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Numero 193.

1831

QUINTA FEIRA 17 DE AGOSTO,

Boletim do Telegrafado Caitello, .15 de Agosto

. dç 1837.

Sejviço da Linha do Norte, á uma hora e meia da tarde. -

Do Telegrafo de^Alvaiazere.= A Sua Ex-cellencia o Ministro da GueFrn.'=.Do Administrador. = Por ordem re"cebida de Coimbra, participa que o Marechal Saldanha, sa-híra d'alli hontem de manhã cedo,, corri todas as suas forças tomando a estrada de Lisboa. Coimbra está soccgada ; mais, consta-por noticias vindas de Leiria , que os 40 cavalios marcharam para Alçqbaça , reconciliar; e que hoje, ou amanha esperam alli o Marechal Saldanha.'= Em. 14 do corrente. = Francisco Telles de Sarnpayo, Sargento, Encarregado do Serviço do Telegrafo Central.

Boletim do Telegrafo do Caslcllo, Iode d'golfo

'de 1837.

Serviço da Linha do.Nqrle, 4 horas, e 45 , minutos da tarde.

Do Telegrafo de Santarém. = A S. Exc.a o Ministro do Reino. = Do Administrador Geral. = Em todo este Districto ruina tran-, quillidadc, c e^tc ponto será sustentado a todo o custo. = Em 15 do corrente. = Francisco. Tcl-let de Sampayo, Sargento, Encarregado do Serviço do Telegrafo Central. -

Boletim do Telegrafo doCastello, 16 de Agosto

de 1837, .

Serviço da Linha do Norte, ás 11 horas e meia da manhã.

Do Telegrafo de Thomar. = A S.JBxc.* o Ministro da Guerra. = Do Administrador. = Consta que a força cornmandada pelo Barão do Bomfim deve.entrar hoje em Coimbra. = Em 15 do corrente. = Francisco Telles d.e Sampayo, Sargento, Encarregado do Serviço do Telegrafo Central.

Boletim do Telegrafo do Castcllo, 16de,4goslo

de 1837. Serviço da Linha do Norte, ás 3 horas da tarde.

Do Telegrafo de Thomar participam existir alli socego. = Em 16 do corrente. = As-signado Administrador. = Francisco Telles de Sampayo, Sargento, Encarregado do Serviço dd Telegrafo Central. *

. Parte O/jiciaL

SECRETARIA D li ESTADO DOS NEGÓCIOS fcO KE1NO.

ATTENDENDO a o que Me representou o Administrador Gurnl interino do Districto

ATTENDENDO oo.que Me representou o.Ad-ministiador Geral .interino do Djstricto de Santarém, Hei por bem , ou.vido o Conselho'de Mínisiros, Dissolver os Corpos

Reino assim o tenha entendido * e faça-èxecu-tart Paço dos Necessidades,, em quatorze de Agosto de mil oitocento.s trinta e sete. = RAIi NH\.=: Júlio Gomes da Silva Sancftes.

HEI por bem , ouvido o Conselho de Ministros, Dissolver, a Qua/da. Nacional da Figueira da Foz, e do Concelho de São João de Áreas, no Districto de 'Co.imbra. .O Secretario d'Estado dos Negócios do Reino assim o tenha entendido, e fíiça executar. Paço das Necessidades, em quaiorze.de Acosto de mil oitocentos trinta c sete. = RAINHA. = Júlio Gomei 'da Silva Sanches. ... *

3.a Repartição.

SENDO presente a Sua Magestado a RAINHA, a conta do, Adm.inistrador Geral interino do DUtriclo de.Yizeu, de 21 de Ju»ho ultimo, em que propõe, pelos motivos que refere, que o Amanuense da Secretaria da Administração Geral do dito Dislricto- Manoel Alcxnndrc dd Campos seja graduado Ofíicial da mesma Secretaria: Manda, pela Secretaria d'Eslado dos Negócios, do Reiho, -Conformando-Se corroo parecer do Procurador Gerpl dn Coroa, aulhorisar o sobredito Administrador Gernl a conceder n mencionada graduação ;, e.on) .a declaração porém de que n.âo dará ,isso direito a augmento d(s ordenado, ou de emqfujnentos. Palácio das Necessidades, em 14 de Agosto de 1837.= Júlio Gomes da.Silva Sanches.

3." Repartição.

OENDO presente a Sua Magcslade a RAINHA O a Representação da Camará Municipal de Faro ,sobre a recusa de quatro Negociantes de pagarem uma imposição lançada sobre a exportação, npprovada pelo Conselho de Districto : Manda a Mesma Augusta Senhora , Conformando-Se com a resposta do Procurador Geral da Coroa, declarar ao Administrador Geral de Faro, para o fazer constar á Camará, que ella deve recorrer neste caso ao Poder Judiciário , a quem compete juU-nr esta questão. Palácio das Necessidades, em 16 de Agosto de . = i7ii/ío Gomes da Silva Sanches.

3." Repartição.

SENDO presente a Sua Magestade a R.AINHA a generosa offerta que para as urgências do Estado faz o Barão de Prime, Administrador Geral de Vizeu, da metade de seus ordenados, que para si tinha icservndo, quando para o mesmo fim offerecêra a outra: Manda a Mesma Augusta Senhora, pela Secretaria d'Estado dos Negócios do Reino, agradecer e louvar tão patriótico procedimento, que bem claro pntentêa os honrados sentimentos do olíerenic. Palácio das Necessidades, 16 de Agosto de 1837. = Júlio Gomes da Silva Sancfics.

3.R Repartição.

MANDV a RAINHA ,,pelo Secretaria d'Estndo dos Negócios do Reino, declarar ao Administrador Geral interino do Dislncto de Faro , crn resposta aos seus Officios do 15 de Junho, e 13 du Julho antecedentes, que tendo o Poder Judiciauo tomado já conhecimento dos factos du que. trn,ctam os referidos Officios,, co-mettidos pelo Juiz de Paz da Freguezia de Al-jezur, e havendo sido o Processo remettido *á Relação competente, a esla pertence decidir na conformidade da Lei íiiha logar pnra a suspensão e accusação do mesmo Juiz, por cuja. razão o Governo'nada tem r, prover sobre este objecto. Palácio das Necessidades, cm 16 de Agosto de 1837.= Júlio.Gornes da Silva. Satichet.

, ,2." Repartição..

