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Entrou pois em discussão o seguinte

PEOJECTO DE RESPOSTA AO DISCUBSO DA COROA

Senhor.—-Se a camará dos deputados sente a mais viva satisfação sempre que se acha em redor do throno de Vossa Magestade, redobra na actualidade esse sentimento pela fausta eomrmmicação que Vossa Magestade se dignou fazer-lhe do seu auspicioso consorcio com Sua Alteza Real a Sereníssima Princeza de Itália Maria Pia de Saboya. ^ Estando a realisação d'este grande pensamento no sentir geral da nação portugueza elevadamente justificado pelas tradições que ligam as duas augustas dynastias, e pela homogeneidade das instituições liberaes que regem os dois povos, spbresáe ainda esse pensamento pela recordação da gympathia que mereceu ao augusto avô da futura Rainha de Portugal a invicta cidade do Porto, que aquelle heroe da liberdade escolheu para seu refugio em momentos de provação.

A camará, manifestando por este modo o seu jubilo, julga-se interprete fiel de toda a nação que vê n'esta augusta alliança uni seguro penhor da continuação da dynas-tía de Bragança e da prosperidade do paiz, que na mesma se acha consubstanciada.

Sala da commissào, 5 de setembro de 1862. = António Luiz de 8eabra = José Bernardo da Silva Cabral = José Estevão Coelho de Magalhães = Belchior José Grarcez — Allerto António de Moraes Carvalho = João António Gomes de Castro = A. Ayres de Gouveia.

Foi logo approvado unanimemente.

O sr. Xavier da Silva: — Proponho que a graude deputação, que tem de felicitar Sua Magestade pelo seu auspicioso eniace, seja a mesma que apresente ao mesmo augusto senhor a resposta ao discurso da coroa, podendo associar-se-lhe os deputados que quizerem faze-lo (apoiados^.

Assim se resolveu.

O sr. Ministro da Fazenda (Lobo d'Ávila): — O sr. presidente do conselho foi saber de Sua Magestade a hora em que amanha ha de ser recebida a deputação.

O sr. Presidente: — Em consequência da declaração do sr. ministro, convido os srs. deputados a reunirem amanhã ás onze horas. , Está levantada a sessão.

Eram quasi quatro horas da tarde.

SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DE 6 DE SETEMBRO DE 1-562 PRESIDÊNCIA DO EX.rao SB. AXTONIO LDIZ DE SEABEA

Secretários os =rs lMiSuel Osorío Cabral

'(António Eleuterio Dias da Silva

Chamada—Presentes 69 srs. deputados.

Prestntcs á abertura da sessão — Os srs. Annibal, Ayres de Gouveia, Bernardo Ferreira, Carlos Maia, Quaresma, Eleuteno Dias, Gonçalves de Freitas, Gouveia Osório, Sei-xas, A. Pinto de Magalhães, Seabra, Mazziotti, Breyner, António Pequiío, Lopes Branco, António de Serpa, Xavier da Silva, Zeferino Rodrigues, Barão^do Rio Zezere, Gar-cez, Albuquerque e Amaral, Abranches, Carlos Bento, Cy-rillo Machado, Cesario, Faustino da Gama, Fernando Magalhães, Fortunato de Mello, Coelho do Amaral, Diogo de Sá, Ignacio Lopes, Gomes, Guilhermino de Barros, Henrique de GVtro, Blanc, Gomes de Castro, João Chrysostomo, Macedo, Roboredo, Simas, Matos Correia, Rodrigues Camará, Mello e Mendonça, Joaquim Pinto de Magalhães, José Veiga, José Guedes, Alves Chaves, Luciano de Castro, D. Jo = é de Alarcâo, J. M. de Abreu, Casal Ribeiro, Costa e Silva, Frazão, Menezes Toste, Jo-é de Moraes, Gonçalves Correia, Oliveira Baptista, José Paes. Camará Leme. Rocha Peixoto, Sousa Júnior, Murta, Marianno de Sousa, Miguel Osório, Plácido de Abreu, Ricardo Guimarães, Nogueira Soares, Velioso de Horta e Visconde de Portocarrero.

Entraram durante a stwâo — Os srs. Affonso Botelho, Moraes Carvalho, Sá Nogueira, Castro Ferreri, Conde de Valle de Reis, Sant'Ajcna e Vasconcellos e José Estevão.

