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SESSÃO DE 21 DE JUNHO DE 1882

Presidencia do exmo. sr. Luiz Frederico de Bivar Gomes da Costa

Secretarios - os srs.

Francisco Augusto Florido da Mouta e Vasconcellos
Luiz Antonio Gonçalves de Freitas

SUMMARIO

O sr. Avellar Machado refere que a phylloxera invade as proximidades de Santarem e faz differentes considerações a este respeito. O sr. Sarrea Prado refere-se ao projecto de lei relativo ao caminho de ferro do Algarve. Fallam ácerca de um ou outro d'estes dois assumptos, os srs. Palma, Lopes Vieira, Figueiredo de Mascarenhas e ministro da marinha.- Na ordem do dia é approvado sem discussão o parecer n.º 137, sobre as contas da junta administrativa da camara.- Entra em discussão o parecer n.º 75, ácerca da eleição do circulo n.º 75 (Gouveia). Não havendo quem pedisse a palavra, o sr. presidente declara que vae proceder-se á votação por espheras. Fica o parecer pendente da votação, por falta de numero.

Abertura - Ás duas horas e meia da tarde.

Chamada- 59 srs. deputados.

Presentes á abertura da sessão os srs.: - Abilio Lobo, Sousa Cavalheiro, Lopes Vieira, Alberto Pimentel, Sarrea Prado, Pereira Côrte Real, A. J. d'Avila, Cunha Bellem, Antonio Maria de Carvalho, Pereira Carrilho, Pinto de Magalhães, Potsch, Fonseca Coutinho, Trajano de Oliveira, Augusto de Castilho, Castro e Solla, Caetano de Carvalho, Sanches de Castro, Conde do Sobral, Cypriano Jardim, Pinto Basto, Eugenio de Azevedo, Vieira das Neves, Mouta e Vasconcellos, Coelho e Campos, Gomes Teixeira, Gomes Barbosa, Hermenegildo da Palma, Freitas e Oliveira, Jeronymo Osorio, Ribeiro dos Santos, Sousa Machado, J. A. Neves, J. J. Alves, Avellar Machado, José Bernardino, Elias Garcia, José Frederico, Figueiredo Mascarenhas, Figueiredo de Faria, J. M. Borges, José de Saldanha (D.), Pereira de Mello, Pinto Leite, Luciano Cordeiro, Luiz de Lencastre, Gonçalves de Freitas, Bivar, Rocha Peixoto, Silva e Matta, M. J. Vieira, Aralla e Costa, M. P. Guedes, Vicente da Graça, Guimarães Camões, Miguel Candido, Miguel Tudella, Barbosa Centeno e Visconde de Reguengos.

Entraram durante a sessão os srs. : - Moraes Carvalho, Ignacio da Fonseca, Mello Ganhado, Ferreira de Mesquita, Zeferino Rodrigues, Barão de Ramalho, Brito Côrte Real, Wanzeller, Correia Arouca, Guilherme de Abreu, J. A. Pinto, Scarnichia, Ferrão Castello Branco, Dias Ferreira, Pereira dos Santos, Vaz Monteiro, Pinheiro Chagas, Marçal Pacheco, Pedro Martins e Tito de Carvalho.

Não compareceram á sessão os srs. : - Adolpho Pimentel, Agostinho Lucio, Agostinho Fevereiro, Sousa e Silva, Azevedo Castello Branco, Gonçalves Crespo, A. J. Teixeira, Santos Viegas, Seguier, Fuschini, Pereira Leite, Saraiva de Carvalho, Conde da Foz, Conde de Thomar, Borja, Diogo de Macedo, Emygdio Navarro, Estevão de Oliveira Junior, Filippe de Carvalho, Firmino Lopes, Francisco Patricio, Silveira da Motta, Illydio do Valle, Jayme da Costa Pinto, Franco Frazão, Rodrigues da Costa, Brandão e Albuquerque, Ferreira Braga, J. A. Gonçalves, Ponces de Carvalho, Amorim Novaes, Borges de Faria, Rosa Araujo, José Luciano, Ferreira Freire, Teixeira de Queiroz, J. M. dos Santos, Sousa Monteiro, Lopo Vaz, Malheiro, Luiz Palmeirim, Luiz da Camara (D.) Manuel d'Assumpção, Correia de Oliveira, Guedes Bacellar, Mariano de Carvalho, Miguel Dantas, Pedro Correia, Pedro Franco, Pedro Roberto, Dantas Baracho, Visconde de Alentem, Visconde de Balsemão, Visconde de Porto Formoso e Visconde da Ribeira Brava.

Acta - Approvada.

EXPEDIENTE

Representações

1.ª Do vigario geral do bispado de Castello Branco e dos professores do curso ecclesiastico do mesmo bispado, contra a suppressão do bispado de Castello Branco.

Apresentada pelo sr. deputado Pedro Martins, enviada á commissão ecclesiastica e mandada publicar no Diario do governo.

2.ª Da commissão districtal, delegada da junta geral do districto de Castello Branco, no mesmo sentido da antecedente.

Apresentada pelo sr. deputado Pedro Martins, enviada á commissão ecclesiastica e mandada publicar no Diario do governo.

3.ª Da camara municipal do concelho de Condeixa, pedindo a construcção do caminho de ferro de Arganil a entroncar na linha do norte entre Alfarellos e Soure, na testa da nova linha da Figueira.

Apresentada pelo sr. presidente da camara, enviada á commissão de obras publicas e mandada publicar no Diario do governo.

O sr. Avellar Machado: - Foi-me hontem communicada a desagradavel noticia de que a phylloxera tinha chegado ao Bombarral.

Sendo assim, e attenta a rapidez com que aquelle terrivel e devastador insecto se propaga, é muito de receiar que dentro em breve toda a provincia da Extremadura, e em especial os districtos de Santarem e Lisboa, sejam atacados por esse mal.

Confio muito no sr. ministro das obras publicas e sei que s. exa. tem tomado as mais energicas providencias para que sejam visitadas e beneficiadas todas as vinhas onde haja a menor suspeita de ataque da phylloxera; mas, apesar d'isto, este pequeno insecto tem, infelizmente, zombado de tal modo, e até hoje de todos os recursos da sciencia e de todos os trabalhos dos lavradores mais interessados na conservação dos seus vinhedos, que eu perdi a esperança de se alcançar um resultado satisfactorio.

Varios são os meios que têem sido empregados para combater a phylloxera.

Até ha pouco era preconisado como principal agente a empregar o sulfureto de carbone; porém, o sulfureto de carbone empregado em alta dóse mata a cepa, e empregado em pequena dóse não produz o effeito que se deseja, isto é, não evita a propagação da phylloxera, e, principalmente, da phylloxera alada.

O sulfo-carbonato de potassa é muitissimo melhor porque, tendo a mesma acção que o sulfureto de carbone, contém em si a potassa, que é um excellente adubo para as vinhas em que se empregue; infelizmente, porém, nem nós o podemos obter, nem nação alguma o póde fabricar a preço rasoavel.

Por outro lado ainda em algumas regiões, como na região do Douro, por exemplo, ha pouca agua, e este insecticida exige uma grande quantidade de agua para se dissolver e ser vantajosamente applicado.

Tambem em França se tem recorrido, com grandes esperanças de favoravel resultado, ao emprego do escaldão e á immersão prolongada, isto é, á immersão das cepas n'uma altura de agua de 25 a 30 centimetros, durante cincoenta a setenta e cinco dias; mas o facto é que, segundo se averiguou no congresso phylloxerico de Bordéus, ainda se não descobriram meios efficazes para destruir o mal, evitando a propagação do contagio.

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