TENDO.o Administrador Geral de Beja posto na presença, de Sua Magestade'a tlAiNH». uma carta que lhe dirigira José' Joaquim Moreira de Brito, descrevendo o perigo, que corre . a sua existência indo fazer a visita da Junta do , lançamento da Decima pel.as continuas ameaças das Guerrilhas,, qua vem aos muros de Messe-jana : Manda a Mesma Augusta Senhora ,• pela Secretaria d'Estàdo dos Negócios io Reino, Conformando-Se com o parecer do Procurador Geral da Coroa, que o referido Administrador Geral procure por todos os «meios defender a vida, e segurança dos Habitantes de Messeja-na, procedendo contra o auctor da carta na conformidade dos Artigos 223, e 232 do Código, se.elle se recusar a servir nn Junta da Decima,^ que vigiando o seu procedimento logo que lhe conste de alguns crimes, proceda aos autos de averiguação, e os remetia ao Poder Judicial. Palácio das Necessidades, em 16 de Agosto de 1837.=Jtt/io Gomesda Silva Sanches.

4.* Repartisão. .

SUA Magestade a RAINHA Manda j pela Se-._ cretaria d'Estado dos Negócios do Reino,' que o Administrados Geral de Santarém louvéi em Nome da Mesma Augusta Senhora osCovri-> mandantes dàs'Guardas Nacionaes de.Thomar e Torres Novas; e bem assim a O/Hcialidade e mais Praças constantes "da Relação junta , pelo honrado comportamento com que, .rejeitan--do as auggestões dos retítldes, se fora'm~aprêsen* tar ao Governador Militar de Santarém para serem empregados na defensa da Causa Nacional. Palácio das Necessidades, em 14 de Agosto de 1837>=Ju/to Gomes da Silva Sanches.

Relação a que se refere a'Portaria de 14 de Agosto de 1037.

O TENENTE Coronel , João Tarnagnini de Abreu. ...

O dito, José Alexandre da Silveira Serpa. O Ajudante, António Prudente de Carvalho. O Capitão, Cândido Joaquim Xavier Cordeiro. O Porta-Bandeira, José Ferreira da Malta. O Sargento de Brigada , José Maria Queiroz. O 2.°Sargento, João Bernardinoda S."Borges. O Voluntário, Francisco Rodrigues Pelancho. Secretaria d'Estado dos Negócios do Reino, em 14.de Agosto de Í837. = Barão de Tilheiras.

4.a Repartição.

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£>ÍARIO DÓ OOVERNO.

dades, em 16 de Agosto de 1837. = Júlio Gomes da Silva Sanchcs.

'• . . 4;* Repat-iiçáo. A.NDÁ n RAINHA , pela^Secretaria d'Estado dos Negócios do Reino, participar ao Administrador Geral interino de Santarém, que nesta Secretaria d'Estado foram recebidos os seus OflicioS num. 267 da 1.° Repartição, e 97, 98, e 99, da Repartição Central, de cujo contheúdo fica S,ua Mageslade inteirada, lia-vendo-se já. dado as providencias nos mesmos Ofícios reclamadas, cotnoTelçgraucamente lhe foi conimunièadôí é pé f o que respeita á primeira parte do Officio n.° 97: Manda a Mesma Augusta Senhora , que em Seu Real Nome louve o Administrador d&Concelup da Barquinha, e mais Authoiidades do mesmo Concelho, pelo zelo, e patriotismo com que se tem huvido.no desempenho d«s impo-rlftntes diligencias do serviço publico,- de que tem sido encarregados, portando-so corn a maior energia, e desvelo, para assegurarem o bòirt, resultado dessas diligencieis. Palácio das Necessidudí1», ern 16 de Agosto de 1837.=rçJttZ

' 4/' Rèffàfliçati.

ffj^oriAjj'presentes h'Sua Magestade a RAINHA :r os 0'flicios iltitrt.' 108 j 109 , è 110 do Administrador Gerai d'Évora , dando parle das medfãoâ que se prop'ut>ha adoptar do acordo cotn as Atfthondodès Civis ò Militares do Districto, fjjara ser vivariudrilu perseguida c anni-qniladá n Gocríilh.i do Relriechido e Baioa; e u Mesma 'Atigustft Senhora Manda Approvar os referidas providi-hciasi, por serem reclamadas pela urgência da§ circmnslancias, e necessidade ije anniqirilar aquelle ílagello. Sua Mageslade conta com o zelo do dito Administrador Gefal, para anírriur' os esforços, e actividade de todas as Authoridades e Cidadãos empregados em ião importante serviço; e Manda outro sim participar-lhe, qufe pelo Ministério da Fazenda se promove u uuthorisaçíio dosCon-tractadorpa do Ta baço, pnra se conferi r oCoin-mando do Corpo Franco, que menciona, a Joaquim AtnbhioBatalha , sem prejuízo doseu Emprego.' Palácio das Necessidades 4 em 16 de Agosto de Í837.=;7uto Goíiws da Silva

SECK1ÍTAHIA' J3E ESTADO DOS NÍÓOClOB ' '• " ESTRAffaElllOS.

dR pafíífiipftção doSub-Ihspector Geral^ofs Correios e Postas do Reino cònsla qtifl hoje faltaram us malas coro as Correspondências do Porto, Coimbra, e Vizcu, 6 terras altrcdn* IJuenles; e bem assim as de Alcobbçò, Bala* lha, Benédictos, Carvalhos, Contleixu,'Lei-li», Pombal, Parto de Mói, e Redmlia. Do Algarve tíliegj^.im duas inalas ; uma il de hoje, e .a outra n quc'havia faltado »)a Segunda feira passado:

O Administrador do Correio de Coimbra também paiticipa qtle o Correio qud partiu du Lis-obou Quarta feira 9 do correiiU;, chegurn áquel-°la Cidade a II com as malas arrombadas, dizendo o Coriductor, que no sitio dli- Presa lhe apparetítíu um Alfrrtís da.Guarda Nacional du Soure, com m'als homens, c que o conduziu a Soure, onde na casa do Administrador do Concelho arrombando aà rjialns, lhe tiiatum os segufos que iarn para o Porto, t>ara oh»)e, segundo elle accresceola^ os inundaram por um próprio pula bcira-riiar. B que ò Marechal Saldanha muiidara li ú 'sua presença us mestnu inalas , fazendo tirar áfgiliis Olficíos, aásitn como algumas cartas particulares para ô Parto; e que Igualmente praticara isto cbm asmdlflsqup vinham de Yi/ieú, é toda a Beira Alta-', dando-lhe um docmtieVlto de que tflôs Ollícios alh ficavam.

Já no sitio do Mucella o mesmo Marechal mandara tirar da bolsíi do Correio de Cêa os Cilícios que ahi vinham.

Secretaria de Estudo dos Negócios Estrangeiros, lb' de Agosto de 1837. = J. F. Silva.

