O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

668

DIARIO DA CAMARA DOS SENHORES DEPUTADOS

Mando para a mesa estas altera‡”es, e pe‡o a v. ex.¦ que consulte a camara sobre se as quer desde j  discutir e votar, a fim d'este projecto poder passar para a camara dos dignos pares.

O sr. Ministro das Obras publicas (Visconde de Chancelleiros): - Perdoe-me o illustre deputado que informou a camara de que eu me tinha compromettido a apresentar uma proposta de lei com rela‡„o   lei de 6 de junho de 1864, que lhe diga que me n„o lembra de haver tomado tal compromisso; e nem o podia tomar. Eu podia dizer isso no sentido de julgar conveniente a reforma; mas o que n„o podia; era comprometter-me a tomar a iniciativa em uma proposta que quando tivesse de ser feita, n„o o podia ser por mim, porque pertence ao ministerio do reino.

O que provavelmente disse se illustre deputado, foi que a lei de 6 de junho de 1864 devia ser modificada, assim como entendo que o deve ser a de 15 de junho de 1862, que se refere   via‡„o districtal; mas nem uma nem outra, a haver de ser modificadas, o podia ser por minha iniciativa, mas sim pelo meu collega o sr. ministro do reino, por que ‚ a sua reparti‡„o que pertence esse assumpto e n„o ao ministerio das obras publicas.

O sr. Presidente: - Vou consultar a camara sobre se quer entrar j  na discuss„o do parecer que o sr. relator da commiss„o de fazenda, Barros Gomes, acaba de mandar para a mesa, relativamente  s emendas que foram mandadas   commiss„o sobre a projecto da coutribui‡„o pessoal.

Antes d'isso, v„o ler-se as altera‡”es propostas pela commiss„o

S„o as seguintes:

Ao artigo 10.§:

1.§ A fazenda nacional dentro do praso de dois annos, contados desde o momento em que deveria ter sido exigida a contribui‡„o de que se trata;

2.§ Os collectados sem fundamento para o serem pelos factos ou parte dos factos que determinaram as collectas.

Na tabella:

Pelo uso do bras„o de armas nas carruagens em qualquer ordem de terra 10$000 r‚is.

Resolveu-se que entrassem logo em discuss„o, e foram em seguida àpprovados.

ORDEM DO DIA

Continua‡„o da discuss„o do or‡amento do ministerio da marinha

O sr. Presidente do Conselho de Ministros: - Parece-me que o illustre deputado a quem tenho de responder, n„o est  presente. Colloca-me esta circurnstancia em uma posi‡„o desagradavel; mas v. ex.¦ e a camara comprehendem que n„o posso deixar de continuar com a palavra, porque tenho de responder n„o s¢ ao illustre deputado; mas, sobretudo,   camara e ao paiz.

Haver  quem julgue, que n„o era eu a pessoa que devia tomar a palavra n'este logar; discute-se o or‡amento do ministerio da marinha, e inquestionavelmente era o illustre relator da commiss„o a pessoa mais habilitada para responder a quaesquer observa‡”es que se fizessem sobre o respectivo parecer, porque foi s. ex.¦ que o redigiu, foi s. ex.¦ que fez um estudo profundo sobre o assumpto; e tanto que mereceu a approva‡„o de uma commiss„o t„o esclarecida como ‚ a illustre commiss„o de fazenda. E ainda que quem vˆ o parecer encontra n'elle um grande numero de assignaturas, umas com vencimento, outras com declara‡”es estes vencimentos e estas declara‡”es dizem respeito a pontos diversos, do que resulta que o essencial do parecer foi aroprovado, e approvado pela maioria da commiss„o.

Posso dize-lo   camara, ainda que ella n„o carece de o saber nem ouvir da minha b“ca, mas quero dar este testemunho   illustre commiss„o.

Tive a honra de assumir  s suas sess”es; assisti principalmente para me esclarecer e me instruir: declarei-o no seio da commiss„o, n„o tenho duvida em o declarar tambem aqui. Por consequencia, posso asseverar que os pontos principaes do parecer foram approvados pela maioria da commissão.

