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V. Exca. consultasse o Congresso, se convinha que esta sessão se prorogasse, para se decidira materia em discussão, vista a sua reconhecida importancia, e o muito que temos a fazer.

O Sr. Alberto Carlos: -Sr. Presidente, apesar de que se prorogue a sessão, parece-me que não será possivel acabar-se a discussão d'esta materia hoje, e por conseguinte attenta a sua importancia, eu sou da opinião que ella se continue amanhã, mesmo porque não deve tirar-se a palavra a muitos Srs., que já a tem.

O Sr. Barjona: - Voto contra o requerimento do Sr. Barão da Ribeira de Sabrosa, pois é minha opinião, em attenção á importancia da materia, que não apressemos a sua decisão. Srs., a nação está com os olhos fitos sobre nós para ver que resolvemos. Não nos precipitemos pois, discutamos com vagar e madureza (Apoiado, apoiado).

O Sr. Leonel: - Sr. Presidente, eu não sou amigo de prolongações de sessão; porque conheço que chegada a hora já os espiritos estão cançados, e mal podem continuar a entrar em discussões importantes com aquella força, e socego de espirito, que se requer. Não approvando eu pois a prolongação da sessão, desejo com tudo que o negocio se acabe com a maior brevidade, e a não poder ser hoje, desejo que o seja amanhã. A querer-se porém que se acabe hoje, eu seria antes de opinião que houvesse uma sessão á noite; ainda que sei que isto mesmo offerece inconvenientes.

O Sr. Macario de Castro: - Sr. Presidente, eu não requereria que a sessão fosse prolongada indefinidamente; mas requereria que o fôsse por mais uma hora, ou duas, a fim de poderem ter a palavra alguns Srs. Deputados que a tem pedido, e poder assim adiantar-se a discussão.

O Sr. Barjona: - Nós não sabemos se uma ou duas horas serão sufficientes para se acabar devidamente esta discussão: o que mais provavelmente acontecerá é acharmo-nos era o fim do dito tempo em o mesmo estado que agora, pouco mais ou menos. Sou por tanto d'opinião que esta discussão fique para a manhã. (Apoiado).

O Sr. Gorjão Henriques: - As razões, que acaba de produzir o Sr. Barjona, servem de fundamento ao que eu tenho a dizer em duas palavras. Nós promettemos não nos descuidar deste objecto, e continuarmos a discuti-lo; com tudo como nós não podemos fazer mais do que as nossas forças premittem, declaramos isto para que conste; o desta fórma damos satisfação ao publico de qual será o nosso proceder; que é, faremos tudo quanto a nação tem direito a exigir de nós, que é quanto podermos; mas não mais do que nos permutem nossas forças. (Apoiado, apoiado.)

O Sr. Lacerda: - Sr. Presidente, visto o que tem dito alguns Srs. Deputados não se prolongue a sessão hoje; mas venhamos nós amanhã para aqui ás nove horas, a fim de se adiantar esta discussão, vista a sua importancia.

O Sr. Barão do Bom Fim: - A respeito da prolongação da sessão, creio que os Srs. Deputado que me precederam, já tem dito bastante para que ella senão prolongue. Mas eu lembrarei outra razão, e vem a ser, que sendo esta questão da maior transcendencia, é preciso que estejam presentes a ella os Srs. Ministros da Corõa, tendo elles muitos negocios importantes de que tratar fóra d'aqui, nós não portemos roubar-lhe mais tempo, pois que elles precisam dar expediente muitas vezes impreterivelmente no mesmo dia: sou por tudo isto de opinião, que a sessão ámanhã comece mais cedo do que o costume uma hora, e não duas.

O Sr. Barão da Ribeira de Sabrosa: - Os Srs. Deputados convém, em que a materia é de muita importancia: nisto ninguem discorda. Agora respondendo a um Sr. Deputado direi, que dando eu a este objecto toda a importancia que elle merece, julgo que em nenhuma parte os Srs. Ministros estarão melhor do que nesta sala, assistindo a esta discussão. Convém portanto tomar algum expediente; ou devemos prolongar a sessão, ouvir mais cedo, ámanhã. Insisto por uma destas cousas; porque é necessario acabar com este objecto, para passarmos a tractar de outros muito importantes, que estão pendentes.

Não deve admirar, que se pedisse a prolongação da sessão; porque isto se tem aqui pedido, e consentido muitas vezes. E assim se faz em todos os parlamentos: em Inglaterra vi eu acabar muitas vezes a sessão ás duas horas da noite. A verdade, Sr. Presidente, é, que se nós nos formos assim demorando, adeos projecto de Constituição, e outros muitos da que temos a tractar; tarde se discutirão.

O Sr. Macario de Castro: - Se entra em discussão o voto do Sr. general Lacerda, eu então direi, que nós devemos entrar na discussão, de qual é a hora mais conveniente de virmos para aqui. Se o Sr. Lacerda quer que nós, alem das horas regulares de sessão, estejamos aqui mais quatro ou sais horas, eu o approvarei; se porem elle pretende que a sessão comece sempre ás nove horas, eu então peço a palavra já, para fallar contra o seu requerimento.

O Sr. Presidente: - A mente do Sr. Deputado Lacerda é, que se ganhasse com esta discussão o tempo que vai das nove horas até ás nove, em que a sessão costuma começar.

O Sr. Lacerda: - Certamente foi essa a intenção com que fiz o meu requerimento, e não para que a sessão começasse sempre ás nove horas, nem para que a da manhã acabasse antes das quatro.

O Sr. Presidente: - Proponho por tanto, se a sessão da hoje se deve prorogar, para se continuar a discussão do parecer n.° 12 da Commissão de legislação.

Venceu-se que não.

O Sr. Presidente: - Proporei agora se a sessão deve começar ámanhã ás dez horas, e finda a leitura da acta, e expediente, entrar se logo na discussão deste parecer.

Venceu-se que sim; passando-se á ordem do dia, logo depois da leitura da correspondencia.

O Sr. Presidente deu para ordem do dia da seguinte sessão a mesma que vinha para hoje, e levantou a sessão depois das quatro horas da tarde.

SESSÃO DE 8 D'ABRIL.

(Presidencia do Sr. Dias d'Oliveira.)

ABRIU-SE a sessão pelas dez horas da manhã, estando presentes noventa e nove Srs. Deputados.

Leu-se e approvou-se a acta da sessão antecedente.

Mencionou-se a seguinte correspondencia.

1.° Um officio do Ministerio dos negocios do reino, remettendo para ser presente ás Côrtes o requerimento de Agostinho Eusebio Firmino Gorjão, que pede a definição das palavras = primeiros caixeiros das casas de commercio = Foi remettida á Commissão de legislação.

2.° Outro do mesmo Ministerio, remettendo para serem presentes ás Côrtes diversos papeis sobra divisão de territorio, foram remettidos á Commissão d'estatistica.

3.º Outro do mesmo Ministerio, remettendo o officio n.° 168 do administrador geral de Viseu sobre a annexação do concelho de Moimenta da Beira á freguezia de Arcozelo, que lhe havia sido requesitado em officio de 18 do mez passado. Mandou-se á Commissão de estatistica.

4.º Outro do mesmo Ministerio, devolvendo alguns pareceres da Commissão de estatistica sobre divisão do territorio, com os papeis respectivos, que comprehendem parte da que em 20 do mez ultimo lhe foram rematados para pedir esclarecimentos. Mandaram-se devolver á Commissão d'estatistica.

5.º Outro officio do Ministerio dos negocios da guerra,