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feito, do pouco escrupulo, que aqui ha em os inventar falsos, ou tirar conclusões erroneas dos verdadeiros; nunca, nunca se me fará tal imputação.

Sr. Presidente, perdoe V. Exca., e perdoe esta Assembléa, que se dignou ouvir com tanta attenção a míuda historia de tudo quanto foi necessario, para eu me despersuadir da minha querida idéa de uma camara só para fazer a lei: e quem poderá resistir a estas provas, a tantas experiencias, e transmitidas por uma nação como a França? (Apoiado, apoiado.) Não foi inutil quanto tenho exposto neste miudo quadro. Mil mudanças, mil contradicções, erros, acertos, tudo; só firmeza em excluir a idéa de uma só camara. Nada póde haver mais convincente que esta historia exacta, simples, sem disfarce, e até sem eloquencia, para maior convicção das desgraças deste grande povo, deste povo, que como com tanta razão diz um dos seus mais elegantes escriptores, Chateaubriand, está ha meio seculo a fazer experiencias em politica; e não seremos nós uns loucos, se dellas nos não aproveitarmos?(Apoiado.) Quatorze vezes pelo menos organisou a França o seu poder legislativo, e só nas tres primeiras seguiu a forma unitaria, e nunca, absolutamente nunca mais. E isto é de pouco momento? Temos nós maior sabedoria, temos nós maior amor á liberdade? Ah! O ceo nos preserve de vermos os horrores, a que o excesso desta levou aquelle povo.

Sr. Presidente, um piloto condtaziu tres vezes o seu navio por um baixio, em que outras tantas esteve perdido; melhor avisado tomou outro rumo, e tem pelo menos onze vezes feito com segurança a sua derrota, e sem perigo; pergunto quem será tão imprudente, que vá pelas primeiras paragem, e abandone as segundas í Eu certamente não aconselharei esta loucura a ninguem. Pois, Sr., Presidente, eis-aqui a historiado presente caso. A França mudou tantas, e tantas vezes as roas leu organicas; esteve em circunstancias de poder constituir-se perfeitamente á sua vontade, em estorvos, sem influencia alheia, sem coacção alguma, principalmente em ISSO quando, além de haver afastado de si Carlos X, tinham os seus legisladores oitenta mil guardas nacionaes armados em Paris, e decididos a sustentar contra toda a opposição a sua nova constituição; e então, Sr. Presidente, porque razão não estabeleceu ella uma camara só? Porque o não fez? Porque? Porque ficou tão escaldada das terriveis experiencias de 1791, e 1793, que nunca, nunca mais ousou tenta-la. Como póde ahi lembrar se alguem, como querer que nós façamos, o que lá se não atrevem a fazer? Não posso, não posso, por mais que o deseje, resistir a este grande exemplo: voto por duas camaras. (Applausos.)

O Sr. Presidente: - A deputação, que ha de ir no dia 1.° de Outubro assistir ao baptismo do Filho primogenito de S. M. é composta dos Srs.

Visconde de Fonte Arcada.
Barão de Faro.
Barão da Ribeira de Sabrosa.
Vasconcellos Pereira.
Midosi.
Sá Nogueira.
Almeida Garret.
Silveira Lacerda.
Marreca.
Theodorico José d'Abranches.
José Caetano de Campos.
Vasconcellos Delgado.

A hora já deu; a ordem do dia para a sessão seguinte é a continuação da mesma de hoje.
Está levantada a sessão.

Eram quatro horas e um quarto da tarde.