Por outro lado o illustre deputado acabou o seu discurso com uma serie de perguntas dirigidas ao meu illustre collega, o sr. ministro da marinha, pedindo-lhe sobre ellas resposta categorica. Pareceria por consequencia que eu queria privar o meu illustre collega do prazer de aceitar esta cita‡„o, ou de corresponder a este convite. Mas eu n„o encarei a quest„o por este lado.

Primeiramente o meu illustre collega tinha-se explicado de sobejo n'esta camara; e se o illustre deputado tivesse seguido as discuss”es no seio da illustre commiss„o de fazenda, e tivesse, ao menos, lido o discurso do meu nobre collega, j  que n„o p“de ouvir s. ex.¦ por n„o estar na sess„o, havia de comprehender que todas as perguntas que tinha feito, todas, sem distinc‡„o de uma s¢, tinham sido cabal e francamente respondidas pelo meu illustre collega, como eu logo demonstrarei   camara, referindo-me ao seu proprio discurso.

E em segundo logar, eu n„o me podia fazer illus„o sobre o alcance do discurso do illustre deputado. O illustre deputado fez um discurso politico. O parecer da commiss„o foi mero pretexto. O illustre deputado tinha pressa em se declarar em opposi‡„o ao governo; e tanta pressa que pediu a palavra sobre a ordem. Se tivesse esperado o logar que lhe pertenceria no debate, se pedisse a palavra sobre a materia, esta n„o podia tardar que lhe chegasse. Mas s. ex.¦ tinha pressa em fazer esta declara‡„o   camara, e em demonstrar que eu n„o dava garantias ao partido que s. ex.¦ chama reformista, partido no seio do qual s. ex.¦ pretende ter ganho as suas esporas de oiro. S. ex.¦ acrescentou que eu n„o fazia sen„o navegar em todos os campos, navegando bem, no meu sentido, atrav‚s dos parceis e recifes, pondo-me   capa esperando ventos favoraveis.

Realmente n'esta parte s. ex.¦ fallou com a proficiencia de um homem que conhece perfeitamente este genero de navega‡„o.

Se o discurso do illustre deputado tinha pois um alcance politico, entendi que era ao presidente do conselho que competia responder-lhe.

O illustre deputado pediu a palavra sobre a ordem, e, para justificar a maneira por que a pediu, mandou para a mesa dois projectos de lei, que, para honra de s. ex.¦, eu estimaria que nunca os tivesse apresentado.

A mim, que quero sinceramente as reduc‡”es na despeza publica, que n„o desorganisem os servi‡os, afigura-se-me que, na presen‡a de um deficit consideravel, devemos por algum tempo eliminar todas as despezas que n„o forem absolutamente indispensaveis; compungiu-me ver s. ex.¦ limitar se a mandar para a mesa dois projectos de lei, cuja economia, quando se realise desde j , ‚ insignificantissima, e eu n„o posso deixar de considerar esses projectos como a ultima palavra de s. ex.¦, com rela‡„o  s economias, no ministerio da marinha. Compungiu-me a leitura de taes propostas, porque entendo que mais valiosas e mais importantes economias se podem fazer no or‡amento que se discute.

Depois d'essa leitura pediu s. ex.¦ licença para fazer algumas pondera‡”es. Todos julgavam, e eu tambem, que s. ex.¦ queria sustentar os projectos mandados para a mesa; por‚m n„o foi assim. S. ex.¦ n„o fallou sen„o no conselho ultramarino, que j  n„o existe, e depois entrou largamente no objecto que tinha em vista, que era inquestionavelmente aggredir o governo, e aggredir sobretudo o presidente do conselho.

S. ex.¦ disse, que os seus assombros, quando lˆra o parecer, eram tantos quantos os capitulos do or‡amento que se discute; que as suas admira‡”es eram tantas quantas as economias propostas n'este or‡amento. Mas o seu principal assombro foi ver o presidente do conselho convertido   es-