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que estava fóra da ordem, e o motivo porque o chamei a ella.

O Sr. José Estevão: - Sr. Presidente, o Sr. Barjona poderia estar fóra de ordem, mas é forçoso confessar, que a facil sahir da ordem a quem falla da improviso em questões acaloradas, e quem duvidar disso, não tem mais que voltar se para si proprio. Não é possivel estar nestas occasiões regendo todos os movimentos internos, não se póde estar com tranquillidade ordinaria no meio de uma discussão forte. Poderia o Sr. Barjona sair da ordem, assim como nós podemos sair della hoje, amanhã, e sempre que houver discussão, mas não posso admittir que se diga, que este nosso honrado Collega tivesse intenção de insultar o Congresso, porque isso é uma grave injustiça que se lhe faz. O Sr. Barjona tem vindo a esta casa a tres legislaturas, annuio, tem dado provas de sua tolerancia, e de seu comportamento moderado, por consequencia é erro, é injustiça dizer-se, que elle teve intenção de offender alguem. O Sr. Barjona, poderia exprimir-se mal, mas offender, não e creio; e por isso sou de opinião que sobre esta materia se não dê a palavra a mais ninguem.

O Sr. Ferreira de Castro: - E' para dizer, que o Sr. Deputado Barjona não atacou a dignidade do Congrego, nem a de algum Sr Deputado, porque elle tão sómente disse, que lamentava a decisão do Congresso, não protestou contra ella, nem mesmo se dirigiu- em termos hostís. Então não de ha de ser licito, a mim Deputado livre, neste logar, que não sou responsavel por minhas opiniões (senão até certo ponto) dizer que o Congresso neste ou n'aquelle negocio não decidia bem? Isto, Sr Presidente, não esta de maneira nenhuma prohibido no Regimento, nem na Constituição. Portanto entendo, que o Sr Deputado Barjona estava na ordem, porque não atacou ninguem, se alguma expressão lhe escapou no fogo do seu discurso, foi pelos motives que apontou o Sr. José Estevão, e outros Srs., e que eu escuso de repetir estou persuadido que se Sr. Barjona é cavalheiro bastante para declarar o sentido de suas expressões, e levo mais a sua generosidade a ponto de acreditar, que elle não terá duvida em dar todas as explicações bastantes para satisfazer completamente os Srs. Deputados, que se julgam offendidos. Peço pois que a materia se julgue discutida, e que passemos á ordem do dia.

O Sr. Macario de Castro: - Quero perguntar se o Sr. Barjona por ter sido chamado a ordem sobre a materia, póde ou não fallar no incidente (Vozes: póde, póde ) Continuando pois, então convidaria o Sr. Barjona a fallar sobre o incidente, e dar as explicações que se tem pedido para terminar agradavelmente esta questão.

O Sr. Barjona: - E' perciso primeiro que eu diga, que se deve estabelecer uma regra geral, e que esta regra geral se applique a todos os individuos deste Congresso: eu não me servi de expressões, que não tenham sido muito usadas aqui, se fui mal percebido, foi isto por deffeito de minha voz, ou então por idéas da pervenção que haja a meu respeito da parte de alguem: Sr. Presidente, nunca na minha vida, fallando ha muitos a mios em publico, diante de muita gente, e de toda a qualidade, nunca tive duvida em explicar as minhas expressões, e dei sempre explicações satisfatorias agora como Deputado muito mais obrigado sou a da-las a todos os homens, não só amigos, mas simples companheiros, ou como Deputado, ou como homem, nunca me neguei a dar toda a satisfação tanto dentro como fóra do Congrego eu vou repetir as proprias expressões de que me servi, disse eu (porque ainda não perdi a memoria) que estimaria muito, que sobre a sessão de hontem não se dissesse mais nada; e dei os motivos, porque o estimava, e estes eram, que muitos Deputados que hontem votaram na maioria, vinham hoje explicar seus votos, dai o sentido d'esse voto, (Vozes: não, não ) ouçam-me, e ficarão satisfeitos: darão hontem um voto para que ficassem em vigor todas as leis da chamada dictadura; hoje vem dizer que e só as publicadas até ao dia 26, isto é dar explicações da voto....( sendo interrompido, e fallando para os lados.)

