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Numero 300.

Ãnnó 183?/

QUARTA FEIRA 20 DE DEZEMBRO.

$3" Às pessoas que quiterem subscrever para ^JL o Diário do Governo no futuro anno de 1838, podem dirigir-se á loja.da Administração delle\ na rua Augusta A'.°-129. — Os preços das Jlssignaturas são os mesmos, a saber : lOjjjJQOO rs. por anno , 5^600- rs. por kcmestre, e3$600rs. por trimestre. — A correspondência fará as dssignalnras será dirigida á-dita loja ao Administrador João de Andrade Taborda , franca de porte ,• e acompanhada da respectiva quantia,,—O.? SVs. Subscriptores , que ndo^qui-zercm sojfrer interrupção naremessa das f olhas devem, com tempo, renovar as suas Jlssignaluras

Parte

SECRETARIA DOESTADO DOS NEGÓCIOS D .V GUERRA.

Secretaria Geral. = l.a. Repartição,

ILJLM" e E\m.? Sr. = Ern data de 7 tio coerente me participa o Commaiidanie da força estacionada cm Almodovar, que tendo abnn-donadò aquelle ponto um Cabo e l'2 Soldados-. da Guarda Nacional de Beja ,'dos que.faziam* parte da Guarnição da dita Villa, elic os mandara imiriediatamunle seguir pôr uma partida, de Cavallaria 4, quc'os fez regressarão .«lesmo ponto: que á chegada dos fugitivas -jai,.fii!era desarmar, e mettèr na cadêa; porém quc-rnos-. trãndo os'mesmos arrependimento, do indigno procedimento que haviam tido, e tondo-âucn-'çâo aos relevantes serviços que a Corporação a que pertenciam, tinha-em todos os tempos prestado'á Nação, os mandara' soltar, e-lljfes.dera soveru-reprehensão, tencionando .incorpora-los •íí tropa de linha na próxima sortida que tencionava fazer ú. Seira no dia 8. — Htn daU de 10 do iríesmô-Tnez participa oCommandaíite do Destacamento no Ameixial haver recebido com-

Corpo Franco de Évora, este acampado'nos Cassacos, e aquelle na Tilhadn , .noticiando-lhe do haverem perseguido a toda a brida os guerrilhas' põr-espaço de três Icgóas, liavciido-llie tomadn^iríuitas armas, c cavalgaduras, res-_ galado todos o§ prisioneiros de Caçadores 5,' que osmesinosguerrilhas haviam feito einGran-dola, c causando-lhes alguma perda em mortos; porem' que pela pressa e cançaço em que ostavarn , não podiam ser mais circuinstancia-dos j 'nem mesmo continuar na perseguição da-Cabilda qiie se dirigia para as parles de Corto Figueira,' é por isso requisitavam ao ditoCom-mandnnle sahisse nnmediatainenle' com a foiça do Ameixial na sobredita direcção, pois que seria fácil encontra-los, e persegui-los; o que o mesmo fez, pondo-'se logo etn marcha para •os Cansados com o sobredito'fim. — Na leferi-da data me participa de Castro Verde ot-Tenén-te Coronel Batallía, ler alli acabado de-re,unir os seus Soldados depois da activa e o cc ele rada perseguição, que com eltes havia feilo na. véspera por espaço de ires legoas, a toda a brida, á porção de gueriilhas, entre os quaes se achava o Ilemechido' c filho, o Padre Marcai, e dous Coronéis, um delles de->Marinl.a, c que eram os mesmos que haviam erítrado em Gran-dola no dia 6, e sobre os quaes o Corniiiaridaii-tc inlciino da Sub-Divisão de .Beja,, logo que disso teve noticia, fez destacar toda a força diaponivel.de Cavallaria que tinha- na dita Cidade, como a V. Ex.^ participei em meu Of-ficio N." 744, de 11 do corrente. Que o resultado da mesma perseguição fora resgatar seis Soldados e um' Aspirante de Caçadores õ, prir.

sioneiros pelos guerrilhas nãdita'ViIIa deGran-dola, um dos quaes.se achava levemente ferido; toiiiar-se-lhrs .13 cavalgaduras, sendo destas 3 muares e 10 cavallares, que. todas mandava vender, em hasta publica', para distribuir o producio nos.seus Soldados; todos as arrnás e armamento que aquelles traziam de Grando-la (não declara o numero), e que ia remetter para, o Deposito de Beja,, bern como algumas armas caçadeiras, uma corneta, c a própria espada do Remechido.; causando-lhes a perda, de varips mortos, que não poderam ser contados , pela difficuldade que, a isso oferecia u grande distancia de tres.legoas em que teve Ipgar a perseguição, cahindo os que morr riam cm.diversas paragens daquella longa extensão; porem qnlre os que foram vistos pelos Soldados resgatados de Caçadores, affirmam estes, ser um daquelles oappcllidado pelos gueni-Ihus, Tenente Secretario ; e finalmente que.havia feito >um- prisioneiro , que tencionava mandar julgar p"ela Lei de 19-de Dezembro de 1834', esperando obter delle alguns esclarecimentos. Conclue dizendo, que apesu/^do extremo cansaço dos cavallos,' pois os per seguiu ate'ao anoitecer do dia 9.,. por. espaço de três legoas, como fica dito, se houvesse mais algumas horas de dia,,'- elle.-te.ria -acabada coui o Remechido naquella occasião, pois que levavam já os cavallos em tal estado, que osMargavàm e^soapea-vam para se embrenharem nos matos, e'que forçosamente sendo seguidos, uns e outros Ateriam de bater-se a-pé, e que não lhe restava a menor duvida de;que. os seus Soj.dados nessas circumstnncias' terminariam .prouiptatoente a contenda-pela anmquilaçuo total daquélfa ca-bilda. Na mesma data de 10 .me participa-o Comrnandante das Operações da Serra , que havendo recebido aviso otlicial do.Comrnandan-te do Destacamento de' Myncbique,,de que'uma força de 150,.a.^00 guer.rilhas.jse achava" reunida no dia 8 do corrente no fítio da Perna Negra, d.istan'.te' dua,s,legoas da mesma VHIa, ú qual se dizia ellès pcrtendiamjatacar^ se ia pôr immedilainentc-cm'marcha para àquellas"para-geiis CQfji.1,00 Caçadores, 70 Praças.do Corpo Éranco, 4-0. de Infantena 8, e 13 cavallos de Cavallaria ò; que havia igualmente ordenado que os Destacamentos de Sellir e Almodovar marchassem a occupar o ponto d<_ guarde='guarde' j.='j.' encontrasse.='encontrasse.' soboia='soboia' deos='deos' serra='serra' bater='bater' eque='eque' lllni.='lllni.' e.a='e.a' tem='tem' cortar='cortar' rfteia='rfteia' dns='dns' _1837.='=' ao='ao' celestino='celestino' transmilti-rei='transmilti-rei' operações='operações' _8.a='_8.a' norte='norte' dezembro='dezembro' dos='dos' oó.='oó.' elle='elle' supradito='supradito' se='se' militar.='militar.' conste='conste' movimento='movimento' a='a' b.omfim.='=' e='e' divisão='divisão' o='o' p='p' quartel='quartel' v.='v.' soares='soares' promptamente='promptamente' da='da' dia='dia' levado='levado' de='de' em.loulé='em.loulé' do='do' movesse='movesse' officiar='officiar' das='das' me='me' chuvas='chuvas' logo='logo' _.sobre='_.sobre' oseu='oseu' extn.='extn.' a.forçu='a.forçu' tencionava='tencionava' conunandante='conunandante' tag0:effeilo='a:effeilo' barão='barão' sr.='sr.' sobre='sobre' achar='achar' almodovar.se='almodovar.se' p.='p.' _13='_13' mui='mui' que='que' foi='foi' odemira='odemira' _12='_12' no='no' doscansadosonde='doscansadosonde' legoa.='legoa.' alad.runhei-ra='alad.runhei-ra' mnreha='mnreha' dillicil='dillicil' general='general' para='para' y.='y.' de-viurn='de-viurn' torna='torna' cahido='cahido' retirada='retirada' á='á' resultado='resultado' os='os' contava='contava' a.='a.' apesar='apesar' guerrilhas='guerrilhas' ix.a-='ix.a-' ourique='ourique' copiosas='copiosas' transitar='transitar' terreno='terreno' com-mandaritc='com-mandaritc' xmlns:tag0='urn:x-prefix:a'>