COM1I1SSVO I.NTU1UNA DA JUNTA. tó'O CllEDlTO * PCJ3LICO. '

Mappa dos $ens Nacionács'arrematados no dia 29 de Julho prostituo passado,' perante o Administrador Geral iiitcrino do Dhlrictô da Porto, em conformidade dós J^eàretos de 10 de Dezembro de 1836, c 11 de Janeiro do corrente ánno.

LISTA 244—O 4. '•'"', Districlo de Coimbra. 1000 ^"IASA que serve VI/ de cèlleiro..'.

N." Propriedades. Avaliações. Arrematações.

1001 Dita que servte de

oçougue....... 60^000 60/500

1002 Dita q\>e serve de

matadouro..... 5^000

Rs......... 165^000 166^200

Commissão inteiina da Junta do Credito Publico, 16 dtí Agosto de 1837. = Tgnacio Vergo-lino Pereira de Sousa.

Mappa dos Seu» Nacionaes arrematados no dia 28 de Julho próximo pastado, perante o Administrador Geral interino do Dislriclo do Porto, em conformidade dos Decretos de 10 de Dezembro de 1^36, e 11 de Janeiro do corrente anno.

. ' I.ISTA 24.,'i — N 4.

Districto de Coimbra. N.08 Propriedades. Avnlia<_3ea. p='p' arrcmííáçses.='arrcmííáçses.'>

994 "PROPRIEDADE que •*- • serve de' Ingar

de azeite,-----... 600^000 1:OOÍ),|000

995 Dita de moinhos... 200^000 393^100

996 Dita chamada Ca-

sa dos Tanques... I00j$000 107^000

997 Dita decastís e Ca-

vallarjça.,......

Rs.......... 930^0001:641^100

Cornmissâo interina da Junta doCreditò Publico, 16 deAgosto delS37. = Ignacio Vergo-lino Pereira de Sousa.

Mappa dos Bens Nacionaes arrematados no dia 11 do corrente mez, perante a dita Commis-sáo, cm conformidade dos Decretos de 10 de Dezembro de 1836, e 11 de Janeiro ultimo.

IISTA 362—J 5. '

Districto de Santarém.

N." Propriedades, ; Avuliaçflcs. Arremutm;ões.

1321 /"^IASAS que ser-Vy viam de ade-0 ga , lio Cohcelho

*de Almclrim----- 200^000 310^000

12£2 Quinta do Roliiii» nos lirnitesdeSan-tarcm.....,-----1:560^000 2:076^000

fts.

1:

Comrnissâo interina da Junta do Credito Publico, 1« de Agosto dcl837. — Jgnacio Pcrgo. Uno Pereira de SoUsâ.

PROCLAMAÇÃO.

CONCIDADÃOS drtGuarda Nacional, Senhores Õiliciaes, OlFiciacs inferiores ,' e Cidadãos Soldados: — Outra' vez sou chumado a tomar oCornrnahdo de todas osforças da Capital para defender u liberdade 'contra o absolutismo.

Aquimesmo haquntòrze inirios'contra os meemos inimigos Capitaneados pelo niestUoChefe , eátív'emo's nós cmftcampo para defender 6'á mesmos princípios; mas só armários de descais, âó fortes de patriotismo, a Guarda Cívica de Lisboa então mal existia de novo — a Nação estava dtjbarmnda, e à facção pôde triuiufar! ' Concidadãos dd Guoída Nacional; qiiílo dif-fvrcnW é hojêtrnwssàsíítinçãô ! Agueirldôb tuui-tos, yffcilos ás AYitins todoá, e nnanrmemente decididos ri rnorrfer pela nossa Shntu Causa, a Causa dn'Poí(i, qdu é a Cousa cia verdadeira Liberdade; vós, -hoje xòinbaei dcsac pútihado de baionetas meicenanas vendidas no'ouro estrangeiro, que nos pertendeiri eSCravisar, e que por todu a p;irlé põí oikJr; paísam , -bem cfaro tutu fnostrndo o seu fnn principal , q;ie e' o de roíibnr.-

Camaradas! lia qiValbrzc nnnos, está rnos-ma facção vinha conl ontru mascara «ada Santa Religião') qun Osciirnecum ; hoje até Iheser-vio a «du Liberdade" c]ue detestam'! Então blasfemavam de Deos, em quem não criam ; hoje blasfomatn da C&rla , que elk-s rasgaram ! Reparai benl, Vede quem ap|),trece ú frente dos Rebeldes.'-«-li1 o ineiiito quê em 1823 nh Praça nlais publica desta Capilar calcou aos pe'â õ laço das cores Nacionaes; e são essas mes-mí»s cores que agoira se atro*u a arvorar!

Querem outra vez beber o sangue do Povo ; /nas desta vez odiarão o Povo insVrutdõ e armado—que vênharri , e verão qual é o sangue que ha de correr.

Camaradas da Guarda National! A imiheti-sa força duvtrásos brhVos e numerosos Butalhòtis não prédsa sahir a carrtpo contra tiro poucos

e pequenos contendores; bastam alguns d'cntrr> vós, que vão a ser organisados para o serviço mais activo conforme as disposições do Governo.— Estou certo que todos amV/icionaes esta distincção; mas convém Hm i ta r o vosso zelo generoso.

Camaradas! O que sobretudo cumpre, é conservar a disciplina, sem a qual os mais valentes Exeicitos não vencem ; para que se possa mandar'com acerto, é precisto ebedícrr com ordem : com ordem e subordinação podemos tudo, sem cila, nada poderemos. Eu conta com a leal cooperação dos Cidadãos da Guarda Nacional, assim como ellcs devem eontar comigo.

Senhores Officiaes, Oíficiaes inferiores, e Soldados da primeiia linha; nós lambem somos Cidadãos, e também somos^poro; a. vossa causa é a mesma, seja pois cordial a nossa união, c a victoria, rião pôde ser duvidosa.

Viva a Sania Religião, Viva a Libcidade, u a Constituição sabiamente modificada pelas Cortes Constituintes, Viva a Senhoia D. MA-RlA II, e seu Augusto Esposo.

Lisboa, 16 de Agosto dê 1837.= Visconde de Reguengo. '

Parte não OjficiaL

f SESSÃO EM 16 HE AGOfcTO DE 1837.

As onze horas e meia abrin-sc a Sessão, e estavam presentes se lenta e três Senhores Deputados.

Leu-se a Acta que foi approvnda.