O Sr Presidente: - O Sr Deputado dirija se para a mesa, porque é para quem se poda dirigir fallando.

O Orador: - (Continuando) Os Srs. Deputados approvaram todas as leis da dictadura, que foi o que se propoz anotação, agora dizem que foi só até ao dia 26 (continuando a ser interrompido, e fallar para os lados.)

O Sr. Presidente: - Eu vejo-me na necessidade da chamar o Sr. Deputado á ordem, essas interrupções são prohidas pelo regimento, é pois preciso, que o Sr. Deputado o respeite.

O Orador: - (Continuando). Eu estou sendo continuamente interrompido.....

Sr. Presidente: - Mas o Sr. Deputado está dirigindo-se para outros Srs. Deputados, o que não póde fazer, nem póde interpelar ninguem.

O Orador: - O facto, é o que eu já repeti por mais d'uma vez, os Srs. Deputados, approvaram hontem uma cousa por um modo, que hoje vem explicar (nova interrupção dos lados.) Em fim, passo a explicar a palavra arrependido, do que me servi depois de haver sido chamado a ordem, e a dar até a significação do verbo retractar, que individamente só me attribuio. (Vozes: não, não. Rumor.)

O Orador: - Então passo immediatamente a dizer aquillo que hía a pronunciar, quando fui interrompido a primeira vez. Ninguem respeita mais as decisões da maioria, do que eu respeito a que hontem se tomou: porém quero que em todo o tempo se saiba, qual foi o meu voto em tal materia. (leu.)

O Sr. José Estevão: - O meu objecto principal é vêr se esta questão se acaba, e fazer, que depois de acabada, não fique em nenhum de nós reminiscencia do que nella se passou, tudo isto me parece que com as explicações que se tem dado, se póde dar pôr conseguido (apoiado). Ora agora que a decisão do Congresso foi subordinada á declaração do Sr. ministro do reino, isso he incontestavel como todos o tem dito, e então não sei que haja dúvida alguma de se fazer na acta expressa menção d'essa declaração. Perguntou-se ao Sr. ministro do reino, se havia alguns decretos publicados depois do dia 26; o Sr ministro do reino respondeo, que não, e a decisão do Congresso foi baseada sobre essa declaração.

O Sr. Rodrigo de Menezes - Eu chamo o Sr. Deputado a ordem.

O Sr. José Estevão: - Eu parece-me, que estou perfeitamente na ordem.

O Sr. Presidente: - Mas por ora não se tracto senão de saber, se o Sr Deputado Barjona estava, ou não na ordem.

O Sr José Estevão: - Oh! Sr Presidente pois he possivel que sobre isso progride a discussão? Cortou-se a palavra ao Sr. Barjona até á decisão do Congresso? Espera elle para fallar, que nós decidamos essa questão? Ou quer elle lavar um breve, ou absolvição nossa de que fallou na ordem, este incidente acabou ...

O Sr. Presidente: - O Congresso é, que hade dizer que acabou.

O Sr. José Estevão: - Então peço eu a V. Exca., que pergunte ao Congresso, se a materia está sufficientemente discutida. Eu creio que o Sr. Barjona fallou na ordem ... Mas que não fallasse? Este illustre Deputado fez tenção de deixar nos seus pergaminhos que faltou á ordem, e assim a questão he já ociosa. Proponha V. Exca. ao Congresso se a materia esta discutida.

O Sr Presidente propor se a materia estava discutida, e resolveu-se, que sim.

O Sr. Rodrigo de Meneses - Eu fui hontem o que fiz uma pergunta, e por equivocação se tem dito, que foi o Sr. Franzini fui eu o que perguntei a V. Exca. se havia algum decreto d'acção permanente publicado depois do dia 26, e