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cripções, o qual subindo á Tribuna lêo uma Proposição em tres artigos, tendo por objecto a suspensão do Recrutamento, mandar dar baixa ás Recrutas apuradas; e bem assim a todos os Soldados da primeira Linha, que tiverem servido os annos da Lei.

Não foi apoiada, e por isso ficou rejeitada.

Seguio-se o Senhor Deputado Joaquim Antonio de Magalhães, que subindo á Tribuna lêo a seguinte

Proposição.

Proponho que se peça ao Governo uma Relação aos Membros desta Camara, que tiver empregado em Commissões antes da sua reunião; e esta motivada, para a Camara deliberar se deve, ou não authorisa-los nos termos do Artigo 32 e 33 da Carta.

Camara dos Deputados 17 de Novembro de 1826. - Doutor Joaquim Antonio de Magalhães.

Foi apoiada, e admittida como attendivel.

Seguio-se o Senhor Deputado Derramado, que subindo á Tribuna lêo uma Proposição, para que sejão isentos do recrutamento de Tropa de Linha, e Milicias os Maioraes, e Moços de Gados, que se empregarem regulamente neste pfficio.

Foi apoiada, e admittida como attendivel.

Expoz o Senhor Deputado Moraes Sarmento, que tinha entregue na Secretaria a Obra de Mr. Julieu, em treze tomos, que lhe tinhão sido remettidos pelo mesmo Auctor para offerecer em seu nome ás extinctas Côrtes; o que não havia executado por lhe chegarem á mão já quando ellas se achavão dissolvidas; e por isso os guardara como em deposito até hoje.

Mandárão-se guardar no Archivo.

Dêo o Senhor Presidente para Ordem do Dia da seguinte Sessão a reunião das Commissões Geraes, na forma da parte do Projecto do Regimento Interno, que já se achava approvada, e para a Sessão do dia 20 a continuação da discussão sobre o mesmo Projecto, principiando pelos primeiros artigos; e sendo duas horas da tarde disse a que levantava a Sessão.

SESSÃO DE 18 DE NOVEMBRO.

Ás 9 horas e 3 quartos fez a chamada o Senhor Deputado Secretario Ribeiro Costa. E achando-se presentes 90 Senhores Deputados, e faltando, alem dos 19, que ainda se não apresentarão, 5, a saber: os Senhores Gouvêa Durão - Bettencourt - Barão do Sobral - Isidoro José dos Santos - e Mello Freire, disse o Senhor Presidente que estava aberta a Sessão.

E sendo lida a Acta da Sessão precedente, foi approvada.

O Senhor Presidente convidou a Camara a formar-se em Commissões Geraes, e disse que levantava a Sessão, sendo pouco mais de dez horas.

SESSÃO DE 20 DE NOVEMBRO.

Ás 9 horas e meia da manhã fez a chamada o Senhor Deputado Secretario Ribeiro Costa; e achando-se presentes 91 Senhores Deputados, faltando, alem dos 19, que ainda se não apresentarão, 4, a saber: os Senhores Gouvêa Durão - Bettencourt, com causa motivado, e os Senhores Isidoro José dos Santos - e Ribeiro Saraiva, sem ella, disse o Senhor Presidente que estava aberta a Sessão.

Lida a Acta da Sessão precedente, foi approvada.

Informou o Senhor Presidente a Camara do modo benigno, por que fôra recebida a Deputação, encarregada de levar a Sua Alteza, a Senhora Infanta Repente a Resposta ao Discurso do Throno, e referio a Resposta, que a mesma Serenissima Senhora déra á Deputação, o que tudo he o seguinte:

Resposta ao Discurso do Throno.

Serenissima Senhora. - A Camara dos Deputados da Nação Portuguesa nos impõe o honroso dever de exprimir na Augusta Presença de Vossa Alteza os profundos, e respeitosos sentimentos, de que ficou penetrada, ouvindo as palavras memoraveis, e verdadeiramente Reaes, que Vossa Alteza em Nome d'ElRei se Dignou dirigir-lhes do alto do Throno no faustissimo dia 30 de Outubro.

A Camara vio com a maior complacencia consagrado na linguagem do Throno o grande principio "que o Solo Portuguez não conheceo desde seculos remotos outro Governo Politico, que não fosse o Monarchico-Representativo."

Foi com effeito este grande principio, mais ou menos desenvolvido, o que elevou a Nação Portugueza nos seculos da sua gloria áquelle gráo de credito, de grandeza, e de poder, que se acha consignado nos Fastos das Nações, e que lhe não pode ser com justiça disputado.

Foi este mesmo principio, o que inspirou no animo do Augusto, e Saudoso Monarcha, Pai de Vossa Alteza, o nobre pensamento de renovar com as Côrtes Nacionaes as saudaveis Instituições, que se achavão como esquecidas pelo tempo, mas que tinhão feito naquellas felizes idades a prosperidade dos Portuguezes, e a gloria dos seus Soberanos; pensamento, que a força inevitavel dos tempos, e das circunstancias lhe não permittio realisar.

A Providencia do Ceo linha reservado esta gloria para o Muito Alto, e Muito Excellente Rei, o Senhor D. Pedro IV. nosso legitimo Soberano, cuja Alma grande, e generosa parece não conhecer outro genero de Poder, senão o que he fundado sobre Leis justas, sobre Instituições sabias, e permanentes, nem outro genero de grandeza, e de felicidade pessoal, senão a que resulta dos beneficios derramados profusamente sobre os Povos, que lhe estão sujeitos.

Apenas o Senhor D. Pedro IV. tinha lançado solidos, e seguros alicerces á prosperidade dos Povos Brasileiros, quando, por disposição do Ceo, se vio elevado ao Throno de Portugal, e entrou de posse desta rica, e preciosa herança, que lhe transmittirão seus Augustos Progenitores.

A dor profunda, que então devia opprimir o seu Regio Coração pela luctuosa perda de seu Augusto Pai, os sentimentos todos, que naquelles momentos devião occupar a vasta capacidade do seu alto espirito, se confundirão em um só, e unico pensamento, em um só, e unico desejo, o de fazer felizes os Por-