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SESSÃO NOCTURNA DE 19 DE JUNHO DE 1889
Presidência do ex."10 sr. Francisco de Barros Coelho e Campos
Secretários os ex.mos srs.
l José Maria de Alpoim de Cerqneira Borges Cabral (Francisco José Machado
São adtnittidas á discussão as propostas apresentadas na sessão im-mediatamente anterior pelo sr. Franco Castello Branco.
Na ordem da noite continua a discussão do projecto de lei n.° 30 (sobre o porto de Leixões). — O sr. Marianno de Carvalho, começando por declarar que não responde ao virulento discurso do sr. Arrojo e que não usará do direito, que alguém se arroga, de discutir a vida particular dos adversários, falia largamente sobre o assumpto, dizendo previamente que entrou para o ministério com os bens adquiridos pelo seu trabalho, e que não saiu com el-les acrescentados. Reconhece que o sr. Franco Castello Branco, mesmo atacando-o, lhe faz justiça, e declara que não deseja tornar a*ser ministro-da fazenda. Discute sobre aã conversões da divida -publica effectuadas durante a sua gerência; compara-as com idênticas operações realisadas pelos ministros regeneradores; mostra quanto elevou o credito publico e reconhecendo quê existe ef-fectiyamente uma crise em virtude da phylloxera; explica os te-' legrámmas que trocou com banqueiros estrangeiros, concluindo por defender'a necessidade da approvação do projecto em discussão, que julga indispensável á salvação dos bancos do Porto.— Responde ao orador precedente o sr. Moraes Carvalho, àccusan-do-o de argumentar sophisticamènte; lembra bãver dito um seu collega na camará que parecia ter-se chegado ao tempo de se fazer conversões unicamente para beneficiar banqueiros; nota, por parte do ministério progressista, a carência de circulares ás casas que, porventura^ desejassem concorrer aos empréstimos nacionaes, e ãccusando o sr. Marianno de Carvalho de ter muito boas theo-riãs, que na pratica têem dado maus resultados,- pede para ficar com a palavra reservada, visto ter dado a hora de se encerrar a sessão.
Abertura da sessão—Ás nove horas da noite.
Presentes á chamada 47 srs. deputados. 8ao os seguintes:—Moraes Carvalho, Alfredo Brandão, Alfredo Pereira, Baptista de Sousa, António Villaça, Tavares Crespo, Pereira Carrilho, Miranda Montenegro, Eduardo Abreu, Eduardo José Coelho, Eliseu Serpa, Estevão de Oliveira, Feliciano Teixeira, Firiníno Lopes, Almeida e Brito, Francisco de Barros, Francisco Machado, Francisco Ravasco, 3á Nogueira, João Pina, Cardoso Valente, Franco Castello Branco, João Arroyo, Menezes Parreira, Vieira de Castro, Joaquim da Veiga, Simões Ferreira, Jorge de Mello (D.), Jorge O'Neill, Alves de Moura, Pereira de Matos, Eça de Azevedo, Abreu Castello Branco, Figueiredo Mascarenhas, José Maria de Andrade, Santos Moreira, Santos Reis, Abreu e Sousa, Júlio Graça, Vieira Lisboa, Luiz José Dias, Manuel Espregueira, Manuel José Correia, Marianno de Carvalho, Marianno Prezado, Miguel Dantas e Visconde de Silves.
Entraram durante a sessão os srs.:-—Mendes da Silva, Anselmo de Andrade, António Centeno, Ribeiro Ferreira, Guimarães Pedroza, Jalles, Simões dos Reis, Santos Crespo, Augusto Fuschini, Lobo d'Ávila, Góes Pinto, Mattozo. Santos, Freitas Branco, Francisco Beirão, Castro Monteiro, Fernandes Vaz, Severino de Avellar, Guilherme de Abreu, Casal Ribeiro, Izidro dos Reis, Santiago Gouveia, Rodrigues dos Santos, Alfredo Ribeiro,, Avellar Machado,' Ferreira Galvão, Barbosa Colen, Laranjo, Pereira dos Santos, Alpoim, Barbosa de Magalhães, Horta e Costa, Poças Falcão, Manuel d'Assumpção, Pinheiro Chagas, Martinho Tenreiro, Pedro Monteiro, Pedro Victor, Sebastião Nobrega e Estrella Braga.
