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do. Isto é uma cousa, que nós tambem devemos tractar para se saber se os Ministros devem ser julgados na primeira ou na segunda Camara, como tem sido até agora. Isto, Sr. Presidente, não é objecto de organisação geral, é objecto particular da segunda Camara; e ha outros muitos exemplos para provar a desnecessidade de destruir esta grande questão, que está dada para ordem do dia; e uma cousa, que os povos anciosos desejam saber, é qual será a organisação da segunda Camara.

Sr. Presidente, quando se tractou do adiamento deste artigo, decidio-se logo que seriam tractados estes dous objectos seguidamente; quero dizer, se haviam de haver as duas Camaras, e qual havia de ser a organisação da segunda, no caso de se vencer que a houvesse? Isto é uma questão muito, e muitissimo importante. Logo deve começar-se pelo que está dado para ordem do dia, rejeitando-se o adiamento desta materia, porque nós não devemos seguir outra mar. chá, senão a que se acha estabelecida. Voto por consequência contra o adiamento.

O Sr. Sá Nogueira: - Sr. Presidente, eu opponho-me ao adiamento por motivos differentes daquelles, que expoz o Sr. Deputado por Coimbra; a razão, que tive para o fazer é esta: a grande difficuldade, que occorreu a muitos membros deste Congresso para que a Constituição se discutisse immediatamente, foi a ausência dalguns Srs. Deputados, muitos dos quaes estavam em commissões; e a final alguns dos mesmos Srs. Deputados, que pugnavam para que a Constituição se discutisse immediatamente, concordaram em que ella te principiasse a discutir no dia 27 de Setembro, para se dar tempo áquelles Srs., que não estavam empregado sem commissões do governo, de poderem recolher a Lisboa; agora que não só áquelles, que não estavam empregados, em commissões do governo, mas tambem os que estavam empregados nessas commissões, estão a chegar a cada hora a Lisboa (alguns já tem chegado, e os outros esperam-se a todo o momento) sendo esta questão tão importante, e tendo sido a razão, que indiquei tão forte para os Srs. Deputados, que impugnaram a discussão da Constituição, parecia-me conveniente que se não tractasse delia, até que chegasse o maior numero de Deputados; isto é, que se esperasse tres, ou quatro dias, e isso tanto melhor o podemos fazer, porque temos uma ordem do dia permanente, temos o orçamento do reino, que está dado para ordem do dia.

O Sr. Barjona: - O Sr. Deputado por Lisboa não entendeu o que eu disse, confundiu a questão inteiramente, perdoe-me o illustre Deputado. Não se tracta d'adiar a discussão da Constituição, muito pelo contrario, eu desejo que nos occupemos deste assumpto incessantemente: discuta-se a Constituição hoje discuta se à Constituição nos dias seguintes sem a menor interrupção; mas, em logar de se alterar a ordem das materias estabelecida no projecto, adoptemos aquella mesma, ordem completamente. As razões ponderosas, que eu tenho para desejar isto, são as mesmas, que ha dias leve o illustre Deputado por Bragança, o Sr. Valentim, para requerer o adiamento da questão do veto, porém mais fartes ainda, são semelhantes às que então me obrigaram a apoiar o Sr. Deputado. E na verdade, a camara dos senadores tem por funcções principaes o modificar as attribuições da primeira camara, e servir de contrapeso, para assim me explicar, já ao poder executivo, já á primeira camara conforme a necessidade; e é manifesto que só depois de se tractar dos entes, que tem de ser modificados, se poderá vantajosamente tractar da entidade modificadora; só depois de se conhecerem bem o poder executivo, e a primeira camara, poderemos graduar o corpo destinado a contrabalançar-lhe a influencia. Termino rogando aos Srs. Deputados do outro lodo da casa, que não confundam adiamento dum artigo do projecto com adiamento do mesmo projecto; eu não perlando mais que alteração na ordem das materias,
que havemos de discutir, quero que se siga a ordem estabelecida no projecto, e não a que se determinou pela ordem do dia. Siga entre tanto o Congresso o que julgar melhor; porém eu vejo-me obrigado a declarar que, não se approvando a minha proposta, me hei de ver muito embaraçado para discutir, e votar nos pontos principaes da constituição.

