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lidade, de que eu como membro da commissão lanço fóra de mim toda a suspeita. Pelo que diz respeito á responsabilidade que deve pertencer ao Governo, direi unicamente como membro da commissão, que a minha opinião a respeito do projecto das estradas ainda e aquella que aqui emitti, e que hei de continuar a sustentar; e declaro que todas as valias fortunas, porque tem passado este projecto, dependem de que todos não são como eu... Sustentei o systema do projecto, hei de continuar a sustental-o, quando vier novamente á discussão, e não explicarei as causas, porque essa responsabilidade é agora accumulada sobre a commissão, ou por que tem agora fortuna variada.

O Sr. Palmeirim: — Sr. Presidente, da discussão a que deu logar este convite pelo nobre Deputado pelo Douro, terá a Camara entendido que as minhas palavras não eram mantidas, quando estando o projecto das estradas em discussão, eu disse a respeito da commissão, que os seus membros não estavam de accôrdo; e não era necessario para o provar mais do que recorrer ao que aqui se passou durante a discussão daquelle projecto A Camara sabe como os membros da commissão tractaram este negocio, e se e necessario uma resenha para demonstrar a desintelligencia, em que quasi todos nos achavamos, indicarei o Sr. Lopes de Lima por exemplo. A Camara ouviu a maneira como o nobre Deputado tractou esta questão; ouviu tambem o sentido em que fallou o nobre Deputado por Cabo Verde; ouviu do mesmo modo o nobre Deputado que acaba de fallar, o Sr. Assis de Carvalho, que sustentando o projecto na parte administrativa — em serem feitas as estradas pelo Governo — apresentou com tudo uma base sobre imposto, e um novo meio de receita. Essa materia era importantissima, e por consequencia não podiam os membros da commissão no correr da discussão resolver uma cousa desta natureza. Eu tambem provei que não me conformava em tudo com as disposições do projecto, e que tambem tinha alguma cousa que apresentar. E quando isto acontece, é uma verdade demonstrada que a commissão não tinha toda a intelligencia entre seus membros, para poder com vantagem levar ao cabo esta discussão.

Em quanto ás bases que eu apresentei, e um facto que se notou, de que eu quando tinha assignado o parecer; tinha sustentado o projecto; mas eu não fiz senão sustentar as conveniencias ou inconveniencias do systema, e disse que a commissão tinha o maior desejo de chegai ao melhor resultado. Pelo que me diz respeito, estou disposto sempre a trabalhar com o maior zêlo neste negocio; estou convencido de que é uma necessidade reclamada pelo paiz (apoiados) como meio de civilisação, e meio de progresso, e de desenvolvimento da riqueza publica: portanto peço votos para que este negocio se conclua com toda a brevidade pelos meios que quizerem, porque pela minha parte, como acabei de dizer, estou prompto a trabalhar, e não ha de a Camara notar que eu tenha menos zêlo neste assumpto, que qualquer de seus illustres membros (apoiados)

O Sr. Presidente: — O Sr. Deputado que acabou de fallar, no que tem dito sobre este objecto, e no que tem sido coadjuvado por todos os seus collegas, tem justificado a situação da commissão de Estradas, isto é, que a commissão de Estradas foi e esta constituida, e que o Sr. Fontes Pereira de Mello foi nomeado relator da mesma commissão. Ora o Sr. Deputado pediu á Camara a dispensa de ser relator desta commissão, mas a Camara não lho consentiu, e por isso mesmo e que eu vendo que o projecto das estradas era impossivel ser sustentado pelo Sr. Deputado, da Mesa annunciei que o Sr. Palmeirim ficaria constituido como relator para a discussão deste projecto; o Sr Deputado acceitou, para assim dizer, esta imcumbencia officiosa da Mesa, e que não foi nem reclamada pelo Sr. Deputado, nem nenhum dos membros da commissão disse cousa alguma a esse respeito.

Ora o negocio todo, a Camara sabe os tramites que tem seguido; eu não tinha feito censura á commissão; tendo-se feito esta reclamação á commissão por um Sr. Deputado, e havendo-se já manifestado anteriormente desejos em toda a Camara de que este negocio viesse á discussão quanto antes (apoiados) por isso mesmo era do meu dever fazer cumprir as decisões da Camara, que resolveu que este negocio voltasse á commissão, para o reconsiderar, e trazer aqui com brevidade o resultado dos seus trabalhos; eis a razão porque fiz esta advertencia á commissão, todos os Srs. Deputados e toda a Camara sabem avaliar a conveniencia que resulta ao paiz deste projecto ser discutido quanto antes (apoiado, apoiado) e eu pela minha parte escuso de dizer que desejo tanto como Os Srs. Deputados, que este negocio marche com brevidade (apoiado). Por tanto não foi uma censura que fiz a commissão; e minha obrigação fazer cumprir as resoluções da Camara. A commissão fará aquillo que entender, e tem direito de exigir do Governo o seu comparecimento na commissão, a fim de que este negocio se resolva, e é isto o que espero da commissão.

O Sr. Corrêa Leal: — Sr. Presidente, parece que um máo fado tem acompanhado, desgraçadamente, nesta sessão todos os trabalhos desta Camara, e a respeito deste que se tracta, não é menos exacta a verdade desta asserção! Eu não quero referir-me as causas donde isto tenha provido; vejo o facto, e lastimo-o muito; poderia mesmo censura-lo, respeitando com tudo intenções, e nisto sigo uma glande sentença de Santo Agostinho — Si factum excusare non potes, intentionem excusa — as intenções respeito-as, mas vejo que desgraçadamente existe o facto. Pelo que acabo de ouvir ao illustre membro da commissão de Estradas, muito claramente vejo que a commissão não se tem encarregado deste trabalho, porque os seus membros estão em desaccôrdo, e porque senão reunem: é um dos seus membros muito competente que diz, que não póde ser relator da commissão, porque tinha de combater o projecto; outro Sr. Deputado disse, que foi a Mesa que o tinha investido de relator da commissão, e é elle mesmo, pela sua parte, que declara que o não póde ser, e no fim de tudo isto, o que se deprehende é, que a commissão não estava na intenção de nos trazer preparado esse trabalho, que tanto se exige, e que V. Ex.ª dessa cadeira, e a Camara, pela annuencia que dá á recommendação de V. Ex.ª, tanto pede e reclama. E isto o que tenho concluido do que tenho ouvido dizer. Mas um illustre Deputado membro da commissão, e que tem pêso nesta Camara, disse que este projecto depois de ter voltado á commissão não póde ser novamente elaborado por ella, e que só o Governo o deve refundir, alterar, purificar e