O Sr. Branquinho Feio, Ferreira de Castro, e Lopes Monteiro mandaram para a Mcza de-cl^açòes de voto. '

T) Sr. José' Estevão pediu que a Conimissrio de Guerra de'sse o seu parecer quanto antes, sobre a Proposta do Sr. B. da Ribeira doSobro-sa, em que propõe que se dê soldo, e vencimento aosCorpos da (juarda Nacional mobilisudos.

O Sr. Lacerda disse que a Commissão de Guerra núo tinha ainda dado o seu parecer, porque a proposta ainda lhe não fora t,tiinettidu : que a Couirnisíão estava muito lôduzida, porque muitos dos seus Membros estavam einpicgculos em Commissões pelo Governo , e era portanto necessário que se lhe reunissem mais alguns Membros.

O Sr. Gozar de Vasconcellos observou que o Governo mobilisando parto da Guarda Nacional , estava lambem aulhorisKido para lhe abonar ^'vencimentos.

O Sr. B. da Ribeira de Sabrosa disse que «i Commissão de Guerra esi'ava reduzid.i a ires Membros; que o Projecto fora remetlido ;i Commissão de Adminisliação Publica , e quu «sla. Commissão.ainda não convocara a do Guerra.

Terminou este incidente,-c

O Sr. Lopes Monteiro disse, que a Commissão de Legislação linha 'prompto o seu Parecer sobic a Proposta do Governo relativa ao Registo Civil da Casa de Braga tu; ti.

O Sr. Leonel como Kelatoi da Cornmissão tcvu a palavra , e leu-o.

O Sr. José Estevão jwdiu que te* disculisbe j:í este Projecto cuja urgência era reconhecida, do iodos. '• '

O Sr. jMcnozcs oppoz-sc á urgência para já.

O Si. Leonel disse, quu queria pedir ijw se tratasse j;i do negocio, e dai as la/.òos porque o pedia. ( Vozes = não é preciso.)

Consultndo o Congresso, decidiu que se dispensasse a discussão na generalidade, e que se disculisse já na sn;i espectelidade: passando ao Artigo J." foi rtpproVudo st-irt discussão.

Os Artigos 2.°, 3.°, 4.°, e 5.°, que compre-llêndem os autos de Nasciuíento, Baptismo, c Casamento, depois de pequena discussão sobre cada um dcllus, fortim approvados soífreiidoal-gumus entendas; sohre o Artigo 4."

O Sr. Almeida Garrett declarou que só queria emittir o voto de que o turm» do Baptismo devia ser lavrado pelo Ministro da igreja que o administrasse, porque lím termo de Sacramento lavrado por um Ofiicial -de Secretaria, era urha cousa indecenltí, dbsurcfa, e scisma-ticá.

O Sr. Barão da Ribeira, de Sabrosa propO2> que a parte do Projecto vencida se reduzisse ;i Projecte» de Lei, e o ru3to;Hcasse para iur dis-etrridqveiti butrá-ótícftáiãò. •'

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DIÁRIO DÓ .GOVERNO:

- O- Sr. Leonel pediu, e obteve a palavra para; IGr o Purecer da Commissão de Legislação so-'bre a Proposta do Sr. José Estevão, e é o se* guinte:

Projeòio-dc -Lei. ~ Art: 1." Toda a Authoiidade Civil de qualquer ordem .qtie seja., todo^o Official Militar dá qualquer graduação, .que estiver sustentando a auoíida. Carta Constitucional de 1826, ou a vier a proclamar, ou estiver reunido, ou viera •reunir-se" a quaesquer que a estejam sustentando, ou a vierenva proclamar, sào declarados rcos "de Lesa Majestade.

. Ait. 2.° Toda a Aulboridade Civil de qualquer ordena-que seja., tõdí> o Official Militar de qualquer graduação, que obedecer a superiores ,seu's que estejam sustentando a abolida Carla .Consiituc.ioiiBJ de ÍÔ26, ou cumprir ordens que tendíim manifestamente a sustenta-la, ou pro-iclama-la, são iguuUnente declarados réos de Lesa Mngcstade. «

-Art. 3.° O Governo poderá demittir a todos o» Oilkiaes Militares de qualquer graduação, que se achem nas circumslancias marcadas 'nos àrtigob antecedentes, sem preceder sentença •de Conselho dtí Guerra, c igualmente a todos os Juizes quu ern iguaes casos se acharem ; não .obstante a inamobilidadc que as, Leis lhe conferem.

Ait. 4." Ficam revogadas todas os Leis em contiario.

Pelncio das Cortes, em 7 de Agosto de 1037. = Jose\Estcyão 'Coelho de Magalhães, Deputado por Aveiro.

O Parecer, da Commissão ieduz-6e a que o Governo, pelos poderes extraordinários de que •está revestido, tem authoridade de poder demit-nr os Olficiacs Militares.

O Sr. José Estevão puditi que este Projecto fosse tomado já cm consideração independente da impressão, e de todos os mais tramites do •-Regimento; que objectos de maior transccn-'dencia se tem decidido no Congresso sem essas formalidades, como foi a suspensão das garantias; e que isto não era maii que uma declaração dessa mesma suspensão, e até pedia que as CòrtPs se declarassem em Sessão permanente ate que o tivessem decidido.

Havendo qiiefn íi/ressc mais algumas observa-çõfá sobre

- Passou-se á Ordem do Dia, o ilequerimen-í Mo do S'r. Pizarro .para a-discussão da Constituição.

Teve a paliVvfa em primeiro logar • O Sr. Pigarro, que etu um longo discurso; sustentou a sua Proposta.

O Sr. Barjona fallou no 'mesrno sentido. ' O Sr. M. A. de VasconcelLos foi de diversa' •oprhiào.

O Sr. Presidente observou ao Congresso, que Jundo -dado a hora para o expediente não podia oóntutear a discussão sem que >se prorogas--se -o 'hora.

O .Si. Derramado pediu ', que visto ter dado . a .hora se passasse .ao expediente, ficando a quês-lio udcliada para áiiitinhâ, e que para então se convidassem os Almutros 'da'Coroa paia assistirem á Sessão, como mais conhecedores do estado do Paiz. •

•Q Sr. .ÍVImislro das Justiças pediu o palavra pnrn mformnr o Congresso do estado do Poiz, e leu dous Boletins que tinha recebido o Governo, um de 15, e--outro-de-16 ; o primeiro! participa.ndo qiiu pelas marchas do Barão dei 'Bormfim .devia entrar hojo-em Coimbra, e o segundo que tuna partida dos revoltosos, alguma cavallciia , e infantes tiffbnrn entrado nus Caldas. Accrescentou S. Exc.* que o-Governo já tomara as providencias quojiilgou convenientes. Suscitando-se questão sobre o Requerimento. !do'Sr. Derramado, foi rútirado pelo seu aucior; porém o-Sr. 'Midosi disse que o fazia seu; e continuando a .discussão sobie elle, foi também, retirado por consentimento do Congresso, e de-"clarando que o Sr. "MídOii estBva'no'seu direi-1 to quando o fez. v- j

O Sr. Ministro dos Negócios do Ruino, por' pai te do'Governo , olTeraceu tuna'Proposta para que todas as'Cartas de ULei,'Decretos, e', urais papeis que 'precisam da 'ossignatura de Sua 'Majestade possam ser assignados dcCban-J cdlUi durante 'o tempo em que Sua 'Ma^Uade o não podei'fazer, -pela occasiâo de felicitar o Kcino com o J/erdeiro da Coroa, e pediu .-as ,,urgf-ncia do negocio.

