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zes ha onde as sessões algumas vezes não duram só 6 horas, duram 8, e mais, duram o maior tempo que é possivel (apoiados), e no nosso paiz mesmo (já não tracto dos outros paizes) tem havido muitas sessões que têem durado além das 6 horas; tem havido algumas vezes até sessões nocturnas (apoiados.)

Peço aos Srs. Deputados que considerem, que trabalhar 6 horas por dia daqui por diante até o encerramento da sessão não importa a idéa de que se discuta, e vote tudo o que seria necessario ou conveniente, mas sim a idéa de dotar o paiz daquellas medidas de que mais de prompto carece, e que é indispensavel se discutam durante o tempo que falta até ao fim da presente sessão (apoiados.) Mas agora quanto a proposta das 5 horas effectivas desde que se abrir a sessão até que acabe, é na realidade uma pena imposta aos que são mais assiduos, e um favor aos negligentes. Eu hei de sujeitar-me ao que decidir a Camara, porque para mim não tenho horas, nem a das 5, nem a das 6, nem a das 8; tenho por ora forças para tudo isso, e creio que os Srs. Deputados têem tambem forças para o mesmo, e para muito mais, quando a gravidade das circumstancias assim o exigir (apoiados, (apoiados.)

E não se julgue que é material, como nesta Legislatura já por duas vezes o disse um Sr. Deputado, o trabalho da Mesa, eu convidaria, se tanto me fosse licito, o Sr. Deputado a vir occupar esta cadeira, e então se veria se é ou não trabalho material a direcção dos trabalhos da Camara (apoiados), então se convenceria de que é necessario muito esforço, um esfôrço quasi superior ás fôrças humanas, para desempenhar este logar em proveito do paiz (apoiados geraes.) A Camara decidirá o que quizer. A Mesa cumpriu o seu dever chamando a attenção da Camara sobre este objecto O paiz exige este sacrificio (se sacrificio se póde chamai), e eu pela minha parte de bom grado o farei, porque tenho feito esfôrço, e hei de continuar a faze-los, para que se aproveite o tempo em vantagem do paiz (apoiados), e estou persuadido que a Camara, toda a Camara, tem os mesmos desejos de empregar os seus esforços, a fim de dar ao paiz os melhoramentos que estamos obrigados a dar-lhe (apoiados, apoiados.)

O Sr. Antunes Pinto — Sr. Presidente, a proposta feita pela Mesa vou apoia-la, por isso que assenta em um principio de justiça. É incontestavel que são passados quatro mezes, e pouco se tem feito; e então quando o paiz nos perguntar a nós que somos os mandatarios do povo — «que tendes feito em quatro mezes? >? — Dir-lhe-hemos — pouco se tem feito. — a Porque?» Porque as materias não se achavam preparadas. Mas agora que se acham preparadas, agora que as commissões teem trabalhos promptos, que temos varios projectos que nos podem occupar algum tempo; nesta occasião que diremos ao povo quando nos pergunte — se perdemos uma sessão inteira sem fazer as medidas legislativas de interesse publico, que todo o paiz esta reclamando!

Peço pois á Camara que attenda aos deveres que lhe incumbem de dar ao paiz as medidas de maior importancia que ha muito o paiz reclama, e que é necessario fazer algum sacrificio a fim de que essas medidas cheguem a ser tractadas antes de encerrar a sessão, (apoiado) Bem sei que o espaço de seis horas é mui longo, mas porque não haver fazer esse sacrificio abem do paiz? Porventura mais uma hora de trabalho é um espaço bastante que deva influir no nosso amor, no amor que devemos ter pela Patria?.. Parecerá talvez que oppondo-nos á proposta feita pela Mesa, não estamos possuidos do verdadeiro amor de Patria, quando aliás todos o estamos

Em attenção a isto, voto pela proposta que é feita pela Mesa, querendo que se prorogue a sessão por mais uma hora.

O Sr. Forjaz — Peço a V. Ex.ª consulte a Camara «obre se a materia esta sufficientemente discutida

Julgando-se discutida, disse

O Sr. Presidente: — A proposta da Mesa é para que as horas das sessões se contem desde as 11 ás 5 da tarde. Ha uma emenda do Sr. Avila para que as sessões se abram ás 11, e acabem ás 4, mas no caso de não se abrir a sessão ás 11, a«5 horas de sessão se contem desde a hora effectiva em que se abrir a sessão. — Vai portanto votar-se a

Emenda do Sr. Avila — foi rejeitada.

Proposta da Mesa — approvada.

O Sr. Ministro da Fazenda — Sr. Presidente, não vou realisar a profecia que ha pouco fez o nobre Deputado, de que em breve se veria retirar da discussão o projecto sobre a reforma de administração; não, Senhor, ninguem propõe que se retire da discussão, ou que seja adiada: entretanto por interesse do Governo, por interesse da causa publica, sou obrigado a pedir a V. Ex.ª queira dar para ordem do dia de ámanhã a discussão do orçamento, (apoiados) Sr. Presidente, não é culpa do Governo o atrazamento dos negocios em que nos achamos, toda a Camara sabe que depois de se abrir o Parlamento, o Ministerio soffreu uma modificação, e em virtude dessa modificação os Ministros que entraram para a Administração, tiveram de examinar o orçamento que se tinha a apresentar, e por consequencia tiveram de organisar outro, quando era necessario aqui traze-lo. (apoiados) Era portanto indispensavel que os negocios soffressem alguma demora; e por essa razão não teem tido o andamento que era necessario tivessem no interesse da Camara, porque certamente a Camara tem o maior interesse em que os seus trabalhos se concluam com a brevidade possivel, mas mesmo no interesse do Governo, e sabe a Camara que o Governo não se tem descuidado em apresentar nesta Casa as suas propostas. Tambem a Camara sabe que havendo tido logar a modificação do Ministerio no fim de janeiro deste anno, eu apezar de não ter ainda trazido o orçamento, na sessão do dia 19 de março trouxe o relatorio e propostas de lei, e todos esses negocios eram de tal importancia que não podia a illustre commissão de Fazenda dar sobre elles o seu parecer com a brevidade que se desejava: — muito fez a illustre commissão em ter já apresentado o seu parecer sobre o orçamento. (apoiado)

Sr. Presidente, se acaso considerarmos que estamos a 4 de maio, e que a prorogação auctorisada pelo decreto de 29 de março deve acabar no dia 2 de junho; que o orçamento leva algum tempo a discutir; que depois tem de passar para a outra Camara, e ai já algum dos seus membros declarou que era necessario este anno o orçamento ser examinado na commissão de Fazenda daquella Casa, e por ella — discutido com sufficiente espaço, V. Ex.ª ha de vêr como nestas circumstancias, no adiantamento em que