N. B. O Officio, do Tenente Coronel Batalha inseriu-se no Diário dehontcm, porengano, cm lògar incompetente, quundo devera seguir os do Capitão General duGalliza, aos quaes se •cfere o preambulo.que precede aquelle Officio.

SECUETAU1\ DF, ESTADO DOS NEGÓCIOS ECCLE-' S1ASTICOS K Dli JUSTIÇA.

Heparlição dos Negócios £cclesiasiicos.

Svk Magestade a RAINHA, a1 Quem foi presente a conta dada em 13 do corrente pelo Goyernndor Vigário Capitular âtí Bispado de

Coimbra, relativa á opposiçâo que tem encontrado, na execução,da Portaria, de 21. de Novero-bro ultimo, pela qual se lhe ordenou.que pró-pozcsse u,m Regulamento.littérario e economi-' co para o Seminário, daquella Diocese : 'Manda, pela Secretaria d'Estado dos Negócios Ec-clesiasti.cos e .de Justiça , declarar-lhe quede-, •vê cumprir a citada Portaria, sem embargo e-sem atteoçâo alguma ás razoes em.contrario'^ que verbalmente llíe apresentou o Reitor do"elr; to Seminário, cuja conducta, á vista.de outraí informações, e do resultado dos trabal|jòs d» Compiissão encarregada de tomat contas aquelle Estabelecimento f não ,e digna da confiança de-'S.ua Magestade, e .muito menos-altendiveL para se perpetuar na' gerência do,,.mesmd esta-belecimentOj onde-não tem dado'provasse àf-feiçãp ao Governo legjtimo, nem de zelo pela Fazenda Publica. "Paço das Necessidades, em 18 de Dezembro de l837. = /ose Àlexahdre de Campos. '• . • • . , , í

^

Foi presente'a Sua Magestade a RAINHA íí informarão dada em 11 do corrente" pelo Vigário Capitular do Arcebispado de Braga j sobre a representação em que a Junta, Juiz de Paz, e Eleito da Parochia deLagoaça pediram-a suspensão do actual Parocho da mesma Fre-guezia, o Presbytero.Abdoneo José Calejo, ar-, guindo-o de muitos defeitos, assim no seu comportamento.moral,, como no político; .e resultando da mencionada informação.e da inquirição judicial de'testimunhas a que sé procedeu ^ que é falsa em todos os seus-Artigos a queixa de-que se tracta-: Houve a Mesma Augusta Senhora por-bem desattende-la ; e Manda vque o sobredito Vigário ^Capitular estranhe aos'signatários'o haverem eMes feito-subi r á Sua Augusta Presença imputações calumniosas contra um 'Parocho, a respeito do qual.nada se achou que fosue criminoso. Paço das Necessidades, o m 18' de. Dezembro de 1837. = -Jo.sé. Alexandre de Campos, , , _ '

'Repartição da Justiça.

MANDA a RAINHA, pela Secretaria d'Estado dos Negócios ^eclesiásticos e de Justiça^ que o Ajudante,do Procurador Geral .da Coroa' expeça as ordens necessárias aos agentes do Ministério Publico, seus Delegados, para verificarem se-os .Periódicos, que actualmente se publicam-tem todos, o-seu Editor responsável corn as qualidades e garantias exigidas nos Artigos l/ e 2;° da Lei de 10 de Novembro .deste anno ; e para que obstem pelos meios Icgaes competentes á publicação de similhantes escriptos, quando os seus' Proprietários não cumprirem, exactamente as disposições daquella Lei; devendo o referido Ajudante do Procurador Geral da Coroa fazer muito especialmente responsáveis os seus Delegados por qualquer omissão nçsta parte das suas attribuições. Pa_£o das Necessidades, em 18 de Dezembro de 18.37.=! José jilexandre de Campos. • .

PRIMEIRA DIVISÃO MILITAR, . .

Relação dos Officiaes que serviram com os revoltosos, apreientados neste Quartel General . nos dias de 11 atí 17 do corrente Dezembro, que em consequência da Convenção de Chaves são mandados para as suas naturalidades^-até nova determinação do Governo.

DOMINGOS Corrêa A rouca, Coronel do Ultramar. ' ' • _ João Pedro, de Araújo e Aguiar, Capitão da

3.a Secção.

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DIÁRIO DO GOVERNO.

de Dezembro dcl837. = /. P. de Mello, Chefe do Estado Maior.

Estatística da l .a Divisão Militar, referida ao , ' ' . méz de Novembro de 1837.