O Sr. Leonel disse que o negocio era urgen*

te, e votava poi eíla, e pedia que. fosso, já a uma Commissão,, e que o Congresso se declarasse oo> Sessão permanente ale' o decidir.

Consultado, o CoJigressp decidiu,:

1." Que -o negocio e urgente.

2." Que vá a uma Com missão cspçcia-ii

3.° Que se declare Sessão pernianente. -. 4.° Que aComtuissão seja de três Membros nomeada pcln Mesa.

O S.r. Presidente nomeou os Srs. Garrou, Midosi, e Lourciiço José Moniz, e a pedido da Cotnmissão foi-lhe unido o Sr. J. Homem Corrêa Telles.

A Comrniseão foi roupi'r-se, e a Sessão• in-terrompcu-ão eram 4 borós.

A's 4 horas u meia abriu-se de novo a Sessão trazendo leduzida a Projectojje Lei n Proposta do Governo , a qual propunha que a Chuncella fosse posta nu presença do Ministro db Ruino, e de Sua AIt»zu o Príncipe Esposo de Sua Magcstade; a Commissão era, de parecer que fosse na presença de tvdo o Ministério; e o Congresso depois de alguma discussão decidiu que se dissesse na presença do Miwsíeriq.

Foi assim approvado e remeltido á Counnis-são do redacção, que nada lhe alterou, e mandaram-se tirar os authogrophos, que tondo sido assignados, nomeou o Sr. Presidente a Deputação que os ha de levar ú Sancção Real.

O Sr. A. Garrett mandou paru a Mesa a. seguinte declaração de voto. — Decluro que fui do voto que o Registo Civil dos Príncipes, e Infantes destes Reinos fosse lavrado pelo Ministro Secretario .de Estado dos Negócios do Reino, como Escrivão que e da Puridade d'ante 'os Srs. Ruis deste Reino.

O Sr. Presidente deu a Ordem do dia pnra a Sessão do amanhã, e levantuu esta depois das b horas.

NOTICIAS ESTRANGEIRAS.

FRANCA. — Parti1, 27 de Julho.

Uns cem desgraçados sem asylo algum , u 1 atacados da cholera em Palermo jaziam moribundos na rua, até que alguns Fruncezea pozerarn termo a tão lastimosa sccna. Para provar ao povo que o mal não era contagioso, •aproximaram-se aos enfermos abandonados , e lhes administrarem remédios. Commovido o povo da carita dei bravi Frauceíi, uniu-se a el-les, e desde,aquelle momento não desamparou os pacientes.

A rnesma carta que refere e≤-facto, dá tombem os pormenores seguintes:

Palermo, c seu território formam uma im-mensa planície circular, inteiramente fechada por elevados montes, menos pelo lado domar;' é por isso que os miasmas s» amontoam alli,j sem que os ventos possam dissipa-las. A. cida-j de é além disso muito húmida ; lod.is as casos tem a sua fonte em cada'nndar até ao ultimo,, esta circiitnstancia contribue para augmentar o mal. A urna milha de Palermo ha algumas1 casas chamadas Tencsinn. Nesta pequena aldeã; não vivem oenão lavandeiras, cuja» habitações stão cheias de poços de agoa. Do 70 pessoas que alli residiam acabam" de morrer 50. (

Quantos são atacados perecem , uu« «m .poucas horas, c outros em meio dm; mas poucos duram mais de'S4 horas, isto nãosiirpr-cuderá, sabendo-se que oa meHicos de Paleroio fugiram, equecadn um dá aos6eus tíiiiennos remédios differentcs.

Geralmente díio azeite pnra promover o vo-l mito, ou gelados para-opago-r u sede ardente dos enfermos. Parece, nào obstante isso, que os únicos que tem resistido ulé hoje, tem devi-; do-o prolongar a sua dolorosa existência ás pi-! ulas do doutor Slradge, compostas de mercu-', rio doce, ópio ctn pó$'c ipecacuanha. O effsi-, ;o delias o o de conter a dysenleria*. Depois jue isto se.consegue a^uioibirum-Bo os purgantes. Sjf • . {

Palettno necessita SeSle momento de medicosj Francozes, que seriam r«cebidos como outros! -salvadores, e augrnen-ta-riarn a triplicada repu-' tacão de valor, civilisaçãd, e philantropia da:( sua'nação. -Estes médicos'deveriam trázarcom-' sigo os remédios eartigos-necessariospara ficu-f porque á exccpçíto'da linhaça, =de'tudo o? mais, nrelusas as sanguisugas, Ua aonaior es-, cassez. 'Devem apressar-se a vir directamente,; porque se se demorarom, '0eos'6al>c em iqoje 03-' lado acharão a infeliz Palermo! (Temps.)

'Do Couricr i/ílíemcmd'úfíití\o$ -as seg-ui.ntes j •«flexões sobre o decreto da-exa-itoção doJEÍeijj de'Hannover. < l

'Alguns j«riseonsiih(}s'pret8ndom que o Sobe-'

ra.no tam.direito ap-subir ao lhrono.de revoga^ os ac.tos de seiís; predecessores,' ainda que estes-sejam legais e consLitucionaes,' se^siiiíilhanle, ;aiedida' t'3.r dicÊada pelo interesãe geral., Está íidea ç dçinasiádo .vaga, e poderia servir de pré-. textç>. par» (JCt,os.il.legaeâ; também ajuntam es-tesjur.isconaultòs, q"uu. o Çoberano' não pôde usar deste direito, sc«ào na ausência de disposições' legues contrarias. Mas Mr. Maurinlucher pré- , tende que o Soberano está obrigado a respeitar os actos constituciondes de seus pVedecessores. . Lê-se alem disso na a.cta. fuial do Congresso de Vienna, .«rt. 56, que as Conatitiiiçoc* em vi-: gor nào podem ser modificadas senão segundo its formas constitiicionaes'. Donde res'ullá por indacção, que o Rei Ernesto não linha direito de revogar por um acto de sua Vo"ntade a Con-. stitmção Eiannoveriana. O Ministro'que concebeu similliantc acto, iricorreu n'umu dobrada responsabilidade*, porque presto» lím juramento incompatível cúim a Constituição em vigor, e porque assiguou urn decreto que violou a nossa Constituição. Esta responsabilidade aggra-va-sc cada vez mais se se considerar que o Soberano está obrigadp, segundo as leis e coatu-mes, a prestar jurAincríto á Coustituição ctn vigor. > _ (Stècle.)

