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disciplinas que s'aprendem na Escola Polytechnica viessem fazer parte do systema d'ensino da Escola Naval. — Seria necessario (talvez proprio nesta occasião) que en apresentasse aqui as estatisticas dos Alumnos que frequentam essa Escola, e as estatisticas dos que tem sido apurados como capazes d'entrar no serviço da Marinha.

Portanto, Sr. Presidente, ainda repito, herdando os receios dos meus Antecessores, e com especialidade do nobre Deputado, que acaba de pedir a palavra, apresentando o meu Relatorio, e offerecendo o Projecto de reforma d'Escola Naval, declarei logo, que estava bem convencido de que o systema collegial havia ser muito mais proficuo para o serviço, e progresso da arma da Marinha (Apoiado): a illustre Commissão de Marinha mostra uma tendencia muito decisiva para o mesmo systema, e vi tambem muitos e dignos Membros desta Camara penderem para esta mesma idéa (Apoiados) Isto fez com que eu examinasse novamente o negocio; isto fez com que tivesse reiteradas conferencias com a illustre Commissão de Marinha; isto fez com que viesse a um resultado... Sr. Presidente, na Commissão de Marinha apresentou-se um calculo aproximado da despeza que virá a fazer-se, quando o systema collegial s'estabelecesse. Se eu podesse de repente dar inteiro credito a este calculo, diria já, que propunha a esta Camara o systema collegial: mas este negocio carece de maduro exame; (Apoiado) o negocio não é absolutamente urgente, deve sei examinado debaixo destes pontos de vista — se os calculos que me foram apresentados são exactos — se o systema collegial se póde montar pela mesma despeza, que se faz hoje com as Escolas como estão estabelecidas, então o meu pensamento decididamente é pelo systema collegial. Digo mais, são tantos os resultados que prevejo da mudança de systema, que ainda quando houvesse uma differença de alguns contos de réis, entenderei que deverá estabelecer-se. (Vozes — Muito bem.) Porque, Sr. Presidente, o que queremos nós?.. Sabios..! Certamente não queremos para a Marinha; mas queremos que saibam da navegação (Apoiado), que saibam todos os elementos que são necessarios para fazer um bom Official de Marinha (Apoiado) e que tenham uma practica um pouco precoce naquella vida, porque se a tiverem depois d'adultos nunca serão bons marinheiros (Apoiado) Queremos Officiaes marinheiros, uma cousa que não tem sido possivel conseguir-se montada a Escola Naval como se acha, porque tem havido anno em que senão tem apurado tres discipulos capazes d'entrar na Marinha (Ouçam); annos houve que nem um!.. Havendo regularmente cento e tantos discipulos matriculados (Signaes d'admiração) Então, Sr. Presidente, em consequencia dos exames a que tenho procedido, declaro á Camara que avaliado o Orçamento devido, olhado o negocio debaixo deste ponto de vista em todas as suas partes, se apparecer que a despeza não é maior do que a actual, ou que faz uma differença de 3, 4, até 5 contos de réis. (O Sr. Avila: — Apoiado) declaro que me decido pelo systema collegial, e que proponho esse systema. (Apoiados)

Peço portanto á Camara consinta que eu retire desde já o Projecto de reforma da Escola Naval, com o intuito unicamente da organisação de um Projecto novo debaixo do systema collegial, porque entendo que a Camara não achará muito um excesso de despeza como aquella que acabo d'expôr, quando seja possivel organisar se uma Escola Naval como ella deve ser. (Apoiados)

A ainda accrescentarei mais alguma cousa, ácerca de outro ponto — Se a Escola ha de ser Escola a bordo, se em terra? A minha opinião é que seja a bordo (Apoiados) porque a bordo tem mais alguma utilidade. Mas tudo isto se ha de aqui tractar, e se a Camara resolver este negocio tem feito um grande serviço á Nação. (Apoiados: — Muito bem.)

O Sr. Presidente: — O Projecto n.º 76 é aquelle de que se tracta. É do dominio da Camara, e foi apresentado pela Commissão de Marinha. Recaio sobre a Proposta do Governo n. 18 B. O Sr. Ministro da Marinha pede licença para o retirar da discussão.

Foi concedida.

Continua a discussão do Projecto n.º 103 sobre estradas.

O Sr. Lopes de Lima: — Sr. Presidente, no caso que me não chegue a palavra sobre a materia, que aliás não esta muito distante, por se fechar a discussão, peço a V. Ex.ª que me conceda a palavra sobre a ordem antes da votação.

O Sr. Cunha Sotto-Maior: — Sr. Presidente; entro nesta discussão sem enthusiasmo: para mim a baze da discussão será pois a carencia absoluta de fé. Julgo inutil cançar a Camara com a repetição fastidiosa da necessidade absoluta d'um systema de estradas, e da sua urgencia relativa, pelo que toca ao nosso Paiz. (apoiados)

Vou combater este Projecto, por que não tem pensamento algum racional. Tem um pensamento, não ha duvida, mas é mesquinho, e peço licença aos illustres Membros da Commissão para dizer lhes, que chega até a ser miseravel. Eu nego a possibilidade das estradas por este Projecto. Não se fará uma legoa de estradas. É cousa notavel; vem aqui apresentar-se um Projecto desta ordem, um Projecto da maior importancia para os interesses materiaes e civilisadores do Paiz sem dados estatisticos, sem trabalhos graphicos indispensaveis, sem elementos technicos de qualidade alguma!... Não se diz quanto custa uma legoa de estradas; não se diz quantas legoas se hão-de fazer; não se diz quando hão-de começar estes trabalhos; e o relatorio diz, que este Projecto é a recopilação scientifica de tudo quanto nos outros Paizes ha de melhor a este respeito!... E eu, Sr. Presidente, vejo que este Projecto não é mais do que 51 ninhos de guinchos para os Srs. Ministros empregarem os afilhados. (Riso) É uma fosquinha ao funccionalismo.

Este Projecto é o communismo não em theoria, mas em acção, e um postulado do systema Prudhon, (Hilaridade). O Governo tem com a Companhia — Lombré — e com a Empreza das Estradas do Minho contractos, sem os indemnisar, e sem os rescindir, sem consultar os interessados, não póde, pelo menos não deve apossar-se delles. A factura da estrada de Lisboa ao Porto, e das estradas do Minho não pertence ao Governo, e não póde pertencer-lhe em quanto não indemnisar as Companhias que as contractaram. Não venho advogar os interesses dessas Companhias, não sei se são contractos ou não, que possam ser annullados, mas acceito o facto segundo a declaração do proprio Governo para desse facto tirar as consequen-