O" Entraram A FFICIOS do Ministério da Guerra.....245

Expediram-se Para o Ministério da Guerra, Officiqs.. . 235

i) D i fie rentes Authoridades, ditos.... 712

Ordens do Exercito...................194

Ditas de Divisão e Circulares..-......... 62

Ditas paru sol t uru de presos..........'.. 16

Requerimentos despachado*.............140

Mappas da situação dos Corpos......... 4

Processos findos..........*............ 19

Ditos para Conselhos de Guerra......... 14

Nomeações para os ditos............... 14

Conselhos de Investigação e Disciplina... 13 Resultados da Junta Militar de Saúde ... 126

Vistos em requisições.................. 48

Guias apresentadas, e expedidas........253

Patentes para o = Cumpra-se........... 3

Proposta......................f......

Recibos rubricados pelo General Comcnan-

danlc da Divisão...................163

Ditos peio Chefe do Estado Maior.......218

-Apreoentações tornadas no decurso do mez

a

N. B. A4<ím p='p' guarnição.='guarnição.' du='du' detalhe='detalhe' serviço='serviço' do='do' disto='disto' faz-se='faz-se' o='o'>

Sccrcturiu da Divisão, 18 de Dezembro de-1837. = J. P. de Mello, Chefe do Estado IVIaior.

EDITAL..

Joio Carlos de Moraes Palmeiro, Commenda. dor das Ordens de Christo e Conceição, Ad> tninistfador Geral da Alfândega das SeteCa> sãs, olc.

FA-CO saber que a arrematação dos Direitos ata Talhos do Termo, annunciada para o dia 2C fica transferida por ordem superior para o dia 23 do corrente, sendo agora a dita arrematação pslos 3 annos de 1838 o 1840, e só bre o lanço de 15:000^000 réis por cada um delles; c'com as condições annunciadas.

O que se faz publico por esta forma, para qua chegue ao conhecimento de todos. Alfândega das Sete Casas, 19 de Dezembro de 1837. = Rodrigo Botelho da Fonseca Paganino, Escrivão da Receita Geral, o fez escrever. =Joâo Carlos de Moraes Palmeira.,

Parte não OffidaL

6EKSÂO DE 19 DE DEZEMBRO DE 1837.

Presidência do Sr. Maçaria de Castro.

ERAM 11 horas da manhã, o Sr. Presidente de-cJjrou aberta .a Sessão, c fazendo a clm-mada o Sr. Secretarip Rebello de Carvalho. •verificou estarem presentes ,64 Srs. Deputados,

Lida a Acta da Sessaq anterior pelo Sr. Secretario Prado Pereira, foi approvada.

O Sr. S. Rebello'de Catvalho leu a correspondência á qual foi dada o competente destino.

Passou-se Bm seguida ás segundas leituras.

1.* De urn Requerimento do Sr. Barão da 11. de Sabrosa , pedindo que ee principie a discutir

O Sr. Deputado sustentou o seu Requerimento, e o Congresso o approvou.

2.a De um dito do Sr. José Maria de Andrade , pedindo que o Governo mandasse im-piiruir no Diário do Governo um Officio do Ministério da Guerra que'dá informações sobre a indicação do Sr. Deputado Menezes.

O Sr. B. da R. de Sabrosa inpugnou o Requerimento, visto ter elle por fim fazer publicar um Officio confidencial, oque era de todas a maior immoralidade.

O Sr. José Maria de Andrade: — Sr. Presidente. Não. foi sem algtima repugnância queW mandei'para a Mesa este Requerimento, e nem me importa qqe elle soja approvado, ou rejeitado; entretanto responderei ao nobre Barão d» R. de Sabrosa que não e exacto quando diz que o Officio. a que me refiro no Requerimento d'cotifi4enciol; e perguntarei ao nobre Barão se elle pode chamar confidencial a um Officio que o Ministério da Guerra dirigiu a este Congresso, e que foi, lido na Mesa-perante este mesmo Congresso, e as galerias? Ora, Sr. Presidente, á vista do qltnn tão amarga como jaal qicrccida eunjusta censura que nesse Orn-

eio do Ministério da Guerra se fulmina contra todas os Guardas Nacionaes dos dous Distri-ctos Administrativos de Faro, e.Beja, eu faltaria ao meu dever, como Representante da Nação, e como Deputado peloDistricto de Be'-ja, se não rejeitasse aqui solemne, e francamente, em nome dos uieus committentes, uma ac-cusação tão injusta como atroz. •'

Acaso, Sr. Presidente, seria justo que aqui se viesse dizer que o nosso Exercito — que tan-tantas provas tem dado do patriotismo , e valor—não merece a confiança publica, porque alguns pequenos destacamento» delle se tem insubordinado , se tem recusado a algum serviço, e tem abandonado alguns pontos? Por certo que não. Pois no mesmo caso estamos agora; não ha cousa mais injusta e revoltante do que «aquecer n'um momento tantos serviços prestados, e vir aqui di«er á Nação, representada no Congresso, que -as Guardas Nacionaes dos Dislriclos de Faro, e Beja, com excepção dos da Cidade, clc Faro, não merecem a confiança publica, porque algum destacamento dcl-l»s se recusou a algum serviço e abandonou um ponto. Sr. Presidente, aquU.accresce ainda1 á injustiça, airnpolitica e parcialidade, porque, se eu perguntasse individualmente, ou a todo o patriótico Batalhão Nacional da Cidade de Faro, se esse corpo tem dado mais provas de patriotismo e valor, se tem feito mais sacrifícios na perseguição dos rebeldes, que ha anno ,e meio nos fazem a guerra na Serra do Algarve, do que os\corpos das Guardas Nacionaes de Morichique, de Silves, de Beja, de Serpa. de Odemira, do Cercal, e de outros pontos, estou-persuadido que me responderiam que não. Finalmente pare,ce-me que ern presença dos si-milhantes factos que o Ministério da Guerra aqui nos trouxe nesse Offiçio, o Governo de Sua Majestade estava na restricta obrigação de os investigarão se os achasse verdadeiros deveria dissolver todas essas Guardas Nacionaes; mas não o sendo deveria pêlo menos passar n'um voto de censura contra a Aulhoridade que os refere. Eu, Sr. Presid«nte,Jenho preenchido o roeu'fim, e por isso peço licença para retirar o meu Requerimento.

O Congresso consentiu que .o Requerimento fosse retirado.

