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dado a assistir ámanhã á discussão deste requerimento (Apoiados.)

Assim se resolveu.

O sr. Albergaria Freire: — Sr. presidente, tenho que fazer um requerimento sobre objecto que tem relação com aquelle em que acaba de fallar o sr. Cunha: não posso fallar no objecto que s. ex.ª tocou, mas posso apresentar um requerimento que joga com esse mesmo objecto. O conceito que me merece o juiz de direito de Estremoz, o sr. Francisco Botto Pimentel de Mendonça, juiz dos mais honrados e decano da magistratura portugueza, faz com que eu peça que o conhecimento deste negocio fique adiado por alguns dias.

O juiz ordinario de Estremoz não é capaz tambem de impedir que o juiz de direito exerça as funcções de que se acha investido: não posso dizer qual seja a causa por que os presos se acham retidos na cadêa, mas ha causa, e causa legal, e por isso eu requeria que este negocio ficasse adiado (Vozes: — Nada, nada.) Bem, não querem que fique adiado; pois eu, como só quero salvar a honra do digno magistrado que occupa a comarca de Estremoz, então ámanhã quando a discussão tiver logar, pedirei a palavra.

ORDEM DO DIA.

Continúa a eleição de commissões.

O sr. Presidente: — Vai fazer-se a chamada para a eleição das commissões de guerra, e commercio e artes; sendo a commissão de guerra composta de 9 membros, e a de commercio e artes de 7.

Commissão de guerra.

Entraram na urna 81 listas, brancas 5, e irregulares 2; maioria absoluta 41. Saíram eleitos

Os srs. José Guedes......... com 71 votos

Pina Freire................. 70 »

Mello Brayner............... 70 »

Ribeiro de Almeida.......... 68 »

Silva Pereira (José)........ 64 »

Camarate.................... 59 »

Palmeirim................... 58 »

D. Antonio de Mello......... 56 »

Cyrillo Machado............. 50 »

Commissão de commercio e artes.

Entraram na urna 78 listas, brancas 6, irregular 1; maioria absoluta 35.

Saíram eleitos.

Os srs. Macedo Pinto........ com 70 votos

Julio Pimentel.............. 69 »

Lousada..................... 69 »

Archer...................... 63 »

Gomes Corrêa................ 61 »

Santos Monteiro............. 60 »

Maya (Carlos)............... 43 »

O sr. Lobo d'Avila: — Participo a v. ex.ª que a commissão de obras publicas se acha installada, tendo nomeado para presidente o sr. José Estevão, relator Lobo d'Avila, e secretario o sr. Mamede.

O sr. Rivara. — Participo tambem a v. ex.ª o achar-se installada a commissão de administração publica, tendo nomeado, para seu presidente o sr. Avila, secretario o sr. Pires, e a mim para relator.

O sr. Ministro da justiça (Frederico Guilherme): — Mando para a mesa por parte do governo a seguinte

Proposta — «O governo pede á camara dos srs. deputados a permissão necessaria, para que possam accumular, querendo, as funcções de deputado com os cargos que exercem da dependencia do ministerio dos negocios da guerra, os srs. D. Antonio José de Mello, sub-chefe do estado maior do exercito; Augusto Xavier Palmeirim, director do collegio militar; Antonio de Mello Brayner, chefe da 1.ª repartição do estado maior do exercito; Francisco Damazio Roussado Gorjão, ajudante de ordens do commandante em chefe do exercito; e Antonio Ladislau da Costa Camarate, chefe da 2.ª repartição do estado maior do exercito.»

Sala da camara dos srs. deputados, em 11 de janeiro de 1854. = Visconde d'Athoguia.

(Continuando) — O sr. ministro dos negocios estrangeiros, tendo de ir para a outra camara, deixou-me encarregada de participar a v. ex.ª e a camara, as noticias ultimamente recebidas sobre a cholera morbus, que constam do officio do vice-consul de Vigo, que passo a lêr:

«As noticias sanitarias deste paiz são cada dia mais satisfatorias. As cólicas nervoso-biliosas que se fizeram sentir em algumas povoações ruraes por causado repentino e intenso frio, e da miseria, podem dizer-se desapparecidas, ficando sómente algumas febres catarraes e pneumonias, de facil cura. Escuso observar a v. ex.ª que nem umas nem outras enfermidades tiveram, nem têem nada de epidemicas nem de contagiosas, por mais que exaggerada e inexactamente se tenha querido suppôr que existia a cholera-morbus.»

Como isto é uma noticia importante, o governo entendeu que devia dar conta della á camara dos srs. deputados. (Apoiados)

Leu-se na mesa a proposta — E entrou em discussão.

O sr. Cunha Sotto-Maior: — Sr. presidente, é preciso que ai camara tome uma resolução seria, a respeito das accumulações; porque, não é possivel que um deputado seja como Gerião, para estar presente n'umas poucas de partes. Gritou-se altamente, como v. ex.ª sabe muito bem, e como todos nós ouvimos, contra as accumulações; e hoje, parece que na camara não ha nada, e que tudo quanto ha a fazer é lá fóra, porque de uma assentada vem o sr. ministro da justiça e pede 7 deputados; vem o sr. ministro da marinha e pede 6; o sr. ministro da guerra 5, e o sr. ministro da fazenda e obras publicas, 12 e etc. Ora, pergunto eu a v. ex.ª, é isto camara, é isto systema parlamentar, é isto systema governativo? Se o deputado que é empregado, não póde deixar de exercer as suas funcções lá fóra, então não venha para a camara, e resigne o seu logar.

É necessario pois que a camara tome uma resolução seria, grave e decente. Desde que a sessão se abriu, ainda os srs. ministros não fizeram senão pedir deputados. Cáe uma ponte, pede-se um deputado; tracta-se das estradas, pedem-se deputados; precisa-se uma casa para um theatro, lá vai um deputado. Pois se tudo isto é assim, então falle-se claro: sejamos francos e sinceros. Se os deputados, são necessarios lá fóra; se elles não podem estar aqui, e senão servem,