento he muito digna de attenção; mas pode-se o mesmo tratar no artigo 10, que no artigo 11, e seria melhor, que se tratasse neste, porque aquelle já esta approvado.
O Sr. Sarmento: - Parecia-me que no fim do artigo 10 era melhor; porque no artigo seguinte trata-se de provimentos por concurso, e não são propriamente de proposta pelo Conselho de Estado.
O Sr. Freire: - Pois póde o Sr. Deputado mandar a sua indicação á meza.
O Sr. Guerreiro propoz tambem uma addicção ao artigo 10; para que às propostas do Conselho de Estado precedesse sempre concurso, até para os Bispados.
O Sr. Rebello: - Os bispados nunca forão solicitados; nunca para elles se fizerão requerimentos.
O Sr. Sarmento: - Entretanto devo dizer que tenho lembrança de que logo depois da instituição do Conselho do ultramar alguns delles, não digo que se prepozerão a concurso, mas que forão consultados pelo Conselho do ultramar.
O Sr. Guerreiro: - E eu não acho tão pouco inconveniente algum em que sejão tirados para candidatos.
O Sr. Rebello: - Os Reis de Portugal assim como podião aconselhar-se com Portuguezes podião tambem fazelo com o Conselho do ultramar; mas he differente o negocio de que se trata: até agora não se tem solicitado os bispados, e isto na disciplina ecclesiastica tem-se julgado indigno. Eu que com muita franqueza expuz a minha opinião, e votei que se deixasse á consciência dos Conselheiros d'Estado a

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