3.° De um do Sr. Ochôa, que diz = Re-queiro que. se exija pelo Ministério .de Fazenda uma relação das Divisões Parochiaes, aonde as Juntas faltaram ao seu dever; deixando de formar os lançamentos da Decima de cada um dos annos precedentes; com informação das providencias que se deram para compellir estas Juntas pmissas, das desculpas com que se defenderam', e das verdadeiras-causas que se entende motivaram tal omissão. Também quanto tem importado ern cada uma das Contadorias de Districto annualmente os porcentos con. cedidos e cada um dos Recebedores, Secretários das Contadorias, e Recebedores dos Concelhos; e a quanto se presume chegaram estas impor-.tapeias nos ânuos correntes,- e próximo futuro. — Foi approvado.

4.° Um do Sr. Sá Nogueira = Requeira que se pergunta ao Governo quaes suo as Leis ou Decretos que na Ilha da Madeira deviam regular os direitos de importação sobre géneros de producçâo nacional, antes de 10 de Janeiro do1 corrente anno de 1837.

O Sr.'Sá Nogueira disse que já por duas oc-casiões fez dous Requerimentos a respeito dos direitos de importação que pagam os géneros nacionaes na Ilha da Madeira, porque sabia que havia abusos a este respeito, porque pagavam alli alguns géneros nacionaes tanto de direito, como os estrangeiros: apontou alguns, e concluiu.

O Sr. Moniz ratificou alguns factos apontados pelo Sr. Deputado, e concluiu approvando o Requerimento.

Depois de tnais algumas reflexões , julgada a matéria descutida, e o Requerimento posto á votação, foi approvado.

O Sr. Derramado apresentou o seguinte Projecto de Lej.

Art. ].* A Carta de Lei de l de Setembro de 1834 permanecerá em seu inteiro vigor em

Íuanto as Cortes não proverem sobre o modo e levar a efleito as disposições do Decreto de 23 de Julho do dito anno, acerca da extincção do Papel-Moeda que até ao presente não tem podido ser realisada.

Art. 2.° Fica revogada qualquer disposição em contrario.

Sala dão Cortes, 19 d<_:_ foi='foi' de='de' dezembro='dezembro' e='e' mandado='mandado' tag0:i='_:i' _1837.='_1837.' _.='_.' fazenda.='fazenda.' p='p' comiuis-sâo='comiuis-sâo' urgente='urgente' julgado='julgado' _='_' xmlns:tag0='urn:x-prefix:_'>

O Sr. Alves do Rio leu alguns Pareceres da Commissão de Fazenda. — Mandaram-se imprimir.

Ordem do Dia.

Continuação da discussão do Projecto para au-gmento da contribuição dn tabaco.

O Sr. Pereira de Lemos:—Sr. Presidente, levanto-me mais para desenvolver os motivos da minha consciência, que para esclarecer a dos outros Srs. Deputados. •

Voto contra o Projecto que impõe um tributo addicional no tabaco, por julga-lo desnecessário, injusto, e inútil. E' desnecessário, porque julgo que com os tributos existentes, fiscal isados CQITI toda a moderação, podem produzir quan-to seja sufficientc para cobrir o déficit de mil «seiscentos contos: com elles nianteve-Portu-gal em todo o tempo um Exercito, não só para manter a Independência Nacional, mas mesmo para conseguir a paz interior, sustentando uma Marinha que fazia- lespeitar a Bandeira Portugueza era todos os rnares; nem se me diga' que existiam também os Dízimos, porque destes só entravam no Thesouro as Commendas veigas, Annos de Mo.ito dos Benefícios Eccle-siasticos,-a a Decima c Gollectas'Ecclesiasti-c-as, os quaes, CDUJ os capitães que os produziam, voltando para a mio dos contribuintes, ninguém duvida que dos mesmos deve sohir; e nem outra cousa( para menos, mas antes para mais, importa o Regulamento da cobrança da» Decimas, em que virtualmente está votada amo-tade da importância dos Dízimos, que pelo calculo médio importavam em

Eu, Sr. Presidente, logo que me sentei neste Congresso apresentei um remédio para a fis-ealisaçuo drste imposto": não me lisonjeo que elle fosse o óptimo; mas os talentos da nobre Commissão de Fazenda podiam, apresentar ou-trq, mas ale agora ainda não appareceu; e e assim que nos dizem = os tributos votados não chegam. = Não se diga que o factp, é elías produzirem somente oitocentos contos, porque HSO prova só sua má fiscalisação, que um melhor methodo pôde o deve tnplicar o maneio. Quem poderá dizer que não pôde e deve triplicar sem vexame do Publico] Talvez os Contra-ctadores deste Contracto não paguem um terço do manejo que lhe pertence pagar pelos lucros certos deste Contracto; -e e''assim que se quer alliviar estes, e carregar o infeliz consumidor \ de tabaco porá manter o fasto daquelles, como muito bem ponderou hontem o illustre Deputado pelos Açores, o Sr. Vasconcellos.

A' vista do exposto, eu não votarei tributo algum novo em quanto fica á disposição do Governo o faze-los votar ate o que virtualmente representam; ale'm de .que os muitos e diversos tributos trazem nugmento de dcspcza na sua arrecadação, complicarão na sua escrU pturação. Em quanto ú injustiça do Projecto ern questão nada direi senão, que ferindo um Contracto Nacional, está fora, e lindo o credito, queeu como Representante da Nação , pelo juramento que dei rne vejo obrigado a firmar, em vez de enfraquecer: que o vai ferir, basta ver a falta de consenso de um dos Coniractantes; c os mes^ mós Senhores que tem pugnado pelo Projecto, reconhecendo que o augmento de preço facilita o contrabando, e por isso diminue o consumo, fundamentam a justiça da medida nos lucros do Contracto, qye ainda que se offendarn em alguma cousa, são taos que supportarão qualquer quebra ; mas lembro a estes Senhores que o direito que os Contractadores tem á indumnisa-ção pôde bem absorver a importância do pro-diicto addicional, e sem virem a crear um tributo em prejuízo dos contribuintes, e nenhum proveito para o Thesouro; ale'm àu que eu temo que o manancial seque á foiça de o sangrar, porque o argumento que diz que os esti-roulantc^ crescem e não diminuem sem limite, prova indefinidamente , e levar-nos-ha a um absurdo. À validade do Contracto originário não pertence a este Congresso, julga-lo isso 6 para o Poder Judiciário, e com isso nada me occupo; e peço muito aos Srs. Deputados que suspendam um Juízo sem vâr o direito das Partes.

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DIÁRIO D-0 GOVERNO.

fdâ/í

ns reformas que o paiz exige, • e dai segurança "ao paiz, organisai-o, - dai-lhe paz, e vereis" como os sensatos Portuguezes de toda a parte vos ajudarão, e pouco a -pouco se npplanarao íis nossas difficuldades financeiras-;- não vos "canseis em abrir nas'cenlcs íithpas: c por estas razões que rejeito o Projecto em questão, e por algumas delias tenho rejeitado iodas as .Leis que importam urn tributo novo; porque "tenho visto que todos os tributos se têm imposto para fias especiaes, e tam ficado depois pelo gê i to que .se lhes acha; este facto e' confirmado pela nossa historia financeira.

