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commissão se vê ainda em grandes difficuldades, por isso que appareceu alguma desintelligencia entre os seus membros a respeito das tres bases principaes sobre que assenta o projecto, e com as quaes estão de tal fórma ligados os seus artigos, que alterada, que seja qualquer destas bases, estremece todo o projecto. Ora esta desintelligencia que apparece da parte da commissão, e sobre os tres pontos capitaes; é sobre se o imposto se julga sufficiente — se por ventura as pequenas emprezas que fazem propostas, tem de ser attendidas — e finalmente sobre expropriações; porque o Sr. Deputado Lopes de Lima já apresentou uma substituição sobre o systema de emprezas; o Sr. Deputado pelo Algarve apresentou um novo meio de substituir o imposto; o Sr. Deputado por Cabo Verde, e membro da commissão, fallou tambem em sentido opposto ao parecer da maioria da mesma, e eu, que sou relator interino neste negocio, tenho tambem uma outra opinião: ora neste estado de cousas, como posso eu ser orgão d'uma commissão que não esta unanime, e que tem apresentado idéas tão oppostas entre si? Por consequencia foi debaixo deste ponto de vista que a commissão, para abbreviar tempo, propoz o adiamento do projecto; mas um adiamento limitado e definido, quanto baste para se aproveitar das luzes que tem apparecido na Camara, e das razões que se tem apresentado pro, e contra a douctrina do projecto, para poder trazer depois com toda a brevidade a esta Camara um trabalho mais perfeito (apoiados), e em que vá de melhor accordo.

O Orador: — Estou plenamente satisfeito com a explicação do nobre Deputado; era assim como eu entendia a proposta. Sr. Presidente, o que se approvou ultimamente votando-se a generalidade do projecto, foi que todos queremos estradas (apoiados): e o resultado d'uma discussão de 9 dias trouxe-nos grande proveito, por que muitas das nossas opiniões se fixaram mais, por isso que obtiveram esclarecimentos muito proveitosos durante esta discussão. Quando este objecto sobre estradas veio á discussão pela primeira vez, veio logo acompanhado de um adiamento; eu oppuz-me então, porque pela maneira que elle foi apresentado, não tinha fundamento algum. Depois o adiamento definiu-se por 15 dias com o fim de se obterem esclarecimentos; foi uma especie de convenção; por que quando se pediu este adiamento, todos nós estavamos nas circumstancias de entrar na discussão, porque durante estes 15 dias não obtivemos mais esclarecimentos do que dantes. Entrou-se na discussão de generalidade do projecto, durando esta nove dias; e agora que vamos entrar na discussão da especialidade vem pedir-se um novo adiamento; que significa isto? Isto significa que a discussão que houve durante estes nove dias, produziu tal abalo nas convicções dos nobres Deputados, que a commissão acha-se preplexa para poder sustentar o projecto como originariamente veio á Camara; apesar de um illustre Deputado ter dito que estava prompto a sustentar o projecto em todas as sus partes, até com os pontos, e virgulas que elle tinha. Porem na verdade esta discussão foi tão luminosa, as observações que se fizeram, quer por um quer por outro lado, foram tão profundas, tão technicas e tão mathematicas, que não puderam deixar de não fazer impressão no animo daquelles que as ouviram. (apoiados) E qual foi o objecto sobre que rodaram estas observações? Foi sobre os tres pontos, que acabou de enunciar o nobre Deputado relator da commissão, que rodaram todas estas observações, e que produziram o effeito que actualmente estamos sentindo, vindo pedir-se um adiamento definido do projecto em discussão a fim delle ser reconsiderado pela commissão. A consequencia necessaria, pela natureza das cousas, é que um projecto que soffre taes alterações, volte a commissão para redigir os seus artigos na conformidade do que se venceu; mas hoje não ha ainda qualidade nenhuma de vencimento (apoiados); mas pede-se um adiamento! Torno a dizer, o que significa isto?... Abalo de convicções; não póde deixar de ser; e sejamos francos, errar é dos homens; o que é realmente muito máo, é teimar no êrro; isso é diabolico.

Sr. Presidente, eu não posso oppor-me a um adiamento desta ordem, muito ao contrario, e tomei a palavra para significar bem as minhas palavras a este respeito, para mostrar, que não estava em contradicção com o ter votado contra o primeiro que se apresentou, pelas razões, que a todos nós são conhecidas hoje (apoiados). E sustento, e muito, este adiamento, por que vejo nelle um raio de esperança, de que este projecto possa sair por maneira, que nós possamos ter estradas, e ellas não fiquem no papel. Eu acho este projecto, como já disse muito bem coordenado, por que estabelece um systema geral; eu convenho muito, que quando tractarmos deste assumpto, senão omitta circumstancia alguma; acho muito conveniente que o projecto volte á commissão; por que desta maneira conseguimos uma cousa, que vem a ser a opinião compacta da commissão a este respeito; por que por ora estamos vacillantes, e a votação que houvesse, não seria certamente plena, decisiva e formal, porque não sabemos qual é a opinião da commissão afinal; e tanto mais eu approvo este adiamento por que estou persuadido, que a illustre commissão tem, não só de consultar as convicções do> seus proprios membros, mas tem de conferenciar com o Governo, para trazer a final um projecto em que elle esteja de accordo, e que o sustente em toda a sua integridade, porque eu não sei se o Governo a sustenta, neste projecto; o por isso entendo que o adiamento é não só acceitavel, mas até necessario, mesmo para termos uma baze segura de discussão. Sem entrar pois em outros pontos, eu acho que esta proposta da illustre commissão é realmente já uma grande vantagem ganha pela opinião publica, pela força e natureza das couzas, e pela razão commum, sobre um assumpto, em que transluz, ou para melhor dizer, em que se apresenta com toda a sua extenção um exclusivismo, que nós não podemos consentir; eu quero nesta parte ser mais ministerial do que o proprio ministerio, eu desejo ampliar mais a faculdade que se póde usar conforme as circumstancias; e não serei eu nesta parte mais ministerial, ampliando-lhe uma faculdade destas de que o Governo póde usar, sem ter necessidade de vir á Camara novamente pedir uma outra auctorisação? Nisto não póde haver ao que se chama, ficar desairoso porque a pratica é quem ha de elucidar-nos a este respeito; mas nem por isso o Governo com a faculdade que eu lhe quero dar, fica inhibido de lançar máo de outras como mais coadjuvantes; o que necessariamente havia de acontecer, se nós resolvessemos alguma obra em consequencia do projecto; e assim acho que será real-