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Além disso consta-me que ha alguma difficuldade em se distribuir o Diario da Camara conjunctamente com o Diario do Governo. E ir dar agora a uma empreza a publicação do Diario da Camara sem que a camara tenha primeiro resolvido estas difficuldades, é ir tomar sobre si um encargo oneroso; e talvez mesmo tenha de se alterar o numero de folhas que se ha de tirar do mesmo Diario. Eis-aqui a razão porque intendo que se deve adiar o contracto da empreza até que a camara tome uma resolução sobre as difficuldades que se apresentam, e que altere mesmo um dos artigos que deve servir de thema para se contractar à empreza.

O sr. Cunha Sotto-Maior: — Acho razoaveis as observações apresentadas pelo sr. Santos Monteiro, e D. Rodrigo de Menezes; concordo com ellas, mas no que não posso concordar é com a consequencia que s. ex.ª tiraram. A questão é simples e clara. Em consequencia do atrazo em que estava a publicação das sessões desta camara, resolveu-se, sobre proposta do sr. D. Rodrigo, que se pozesse a concurso a publicação das nossas sessões; aconteceu depois que a repartição encarregada desta publicação, a tem melhorado muito; mas não se segue daqui que a publicação do Diario da Camara não possa ser melhorada ainda mais por outra empreza que venha. Como a empreza está a concurso, póde ser que appareça uma outra que se obrigue a publicar ainda melhor as nossas sessões. Isto que acabo de dizer, não é emittir uma opinião contra as pessoas que actualmente estão encarregadas da publicação do Diario da Camara é unicamente para mostrar que seria mais regular dar ao negocio este andamento.

Aproveito esta occasião para dizer que o facto está mostrando quanta razão eu tinha para asseverar que era possivel melhorar a publicação das nossas sessões. Estimo que o facto viesse mostrar quanto injustos foram aquelles, que apreciando mal o estado das cousas, vieram dizer que não era possivel publicar na integra as sessões desta camara, no dia immediato á sessão. A camara já vê que isto é possivel, porque sem augmentar o pessoal, nem os ordenados, nem as condições existentes, esta publicação tem melhorado muito. Eu que sou um homem que não acredito no impossivel, relativamente fallando, rio-me do entono com que certas pessoas chamam impossivel áquillo que é possivel? Á vista do facto, que me dirão aquelles senhores que até agora sustentavam que não era possivel dar, na integra; a publicação das sessões no dia immediato? Se a camara por uma resolução sua augmentar o pessoal e os ordenados dos empregados na tachygrafia, nada mais facil, comesinho, ordinario e trivial, do que publicarem-se em dia as sessões desta casa.

Faço este arrazoado para que a camara veja, que eu tenho razão por muitas vezes. Hoje é o dia 31 de janeiro; já está publicada e distribuida a sessão do dia 27; com um pequeno esforço que faça a camara, é muito facil publicar as sessões 21 horas depois de pronunciadas aqui; qualquer deputado póde fallar ria sessão, e no dia seguinte lêr, no Diario da Camara, o seu discurso linha por linha, palavra por palavra, ponto por ponto, virgula por virgula. Agora quanto á proposta do sr. deputado Santos Monteiro, direi que não vejo inconveniente em que se abra o concurso; porque uma das condições diz — que a actual empreza será preferida em igualdade de circumstancias. (O sr. Santos Monteiro: — Não foi isso approvado para camara) Ainda que não fosse approvado, deve-se sub-intender isto, que é um principio elementar consignado em todas as condições desta natureza. Portanto, aberto o concurso, póde acontecer que haja uma proposta para melhorar a situação actual; e neste caso é muito provavel que a repartição tachigrafica queira ver melhorado o facto que está practicando.

O sr. D. Rodrigo de Menezes: — Não posso deixar de pedir ao illustre deputado que me precedeu, que considere o que a commissão especial a que pertenço, veiu propôr á camara. A commissão não disse — que não era possivel melhorar a publicação do Diario da Camara, isto é, diminuir o tempo em que ella era feita; — a commissão o que disse foi — que não era possivel haver extractos extensos no Diario do Governo, e haver ao mesmo tempo Diario da Camara. A commissão tanto intendeu que era possivel diminuir ô tempo da publicação do Diario da Camara, que propoz que houvesse concurso e se désse a empreza a quem por menos tempo fizesse a publicação do mesmo Diario. Está visto que é possivel melhorar-se a publicação do Diario da Camara mas deve conhecer-se a impossibilidade desta se poder fazer em 24 horas; porque apesar de todas as diligencias dos srs. tachygrafos e da commissão administrativa para a publicação se fazer em dia, tem-se reconhecido que ha nisto impossibilidade. Dado o caso que os srs. deputados queiram rever os seus discursos, como é possivel da-los a tempo para irem para a imprensa, e poderem sair no dia seguinte á sessão? Além disso, a imprensa nacional não se obriga á publicação das sessões no dia seguinte, porque o administrador da imprensa declarou na commissão que não era possivel. Não sei porque; talvez pelo lado do trabalho material, ou mesmo por não estar montada a machina em estado de poder dar-se aquelle trabalho em 24 horas.

Mas, sr. presidente, eu apresentei outra difficuldade, pela qual se não deve continuar o concurso, que é, a difficuldade de se distribuir o Diario da Camara com o Diario do Governo; se essa difficuldade continuar; se não se puder distribuir o Diario da Camara aos assignantes do Diario do Governo, o que se segue é que se ha de dar a empreza do Diario da Camara com obrigação de dar um muito menor numero de exemplares; e neste caso é necessario diminuir o numero de exemplares que se hão de publicar, quero dizer, diminuir muito as despezas; e em quanto não estiver resolvida esta difficuldade, não se póde dar o Diario da Camara a empreza alguma, porque se não sabe em que base se ha de fundar.

Não havendo quem mais tivesse a palavra, procedeu-se á votação, e foi approvado o adiamento.

(Foi lida na mesa uma proposta do sr. Santos Monteiro, relativa a legalisar os vencimentos dos empregados da camara, a qual ficou para segunda leitura).

O sr. Guerreiro: — Pedi a palavra para mandar para a mesa uma representação dos habitantes da freguezia de Sancta Eulalia de Anhellos, concelho das Boticas, que pedem que aquella freguezia seja unida á comarca de Chaves, donde foi tirada para a ajuntarem á de Montalegre.

O sr. Presidente: — Amanhã se lhe dará destino.

O sr. Miguel do Canto: — Sr. presidente, é realmente para lamentar que em menoscabo de um dos