Esquecia-me apresentar um facto á consideração do Congresso, de que sou informado,1 vem

* a ser, no Reino vizinho diminuiu o preço do tabaco, e sendo assim ninguém negará que a operação que nos convinha fazer era a inversa.

Ao mesmo tempo, Sr. Presi dente, que eu es-'tou prompto á garantir os Contractos, eu por outra parteexijo que elles senão offend,am tam-•becn pelos Contractadores; e por isso que por "esta-occasiâo èú chamo a-attenção dos Srs. Ministros para que façam cessar os abusos'j que com escândalo geral eu tenho presenciado, tal ié obrigar os consumidores a comprarem oscigar-Tos manipulados, não tendo noseslanquestaba-.'co em rolo paraaquelles que não quizerem comprar a manipulação, e quizerem ver a~exacti-dão da medida, e qualidade; e1 fazer que nos •estanques de retalut» se venda rape ordinário, e nàoiforçar' o Povo^que' não tem dinheiro para arrátel a 'comprar talvez peibr rape' a razão de l $200 rs., se nào ha condição que a isto •obste.'

Sou informado igualmente, que os Contracta-dores do tabaco, com o pretexto da fucalisação deste ramo, fazem effectivamentc o.contrabando •no chá, -e outros ramos -de fazendas sujeitai a direitos; se assim e chamo a attençào dos Srs.

' TMinistros, para que façam cessar esto-abuso. • O Sr. Faustino da Gama disse 'que factos sào cousas teimosas ;-'que pela"segunda vez ia chamar a attençào do Congresso sobre utna medida que achava a rnais importante, 'que todos .os argumentos que se unham apresentado con-' -tra o Projecto, tinham sido pensados na Com-missâo, e foi. só depois.de se ver que os Con-~tra"ctadores não queriam vir a nenhum arranjo, que aCorrirnissão se resolveu, a apresentar o s~eu Parecer, Parecer, que entendia «ef eminentemente justo",; entretanto,aCommissão .tinhaempregado' todos -os'meios para.os Cõntrácíadorés virem a um acordo, porém elles recusaram-se:

. tontinuou.dizendo, que setirilia arguido-a Com-JBÍissâo .de nào apresentar urá systeraa de Fazenda completo; porem não-sabia como fosse possível a uma Cormnrssà» apresentar um sys-tema de cifras, c dizer isto é exacto, sem ter para'isso os dados necessários; entretanto já ti-, •nhã declarado que a sua opinião era que com 'este Projecto, e o da Decima rural, «

, a achava capaz de salvar'o Paiz; e concluiu votando pelo Projecto.

O Sr. Ministro das Justiças ponderou que ti-nhã Tiõntem" pedido a palavra, quando um'Sr. Deputado havia arguido o'M mistério de não ter s»presentado questões vitaes; porém que esta asserção era inexacta, porque'sobre' a 'Mesa e naí Cornrrrissões se achavam -.bastantes questões

• v i toes, e se por acaso-se nào itractaxam e' porque o Congresso -não se queria chegar >aiellas, eíienliumas Administrações-se tinham larrojado a apresentar 'questões tninisterioes, ie.de- maior importância que. a actual, pelas quaes Ibeipó-de recahir a maior responsabilidade: que-SB tinha dito que o Ministério tinha obrigação de retirar uma medida; porém-declarava, que não

-entendia aimilhante linguagem parlamentar^ . porque não sabia como o Ministério podia vê-, tirar -uma medida que tinha sido 'apresentada for UIHB Comraissão. Além disso, que o Congresso sabia que os Ministros -não tinham -assento no-Congresao, 'e por isso não podiam apresentar a sua opinião individual, Aporem sim a opinião cdllectiva. ' •

O Sr. Sá Nogueira disse que juntava os seus votos aos dó Sr. Deputado p"or Lisboa, quan-

do disse que-havia" de faiar opposiçâo a-toda a Administração que-não trac lasse da organisa-çãodoPaiz-, porém declarava, que se outra Administração se arranjasse daqúelles -que cehsu-ràvam esla, «He altamente' a censuraria ; -e vo-, too pelo Projecto.-' • j - • •

O Sr. Costa Cabral declarou que o extracto do "seu discurso ^ que ee ftchava no Diário do Governo, não era exacto; declarou o ponto em qiie o não-«rã, e'respondeu aos Srs. Deputados que sustentavam o Projecto, e rejèitou-o.

'O Sr. Derramado disse, que'havia já muito tempo que formara o propósito de não entrar na questão que se ventilava, senão quando entendesse necessário -estabelece-la em estado de poder dar o'sea voto sobre ella , de modo que nãopodesse deixar duvida acerca dapurfeza dos motivos em que o fundava : que sempre'estivera persuadido de que-a materiá'em discussão não havia de ser mal tractada por falta de patronos com arrazoados vigorosos, c conclusões absolutas e inflexíveis por ambas os lados ;• mas que dlé'(Orador) nunca votóra sobre questão alguma, que deixasse o seu 'espirito entregue a considerações tão scepticas sobre os effeilos em bem ou «m mal,' que poderá ter-a decisão, pára aqual oséu voto tinha de concorrer, setizes--se parte da maioria ; c que se ella entrasse -no desenvolvimento das diversas relações que formam o complexo da questão; 'as suas conclusões seriam provavelmente- tão duvidosas, como têem sido decisivas as dos Srs. Deputados que se empenharam era advoga-la pró ou contra a afirmativa. " •

Declarou que elle^Orador) pedira ao Congresso que convidasse os Ministros de Sua Ma-gestade para explicarem'a sua doutrina sobre o ponto de Direito, ouvidos os Jurisconsultos d u. Coroa : que não desperdiçaria o tempo precioso, respondendo a quem tinha menoscabado esta «xigencia, tão parlamentar em nossa forma de Governo, e tão propita a conduzir a questão a um resultado, que não podesse'com-promelter ó decoro dos Ministros, e a obediência que se lhesdeve, como executores dasLeis; ou o respeito e consideração que deve merecer o Congresso, e que poderá faltecer-liíe, se por ; falta de cabal 'informação fizesse uma" Lei que o Governo se negasse a executar, e o's Juizes ia julgar por ella ; « porque (occrescentou o Orador), para o dizer de passagem', a minhn"dou-trina da omnipotência política parlamentar não é absoluta. "O Parlamento não ,pôde -fazer Leis iníquas e oppressivas dos direitos imprescripti-ws do Homem; nem pffensiVás dos fundamentos em que destrança a sociedade civil'.»