ATzt; compareceram — 0-? sr?. Adriano Pequito, Braam-camp, Soares de Moraes, Alves Martins, Correia Caldeira, Dias de Oliveira, Gomes Brandão, Ferreira Pontes, Arrobas, Pereira da Cunha, Fonseca Osório, Pinto de Albuquerque, Venancio Daricl, A. V. Peixoto, Aristides, Palmeirim, Bania das Lages, Barào de Santos, Barào da Torre, Barão do Vallado, Bailio Cabral, Freitas Soares, Oliveira e Castro, Aime:da e Azevedo, Ileirão, Pinto Coelho, Cláudio José Nane-, Conde da Azambuja, Conde da Torre, Rsbello de Carvalho, Cypviano Costa, Domingos de Barros, Poças Falcão, Drago/Uivar. Barroso, Abranches Homem, Fernandes Oo.-ta, Izidoro Vianua, Borges Fernandes, F. M. da Cu-ta, Bicudo Correia, Pulido, Chamiço, Gaspar Pereira, Ga.-par Teixeira, Carvalho e Abreu, Mendes de Carvalho, Fonseca Couíiuho, J. J. de Azevedo, Almeida Pessanha, ArnKuo, Sejmlveda, Calça e Pina, Joaquim Cabral, Ferreira de Mello, Torres e Almeida, J. Coelho de Carvalho. Neutel, Ortigc^io, Faria Guimarães, Lobo d'Ávila, Velioso da Ciuz, J. A. Maia, José Grima, Galvào, Silva Cabral, luíame Pessanha, Figueiredo de Faria, Feijó, Alvares da Gue-ira, Rojão, Sieuve de Meneze*, Silveira e Menezes, Ba-talhoz, Mendes Leal, Júlio do Carvalhal, Camará Falcão, Freitas Bramo, Mendes de Vasconcellos, Affonseca, Moura, Alves Gueira, Almeida Maia, Pereira Dias, Pinto de Araújo, Vaz Pret--. Modesto, Monteiro Castello Branco, Charters, Menezes Pita, Moraes Soares, S. Coelho de Carvalho, Simúo de Almeida, Thornás Ribeiro, Teixeira Pinto, Ferrer e Visconde de Pmcíella.

Abertura—Hora e ise:a da tarde.

Acta — Approvada.

EXJPED1NETE

- l.Trn cffit-io do ?r. Dia? de Oliveira, de que r.iio pôde comparecerá seesuo extraordinária, por incommodo de saúde. ~-Inteirada.

2.° Do ministério do reino, participando que a sessão de encerramento das cortes geraes extraordinárias ha de verificar-se pelas ires horas da tarde do dia 6, por meio de com-missão de que Sua Mageatade encarregou os membros do ministério. —Inteirada.

O sr. Presidente:—A grande deputação encarregada de apresentar a Sua Magestade a resposta á allocução, que Sua Magesíade lhe diri

Depois d'isto, em cumprimento da missão encarregada á mesma deputação de apresentar a Sua Magestade as suas felicitações pelo seu consorcio, eu tive a honra de, em nome da mesma deputação, dirigir a Sua Magestade as breves palavras seguintes:

eSenhor. — Esta deputação tem outra missão a cumprir, que é apresentar a Vossa Magestade em particular as felicitações da camará pela conclusão do seu tão auspicioso consorcio. Senhor, a justa confiança que a camará tinha depositado ein Vossa Magestade, de que a sua escolha seria digna de Vossa Magestade e da nação portugueza, está plenamente justificada.

«Os portuguezes amam a invicta cruz de Saboya, porque ao seu clarão amanheceu a nossa independência. Os portuguezes amam e veneram a invicta cruz de Saboya, porque é hoje um symbolo de heroismo e liberdade.

Só nos resta, senhor, formar, como formámos, os mais ardentes votos, para que o céu abençoe tào esperançosa alliança e a cubra de infinitas prosperidades.»

Sua Magestade dignou-se responder:

«Que muito agradecia á camará as respectivas demonstrações da sua dedicação e confiança, e que era para Sua Magestade da maior satisfação e da maior gloria ver que a sua escolha merecia os applausos da camará e da nação.B

Vozes:—Muito bem.

