O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

[2604]

ella informe o Congresso, ouvido o Ministro da fazenda.

O Sr. Xavier Monteiro: - Eu julgo que a indicação he para um fim muito louvavel, e muito justo; mas involve a despeza de 48 contos de réis por anno. Por tanto o illustre Deputado deve dizer por onde se hade haver este dinheiro. Nunca em assembleias legislativas se determinarão despezas, sem se dizer de donde devião sair. Dizer que se tirem do thesouro, he suppor que o thesouro he um poço sem fundo, não he assim, o thesouro não póde com esta despeza, para se fazer sair de lá 48 contos de réis por anno, he necessario decretar por onde elles se deve receber; e para isto será preciso ou impôr um tributo novo, ou então declarar aquellas classes de pensionarios públicos, que devem deixar de ser pagos.
O Sr. Vasconcellos: - A marinha he necessaria, he preciso applicar-lhe alguns meios.
O Sr. Xavier Monteiro: - Isto não he responder á questão, esta deve reduzir-se donde hade sair este dinheiro; do thesouro não póde ser.
O Sr. Brito: - Em quanto a saber de donde hade vir o dinheiro, eu digo. Hade sahir da propria providencia que se propõe, pela economia que della deve resultar logo, que se habilite ajunta que a marinha perde 40 por cento na compra dos seus generos, porque os compra a credito, e não tem nenhum. He necessario pois pôla em estado de poder comprar com dinheiro á vista, e em comprando assim ha uma economia visivel de mais de um terço. A segunda parte da moção relativa aos córtes das madeiras, he indispensavel para as termos promptas, secas, e cortadas na competente estação. E como nos cofres da Bahia, e Pernambuco não se experimenta falta de dinheiro, podemos supprir esta precisão sem dificuldade. Eu não considero cousa tão necessaria como a marinha para uma nação, cujas provincias se achão quasi todas separadas pelos mares, e cuja communicação por tanto pende de esquadras, que vem a ser de rigorosa necessidade, e a necessidade não tem lei; quaesquer outras despezas onde se facão alguns atrazamentos temporarios são de menos consequencia que na marinha. Se nos não posermos em estado de defender o nosso commercio, as rendas de alfandega deminuirão, e o commercio deminuirá tambem; sem commercio não haverá sabida para as producções, e sem sahida não póde continuar a reproducção das nossas riquezas. Esta medida pois habilitando a nação a defender o seu commercio, habilita para promover a multiplicação dos produtos da nossa industria, e riqueza, e por consequencia para providenciar as despezas. Digo isto para que a Commissão de marinha o haja de tomar em toda a consideração, no relatorio que houver de apresentar.
O Sr. Xavier Monteiro: - Isto he uma despeza nova, fala-se na parte favoravel do plano, e foge-se da odiosa, não ha despeza que não se possa cortar, mas ninguem quer assignar aonde ha de ser esse corte, donde he que se hão de pagar os 48 contos, ha de tirar-se dos Desembargadores? Não se ha de pagar a estes? Isto não se diz. Não se trata mais do que decretar despeza, sem dizer donde ha de saír.
O Sr. Soares Franco: - Isto mostra a necessidade que ha de se instalar a Commissão de fóra sobre marinha; e então ella tenha como primeiro trabalho todos estes objectos. Pode-se lazer uma especie de conselho economico, e outro administrativo, de sorte que se proponhão os meios de reduzir as despezas, cuidando o Ministro de fazenda de fazer os orçamentos etc.
O Sr. Ferreira Borges instou então pela nomeação da Commissão de marinha, e assentou-se com effeito em dar providencias sobre este objecto.
Lida segunda vez reservou-se para na prorogação da sessão se tratar desta materia, e da organização da Commissão de fóra para os objectos da marinha.
O Sr. Girão leu o seguinte

PARECER.

A Commissão de agricultura, tendo examinado o tratado de Mr. Cadet de Vaux, sobre os novos usos da batata, que foi remmettida ao Soberano Congresso por seu illustre autor, observa preliminarmente, que as idéas desenvolvidas naquelle opusculo, são mais uma prova do muito, que as investigações scientificas podem contribuir para o bem dos povos, quando são estimuladas pelo amor da humanidade.
Nota mais a Commissão que Mr. Cadet de Vaux obteve resultados, que pela sua simplicidade parece-mo obvios; se obter esses resultados, que assim o parecem, não fosse um privilegio só dado aos grandes engenhos.
E na verdade a batata pela sua abundante producção, era considerada já como o presente mais precioso, que o novo mundo tinha feito á Europa.
Mas a batata no seu estado natural, tem o defeito de não poder conservar-se senão por tempo mui limitado, e tal que fica muito á quem do termo da sua reproducção; e neste sentido levão-lhe grande vantagem os grãos cereaes, e luguminosos.
Este defeito procede da constituição humida da batata, cuja substancia por isso mesmo se altera mais rapidamente, empregando-se no desenvolvimento dos germes fim primario da natureza, relativamente aos entes organicos.
A attenção dos sabios empregou-se primeiramente em separar dos outros principios da batata a fecula, na qual parecia residir a principal virtude desta raiz como alimento; mas a fecula ainda que inalteravel no estado de secura, não apresenta por si só qualidades de uma substancia nutriente: cozida em agua fórma colla insipida: e por tanto indigesta, a não ser condimentada por outras substancias, que pelo seu custo põe este alimento fóra do alcance das classes menos abastadas da sociedade.
A mistura de fecula com as farinhas dos cereaes não dá, como demonstra Mr. Cadet de Vaux, em pão um producto correspondente ao peso da fecula addicionada, parte da qual parece, que se anniquila n'uma similhante combinação.
Mr. Cadet de Vaux, dirigiu as suas investigações sobre outros dois productos immediatos da batata, e que erão rejeitados como inuteis, a saber a parte pa-