Con^inuori^ dizendo que o Congresso havia anmíido^o sen Requerimento, e 'os 'Srs. Ministros ao corivite do Congresso; Mas que SS. EE., relalando a doutrina dos seus.Jurisconr" sultos legnes, .não haviam declarado de um modo claro e positivo, qual era a sua sobre o'pon-tt> de Direito, -em que ouviram «s seus Letrado*; e que, não retirando à proposta .para o •nugnsenlo dos preços dó tabaco', apresentada, por uma'Administração de que fizera parte, e pre-sidira õ mesmo Enm." Presidente do Conselho-actual d08 Ministros de Sua Majestade, davam bem a entender, "quê em vez de se-fazerem solidários-da opinião-dos seu* Conselheiras Jurisperitós , obrando 'como Poder distincto das Cortes, se queriam antes fazer solidários da decisão -destas, qualqu«r que ella fosse, tanto'a respsilo-do ponto jurídico, como dofinan-coiro-, c económico; -o nia-ra empenhados DA que&tâp,. fie j u ligava habilitado pa-ra dar o seu -voto, -seníio', isein ,perigo de errar, ao menos como jurado-a q-uem A consciência aâo áccusa hiotivo dê recusa.çao ; e que «iinda .assim .era inecessario íjoe S. Ex.a 'O 6r. Presidente .das Cortes ec -dignasse substanciar, -e propor á approvação .ou reprovação da generalidade do Projecto _ da" Cammis-são de'Fazenda sobre a proposta 'do Governo , reduzida -aos seguintes -ter-auos, queimandou para a Mesa :

•Convém augrnentar -os preços -dos tabacos-ma-nufacturado, c de fumo,'salva aos Contracta-dores actaaes àindernnisação do.prejuizo^-co.in-,petentemente liquidado, se algum Lhes prov.ier em virtude deste augmerrto?

'O Sr. 'Nunes de Vasconcelos dissequejtflga-vá esta" matéria inieiraraente connexa com'.a hon.ra ou descwlito doCongrpsso; e ao.mesmo tempo, a perda de-um dos rendimentos tuais-im-

portantes dp Estado r apresentou

porque combatia o Projecto, « concluiu Teiei«

tando-o. "•

'Julgada a matéria discutida, a O votação , >qii9 a requerimento do Slr» cellos-foi flominsl, disserauj afiprqv» •

Os Srs. Alberto Cario». . '' '

CoBta-Cabralt

Sú Nogueira.

Duarte Campos.

Vieira'-de Castro.

A. M. de Albuquerque,

Pereira Vera..

Fernandes ÇoíUíQ.

- Barão de Faro.

• fiarão-do Casal.

Barão da R: de Sabrosa.

Bazilio Cabral. Sampayo Aratyo.

Faugtino da Gama»

Gomes da Mo t ta.

Mont'Alverne.

J. M. d'Andrade.

Pompilio d* Moita»

Almeida Garrelt. .

'JLuna.

João Victorino..

Lacerda.

Galvão Palma.

Jbse' Caetano de Campas.

José Estevão,

Derramado. .

José Li bera to.

Lopos Monteiro.

Pereira Borges. .

Campean. -

' José' da Silva Passos» • Costa Pinto. .

Sbuto-maior.

Silva Pereira. " Soares, dê Albergaria.

Oliveira Baptista. • '

Freitas. •

Maia e Silva.

L. J. Monifc. ' ,' -

Alves do Rio.'

Franzini. 1 ' Santos Cruz. . " "M. A.-de Vaeconcello»;

Vàz Eugênio. '

Midosi. » '

Furtado de Mello.

Fernandes Tiiooiás.

VftleDti/íi.

Octôà. • ;.,.'. " . ' ,

Visconde de Fonte Arcad^,

Visconde de Beire. E disseram rejeito f Os Sr§. Nunes de Vasconcellos.

Borra-lho.

Pereira Leite.

Baíthazar Machado.

Brandão.

RebeHo de Carvalho.

Conde de Lu na i ares-

P-rado Pereira.

Pereira dê Lemos.

Marreca-.

João Alberto. . Pina Cabral.

Tavares Ribeiro.

Judicé Samora.

José Ozorio.

Perreira de CasUo. / Branquinho Feio.

-M«ndes de Mattos. '

Teixeira ftebdlo.

I. Pisarro. '. 'Leonel. .

Sousa Saraiva. .

Macario de Castro.

Rodrigues Fèrrejra.

M. A. de Vásconcelios.

Rodrigo Machado/'

' Abranches. •>

Ficando assim p Projecto approvado na aua generalidade por 5il •votos contra 27.

'Deram alguns Srs. Deputados differentes eix-plicaçôes ao"seu modo de votar; era l.~° ilog-ar . •o'Sr.'Gar.rett, dspoi* o 6r^ Piasstísi-^íosé!), -e em seguida -disse

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DIÁRIO DO GOVERNO.

eenlimenlo dos contrahehtes. Confio, que não apcllarernos em vão para o patriotismo do Sr. Conde do Fnrrobo, daquelle que nos valeu na hora do perigo, e quando a Liberdade se achava nos termos de ir a pique nas linhas do Porto ; c que tanto elle, como os Contractadores, não hão de pôr , a meu ver, duvida, por seu próprio interesse, e amor do paiz, vir a uma conclusão amigável, e nunca possível para sortir cffeito.

O Sr.' Pina Cabral: —Sr. Presidente •„ eu respeito mnito.a deliberação lomada pelo Congresso ,'cqm tudo hão-poíso deixar da fazer uso da palavra para -declarar somente o principal motivo porque rejeitei o Projecto que acaba de ser votado; foi porque entendi na minha con-ociencia,-que o imposto que nejlc ^se contem, importa uma violação ou alteração d'um contracto solemne, e legalmente celebrado entre partes sem que tivesse precedido a^mutua dispensa dos contrahentes: e este o único meio porque eu concebo que os contractos legaes podem ser alterados, ou modificados; e se me engano a culpa não é minha, e dos mestres de Direito que me ensinaram estes princípios nas Jíscho-las da Universidade de Coimbra ; pelo que respeita ú convenioncia do imposto, etc., direi, que cheguei n persuadir-iiie que da adopção deste Projecto, devem seguir-se graves prejuízos à Fazenda Nacional; oxalá que o meu receio se não verifique. Sr. Presidente, posso errar, c' •verdade, e c muito provnvel que assim seja. visto que no Congresso acaba de vencer-se o contrario da minha opinião; comtudo resta-me a satisfarão de ter errado com muitos dos meus Collegas, e com os respeitáveis Conselheiros da Coroa, que eu tenho por trcs Magistrados dns mais intelligentes, c incorruptiveisdo nosso par/:.