Não compareceram á sessão os srs.:—Guerra Junqueiro, Albano de Mello, Serpa Pinto, Alves da Fonseca, Sousa e Silva, António Castello Branco, António Cândido, Oliveira
Pacheco, António Ennes, Gomes Neto, Pereira Borges, Moraes Sarmento, António Maria de Carvalho, Mazziotti, Fontes Ganhado, Barros e Sá, Hintze Ribeiro, Augusto Pimentel, Augusto Ribeiro, Victor dos Santos, Barão de Combarjúa, Bernardo Machado, Conde de Castello de Paiva, Conde de Fonte Bella, Conde de Villa Real, Elvino de Brito, Emygdio Júlio Navarro, Madeira Pinto, Fernando Coutinho (D.), Francisco Mattozo, Francisco de Medeiros, Lucena e Faro, Frederico Arouca, Gabriel Ra-mires, Guilhennino de Barros, SanfAnna e Vasconcellos, Cândido da Silva, Baima de Bastos, Pires Villar, Souto Rodrigues, Dias Gallas, Teixeira de Vaseoncellos, Sousa Machado, Correia Leal, Alves Matheus, Silva Cordeiro, Oliveira Valle, Joaquim Maria Leite, Oliveira Martins, Amorim Novaes, José Castello Branco, Ferreira de Almeida, Dias Ferreira, Ruivo Godinho, Elias Garcia, Guilherme Pacheco, Vasconcellos Gusmão, José de Nápoles, Ferreira Freire, Oliveira Matos, José Maria dos Santos, José de Saldanha (D.), Simões Dias, Pinto Mascarenhas, Júlio Pires, Júlio de Vilhena, Lopo Vaz, Mancellos Ferraz, Bandeira Coelho, Manuel José Vieira, Brito Fernandes, Marcai Pacheco, Matheus de Azevedo, Miguel da Silveira, Pedro de Lencastre (D.), Dantas Baracho, Vicente Monteiro, Visconde de Mónsaraz, Visconde da Torre, Wenceslau de Lima e Consiglieri Pedroso.
Acta — Approvada.
ORDEM DA NOITE
Continuação da discussão do projecto de lei n.° 30, auctori-sando o governo a conceder a exploração commercial do porto de Leixões à companhia que organisar o syndicato portuense a que refere a lei de 21 de julho 1881.
Foram admittidas á discussão as propostas, apresentadas na sessão diurna, pelo sr. Franco Castello Branco, Jlcando conjunctamente com o projecto em discussão.
O sr. Mariatfbo de Carvalho:—Não se fazia cargo de responder ao virulento discurso do sr. Arroyo.
Só diria a s. ex.a que avançara que .o caminho de ferro do norte e leste estava nas mãos dos judeus, que os primeiros judeus seriam então os srs. Andrade Corvo e Fontes Ganhado.
Havia accusações a que não respondia.
Quando se discutia a vida particular de cada um, allu-dindo-se inclusivamente aos òibelots que se compram, assistia-lhe também o direito de entrar n'essa discussão.
Desistia, porém, d'elle.
Só diria que entrou para o ministério da fazenda com os bens- que com o seu trabalho ganhara, e que não saíra com os mesmos bens acrescentados.
O sr. Franco Castello Branco, mesmo no meio da paixão política, accusando-o aliás de errar, nunca se esquecia de lhe fazer justiça.
Dissera o sr. Franco Castello Branco, no final do seu discurso, que nada desmoralisa tanto um paiz como a abundância de dinheiro.
Elle, orador, julgava que era bom haver abundância de dinheiro, e o illustre deputado, que defendera a política de regar o paiz com libras, não podia ser contrario a que houvesse capitães baratos como o commercio e a industria precisavam.
Não queria s. ex.a que se regassem os banqueiros. Elle,