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«i e u s constituintes saibam qual foi a minha opinião a. respeito da questão, que hoje se tem agitado; direi só duas palavras, porque já disse que não queria entrar no campo, e muito menos depois da marcha que a discussão levava, porque me não quero comprometter pelo resultado dessa discussão; mas direi só uma cousa. Disse-se: e' necessário que saia a Administração actual, é necessária a demissão do Ministério: d'accordo, saia o Ministério, para mim e' indifferente, declaro francamente que não tenho tido affeição particular com os Ministros que têern havido desde Setembro ; tenho-os ajudado quanto tenho podido; mas não conheço Administração nenhuma desde Setembro que não tenha sido chamada traidora lá fora, e aqui hostilisada. Essa Administração do Sr. Passof, que eu apoiei, quanto pude, com o meu voto aqui e fora desta Casa, como Commaudante da Guarda Municipal, para a conservação da ordem publica, e digo em honra do mesmo Sr. Deputado, que elle sempre conservou a maior energia e actividade para que a ordem publica nunca fosse alterada (apoiado) j e acho que o resultado dessa energia foi ter o nome de traidor, ate' que deixou de ser Ministro, e ninguém mais se lembrou do Sr. Passos (Manoel). Portanto eu desde então amigo pessoal de todos os Ministros não lhes devo favor pessoal algum ; nunca lhes pedi com-rnendas, nem empregos para mim, nem para meus parentes , que os não tenho ; essas condecorações, que tenho, ganhei-as no campo da batalha: ha até uma circumstancia muito singular, não tendo eu nunca na minha vida senão duas pertenções no Ministério da Guerra, uma no ternpo do nobre Duque da Terceira, outra na do nobre Marechal Saldanha, depois de quatro annos já me não lembrava das pertenções, e ha um mez recebi um Of« ficio do Ministério da Guerra, dizendo, que Sua Magestade me tinha indeferido, cousa de que já ine não lembrava.. Portanto, eis-aqui todas as minhas relações com o Ministério; embora digam que sou ministerial, porque isso nada vale, a minha conducta está acima disso. Vá o Ministério abaixo, pouco me importa ; mas hontem já um Sr. Deputado disse, que o novo Ministério não podia sahir da esquerda, da direita também não era possível, do centro não é nada : então que quer isto dizer? qxie não podemos ter Ministério. Ora agora o que resta, e' demonstrar que é possivel governar o Paiz sem Ministério.

Ora observo eu uma contradicção, sem querer offender os Membros da maioria cia Commissão de .quem sou amigo , observo uma contradicção entre a discussão que tenho observado sobre a resposta ao Discurso do Throno , e aqueila que observei sobre a validade das eleições. Disse-se então que todas as eleições eram nuílas, por falta de observância da lei, mas que havia um interesse maior, a salvação publica, porque a dissolução da .Camará

podia produzir uma crise, e então não havia rerriè-dio senão approvar o Parecer da Commissão; e eu achei tanta força neste argumento, que me resolvi a votar pelo Parecer, apezar dessas monstruosida-dês das eleições. Mas se agora eu não fizer o mesmo sou contradictorio, porque o Ministério da esquerda não é possivel, da direita também nãor (apoiados do lado direito) do centro, não fallemos disso, porque isso não presta para nada, e então que acontecerá? dissolver-se a Camará. Pois era uma crise ha 15 dias dissolver a Camará, e hoje é uma necessidade? ! Eu confesso que não entendo, e então para evitar esta crise julgo que não ha outro remédio senão conservar o Ministério.

Concluo, Sr. Presidente, votando contra o Parecer da Commissão, e approvando a Substituição do Sr. Magalhães. **

O Sr. /. *4. de Magalhães: — Eu tinha pedido a palavra sobre a ordem, quando failava o illustre Orador. Neste § que se tem discutido, effectiva* mente não se tracta senão de discutir um facto determinado : ora a discussão sobre este facto determinado , parece-me ter sido suínciente, é então requeria a V. Ex.% que propozesse á Ássernble'a se effectívamente está, ou não discutida a matéria. Este requerimento não prejudica, nem os Srs. Deputados , que têem a palavra para explicações, por que ficam salvas, nem prejudica tão pouco os Deputados que têem de fallar na matéria, segundo o caracter, que essa discussão hontem tornou, porque essa discussão, no meu entender, só tem logar no § seguinte. .Por tanto peço a V. Ex.a que proponha, se a matéria está suffieientemente discutida. (Fozes^ — votos, votos).

Decidiu-se que não estava discutida.

O Sr. Alberto Carlos: — Eu antes de ouvir o ultimo Orador, disse que não duvidava de ceder a palavra, mas parece-rne , que se combina tudo ficando a discussão reunida nos dons artigos ; se a. Camará concordar nisto podem discutir-se simultaneamente.

O Sr. José Estevão : — A discussão está acabada : neste artigo tem-se discutido a política do Governo; alguém diria, eu reprovaria a política em geral, mas neste caso deve-se absolver o Governo .; pai-ece-ine que nos oiUros artigos não haverá mais dous, ou três votos, porque estou persuadido, que quem acha este capitulo de accuzação pequeno, também ha de achar os outros. Agora aqui está-se tractando da política em-geral do Governo, pode-se concluir assim, e até íiea o recurso de se dizer, eu votei pelo Ministério , porque era neste caso do Algarve, se fosse nos outros não votava. Para deixar, pois este azylo entendo, que deve continuar a discussão como está. (Apoiado).

O Sr. Presidente: — A hora deu; a Ordem do dia para a Sessão seguinte é a mesma, está ]evan« tada a Sessão. — Eram 4 horas da tarde..

N." 37.

À.

Presidenôia\do Sr. J. C. de Campos, berlura — A's 11 horas e meia da manhã.