Passou-se á 2." parte da Ordem do dia, que era a discussão do requerimento do Sr. Garrelt, paia que envie respeitosa mensagem a Sua Ma-geslade a Rainha, a fim d» empregar todos os meios ao seu alcance, em destruir a guerrilhado Kemechido.

O Sr. S. Pereira rejeitou o requerimento, porquanto mostrou que o Governo tinha dudo todas as providencias.

O Sr. J. Victoriuo também o sustentou.

Propoz p Sr. Derramado que a discussão deste requerimento ficasse para quando estiverpie-sente amanhã o Sr. Ministro da Guerra.

O Congiesso assim o resolveu.

O Sr. Ministro da Fazenda disse que o Ministério tinha sido accusado de não apresentar

O Sr. M. da Guerra tendo entrado na Sula, deu alguma explicação dos motivos da sua ausência.

Resolveu o Congresso, que o resto d o tempos e empregasse na leitura dos Pareceres de Stalis-tica.

Approvados os que havia sobre n Mesa; não havendo numero sumcienle de Si s. Deputados para deliberar, o Sr. Presidente dando a Ordem do dia levantou a Sessão , eram quasi 4 horns.

N. B. Por engano se disse no extracto do Discurso, que o Sr. Costa Cabral proferiu na Sessão de 13 do corrente, que este Sr. havia sustentado =

SERV IÇO DE MARINHA.

liegisto do Purlo, 19 de Dezembro «fc!837.

EMBARCAÇÕES ENTRADAS.

BnicuE Polaca Snrdo = Providencia = Cap. Angelo Dcmulti, de Génova eui li) dius,

com arroz, linho, drogas, papel, sedas, e outros géneros, a vários,-e.o Navio a Carlos P. Schocffer; 11 pessoas.de- trip. e 2 passag.

Cahique Portuguez =',A?e Maria = Mestre Manoel Viegas Vaz.,. de Altneria em 15 dias, com chumbo, e esparto, a D. Juan Blanco ; 11 pessoas de trip. '• '. • -.,'

N. B. Neste dia não sahiu Embarcação alguma.

Quartel do Commando do Registo .-do Porto, na Torre. de.-Belém , 19 de Dezembro de 1837. =.Leotte, Capitão Tenen.le, ç Cominandante.,

AVISOS^

No dia 23 do corrente rnez de Dezembro, ; no extincto Convento do Colloginlio, perante o Magistrado de Policia Corruccional do primeiro Districlo, e a requerimento do Ministério Publico, se h&o..da .arrematar dous. Ca-vallos demarca, e umaEgoa pequena, aqucin mais der sobre a sua avaliação, cujas cavalga-' duras se podem ver na Estalagem cio Deposito na Praça da Figueira , cToram apprehendidas a uns indivíduos que se diii^iam pura o rebelde Remechido. Lisboa, 19 de 'Dezembro do 1837. = E' Escrivão da arrematação, Nicoláo Maria Nobre. ____•

No dia 22.do corrente mez, na Contadoria do Hospital Nacional e Real de S. José', pelas onze horas da manhã, estarão em Praça , para se arrematarem á quem mais dei , as rondas dns Marinhas do mesmo Hospital em Al-1 degallega ,' e Alcoxele, de que são rendeiros Manoel Caetano Monteiro , e Matinas José Monleiio. Também estarão em Praça, para o mesmo fim, aã rendas das cadeirinhas de ÍDUO do mesmo Hospital.

O CONSELHO de Saúde Naval precisa contractar o fornecimento de pão, carne de vac-ca , vinho , géneros de meicearia, e lenha para consumo do Hospital-da Marinha durante o primeiro trimestre do anuo próximo futuro: as pessoas a quem convier este fornecimento deverão compuieccr no dito Hospital, no dia 22 do corrente mez, pelas 11 horas da 'manhã, pára se traclíir das condições com quem maior vantagem rofferecer, tanto em- preço, como cm qualidade. __

PELA. Administração Geral dos Correios se luz publico, .que sahirào a 27 do corrente, para n Terceira o Brigue-Escuna Divino Imperador : a 30 'para a inciina a Escuna Ficto-n'a,'parn as Alagoas o Brigue l''eln Destino, e paia a 'Bahia o Brigue .$. José Diligente. As cartas serão lançadas até á meia noite dos dius antecedente.s

ABfNUPfCIGS.

j npEsnc-ím declarado fallida a massa das Casas de Joaá e Jí. Joíii Pereira de Sous.-i Caldas por Sentença do Tribunal do Couimcrcio de 1.n Instancia , os Curadores (iscaei pró-\isorius o Dr. Francisco Cabral Teixeira de Moraes, e António José Lourcnco Vieira previnem mio só oi inquillmoa e co-limos dos bens

s „ Jiiií» de Uueito da 5.» Vara, e Cartono do Es-JT crivío Neves, se afli\uram Ediclos de 10 dias chamando os credores incertos ao dinheiro depositado, producto dou bens uneiualadoí ao Padre Gabriel dos Santos Neto, por execução que lhe fei Pedro Garrido, com pena de serem |an-çailos 03 nitsmos credores.

3 A PPAKECI!-N1)U "° Diário do Governo N." 293 , de Q um-Xi. ta feira 14,do corrente, um conlra-anmincio do Cura. dor Fiscal provisório da massa fallida de José Gomes Pereira, em que diz não exutir o foro de 60^000 rs., imposto em! uma propriedrfde de casas, com palco, e «pjinlnllo, na travessa do Moreira B.C 8 a 7, pulo haVcr arrematado, e remida o próprio empliileiili cru 17-de Outubro de 1818. declara a Pnoieza do Convento de SantáJuanna , que essa arrcmatnçilo foi julgada nu lia por Sentença da Relação, proferida em ÍS de Ferereiro de 1833, pelos fundamentos de «erem aquelles bens vinculados cm Capella, julgado por Sentença de 10 de Setembro de I07C. O que tudo se peide vir nos Autos, de que foi EbcrivSo Manoel Firmino de Abreu Castello Branco, e hoje existem em poder do Escrivão António Pereira Arajruo

I ELO Juízo de Pai da Frcguena du Conceição Nova ie ha de proceder a ai remataçilo de todos os moveis, roupas, e mais objectos que ficaram jwr íallecimento de Pedro António Vasques, ua rua do.Ouro n." SOS, no dia Quinta feira 21 do corrente, pelas dez horas da manha.