O sr. Presidente: — As cortes encerram-se ás três horas. Como não ha mais objecto algum de que tratar, está levantada a sessão.

Eram duas horas e um quarto.

NOTICIAS DO REINO

CONTINENTE

Porto — A associação industrial portuense, diz o Diário Mercantil, envia duas medalhas de oiro commemorativas da exposição portuense a El-Rei o Senhor D. Luiz e a seu augusto pae o Senhor D. Fernando.

Estão nomeados para apresentar as cartas que acompanham as mesmas medalhas, alem do presidente da mesma associação o sr. António Bernardo Ferreira, os sócios correspondentes da associação os srs. Alexandre Herculano, José Victorino Damasio, José Maria do Casal Ribeiro e José Maria Latino Coelho.

----Tratando dos trabalhos encetados para o monumento

de D. Pedro IV, escreve a mesma folha o seguinte:

eLarga e funda é já a escavação que em meio da praça de D. Pedro se vae abrindo para receber os alicerces do monumento inaugurado a 9 de julho.

«Bom é que assim se vá evidenciando a boa vontade de que estão animadas a actual vereação municipal e a com-missão auxiliadora.»

----No citado periódico lê-se mais:

«Nos intervallos livres de cantaria do segmento circular, em cujo meio se ergue hoje a columna de granito, erigida pelas duas manufacturas do Bulhão, em honra de D. Pedro V, anda-se fazendo um aformoseamento.

«Calçam-se esses intervallos com um mozaico de pedra-seixo, branca e preta, como se vê na parte marginal da praça de D. Pedro, E mais um realce ao modesto monu--mento das fabricas de fundição e estamparia que o Rei finado, como muito bem diz a inscripção, salvou do olvido com as suas visitas.»

----Começou a publicar-se na cidadã invicta mais um pé

riodico. Sae três vezes por semana e iotitula-se A Justiça.

Vianna do Castello—A Aurora do Lima diz que o em.mo cardeal patriarcha de Lisboa chegara áquella cidade no dia 2 do corrente, pouco depois da uma hora da tarde, indo hospedar-se no palacete do sr. Luiz do Rego. A sua entrada, repicaram os sinos das diversas torres e subiram ao ar alguns foguetes.

S. em.a dignou-se dispensar a guarda de honra de in-fanteria n.° 3, que foi logo mandada postar junto da sua habitação. A oficialidade dos dois corpos aqui estacionados e diversas auctcridades e fucccionarios foram pouco depois cumprimentar o illustre hospede, que, segundo nos dizem, saiu e:-ta manha, embarcado, com direcção a Ponte do Lima e Arcos.

Recebemos folhas de Madrid de 3 e 4 do corrente, de Paris de l e 2, e de Bruxella- de 31 do passado e l do corrente. __________

 CurresíJõnrtencia de Espr-na, da ultima data, só traz os seguintes despachos telegniphicos:

New York, 23 de agosto—O general Pope uniu-se aMac-Clellan.

Todo o exercito confederado abandonou Richmond, di-rififmdo-se ao valle da Virginia. ^Os confederados tomaram Charkville no Tennesée.

Santo IldefonsOj 3 (pela tarde) — Acaba de se celebrar um conselho de ministros, presidido pela rainha, no qual sua magestads assignou o real decreto que indulta os con-demnados pelos acontecimentos de Loja.

Chegou aquelle real sitio o sr. D. Patrício de Ia Escosura,

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A Correspondência de Espana, justifica a falta de telegram-mas, dizendo que as ultimas tempestades fizeram graves avarias nas linhas telegraphicas.

Das folhas recebidas pelo penúltimo correio transcrevemos os seguintes

& TELEGRAMMAS

Roma, 31 de agosto — Hontem foi oficialmente pedida a mão da princeza Maria da Annuociação, irmã do ex-rei Francisco II, para o archiduque Carlos Luiz, irmão do imperador da Áustria.

O papa está de todo restabelecido dos seus padecimentos.

Turim, 31 — Na manifestação que se realisou hontem de tarde em Milão foi morto um cidadão e alguns outros feridos.

As tropas perseguem duas guerrilhas garibaldinas que fugiram de Catanza e do combate de Aspramonte.

Na Sicilia e provindas napolitanas continua o estado de sitio.