O Sr. Midosi: - Por isso que esta questão é importante, como se disse daquelle lado da Camara, por isso mesmo é que eu apoiarei o seu adiamento; não apoio o seu adiamento indefinido, mas apoio o seu adiamento até ao momento, em que se publique a lei da liberdade d'imprensa. Não existe hoje senão um unico escriptor, que pode apresentar às suas opiniões em publico; alguem ha, que eu, sei quer escrever, e não o póde fazer em quanto se não publica a lei. É preciso que a nação, e todo o mundo saiba que o Congresso se divide em duas opiniões a respeito da segunda Camara: vitalicia, e temporaria; esta questão ha de ser tractada com toda a vastidão, e madureza; mas esta questão deve ser preparada, e discutida pela imprensa, que sempre é conveniente esclareça em todas as discussões, principalmente era materias desta natureza. Entendo devemos pois passar a discutir o capitulo 1.°, e deixar para depois a organisação da segunda camara; ora a observação, que se fez sobre a camara dos senadores erigir-se em tribunal de justiça, isso não poderá de maneira alguma prejudicar a actual discussão, porque nada têm de commum com ella. E agora, permitta-se-me dizer, já que a este assumpto só alludiu, que estou convencido que, quando essa questão vier perante o Congresso, elle não ha de approvar este tribunal de justiça, essa instituição dos tempos feudaes. Espero que as Cortes constituintes hão de reflectir maduramente antes de votar esse juizo excepcional, que está em opposição com as disposições geraes do codigo, que queremos dar a nossos constituintes. Mas deixando esta materia para tempo competente, e voltando ao adiamento da discussão, digo que quando não fossem sufficientes as razões, por que o apoio, existem aquellas de conveniência, que já apontou o illustre Deputado, que se assenta a u meu lado esquerdo, isto é, o esperar pela chegada dos Srs. Deputados, que faltam; nós já temos hoje tres no nosso seio, e os que não vieram ainda brevemente estão a chegar, pelo que seria muitissimo digno de em corpo, que tanto selem distinguido pela sua prudência, e desejos de acerto, que elles pedessem tomar parte numa discussão tão importante como esta. Por tanto o Sr. Presidente, a prudência aconselha, a necessidade pede, e o decoro do Congresso interessa, que se passe á discussão do capitulo 1.°, e depois se entre na organisação da segunda camara.

O Sr. José Estevão: - Sr. Presidente, mal diria eu que ainda neste Congresso, havia de levantar a minha vós contra um adiamento de materia constitucional........ Sr. Presidente, para se saber como ha de ser a segunda Camara, ha de se saber como ha de ser organisada; se a sabedoria do Congresso entender que convém ao paiz uma Camara vitalicia, com cathegorias, eu esforçar-me-hei, quanto poder e em mim couber, para que essa segunda Camara, não tenha voto nem iniciativa era materia de fazenda, por que não quero entregar a bolça da nação áquelles, que só recebem da nação, e por esse lado está demonstrada a razão dos Srs. Deputados, que querem se discuta já esta questão; quanto a estarem a chegar os nossos collegas, é o ser conveniente que se não vote esta questão sem elles estarem presentes, digo eu que esses nossos collegas ainda hão de chegar a tempo de votar nesta questão, ainda que nós comecemos hoje a discuti-la; em primeiro lugar, a mesa está num erro, e entende que a mesa não tem que dar a ordem do dia, porque julga que passou o requerimento do Sr. Pisarro; o requerimento do Sr. Pisarro foi rejeitado, o que passou foi a minha substituição, por consequência a mesa tem de dar ordem do dia, e nós temos forçosamente que