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mara. Nós a propusemos. Mas vede, Srs., com que prudencia e madureza não procedemos nós neste negocio e em tão melindrosas circumstancias! Na primeira conferencia que leve logar a Opposição entendeu que não devia tratar de similhante objecto, n'um momento em que os espíritos estavam agitados e as paixões inflamadas. E depois medimos uma por uma as nossas palavras, para que a triága se não convertesse em veneno. Que responsabilidade não pesaria sobre nós se em logar de acalmar as ....... e os furores populares, os fossemos atiçar e accender de novo, e por este meio pozessemos em risco a paz da nação e o decoro da Assembléa! Os nossos pensamentos eram todos consagrados á felicidade da patria; o seu amor foi a estrella que então nos guiou. Que é o que nós propomos? O unico meio que se nos offereceu como digno de nós e da Assembléa, a sua dissolução. Debalde se pretende inculcar que por este facto nos revoltamos contra a maioria, e que não só desconhecemos a primeira condição do sistema representativo, mas que queremos condemnar a sua politica. Não é assim, Srs., entre desapprovar e condemnar ha um espaço immenso. Nós não approvamos a vossa politica, mas condemnalla!... Só a nação o pode fazer. As vossas e as nossas intenções são puras. Todos nós queremos a liberdade e a felicidade commum. Este é o fim Nos meios divergimos. Nessa divergencia é que está a questão. A nação pronuncie! A nação pronunciará entra nós e vós, não entre os nossos desejos, o nosso amor da liberdade, e o nosso patriotismo, mas entre a nossa politica; e entre os diversos sistemas pelos quaes a nação pode ser regida e administrada. A nossa proposta foi dictada pelo espirito de justiça, pelo amor do bem commum, pelo respeito da urna eleitoral; e contamos com o decoro e patriotismo e desinteresse de todos os membros desta casa. Chamados á barra da nação, daremos todos conta dos nossos actos. Se a nação vos elege a vós e com exclusão dos membros que se sentam deste lado da Camara - a nossa missão está acabada. A nação fica com os seus Deputados, e nós com os nossos princípios: a nação será governada pela politica que merece a sua approvação, e nós iremos buscar a paz e o retiro da vida particular e fazer votos pela felicidade commum Se a nação vos eleger a vós em maioria, e se aqui viermos os poucos deste lado, é que a nação quer a vossa politica mais vigiada, mais contrariada e combatida por uma opposição forte e independente. Então nós cumprimos a nossa obrigação, apregoando nossos principios censurando os ministros e esperando do tempo que dê victoria ás doutrinas que defendemos. Se porém ficamos em maioria, a nação pronunciou, e não temos senão a sentir as luzes que vão faltar á Assembléa pela ausencia dos membros illustres, que ella perder nas eleições. Eis aqui o que acontecerá depois da dissolução. Os membros desta Camara não perdem nada da sua dignidade e da sua honra Ninguem põe em duvida o seu amor do bem publico ou o seu patriotismo, nem a sua rectidão. Supponde que a nação nos não elege a nenhum de vós nem de nós. É que ella encontrou cem cidadãos mais dignos do que nós todos Felizes seremos então, todos vós tereis o generoso pensamento daquelle spartano illustre. Somos tre milhões de habitantes. Prouvera a Deos que nós fossemos os peiores cidadãos deste reino! Então a liberdade seria inteira; a nação feliz, e nós realisariamos os sonhos dos poetas, porque viria sobre nós a idade da paz e da felicidade.

Se nesta Camara houvesse agora uma maioria vigorosa! Mas maioria e minoria quasi que se equilibram e muitas vezes deixam vacillante a victoria, incerto o resultado de no os combates. Quando as mais bellas instituições são ...... por uma tão fraca maioria, que ha de dizer a ......? que uns poucos de homens tirannisam o paiz, ou ao menos que lhe preparam a sua ruína; e que matam as suas liberdades. Quereis vós esse anathema? Segui o caminho que vos traçaram os meus collegas; dai um grande documento de desinteresse, e vereis quantas bençãos vos acompanham. Forque não mostrais vós confiança no povo que vos honrou!