Julga-se que se vão tomar disposições reci-procuâ' a respeito da Sardenha , que a'caba de fechar os seus' portos ao's oossps navios yin-dos de Marselha.

O Príncipe hereditfírio,_ filho $n Rei Bcrnar-, dottQ (Carlos João), chegou a Munich a 20 do Julho, Duorn que deve vir passar algum teiti-' pó em França, e assistir'á> ma'nobrás de Corn-píègne.

HÍI alguns dias que se aniiuncia na Suissa n pros.tma chegada do Príncipe Napoleão LmX Buonapnrle á casa de campo que habita siiu mãi a Rainha Hortênsia nas margens do líigr> de Constança. Esta viuda ineeperad.i, .a' nuo ser para os amigos íntimos do jovcn Príncipe,' c um acouleciinenta da alia impprtancia para » Suissa. Os Governadores dos estados visinho» não podem permanecer indilterentej u estea"coi)»' tecimento, e os membros da pequena corte du Arniarnberg não devem esperar serem trastndo$ para o futuro COMI mais indulgência que os rer fugiados, cuja expulsão decretou oDfeta"oan-n.o passado. A Suissa fana mal em não tomar a iniciativa n'uuia'medida que ais pertencias estrangeiras não se demorariam e'm're'c'lá(por delia indubitavelmente.

A noticia da volta do Prirrcipe Luiz Nn'po-leâo tem produzido já uma grande sensação na Suissa. Teme-se, com alguma razão, que esta parodia da volta da ilha d'Elba não annuncie, da parte do joven aventureiro, intenções de reproduzir aqui asscenas deStrasburgo, comi isco de .compiorneUcr^ .de uma ou.de outr.a uoa-ncira, opoiz pnde vol.ta a residir- .fulga-se não' obstante isso, que experimentará fflgunía» dif-•ficuldadcs ao atravessar a Alltímanliu ,para vu á SuissaT

Amigos ou inimigos.da França, 93 .Governadores Allcmães.estòx» .igualmente inturessa.do,3 em recusar a pas.sagcin aquelle Imperador dq^ Franceses in -partibas -invocando deurn^ vê/, as recordações dacqpublica e do império, e ai-' ado, senão '.por inclinação, ao menos pelii lecesiidade , com todos 05 .inimigos da ordem de cousas actual que a ;Ruropa encerra. Er{i todo o caso estamos cerlos de que os projecto* que podesse ierpqontui a paz e tranquilhdade da França obteriam p,mesmo resultado que a sua precedente tentnti.víi, e que desta vez uma justa severidade castigaria a s'ufi criminosa ,e desleal reincidência. (Jourriál de Paris.)

HANNOV.ER. — IQ.de Jul/íó.

Acíiisr ()ue soííro nest«-n>oniento'a nosí.u.Cpris-tituiçáo s«.prolongará ale' livoUn dolít-i, dos banhos dtiCarlsbad. Não ?n sftln: ainda BC "ó Rei convocará os antigos estados, ou os a«t(|fies para lhes submctter os seus projectos ácercp da novajConstituição. Sugundo o= rumores qW circulam muilos-votos se pronunciaram a ..favcjr desta ultima riiedida no conscljio de .Ministros Oconde de Munstor .eiMr. d.e Scluel farãp.pfD nveUnente .quo se:fldople,a suaíQpiiiiãa nc^'t! ponto. Tcíii-se idesveíado (río s^r/viço de li«í.u novcr, ,e jVír. Scheel pertence,w,pçriçtdq(Wf;sl ljahOfSJno, como.pcefeitòide Osnab.Vucd, c,on lheiro d'Estado érn Cossel^ ,e/E.flnbaixa'd.of (é', Municlu Considpra-ae como .de -bom ,o.ganfo nomeíição de umn,com'inissã.d.e,'jp'eci.aj,,/encarr'' gada.de espfossar a sua .op'ini,uo spbre (á ,qu^ úo de saber.ate •que.poalo' .J,obrigatória pá; o'Hei ^-Constituição. •' ; .

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«4U

DIÁRIO DO GOVERNO.

corte de Harmover, está constantemente aqui desde a chegada do Rei. Sabemos que porá o futuro fixara a sua residência nesta cidade, até agora teve-a em Cassei porque está também acreditado na corte eleitoral. As negociações

Duas Sicilias.

PAJ.ERMO, 12 de Julho. — Não se pôde formar uma idda da consternação que reina nesta povoação. Morrem diariamente 800 a 900 pessoos, jú não se enconlra quem conduza os cadáveres fora da cidade. Começamos a carecer de tudo, os viveres escacenm todos os dias mais c mais. Todas as lojas estão fechadas. O povo roubou os armazéns, e'declarou :'is pessoas distinctas e ricas, que buscaram fora da cidade um abrigo contra o açoute, que se não lhes enviassem soccorros queimaria os seus palácios. Muitos médicos tem perecido ás mãos da populaça porque não queriam assistir aos enfermos. Os soldados enviaram-se para oa campos circumvisinhos paru procurareui viveres. O Cardeal, chefe da igreja, morreu hontcm, e esta manhã a mulher do \ricerey.

Nápoles, 15.— O estado sanitário desta cidade esta longe de melhorar, a mortandade e ainda de 300 a 400 pessoas por dia. A Chole-la estende seus estragos por todo o reino. A tran-fjiii l lidado publica não se tem alterado.

Escrevem de Vienna em data de 13 de Julho o seguinte:

Dcsdn Ironlem assegurava-se que a Rainha de Nápoles, Archidnqueza de Áustria.,' tinha morrido da cholera; mas noticias recebidas directamente de Nápoles nada dizem, e por isso niesrho devem repular-se falsos lues rumores. Também se dizia que as cartas de commercio tinham annunciado que o Rei de Nápoles se achava . atacado desta cruel enfermidade. Não obstante isso, estas noticias tem causado a maior sensação em Viennn, e estes receios, ainda que infundidos, entristecem a nossa povoação tão affeiçoada á jovcn e interessante Rainha.

