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protecção do Congresso sobre aquelles infelizes por se terem prateado com elles as maiores violencias; que desejava saber do Governo qual era a razão porque se tinha prohibido a muitos o serem conduzidos em seges, como os seus parentes exigião, prohibindo-se-lhe até, que levassem as suas camas, a sua roupa, privando-os até de comida e agoa; e agora mesmo de se lhe dar prompto despacho, pois que se achava a relação em ferias. Que o Congresso pois provesse a tantos males.

O Sr. Pamplona: - Todas as providencias estão dadas, os presos forão mandados para o Castello, e o ministro da justiça mandou distribuir por elles os com modos mais decentes da cadéa do Castello, mandando-lhe dar camas, e até prestações áquelles que não tivessem meios de subsistencia, mandando de mais a mais o ministro ordem ao Chanceller para reunir a Relação, para tomar conhecimento dos seus crimes, e sentencialos, e se não se lhe desembarcou o fato destes presos, foi em rasão da lei a que estão sujeitos todos os individuos, que vem de fóra para serem examinados n'alfandega os seus baús. Por este modo fez já o ministro o mesmo ou mais, do que pedia o illustre Preopinante.

O Sr. Vasconcellos: - Eu não sei se são innocentes, ou culpados; o que sei he, que causou a maior indignação o modo porque estes homens forão conduzidos para o Castello. Forão conduzidos como se fossem faccinorosos, e de certo sendo elles cidadãos portuguezes, não sendo ainda sabidos seus crimes, parece que não devião ser assim tratados.

O Sr. Franzini: - Geralmente em Lisboa todos ficarão escandalisados do modo porque forão transferidos á prisão similhantes homens, julgo que a maior parte por suspeita de opiniões politicas. Ora com effeito não convém, que homens que são presos por opiniões politicas, criminados por um chefe despotico, e que tem feito horrores naquella provincia, não devião ser tratados desta fórma. O meu parecer era, que todos os que tinhão sido remettidos por opiniões politicas, fossem postos em liberdade. Se entre elles apparece algum accusado de homicidio, embora sejão retidos, mas os que vem por imputações vagas de republicanos, estes devem ser postos em liberdade.

O Sr. Leite Lobo: - O modo porque forão conduzidos, foi tão indecente, que o povo estava persuadido que havia enforcado.
O Sr. Miranda: - Não ha indecencia nenhuma por serem conduzidos por uma escolta. Uma guarda de soldados, he acazo uma guarda vil? Tocar caixa, ou não tocar caixa, que quer isso dizer? Que tem isso de indecente. Onde vai tropa, vai um tambor á testa della. Não sei pois de que se quer arguir o Governo. Elle não atacou lei nenhuma, não tomou se não medidas de segurança. Quem lhe póde obstar, a que elle lance mão dellas? Diz um illustre Preopinante, que se soltem todos os que estão presos por opiniões politicas. Não está o Conde d'Arcos preso por opiniões politicas? A justiça deve ser igual para todos. Já se mandárão julgar extraordinariamente, quando os juizes decidirem que estão innocentes, então se soltarão, o mais he transtornar as idéas.

O Sr. Franco: - Quem os ha de julgar ha de ser o Poder judiciario. Que quer dizer ser indecente irem no meio de uma escolla de soldados? Muitas pessoas de bem lhe tem acontecido o mesmo. Por tanto, depois de se tomarem todas as providencias de que faz menção o Sr. Pamplona, não ha que arguir o Governo.

O Sr. Presidente, disse que era contra a ordem continuar-se uma discussão tão vaga; principalmente tendo o Governo dado todas as providencias, e por isso, se o illustre Deputado da indicação tinha alguma putra cousa a requerer, o fizesse por uma indicação por escrito.
O Sr. Bastos, apresentou 4 memorias: uma do Doutor Manoel Alvares da Cruz, cidadão portuense sobre o pagamento dos soldos aos militares, que se mandou á Commissão militar; outra do mesmo author, sobre as nossas fabricas de lanificios, que se mandou á das artes; outra de Antonio Carlos de Melo e Silva, que vem a servir de continuação á que já havia offerecido sobre eleições, que se mandou á da Constituição; outra finalmente de João Ferreira da Costa, sobre a inutilidade da lingua grega como preparatorio da medicina, que foi á de instrucção publica.

O Sr. Moura: - O celebre Gregoire, antigo Bispo de Blois, se dirigiu a um amigo meu de summa respeitabilidade residente em Pariz, e pediu-lhe, que quizesse em seu nome pedir a um Deputado deste Soberano Congresso, que apresentasse sobre a meza o seu novo livro que he o Ensaio historico sobre as liberdades da igreja galicana, e de todas as igrejas catholicas nos dois seculos precedentes. O meu amigo se dirigiu a mim para fazer em nome de Mr.Gregoire esta offerta, e eu com muito gosto o faço apresentando sobre a meza o testemunho do apreço e copnsideração, que tem com nosco um dos maiores estadistas da Europa, e um dos maiores oradores da França que tantas vezes tem feito soar a voz da humanidade e da justiça nas assembléas politicas da sua patria.
Foi recebida com especial agrado.
Verificou-se o numero dos Srs. Deputados, estavão presentes 90, faltando os Srs. Quintal da Camara, Osorio Cabral, Arcebispo da Bahia, Barão de Molellos, Bazilio, Pereira do Carmo, Sepulveda, Bispo de Béja, Rodrigues de Macedo, Pessanha, Barroso, Xavier Monteiro, Soares de Azevedo, Baeta, Jeronymo José Carneiro, Brandão, Pereira da Silva, Lemos Brandão, Vicente da Silva, Roza, Carneiro Pacheco, Gouvêa Osorio, Corréa Telles, Feio, Alves do Reio, Manoel Antonio de Carvalho, Gomes de Brito, Sande e Castro, e Zeferino dos Santos.
O Sr. Secretario Freire, leu pela Segunda vez a indicação da Commissão ecclesiastica de reforma sobre varias bullas, que se devem pedir á Corte de Roma.

O Sr. Pinto de Magalhães: - Creio que ali se indica a necessidade de se pedir uma bula para a suppressão de alguns conventos. Respeito muito a opinião dos illustres membros da Commissão ecclesiasti-

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