A manifestação de Milão foi motivada pelo falso boato da morte de Garibaldi. Os instigadores dirigiram-se a casa do cônsul francez, porém um esquadrão de cavallaria impediu que esta occorrencia tomasse caracter mais grave.

O corpo municipal, n'uma allocução, convida os milane-zes a que se unam em volta da bandeira real.

Em Milão reina agora tranquillidade; mas a guarda nacional está em armas, e algumas patrulhas percorrem as ruas da cidade.

Hontem houve em Brescia uma demonstração que se conseguiu apasiguar sem confiictos.

Em Coma foi necessário empregar-se a força contra os revoltosos.

Diz-se que entre os prisioneiros de Aspramonte figuram Nicotera e Miceli.

O governo francez felicitou o de Turim pelos successos de Aspramonte.

Alexandria, 31—Na Syria reina tranquillidade.

Os drusos pagam as contribuições.

O Haceran está agitado. Deram-se conflictos com os chefes d'esta comarca.

Milão, l de setembro—Hontem á noite repetiram-se as demonstrações ainda que menos ruidosas, por causa da guarda nacional e das patrulhas. Apenas foi ferido um cidadão. Hoje reina tranquillidade na cidade.

Paris, l—Amanhã verifica se em Saiut-Cloud, sob a presidência do imperador, a reunião do conselho privado e de ministros.

O imperador parte no dia 3 para Biarritz.

Amanhã é esperado o novo embaixador da Rússia, sr. Budberg.

Idem, idem—Os periódicos dizem que na Itália se toem feito manifestações em muitas cidade>.

Givitta Vecchia, l — Garibaldi embarcou no dia 30 em Reggio, debaixo de prisão. Por ordem de Victor Manuel, logo que o prisioneiro desembarque em Génova, será conduzido para Turim. ---------------

ITÁLIA

Afirma-se que o rei Victor Manuel escreveu ao imperador dos francezes por occa&ião dos graves acontecimentos que se deram agora. A carta do rei de Itália, recordando o=? conselho-^ dados ao seu governo pelo gabinete das Tu-Iherias, promette prompta e enérgica repressão, e termina manifestando de novo a esperança de uma solução da questão romana.

----As camarás, que ha tempo interromperam os seus trabalhos, reuuir-se-hão de novo TJO dia 15. Espera-se por um discurso importante do sr. Ratazzi. (La Patrie.J

INGLATERRA

0-> periódicos inglezs^ continuam a o-ucupar se da situação de Roma com relação ao resto da Itália, e o Moming-Post sustenta o principio da occupação rnixta dos estados poutifieios como sendo o meio de satisfazer ás exigência^ destruir as desconfianças e tranquiliisar os animou

«Temos ouvido fallar muito n'uma, guarnição mista, diz o Jlorning-Postj o que seria uma espécie de transicção entre a occupaçíio de Roma pelas tropas francezas e o estabelecimento de Roma como capital do reino italiana Soria um plano engenhoso, fazer occupar a cidade na margem direita do Tibre, pelas tropas francezas, e na margem esquerda pelas tropas de Victor Manuel. O governo itaíiruo considerar-se-ía tào empenhado como a França em garantir a segurança do summo pontifice.

No tocante á segurança do papa, cardeaes 9 de todo o clero era Roma, e ao livre exeivicio das suas funcções es-pirituaes, porventura o arranjo propo?todiÔere praticamente do que se pas=a hoje, pela acção commum, proveniente da mesma causa, das tropas italianas e nv.ncezas?...

E verdade que actualmente as tropas italianas não estão em Roma nom a--- francezas, porém Cialdini e Psrsano, Pi-nelli e La Marmora, se todos os seus movimentos n?o sã» uma mystiíicaçao gigantesca, reali?am na Itália meridional uma missão que o homem mais intelligente não pôde ae.-crinrrnr via que está confiada ao cominando do co:'*io de occnpaçâo franceza.>

O Times pensa differentemente. Dept.is de dizer que a Itália tem até hoje vencido com moderação as dificuldades inherentes ao movimento político e nacional que emprehen-dêra, reconhece ser chegada a hora do perigo, e que esse perigo veiu de onde se não devia esperar, dos seus amigos. A Itália fará da s&, tal é a divisa que o Times aconselha aos italianos que inscrevam na sua bandeira.