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ideria o facto ser considerado política, procedeu de modo que podesse aproveitar aos desgraçados qualquer meio que a sorte deparasse de os favorecer; e cháma-se a isto desejar condemna-los, e faze-lossaír da Pátria !! E' muito exagerar.

•Mas, Sr. Presidente, corri que razão e ò Governo accusado de não querer por obstinação, de não querer por perversidade, applicar o beneficio çTuma lei a uns poucos de desgraçados? Não tem elle demonstrado todo o bom desejo de unir a fa-milia portugueza ? O Governo tem feito ver por differentes factos que está muito longe de querer ser exclusivo e especial em bem a uns, e ern mal a outros. Porque motivo, tendo o Governo feito ad-mittir nas fileiras do Exercito tão grande numero de Officiaes, que estavam fora delias em razão dos acontecimentos políticos, quereria ser cruel contra os desgraçados Soldados, que nenhum mal lhe podiam fazer? Seria esse o desejo mais infernal que .se podesse dar em alguém! Tem-se restituído Coronéis ás- suas patentes j altos funccipnarios aos seus empregos, e só com oito Soldados é que o Governo quer ser cruel ? Pôde provar de mais , e por isso nada prova similhante allegação. ,

Mas , Sr. Presidente , é preciso acabar. O Governo não presta, merece uma censura desde o primeiro ate' ao ultimo capitulo, no externo e no interno, no que é administrativo e judiciário, , no que e diplomático e económico,' e ern fim uma censura naquillo' mesmo porque elle merecia áp-provação na Sessão passada... (sensação, apoia» dos). Também é provar de mais ; porque no decurso longo de um exame de todos os capitules, e de todos os objectos, não achar nem uma uma só cousa, nem um só acto digno, ao menos, de in-differença, nem bom nem máo, não achar se não um motivo de severa e acre censura para-tudo, e inuito! Ora, Sr. Presidente, digamos a verdade; eu já declarei_que tinhamos errado, e fácil cousa e notar erros nos homens públicos? mas em' fim não terá o Governo feito nada bom ? Pois a Nação Portugueza considera-o assirn com effeito ? Pois^os -Representantes da Nação, que aqui estão, que vieram chamados á bandeira dos projectos do Governo, também nos julgam incapazes de merecer o minimo louvor por termos apresentado esses projectos, e querermos sustenta-los ? Mas elles não são obra do Ministério! E quern os deu por obra nos-

sa ? pois o merecimento vem só do àuthoif da obra Í pois não e mérito adopta-la ? todos hão de ter a gloria da invenção? pois a política e' poesia? (Apoiados).

S,r. Presidente, ò nobre Deputado^, a quem tenho a honra de responder, acabou taxando^ a lei do censo de imtempestiva • não o era em seu conceito na Sessão passada, e é intempestiva hoje? (sensacção —- apoiados). E como se pode julgar, que a lei do censo é intempestiva, se elía é a execução irrimediata cte um preceito constitucional,, e

'sem.a qual não pôde existir a Constituição ? (apoiados). Não pôde haver representantes da Nação , sem a prova do censo; o censo está determinado na Constituição ; a prova delle ha'de ser immedia-ta: e e' intempestiva esta lei! Sr. Presidente, torno a dizer, "que esta lei do censo, este outro complexo de medidas, que e Governo apresentou', já mereceram a ápprovação daquelles, que hoje as reprovam (apoiados) : será porque os tempos mudassem, ou porque a nossa política mudasse ? pôde^ muito bern ser, que algum acto nosso não agradasse ; inàs quem dirá, que'houve alteração ~no systema político deste Governo? Sr. Presidente, eu tenho a consciência, e os meus collegas a têem, não de haver errado, porque eu confesso ter com-rnettido" muitos erros: reconheço a debilidade de meus talentos; mas digo, que estou forte na minha consciência, digo, que não tenho mudado, digo, que não temos mudado, digo, que a nossa política está explicada por nós mesmos, digo, que a imputaçãosde não pertencermos exclusivamente

_a um partido político, e' uma imputação chimert-ca, digo , que se acaso fossemos, nestes lôgares,

"os homens exclusivos de um partido político1, mereceríamos ser apedrejados pela Nação inteira (numerosos apoiados). , , Creio, Sr. Presidente, que salvas algumas in-crepações de menos importância, e que em quanto a rnim não a merecem senão pelas respeitáveis pessoas, que as produziram, salvo estas ; julgo ter-respondido ás outras\de maior monta, que se apresentaram ; e se ellas se repetirem, conforme eií poder, e forte, como digo, nos principios da minha consciência, espero poder repelli-las, e poder

-demonstrar a falsidade delias!

(O Orador acabou este discurso entre numerosas

• i » ;

apoiados).

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1840.

Presidência do Sr, Pinto de Magalhães.

.berlura — A meia hora depois do meio dia. Chamada-—Presentes 88 Srs. Deputados. .Acta — Approvada sem discussão. Foram mandadas lançar na acta as seguintes:

BECIARAÇÕES BE VOTO----l.a—Declaramos,

que se a proposta do Sr. Deputado Seabra, sobre a mensagem, fosse votada, nós os abaixo assi-gnados , votaríamos contra ella. Camará dos Deputados, 30 de Julho de 1840.—J, Ricardo Pereira de Figueiredo y J. Barbosa da Silva Chaves: rr~r 4.' —

João da Silva Carvalho j Francisco Maria Tavares de Carvalho; António Pereira Pimeníél da Motta Castello Branco j D. J. Frieira Ribeiro y JoséJífa* noel Botelho; A. L. de Seabra j A.,Herculano. .

2.a—Declaro, que hontern votei, que não fosse inserida n,a acta a declaração apresentada pelo Sr. Deputado Aguiar, sobre ír<_ que='que' de='de' a='a' objecto='objecto' j.='j.' julho='julho' _1840.='_1840.' deputação='deputação' f='f' tinha='tinha' ou='ou' maia.='maia.' p='p' votação.='votação.' sido='sido' magestade='magestade' sala='sala' camará='camará' não='não' _30='_30' da='da' rainha='rainha' sua='sua' _='_'>

O Sr. Seabra: — Eu pedi hontem a V. Ex.% que tivesse a bondade de mandar juntar o meu nome a declaração, que ia assignada por muitos