É uma minoria turbulenta e inquieta que se não resigna e que á força, quer ser maioria! - Srs. Assim fallam aquelles que não nos fazem justiça. É da natureza do sistema representativo, e aonde ha liberdade, haver tambem diversidade de opiniões - Combaterem-se! Esses combates ou essas reacções constituem os partidos - reunião d'homens que representam opiniões e interesses. A unanimidade é um sonho que a propria tirannia não pode realisar. A tirannia pode fazer reinar o silencio, tapar as bocas, cortar as mãos, mas não pode tirar aos corações que sintam; e ás cabeças, que pensem diversamente. A maioria é a lei das assembléas deliberantes. A civilisação quer pôr termo para sempre aos combates de ferro O homem é superior aos brutos pelo entendimento e pela razão, e por isso combate raciocinando. Mas as discussões não acabariam nada, se a votação as não terminasse. Eis-aqui o fundamento dessa soberania dos numeros; eis-aqui a necessidade de reconhecer a lei das maiorias.

Um ministerio que não tem uma maioria, ganha pela convicção, deve retirar-se É da natureza dos corpos Collectivos e deliberantes terem maiorias e opposições Todas as maiorias repugnam a descer dessa cathegoria, como os corpos físicos repugnam ás imputações Todas as opposições aspiram a ser maioria. Mas porque meioss? Srs. Sem Opposição o governo representativo (se fosse possivel) seria o peior de todos os sistemas de politica. Os Deputados da Opposição são como cavalheiros andantes nos tempos civilisados. A sua missão é nobre e genero a Defender os fracos e desvalidos, e acometter o poder - o poder em qualquer parte que elle se encontre hostil, e ameaçador para a liberdade de todos, d'alguns ou d'algum, ainda que seja o cidadão mais infeliz, e desemparado, e este com dobrados motivos. Eu digo isto, dos Deputados da Opposição, porém creio que esta missão é geral; se bem que os Deputados das maiorias costumam e devem ser mais indulgentes, ainda que o seu silencio no parlamento deve ser compensado pelos conselhos severas e ousados que no particular tem obrigação de dar aos ministros, cujo sistema defendem com sen voto ou com seus talentos. Cuidais vós, Srs., que nós estamos cançados da posição que tomamos, e que abandonaríamos de bom grado a defensão de tão caros interesses, e uma missão tão alta como religiosa? Nem estamos cançados nem nos arrependemos. O nosso officio é trabalhar e pelejar as guerras do parlamento. Se eu fosse só d'este lado - só contra muitos - fracos são meus talentos - mas ainda assim, sem o poderoso auxilio de tão valentes companheiros como aqui tenho ao pé de mim, não perderia nem a coragem nem a paciencia. Sobre meus débeis hombros tomaria a defensão da causa commum, e Deus havia de ajudar-me. Pequenos são meus talentos, mas a causa que eu defendo é grande. A verdade havia de inspirar-me. A verdade! e o amor da Pátria, e o amor da gloria. Ao menos sempre me ficaria por galardão a approvação da minha consciencia. A razão posta a votos seria talvez rejeitada por uma maioria céga, surda, e orgulhosa. Porém as sementes do bem estavam lançadas na terra. Ellas germinariam e haviam de vegetar, florescer e fructificar O que era a Opposição franceza depois de 1815? Uns poucos d'homens generosos. Quinze annos de combates deram a final a victoria aos seus princípios e gloria immortal aos seus nomes. Srs., nós queremos ser maioria para fazermos triunfar as generosas doutrinas, que proclamamos como Opposição. Não é a ignobil ambição de trazer uma, pasta, quem move os Deputados d'este lado da Camara a fazer todos os esforços para que as suas opiniões triunfem, e obtenham a approvação de uma maioria parlamentar. Muita gente vulgar se tem sentado nas cadeiras do niniste-