(Gozeite de Jlugsbourg.')

LISBOA, 16 DE AGOSTO.

A MISSÃO dos revoltosos parece diíTercnte da que ostentam'. Affectam restabelecer a •Cnrln que rasgaram, que associada aos seus nomes tornaram odiosa; rnas tractani principalmente de extorquir dinheiro, e tudo o que o vale. Assim forçaram os habitantes de Cas-telloBranco a unia contribuição de 4:000^000 réis —a«iin os saquearam de cavalloa, gene-TOS, pr*las, ejoias, sem excepção dasda Mitta ; cquundo nada julhos restava a ti rã r, marcharam sobre Coimbra para alli fazeiem outro tanlo.

Comefieitoj havendo entrado naquella Cidade em a tarde de 10 do corrente, 20 cavai-los, foram no dia 11 amanhecer á Figueira da Foz; porque lhes constou existir algvtm dinheiro nos cofres da Alfândega. Levaram Ires contos de reis, sentindo minto .acharem tão diminuta quantia. Fizeram em Coimbra todos as diligencias para descobnr o dinheiro daquella Conladoiia, qne todavia se tinha posto em segurança ; e ignora-se se levaram avante o seu projecto do contribuição forçada de 3:000^000-réis. A 12 mandaram 40 cavallos sobre Leiria; porque icceavam lhes escapasse algum pouco dinheiro, que lá estava nos cofres públicos. Os 40caval!os chegaram áquclle ponto na'tarde •do dia 13; e o resto, depois de repelir em Coimbra as violências que praticaram na Beira Baixa, « desenganados de que no Porto, cora que cTantes tanto contavam , só conseguiriam sua total anniquilaçâo, marchou na madrugada do dia 13 também sobre Leiria, onde deve ter entrado. Miseráveis! na Estremadura, que já os repelliu, vem outra vez tentar fortuna, e en-•contrarâo a sua ruinn.

Eis-aqni os novos proclamadores da Carta do 183G reduzidos a um grupo errante, cuja jiissâo principal c lançar derramas sobre os Dovos, e espoliar os cofres públicos; ajuíze •gora a Nação á vista de factos, que differen-a existe entre taes campeões da Liberdade, e

os Remechidos c Bsioas, débeis e criminosoá restos da tyrannia de D. Miguel.

Tentar imbutir á Nação uma lei fundamental á testa de duzentos cavallos, na presença de um Congresso Constituinte, que delibera maduramente sobre a reforma do seu Código Político, é o ultimo remate de loucura 'e do crime. Esta rtíbelliâo já nào tem plano político , desconcertada em todos os seus meios, degenerou inteiramente; — as suas operações são correrias desconcertadas, que por ventura poderão durar alguns dias, — mas nunca tefão outro resultado senão a momentânea perturbação da tranquillidade, simplesmente nos pontos.do • seu criminoso transito. O'Governo de Sua Ma-gestade'» RAINHA, intimamente ligado á Na-ção represen^fla em Cortes, decididamente confiado na justiça da sua Causa, em posse de recursos immcnsamente superiores aos de urna facção tno debil> como desacreditada , em brí-ve entregará á severidade -das Leis esse bando de infelizes que sedeixarnm fascinar. Para conseguir a unidade de'acçfio, e'mánier inaltera-«cí a tranquilhdade publica, foi confiado o Cotnmando de todas as forças da Capital ao sempre denodado 'Visconde do Regucngo. A facção que leve o arrojo de chegar ás Caldas da Rainha n'uma das suas correrias, tení im-mediataincute de dispersar-se, ou, se tanto por 'der, fugirá pelos descampados do Alerntcjo.

POR não ter chegado o Correio nem de Segunda feira 14 do corrente, nem o de.ho-je, não recebemos Folhas de Madrid, por isso nada temos dito a respeito daquelle Reino, o que faremos logo que nos vierem á mão.

SERVIÇO DE MARINHA.

Registo do Por Io em 15 de y/gwío de 1837.

FMBARCAÇÒES ENTRADAS. '

BRIGUE Portuguez = Africano — Cap. Silve-rio Manoel dos Reis, de Pernambuco ern 08 dias, com assucar, couros, e outros géneros, a António Joaquim de Oliveira, 18 pessoas de trip., e uma. mela.

Escuna Ingleze = Puella = Cap. William Timothy;. de Liverpool em 10 dias, com fazendas, a Henry James, 9 pessoas de trip.

Cahique Porluguez = Senhora do Livramento e Almas. = (Apresado pela Repartição d'Alfândega) Mestra Manoel Rodrigues, de Faro era 5 dias, corn pipns yasins, e encormnendas que trouxe de Gibraltar'; 9 pessoas de trip., e 5 marinheiros do Cahique Guarda Costa, que fez apprehenção. ,

EMBARCAÇÕES S AJUDAS. ' ,'

Chalupa Ingleza = Morning Star. = Pertence á Associação denominada Royal Yaclit Club.

Hiate Portuguez = Andorinha do Lima = Mestre João Rodrigues Lima, para Vianna com arroz, lá, e 11 passag.

Iliate Fortugiie/: = União = Mestre Manoel da Uosa', para a'Ilha de S. Miguel, com pedra de cal, cncornmcndiis, e 3 passag.

Hifite Port iiguez = Fel iz=r M estie João Ba-plista, para Cáminlu, com sal, encoui metidas, o 38 passageiros.

Baico Portuguez — In veja = Mestre Pedro António, para"Setúbal, com encommendas.

Barco Poriugtiez = S. VicenteFerrer= Mestre António Pereira dos Sentos, para Setúbal em lastro.

Rasca = Senhora do Carmo = Mestre Joaquim Ribeiro, para a Figueira em lastro.

Rasca = Senhora do Rosário = Mestre José' Pereira, para Olhâo, com sal.

Bateira = Nova Piedade— Mestre António dos Santos , para Vi l Ia Nova de Mil fontes, em lastro com l passag.

Bateira =S. José = Mestre José de Oliveira, para Villa Nova de Milfotiles em lastro.

Bordo da Corveta D. João 1.% surta aã enseada de Paço d'Arcq^ em 15 de Agosto de 1837. = António Gabjjjl Pereira Pessoa, Capitão de Fragata, Commandante.

AVISOS.

N "o dia 26 do corrente, pelas nove horas da manha, na Praça publica do Concelho de-Almada, perante'o Administrador do mesmo Concelho se ha de arrematar a madeira do extincto Convento do Sobreda«, que vai a ser demolido, avaliada em 300/000 rs.

