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e os infelizes fqrani sepultados vivos flas ôridás do Atlântico! Não me .atreveria a recordar ,tal crime, se por ventura elle não fosse mais atroz e mais negro, do que todos os que com notável injustiça se nos lançam em rosto. Digo com notável injustiça, porque °nao inculpo a Nação Ingleza pelos crimes de um de seus .súbditos, assina como quizera, que os seus homens d'Estado, não fizessem a Nação Por-tugueza responsável pelos actos infames, e deshonro* sós, que alguns poucos dos nossos tem praticado. . Agora, Sr. Presidente, deixando a parte analiti-caj .pedirei licença para citar uma auctoridade^ que tratou magistralmente á questão de escravatura j ob»-jecto da Solíicitude do Governo Britannico. Louvável é sem duvida o empenho, honroso para uma Nação ii.lustrada * rnas o trazer constantemenie esta qúçstâo., no meio das discussões mais importantes, (observa o author do génio do Christianismo Chá* teaubriand) dá1 a entender que a Inglaterra teme que o seu commercio, o desejo do exclusivo se reparta por outras Nações. Quer obrigar a França, a Hespanha, o Portugal e a Hollanda, a mudar •rapidamente o regimen das suas Colónias, sem cu-iar se-por ventura estas Nações chegaram ao estado moral, em que séria possível dar a liberdade aos negros, sem entregar á mercê da providencia,ã propriedade e a existência dos brancos. Esta filantropia tão exaltada, tão aublime pôde definir-se como á moeda falsa da caridade. (Ouçam—apoiados.) Tenho por mui exacta a doutrina, e o nome e credito que merece o negociador do Congresso de Verona a abona. Sustento, Senhores, que hão ha Estadista, que não ha Portuguez digno desse nome, que se atreva a deffender o Commercio da Escravatura ; esse nefando trafico que apprõveita a uns poucos dê Estrangeiros, è que empobrece e,a,rruina as nossas Províncias Ultramarinas. A escravatura pôde semi pré entorpecer os rnananciaes da industria naquel-Jas Províncias, e ao Governo, e ás Cortes compete, por sabias medidas e leis, tornar productivòs os capitães :empregados nesse ruinoso trafico, Traficar, como diz um grande escriptor Inglez, nos homens , ,ern vez :de tirar partido de seu trabalho, é cortar a aivpre pela raiz, em vez de lhe aproveitar os fructos. Mas quer a Inglaterra tornar profícua a sua filantropia comece por casa, prohiba que em Man? r se fabriquem annualmente 150 mil Libras de

,fazendas para a escravatura; que Birmingham não exporte ern armas e pólvora 138 mil; e que as fabricas de Lancashire não manufacturem outras 250 mil Libras de fazendas para o trafico; não adopte urna medida excepcional e violenta para uma Nação fraca, (apoiado) ; não exija de Portugal mais do que exigio das Nações poderosas. A França negou-lhe a clausula de pirataria, e contentou-se-lhe com dizer —não o permitte a minha Legislação criminal. Os Estados Unidos não consentiram; no direito da visita, é as Nações que tal permittiram, e cora que se argumenta, são as que não tem Colónias, e que por isso tudo podiam conceder l Que importa pois para a abolição uma medida tomada exclusivamente contra Portugal ? Mostra só o desejo de of-fender^ porque'a escravatura far-sè-ha de ora em diante, sob as bandeiras de nações poderosas, que navegarão impunes ás barbas dos cruzeiros. Se a Inglaterra pois quer prestar esse serviço á humanidade , tome medidas efficazes ; faça com que todas as Potências marítimas, e todas aquellas em que existe a escravidão adoptem simultaneamente uma medida geral e emciente. Este é o meio que lembra o nobre Visconde de Sá no seu folheto ; e eu vou ainda-mais longe; digo, que só por meiodejKa^ Congresso, -ern qiig^sg-raMendu nua iuieitisses de cada uma deslas Fotencias, e se adopte nma medida uniforme e conveniente é possível acabar com o trafico. Digo ainda mais, que a par desse Congresso, a Inglaterra, se está animada por esses sinceros desejos de melhorar a condição dos pretos, deve levar acivilísação ao centro dessa África adusta; adoce-lhe os costumes bárbaros; faça-lhes conhecer os seus interesses, e receberá as bênçãos do mundo ci-vilisado. Este proceder seria nobre, seria mais digno, do que mandar um firmem, com «ma folha em branco para Portugal assignar etn branco, um mandato que com abuso de palavras se alcunha tra» ctado! (Apoiado).

Concluo, Sr. Presidente, votando pelos dous parágrafos da maioria e dá minoria, e votarei por todos os additamentos e substituições, que se apresentarem e expressarem os sentimentos da honra Nacional offendida. (Apoiados dos dous lados da Ca-mora).

Errata — Na pag. 146, l.a col., lin. 3." aqnde se diz = regeito=:deve ler-sez^approvo. =

is.

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Presidência dó Sr. Guilherme Henriques.

___beriura—Depois do meio dia.

Chamada — Presentes 92 Srs. Deputados; entraram depois mais alguns, e faltaram os Srs. Ba* r ao de - Noronha, Corrêa de Sá, F. A. da f^eiga^ Carvalho e Mello, Sousa Guedes, Queiroga, Luna, Ferreira Lima, Ferreira de Castro, Henrique» F er? reira, Silva Pereira, Xavier d'Araújo, Pinto Soa-^res, Mousinho da Silveira, Souza Saraiva,~ Col-mieiro, Marques Muría, Patriarcha eleito, Xavier JBotelhò. -

—Approvada sem discussão. ' ;

CORRESPONIiENCIA.

Camará d&s Senadores •— Officio , participando que naquella Camará fora approvado ern Sessão de 15 do corrente, o Projecto de Lei vindo desta Camará, sobre serem isentos de pagamento dos direitos nas Alfândegas do Ultramar, durante 10 annos, as ferramentas, machinas, e utensílios próprios da Agricultura e preparação de seus productos: o qual vai ser reduzido a authografo para sersubmettidoáReaí Sancção — Para o Àrchivo. • ;>-'