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lho póde vedar; mas eu estou resolvido a não soffrer injurias a nenhum dos Srs. Deputados e quando me veja obrigado a saffre-lo aqui, não o soffrerei em outra parte alguma. (Sensação) - Disse-se, que vinham aqui retractar-se.... Eu respeito muito as opiniões dos meus collegas, mas quero que tambem respeitem as minhas. Tenho dado provas, nesta casa, de bastante moderação, mas e preciso não ser provocado.

Sr. Presidente, tenho dado a razão porque chamei o Sr. Deputado á ordem. Não posso entrar na materia, porque não estou em estado disso... Se se vencer que os Deputados tem liberdade absoluta de dizerem o que quiserem em desattenção ao seus collegas .... eu sei onde os posso fazer callar. (Profunda sensação.)

O Sr. Conde da Taipa: - Queira V. Exca. levantar a sessão por algum tempo, os espiritos estio muitissimo exaltantes, e póde aqui haver hoje uma scena escandalosa. (Humor.)

O Sr. Presidente: - Eu peço sómente a attenção do Congresso, tranquillidade e ordem, (apoiado.)

O Sr. Ferreira de Castro: - O Sr. Conde da Taipa pediu, que se levantasse a Sessão; mas eu, Sr. Presidente, estou persuadido que não ha motivo para se proceder a esse meio extremo, porque creio que o que tem havido, não procedeu senão de má intelligencia de algumas palavras proferidas pelo Sr. Barjona, e que foram tomadas em relação ao Sr. Cezar, não o devendo ser. Eu estou persuadido, que o Sr. Barjona, que é um Deputado tão illustrado, tão civil, e que possue todas as virtudes civicas, não podia ter intenção de offender o Sr. Cezar, nem nenhum dos outros Srs., porque estou persuadido, que quem fizasse hoje uma declaração de voto, se não retractava do que tinha antes sustentado, mas sim lançava mão do meio que lhe da o regimento, para expressar qual foi a sua opinião nesta materia. - Com um momento de calma, parece me que estamos em estado de continuar a sessão, e eu peço aos Srs. Deputados, que continuem a discussão com aquelle socego proprio de homens do bem, que são todos, e de Deputados deste Soberano Congresso - (Pausa.)

O Sr. José Estevão: - E uma fortuna, no meio destas tempestades tão terriveis, ter a felicidade da não ser tocado dellas entendo que esta questão póde terminar-se amigavelmente, e parece até que já esta terminada.

(O Sr. Barjona: - Eu ainda estou em pé para fallar.)

O Orador: - Querer lavar as questões com ameaços, e apparencias de força bruta, isso é cousa que eu creio, que não está no animo dos meus collegas, senão converter-se-hia esta sala em area de gladiadores. (E' verdade, é verdade.) Ora nós sabemos, que quando se tractou desta votação, perguntou se ao Sr. Ministro do Reino se havia leis publicadas depois de 26 de Janeiro, disse elle = não, Srs., = votou-se por consequencia nesse sentido. Sobre isto, que questão se póde suscitar, ou que discussão progredir á votação do Congresso está bem consignada na acta, e mencionando-se nella a declaração do Sr. Ministro do Reino, todas as duvidas se acabam.- Ha quem diga, que ha leis depois de 26 o Sr. Ministro do Reino affirmou que não; e assim, ou se enganou, ou quiz encanar o Congresso. Seja como fôr, escreva-se na acta o que elle disse, e tudo esta terminado.

O Sr. Silva Sanches: - Parece-me que, o que convém examinar é, se o Sr. Barjona estava ou não na ordem, peço pois que isso se decida, para elle poder continuar.

O Sr. Presidente: - A ordem da discussão era saber se o Sr. Barjona estava na ordem, agora os Srs. Deputados pediram a palavra sobre a ordem, não podia eu advinhar para que a pediam, pediram-na para fazerem de juizes de paz: (riso) eu entendo que fizeram muito bem.