ACoMMissÃo interina da Junta do Credito Publico faz saber a todos as pessoas que entregaram Apólices de 6 por cento para serem i u vertidas, que ae acham promptas as Inscri-

pçõe».correspondentes ás.entradas ate' n.° 1:409, devendo apresentar asCautelns na mesma Com-missão no dia Sexta feira 18 do corrente, e nos seguintes, pnra serem resgatadas com a entrega dus Inscripçôes, na forma do costume.

Cominissâo interina da Junta do Credito Publico, 16 de Agosto de 1837'. = fgnado Ver. golino Pereira de Sousa. .

AWNUNCIOS. ' '

T^EircuNO Josí Alves Vianna, e. António de Almeida, t. na execução que movem pelo Juízo de Direito dn 3.» Vara, Escrivão Coutinlio} contra António José dos Santos , do sitio de T/lliciras, por mais de 400$000 rs., lhe fizeram pinho» em duas juntas de bois, na eira , carro , frucloe pen-dentcs.de uva,' azeitona ,' e outros géneros; e como o executado te retirou cftm os bois e carto-para itludir a cxecuc,3o, os annuiicianteg previnem , que ninguém contracte com elle a respeito destes bens, e inícios , porque os Lio de reclamar de qualquer pesson em cujo poder se achem, usando para isso de todas as'ac<òc8 p='p' que='que' lhe='lhe' competirem.__________________='competirem.__________________'>

PBLO Juízo

"o Juízo do I'a/i e Órfãos da Kreguezia de Senhora da Pena desta Corte, se está procedendo a Inventario por fullecimento j^f de José Maria ileLarà, de que é inventarianlo do dito D. Anita Alaria tio Carmo La-rã ., por cujo motivo se chamam Iodos os credores ao mencionado casa l, para qne hajam de comparecer no dito Juízo, no dia 31 do corrente, As 4 liorns da In r de, afim de legalijarem se a 8

créditos na presença do Concho de familin.______________

FJsto Juízo de ('«z d» treguczia dos Anjo* se ha deven-,Jr der cm hasta páblica, no dia 2 de Setembro, pelas J l hoias, na calçada do Kuruo de Tijolo n.°4fi, um foro de 61 alqueires de trigo, imposto rrn Tarjai propriedades silas na Prcguezia de Biiccllns, do que & directa senhoria D. Jonnna Victonna Rita da Silva , tiuva de José António Monriio, e emphyteuta Maria do Carmo Gomes, o qual se vende por deliberação do Conselho de família, pêra pagamento de dividas do casal do dito fallecido.

"ASSOCIAÇÃO MERCANTIL LISBONENSE.

t- A DiBkCçÃo du Associação Mercantil Lisbonense convida _c\_ a todos os seus consócios n, comparecerem na casa da mesma Associação, rua direita do Arsenal n.°'60, no dia Sexta feira 18 do coirenle, pelas 8 boras da noite, a fim de ouviiem o relatório dos trabalhos da sua Direcção e Conselho, e o calado de seus fundo;; e bem assim para se eleger nota Mesa e Conselho. . Espera da benignidade de todos os Senhores , que n.lo faltarão a, e«le convite.

A AnsF.MBr.EA Geral da Companhia de Pescarias Lubo-_c\. nense ha de reunir-se no dia 91 do corrente, Seg-un-da feira, is 6 horas da tarde, no seu Escriplono no Paço da Madeira. Secretaria da Assemblea Geral da Companhia de Pescarias Lisbonense, 16 de Agosto de 1837.—Felix da Cos-ta Pinto, 1." Secretario.______________________

AvroNio Alves Mineiro tem contraclado a compra de umas terras, e moinho, em Rio de Moinhos, districlo de Aljrantes, pertencente a D. Maria Ignacm Morena, e D. Anna Ignncia Mo^ rena, como hordeiros de José Joaquim Moreno: toda a pessoa que se julgar com direito a cqpteslar a dita renda, o deve deduzir no termo de 15 dias, findos os quaes se haverão por livre", e desembaraçadas para a sobredita annunciante, o que faz publico pelo pre»enle anmmcio.

„ /~\VINTÍ feira 17 do corrente, pelas 4 horas, continua v^J o leilão dns fazendas do fallecido José Faustinn da Silva , iua das Pcdrns Ncjrras u "30 A. 1.* nnd.ir, havendo-se feito considerarei iliBiiniiiçSo nos preços d.is primeiras staliaçiJes.

LrtuiEii, devidninenleaiilhorijado porC,

Ordens, que recebe» «m 11 do corrente, ha de tender em leilão publico, noa dins Quinta feira ) 7, 18, e 19 du corrente, ús 11 horas, na iua de S. José, palácio n." 190, a Anuiinrmda, riquíssima mobília de casa, cujo dono se adia em Paris, e coiinta de cnma frnnceza com armação, sofás grandes, (rumos, cailfi-rãs. ronimodaí , mesas de inusaico , o outras de jogo , e jardineiras, boas liambmellas, tapetei, foi lê piauno r harpa, ilivans, muzuu , boas pinturas, ilescrt para mesa de 50 talheres , prata, jóias, enfeites para mesas de sala, ensines, louça, billiar, lustres, e candeeiros, uma canungcm boa, e outra menor , carrinho com quatro rodas de cabeça , se?u demolias, 5 cavalloa e arreios; e também está nulhorisíuín para arrendar o dilo palácio, lodo ou em, departamentos, por um ou ntnis nnnos. ,0 /~VUBM quizer comprar dom prazos foreiros em Ires vi-

v^ das ao Exrn.° Ma>quez dePenalva ..sito» um aã rua nova da Alegria n.° 41 n 43, c outro na calçada uova da Patnarclial Queimada n.° 83 a 2f>, falle com sua dona, moradora nas mesmas n.° 41, g.° andar. j. ^~\CEM quizer tomar uma loja de pasteleiro com os seua

\í£ pertences, dinja-se ii rim do Alecrim n." G a 7, 14 acliiuA com quem faça u seu njnslc. ________________

HAPEosdeboa qualidade a 800, 960, e 1^200 rs., na rua da Prata n."'l08, 1." andar.

THE ATRO N. DÁ RUA DOS CONDES. \UINTA ftjira 17 de Agosto de 1837, nãopó-£, de haver Espeqtaculo .por ser necessário et\=,aiat a = Familia de Anglade = Gvoniii;l>rn-tna em 3 Actos, e a Farça o = Maníaco = que se ha de representar Sabbado 19, em Beneficio do Sr. Dias.

LISBOA : NA IMPRENSA

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