5 T>ELO J"'zo

g T)ELO Juízo de Paz da Freguezia de N. S. do Soccorro; JL desta Cidade, se previnem todos os foreiros, cazeiros, e rendeiros dos bens pertencentes ao casal inventariado dofal-lecido He/lor José de Sônia Castello Branco, o qua) se ncha ainda pró indiviso, que acaba de ser nomeado pelo Conselho de Família tutor, e adminijlrndoí do dito casa), e co-liérdei-ro Victorino Cardoso de Almeida; e como tal é esta. a única pessoa legitima, para de hoje em diante receber todos os foros , ou pensSes, rendas, e pilnnças que hajam de pagar-se, ntto se abonando quaesquer recibos, on conhecimentos que se-jnra passados por diveiK-pessou.

•o Juízo de V-az da Freguezia da Incainu-çuo se está procedendo a inventario dos bens que ficaram por fallecimenlo de Manoel Josii Ferreira Garcez ; previne-se por lauto a Iodos os credores do mesmo casal, que deverão .comparecer ante o Conselho de família, .que, se.ha de reunir pelas 4 Tioras da tarde do dia £3 do corrente, a fim de lega-lisarem os seus créditos.

f\0. TVT° d'" S3 Jo corrente, ás 10 horas da manhã ,

„ yT- J-^l na rua do Trombeta n °. 16, ao.Culhariz, ae

mento de t). Francisco de Sousa Oliveira, uiiva de Joaquim

Kodiignea de Olivfjra.

~[b M"A>OEL Dias de Morues, da Villa da Figueira da Fr/z _1VJL do Mondego, arrematou cm liasla publica, no dia 10 do corrente Dezembro de 1837 , vinte e trcs talhos de marinha , sito» na Morraceira da mesma Villa, por execução que mevia, a Misericórdia de Coimbra a Ignacio dos Santos Fera, da mesma Villa; tem depositado o producto da arrematação, cnjn execução f

xfSJjK \ NNUSCIA-SL ao Public», que u propriedade 10 Í';/I"| -/"V. sila na rua de Santo António do Curarão de ítatííá» Jesus i Boa Morle'n "• 7 e 8, pertencente a D. Cathanna Eugenia Groinicho FrJcato, 'senclu uypulhecada a uma dirija de ura conto cqunrenl» mil róis, e se» re,«jie((iio juro da L'çi, sendo um conto de réu, pur escriptura celebrada cm 84 de Setembro ile JLU36 , cm Notas do Tubclliuo desta Cidade António Siinão de Noronha, c quarenta mil réis por cscnplo particular de 11 de Janeiro do corrente anuo , fazendo parle dá dita cscriptnra; cujo negocio foi Iraclado com o Reverendo Padre Francisco .Tosú,Bento da Silva Itcys, ex-Piior de Santa Izabel. e por clle mesmo abonado, acuando-se a dita propriedade com os n." 9 e JO, no acto da celebração da sobredita cscriplura. K porá que qualquer pessoa, que queira contractar com a dita proprietária devedora, fique prevenida a respeito desta transacção, se faz o picseiite anmmcio.

TTV>.v.» Manamia Meaglier conlinúa o seu Collegio para

SJ a educação de meninas, na rua daJIoilaScca n." 18,

3.° andar , onde se ensinam as línguas Inglezá , Franceza , e

Portuguezft, Eacripla, Anlhmelica, Geografia, Musicu, Co8-

tura, Marcar e Bordar.

m RHUKDt-SB um moinho t!e ugoa com 5 en~ JL genhos, e barco do mesmo , tudo eui bom j^jj. JT-; i, estado , é situado defronte da Villa da Scixal; seu dono mora em LUbon , na travesia deSaoln Jntln n.°24.

»o» sortimento de chapéosa (100, 960, e 1$2001 J rua da Prata u.° 100, 1.° andar. '

T liiLÁo do reato de uma partida de agoa-ar-

dentc do Ilio, no dia 2Z do correnle-mez •*• P1*"'» ' (le Dezembro, pelas1 IO horas da inauhi , na Praia de Santos, urmazem num. 38 e 39.

DOMINGOS Lc Kelard, tabricante liquoiista', faz saber ao Publico , quo no seu armazém na rua dos Confoileiro3 n ° C, tem um soJtiniento de h-quores sujicrflnos engarrafados; a saber : crfinie de lidrnt; crê-ine de Menthe poivrée ; CrímedeCafle HJoka; Creme de Fleurs d'Orans«; Cfáme deNoyau; Crime d'Absinthc ; Creme Ber-gamollc; Crime de Limctte; Huile de Rose; litiile de V«-nille, Huile de Canclle ; Huile de Vénus; Lait de Vieille; Eau d'Or,; dito d'Argenl; Porfait Amour; Marasqum deZu-rá ; Alkermés de Florença ; Aniselle

Kirch-Wansttr Suisse , Enu de CulçRne ilouble.____________

rVTA rua dys Poyaes de S. Bento n." 03, ha -i- ' para vender um cavallo : quem quizcr com-pra-lo dinja-se alli. ' ' >

THE ATRO N. DA RUA DOS CONDES.

QUINTA feira 21 de Dezembro de 1337; a 2.a representação do = Knbri, o Tatnun-queiro , ou os Fiparotes = péquena Comedia maravilhosa em l Acto. =TrinU annbs, ou a vida de um Jo^ador = grande Drama ern 3 cpo-clias, e 6 quadros.

REAL THEATRO DE S.-C.4RLOS.

QUARTA feira 20 de Dezembro de 1837 ; 3£." representação: Opera = O Aio compto-mettido=:e a nova Dança em ô actos que (.«u por tilulo= Pelayo. = AsScenas são todas My-vas, e pintadas a 1.", 4.", c 5.a, pelos Srs. Rambois & Cinalli, e a 2.% è a o." pelo Sr. Palucci.______

QUINTA, feira 21 de Dezembro de 1837: e;n beneficio da primeira Bailarina, Madc-moiselle Clara, se representará a Opera = Buu-triz de Tenda —e a Dança em õ actos, composta por Mr. Villa, que se intitula = Pulu.vo = onde n Beneficiada dançam um Pas-de-deux com Mr. Thc'odore. = Principi.mt is 7 liaras. N. li. O* Bilhetes com data de 18, teru entrada nesta noite.

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