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veniencias, e pela maior das necessidades publicas. A lei, como ao principio foi apresentada na Camara, de certo devia apresentar grandes difficuldades, e não podia esperar-se que ella fosse discutida em todas as suas partes nesta sessão; mas depois que a commissão respectiva a reduzir aos artigos em que actualmente esta, a Camara de certo não póde ter a menor duvida em vencer estes trabalhos de tanta utilidade. Por tanto entendo que sem prejuiso da discussão da lei de meio, deve preferir a todos os outros Projecto, que estão dados para Ordem do Dia, o projecto das estradas,

O Sr. Lopes de Lima: — O nobre Deputado que fez a proposta, de certo não tem a iniciativa sobre este negocio, porque a Camara estará lembrada que ha duas sessões, que peço a discussão deste projecto já depois que elle se distribuiu; e vendo que elle tardava em vir á discussão, pedi noutro dia a V. Ex.ª que o desse quanto antes para ordem do dia. Agora estranho que esta requisição não fosse feita por parte do Governo, porque elle devia saber quanto o pau é interessado na discussão deste projecto (apoiados). Eu não sabia que tinha havido essa communicação secreta entre um dos Srs. Ministros e a Mesa, para este projecto ser dado para ordem do dia, por que eu não posso adivinhar o que se passa a sós entre algum dos membros do Ministerio e V. Ex.ª; entretanto vejo que não foi pedida com tamanha urgencia, que não ficasse posposta a muitas outras, por que V. Ex.ª annunciando a ordem do dia, collocou-a no fim de uns 8 ou 10 projectos que era impossivel discutirem-se nesta sessão, no tempo que falta para se encerrar, (apoiados); porque um desses projectos é o n.º 35 de reforma administrativa. Ora se se esperar por isso, e se ainda demais amais se ha de pospor á lei de meios, então persuado-me, diga-se o que se quizer dizer, que não se discute nesta sessão. Demais, Sr. Presidente, estou persuadido que logo que o Governo se veja dotado com a lei de meios, nos manda para casa; e fará muito bem, por que a fallar a verdade que faz o estarmos aqui?... Por tanto já se vê que por isso mesmo que disse, que esta lei não se discute com a mesma urgencia que se reclama, não posso de maneira alguma concordar com a ultima parte da proposta, e peço perdão ao nobre Deputado; por que talvez eu não visse bem de repente o negocio, e o que nisto vai.

Sr. Presidente, a lei das estradas é de necessidade que se discuta antes da lei de meio, e por um motivo muito simples, por que a lei das entradas ha de necessariamente motivar alguma alteração na lei de meios, por que não se fazem estradas sem meios (apoiados). Como havemos discutir a lei de meio», sabendo que temos de discutir um projecto de lei que exige meios e grandes meios, por que effectivamente a lei de estradas exige meios que é preciso ter em consideração, quando se discutir a lei de meios? E sabemos já qual é a verba que se lhe assigna? E por isso que digo que estou persuadido de que passando a lei de meios, não se discute mais nada; só se apenas se fizer passar alguma pensão a algum protegido. E por estes e outros motivos que approvo a urgencia da proposta; mas eliminando-se a ultima parte della. Mandarei neste sentido uma proposta para a Mesa. Alguma cousa mais deveria dizer; mas não direi mais nada, e simplesmente accrescentarei que uma vez que seja já approvada, se já convidado o Sr. Ministro do Reino para assistir a esta discussão (apoiados). Mando pois a seguinte Proposta. — Proponho a eliminação das palavras relativas á preferencia da lei de meios. — Lopes de Lima.

Foi admittida á discussão por 58 votos contra 1, e considerada como emenda á primeira proposta.

O Sr. Ministro dos Negocios Estrangeiros: — Sr. Presidente, V. Ex.ª quer ter a bondade demandar ler a proposta? (leu-se) Em primeiro logar devo declarar que tive sempre para mim que quem regula os trabalhos da Camara, é o Sr. Presidente, (apoiados) e nesta persuasão é que me dirigi a S. Ex.ª em particular, fazendo-lhe aquellas observações que me pareceram a proposito sobre as leis que seria conveniente viessem á discussão, sendo entre outras a das estradas; não esperava eu que por um acto de urbanidade, deveria ser accusado (apoiado), mas não faço disto questão; e o que desejára é que com esta lei, que nos occupa actualmente, se gastasse o menos tempo que fosse possivel. Agora direi em segundo logar que a lei de meios é uma lei importantissima, e a lei de estradas é uma lei importantissima tambem (apoiados) Não sou suspeito porque desafio.. (pausa) não direi mais; mas dou a minha palavra, e estou persuadido que tenho direito a ser acreditado, que tenho feito quanto humanamente se deve fazer para que haja estradas; porquanto estou persuadido de que sem estradas nada se póde fazer (apoiados); ha muito tempo estou convencido, da sua absoluta necessidade, e todos os passos que tenho dado a este respeito, devem ter feito acreditar que tenho os maiores desejos, que hajam estradas no nosso paiz; por tanto os passos todos que tenho dado, e que devemos dar, são para que tenhâmos meios para satisfazer os despezas, que se devem fazer para isso se conseguir (apoiado). Mas nunca poderemos ter meios, em quanto não se desenvolverem todos os recursos do paiz, e estes não se podem desenvolver, em quanto não tenhamos estradas. Foi por estas razões, que me dirigi a V. Ex.ª para haver de dar quanto antes para ordem do dia o projecto das estradas, e V. Ex.ª prestou-se da melhor maneira, e sómente fez a observação de que era preciso concluir a lei de administração publica, que estava em discussão — appello para o Sr. Presidente. Por tanto entendo que não ha motivo de divergencia, todo queremos o mesmo.

A lei de meios é a primeira que se discute nos Parlamentos das outras nações: entretanto nas circunstancias em que nos achamos, e tendo a outra Camara de entreter-se alguns dias com a lei do orçamento, não me pareceria impossivel que em attenção a tudo o que deixo dicto, se combinasse á discussão da lei das estradas com a discussão da lei de meios (apoiados). Torno a dizer é da minha convicção de que o Sr. Presidente é quem regula os trabalhos da Camara, como entende; entretanto a Camara decidirá o que fôr mais conveniente.

O Sr. Presidente: — É facto que o Sr. Ministro dos Negocios Estrangeiros se me dirigiu, pedindo-me para pôr em discussão a lei das estradas; mas tambem outros Srs. Ministros teem pedido outros projectos; os que estão principiados a discutir, não podem retirar-se da discussão, senão havendo votação da Camara a este respeito (apoiados), taes são o da colonia agricola de Mossamedes; o de admi-