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á sua conta fazer perceber aos Soldados o pão era especie, pois deste modo se conseguem os dois objectos, de que a fazenda lucre tudo o que tinha de gastar para pagar a empregados, etc., se de outro oaodo houvesse de dar o pão ao Soldado, e de que este não distraia o dinheiro.
O Sr. Miranda: - Eu sou de mujto differente opinião que o illustre Preopinante. Eu julgo que nunca deve ser administrado o que pertence ao Soldado, por aquelle que o ha de mandar; assim se evita que o Soldado tenha motivo de fazer mao conceito de seus superiores, desvanecendo-se por este modo o prestigio, que a respeito delles deve conservar. O Soldado deve ser quem receba o dinheiro; e para evitar, os inconvenientes que se apontão, ha mais, que se ao tempo do rancho não apparece com o pão, seja castigado?
O Sr. Faria Carvalho: - Mas se o Soldado ha de apparocer com o pão, porque se lhe não ha de dar quando se lhe dê o rancho? He melhor evitar o mal, que remedialo.
O Sr. Deputado: - Mas tambem se evita doutro modo, a necessidade de castigar os Officiaes, se houver descaminho.
O Sr. Freire: - Isto he anticipar de algum modo a discussão. A primeira cousa de que agora devemos tratar, he de se se deve, ou não dar o dinheiro ao Soldado; o modo porque se lhes ha de dar, isto póde ser objecto de outra discussão. Sabe-se que em todos os Corpos ha differentes classes de Soldados; ha alguns arranjados, e cuidadosos, a quem nunca he preciso dizer-se-lhe nem uma palavra, e ha outros desarranjados que sempre he preciso estar em cima delles. De modo que o Chefe dos Corpos se hão de haver com estes Soldados desarranjados relativamente ao objecto de que se trata, isso são economias regimentaes; os Soldados tem o seu rancho, e para elle até aqui tem-se-lhes tirado 30 rs. cada dia; que he pouco mais ou menos, o que ha de ser o valor do pão, e nunca tem deixado de haver rancho; tendo-se tomado para isto aquellas medidas, que como já disse, pertencem a economia regimental. Accontece algumas vezes que elles dão queixas justas, ou injustas; e algumas vezes se dão ouvidos a ellas, e outras vezes não; mas elles sempre se hão de queimar; sempre hão de murmurar, porque o Soldado he um rigoroso fiscal da conducta, desde o Coronel até ao Cabo de esquadra; não haja medo que o illudão, póde alguma vez acontecer que não se dê attenção às suas queixas; mas em quanto a illudilos, não os illudem, nem em um real. Tornando á questão, digo, que he meu voto que ao Soldado se lhe deve dar o dinheiro de seu pão, com o seu pret, porque os que são arranjados, terão bom cuidado de não empregar o dinheiro em outra cousa, e os que não são arranjados, se lhes faz administrar. (Apoiado, apoiado).
Desconfia-se dos officiaes militares cuja honra he seu timbre mais glorioso, e de cuja honra dependem, e nada se desconfia dos officiaes da fazenda? He necessario acabar de uma vez com isto, e não suppôr nos officiaes militares menos probidade, que em qualquer dos outros empregados publicos. (Apoiado, apoiado).
O Sr. Franzini: - Convenho em que se dê o dinheiro ao soldado, com tanto que se lhe administre que for desarranjado.
O Sr. Faria Carvalho: - Se ha soldados tão dignos de confiança que se lhes possa entregar o dinheiro do pão, não sei porque igualmente não ha de poder dispôr do rancho, e tudo o mais que constitue seu pret inteiro; acho nisto alguma contradicção.
O Sr. Rebello: - Perdoe o illustre Preopinante; tenho ouvido dizer aos Srs. da profissão das armas, que em geral isso não se nega ao soldado arranjado. O pret he uma propriedade do soldado, e a regra geral he que cada um dispõe daquillo que he seu, como elle entende que deve dispôr; mas a respeito do soldado, esta regra tem certas excepções.
(Alguns Srs. Deputados. Votos, votos.)
O Sr. Faria Carvalho: - Que digão os commandantes dos corpos quantos empenhos de soldados terão tido para serem dispensados do rancho, do qual são sómente exceptuados alguns soldados casados, ou que tem officio, e família.
O Sr. Povoas: - Eu tinha guardado o silencio até agora, porque não acreditava que isto chegasse a este ponto; mas agora devo dizer que voto pela inversa, de que se dê dinheiro ao soldado.
O Sr. Presidente poz a votos o parecer da Commissão, o qual não foi approvado.
O mesmo propoz se se ha de pagar em dinheiro a ração de pão. (Resolveu-se que sim.)
O mesmo Sr.: - Agora vamos a ver a quem se ha de dar este dinheiro.
O Sr. Xavier Monteiro: - O soldado o deveria receber, porque sendo o dono delle, he o seu administrador natural; e no caso de ser prodigo terá quem lho administre; mas nunca antes de ser convencido de prodigalidade.
O Sr. Miranda: - No entretanto he necessario que se diga que se dá ao soldado; o mais são questões de detalhe, e disciplina, que pertence ao Regimento.
O Sr. Presidente: - Proponho pois se se ha de pagar o dinheiro ao soldado.
O Sr. Freire: - Pague-se ao soldado effectivamente; mas entre na massa debaixo das economias regimentaes.
O Sr. Xavier Monteiro: - Na redacção do decreto he preciso que se faça ver que se lhe ha de dar do mesmo modo que o pret.
O Sr. Presidente: poz a votos se se daria o dinheiro do pão ao soldado como o pret, e se resolveu que sim.
O Sr. Presidente: - Agora quanto se lhe ha de dar?
O Sr. Rebelo: - Perdoe V. Exca. não podemos agora votar sobre esse particular, porque não se vinha preparado, e entendo que o objecto he de tão grande consideração que se deve nomear uma Commissão, para que interponha sobre elle o seu parecer.
O Sr. Presidente: - O Congresso decidirá se se ha de nomear uma Commissão. (Resolve-se que sim).
O Sr. Xavier Monteiro: - Agora creio que