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nistração publica, e outros, porque seria realmente uma puerilidade principiar a discutir-se um objecto qualquer, e po-lo de parte para começar outro (apoiados). Agora está-se discutindo uma lei, que não esta no meu arbitrio retira-la da discussão, só se a Camara quizer tomar a responsabilidade de a retirar; pela minha parte não me julgo auctorisado para o fazer: portanto ainda que se vote esta proposta, os objectos que se comprehenderem nella, não se podem discutir, em quanto não se concluirem aquelles que se acham em discussão.

Sôbre os objectos que devem dar-se para ordem do dia, os Srs. Ministros julgam muitas vezes que é mais urgente discutir-se um, ou outro projecto; o Sr. Ministro da Fazenda já me pediu tambem para hoje a lei de meios; todavia reconhecendo que o regimento não permittia que se désse ainda hoje, sem haver dispensa de um de seus artigos, o Sr. Ministro da Fazenda conveiu em que se désse para segunda feira, porque era o mais cedo, que podia dar-se; agora a Camara decidirá o que quizer.

O Sr. Lopes de Lima — (Sobre a ordem). Recordarei a V. Ex.ª, que a lei das estradas é uma daquellas que esta começada a discutir, e mais antiga; tinha já sido approvada na generalidade, e agora ha de tractar-se na especialidade. Peço a V. Ex.ª tenha isto em consideração.

O Sr. Presidente: — O projecto de lei das estradas, que está distribuido, é inteiramente outro, que ha de começar em nova discussão em todas as suas partes, porque altera completamente o systema de estradas; por consequencia não esta na mesma razão de um outro projecto de estradas já começado a discutir-se: se a commissão de Administração Publica instasse pela discussão do projecto antigo, cabia a observação do Sr. Deputado; mas o projecto e outro (apoiados).

O Sr. Rebello da Silva: — Sr. Presidente, V. Ex.ª de certo não acceita (e a prova de que não acceita, é que referiu os factos) a generalidade com que o nobre Ministro dos Negocios Estrangeiros queria fazer suppôr, que na Mesa, e na mão de V. Ex.ª esta absolutamente regular os negocios que tem de vir á discussão (O Sr. Ministro dos Negocios Estrangeiros — Perdôe o nobre Deputado, eu não disse absolutamente). O Orador — O Sr. Ministro disse, que ao Sr. Presidente é que pertence regular os trabalhos da Camara. (O Sr. Ministro dos Negocios Estrangeiros: — Apoiado), O Orador: — Mas ao Sr. Presidente pertence regular Os trabalhos, segundo o regimento, e na conformidade do proprio regimento, segundo as resoluções da Camara (apoiados).

Disse mais o nobre Ministro dos Negocios Estrangeiros, que tinha os maiores desejos de que houvessem estradas; isto é, que estava sempre disposto, e prompto para attender ao negocio das estradas, todas as vezes que se apresentasse, e citou como prova desses desejos os seus esforços, reclamando a discussão da lei das estradas; mas, de certo, esforços muito vivos fóra da discussão, mas não para vir aqui ao Parlamento reclamar essa medida, e fazer della uma questão de urgencia. Mas, Sr. Presidente, noto que o Sr. Ministro dos Negocios Estrangeiros, ao passo que representava a V. Ex.ª a necessidade de se discutir a lei das estradas, V. Ex.ª declara, que a par delle, outro Sr. Ministro pedíra outro objecto, e instava para que se apresentasse á discussão a lei de meios; por consequencia já se vê, que os verdadeiros desejos do nobre Ministro dos Negocios Estrangeiros encontraram a falta de solariedade, que devia haver entre todos os membros do Gabinete! (apoiados) O Sr. Ministro dos Negocios Estrangeiros de certo praticou um acto de urbanidade, quando se dirigiu á Mesa em particular a sollicitar de V. Ex.ª, que désse para ordem do dia o projecto de lei das estradas; mas esse acto de urbanidade não satisfaz os Deputados, nem póde satisfazer o paiz, o que podia satisfazer os Deputados, e o paiz, era que o Governo tomasse a attitude, que lhe cumpre neste negocio; que viesse francamente ao Parlamento fazer delle uma questão de urgencia, assim como tem feito de muitos outros (apoiados). E isto o que nós pedimos; é esta falta que nós censuramos.

De certo que são duas questões importantissimas — a da lei de meios, e a da lei das estradas; mas já notou o illustre Deputado, e não deve deixar de ser considerado, que para haver estradas, exigem-se meios, e por consequencia é necessario anteceder a, discussão da lei de meios, para sabermos como havemos de vir a ter estradas (apoiados)

Sr. Presidente, esta questão é como todas as que: teem vindo a esta Camara; esta questão não ha de discutir-se; assim como não ha de discutir-se a lei de administração, a lei eleitoral, nem outras muitas, ha de votar-se a lei de meios, e depois o Parlamento vai repousar das longas fadigas da discussão, e talvez repousar longamente; póde ser que o encerramento seja ad ceternum. Portanto isto não é mais que fazer uma menção honrosa dos seus actos; é mais uma lettra para o epitafio. Pediu-se a lei das estradas; a gloria deste pedido fica hoje pertencendo ao Sr. Ministro dos Negocios Estrangeiros; reclama-se uma votação da Camara, para que este negocio seja attendido, decida-se como se quizer, mas fique certo o paiz, e a Camara, que qualquer responsabilidade da demora que haja em não se discutir este projecto, já não póde pesar sobre a commissão; essa responsabilidade já lhe não pertence, nem á Camara (apoiados).

O Sr. Faria Barbosa: — Sr. Presidente, se os nobres Deputados attendessem bem ao espirito da minha proposta, haviam de ver que ella diz que a lei das estradas entre em discussão, e não possa ser retirada della, senão pela lei de meios, isto é se acaso houver muita urgencia para que a lei de meios entre em discussão, e se a Camara assim o entender — neste sentido é que mandei a minha proposta. Quanto ao mais eu com a melhor vontade, e desejos annuo a que a lei das estradas prefira a todas, e eu mesmo me persuado que segundo os termos em que se 1 acha agora o parecer, não póde levar muito tempo a 1 discussão, nem deixar de ser approvado. Imaginei que podia haver uma circumstancia de que a lei de meios seja preciso entrar em discussão, e não queria para assim dizer inhibir a Camara de discutir a lei, se houvesse um motivo ou circumstancia urgente que assim o determinasse; e por isso insisto ainda pela minha proposta.

O Sr. Ministro da Guerra — Sr. Presidente, eu peço a V. Ex.ª que, seja qualquer a resolução que a Camara tome sobre a questão pendente, não fique prejudicado de entrar em discussão o projecto sobre o credito supplementar, que o Governo pede para a colonia de Mossamedes.