O Sr. Alberto Carlos: - Eu, na posição em que estou, devo dar satisfações como Secretario, mas não é disto que se tracta. Creio que o Sr. Barjona estava na ordem, e só por illusão se disse que não. Disse-se, que a acta não estava exacta, disse o Sr. Barjona - a acta está exacta isto não é estar fóra da ordem. O Sr. Cezar disse primeiro - a acta não está exacta a intenção com que eu votei foi outra - O Sr. Deputado insistio, que estava axacta, e deu os motivos da sua asserção, por consequencia assento que estava na ordem.

O Sr. Mont'Alverne: - O Sr. Deputado disse, que este Congresso tinha resolvido uma cousa, que elle não approvava. Eu quando voto não consulto nenhum Deputado, voto com a minha consciencia, - não voto com os Ministros, - voto pela causa da minha patria, e por isso não sou digno de censuras, porque sou muito tolerante, e tenho ouvido muitas cousas, e quando me não conformo, nunca chamei ninguem á ordem, nem censurei por pensarem de differente maneira, e menos por votarem contra a minha opinião. Repito, votei segundo entendia, e não quero ouvir reprehensões de ninguem, nem as soffro.

(Entrou o Sr. Ministro do Reino.)

O Sr. José Estevão: - Eu pedia, que se declarasse na acta, que preguntando-se ao Sr Ministro do reino se haviam, leis publicadas depois do dia 26 - elle respondeu, que não - e creio que estou no direito de fazer este pedido, porque é da declaração de um facto, que aqui se passou.

O Sr Presidente - Primeiro tracta-se desta questão, se o Sr. Barjona estava na ordem.

O Sr. L. J. Moniz: - Eu não ouvi ao Sr. Deputado Barjona cousa alguma, que me parecesse indicar, que ella estava fóra da ordem, mas é certo, que algumas vezes uma palavra póde parecer offensiva a um Deputado, e não a outro, quando ella diz respeito a alguma circumstancia pessoal. O reparo, que fez o Sr. Deputado a respeito da sessão anterior, não me parece repugnante ás regras, que se devem observar na discussão, porque elle não impugnava a decisão do Congresso, mas só sim exprimiu um sentimento, que ella lhe causou. Ora isto e tanto assim, que eu tambem tenho de exprimir um sentimento a respeito da sessão anterior, mas em outro sentido, e todavia não impugno, nem devo impugnar, a decisão de hontem. Outro Sr. Deputado posteriormente exprimiu uma circumstancia, que com quanto elle não quizesse attacar a ordem, a num parece me, que a offendia, porque tendia a interpretrar os motivos particulares, da consciencia de cada um, de que ninguem é juiz. Todavia sabe-se minto bem, que no calor da discussão escapam expressões, que não se devem tomar em extremo rigor; porque não é possivel sempre medir as palavras, para que façam igual impressão em todos. Devo porém dizer, que eu entendi hontem, que a votação dos que opinaram por aquelle lado da, questão, era ligada ao facto, que declarou o Sr; Ministro do reino (Apoiado, apoiado ) Eu ouvi aqui, á roda de mim, os meus visinhos dizerem isto mesmo, e por tanto devo ser testemunha do que ouvi. Eu respeito muita a decisão do Congresso, quanto a maioria, que decidio, que a questão estava sufficientemente discutida; mas ao mesmo tempo seja me licito dizer, que lastimo muito, que havendo 25 Deputados para fallar na mataria, talvez a mais grava que aqui tem vindo, se decidisse que com effeito ella estava, discutida, e peço que, ao menos, isto sirva de lição para o futuro, para termos mais cautella, para que nem mesmo o cançasso de 3 dias nos enfastie de ouvir os nossos collegas, porque devemos advertir, que não temos em vista só a illustração da materia em si mesma, mas as nossas relações para com nossos constituintes, para com o publico, e a nossa consciencia. Em fim, é preciso ter respeito á maioria, mas ter muita tolerancia, com a minoria - estas são as regras parlamentares

O Sr. Conde da Taipa: - Creio que o Congresso está convencido, de que nessa persuasão e que approvou todas as leis, por tanto creio, que ninguem se póde oppor a que na acta se faça essa declaração, porque isto é um negocio de