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entre mim e algum outro Sr. Deputado (apoiado)!

O Sr. Deputado offendeu por maneira insolita, e atrocissima o Presidente, e a Mesa da Camara, em quanto não acredita no que se acha na acta, em quanto duvída daquillo mesmo que approvou, e das declarações publicas por mais de uma vez feitas! O Sr. Deputado entendeu que eu estava fóra da ordem, lembrando-lhe a decisão da Camara na sessão anterior, lembrando-lhe o que se achava na acta, lembrando-lhe que a approvação da acta tinha sido por unanimidade, e chamou por estes factos — menos prudente e altiva, na seu Presidente, e chamou-o á ordem — suppondo-se elle Sr. Deputado na ordem, tendo aliás sido chamado á ordem não só pela Mesa, mas por varios Srs. Deputados!... Qual dos dous pois estaria na ordem? Este objecto esta em discussão, para que a Camara decida, como lhe compete, segundo o regimento.

O Sr. Faria Barbosa: — Peço a palavra.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra. O Sr. Faria Barbosa: — Sr. Presidente, eu queixei-me de V. Ex.ª não pelas expressões relativas a chamar-me á ordem, e a dizer que eu não estava nella; eu se chamei V. Ex.ª á ordem, foi pelo modo por que V. Ex.ª usou dessas palavras, porque de facto V. Ex.ª podia dizel-as mais suavemente, e eu aceitava-as; mas julguei que o modo que V. Ex.ª usava para comigo, era menos proprio.

O Sr. Presidente: — Qual foi o modo? O Sr. Deputado dirá o modo. E o levantar a voz.

O Orador: — É verdade, é fallar n'um tom bastante alto, e realmente não é este o modo de tractar um Deputado: é esse o motivo que tive, não é nenhum outro: não me queixo das palavras de V. Ex.ª queixo-me do modo.

O Sr. Presidente: — Eu creio que o fallar mais alto ou mais baixo, de um ou outro modo, não póde ser censurado (apoiados geraes); cada um falla como póde, uns mais alto, outros mais baixo, uns com mais calor, outros com menos interesse, mas de qual, quer modo que seja, não mostra isto menos consideração pelos Srs. Deputados (apoiados). Pelo que me toca, já muitas vezes tenho dito, que no modo de me exprimir, ou como Deputado, ou como Presidente, sempre tômo calor, porque é isso proprio da minha constituição física, mas não imporia isto menos consideração pelos Srs. Deputados (apoiados). —

O Sr. Faria Barbosa. — Estou satisfeito.

O Sr. Presidente: — (Prosseguindo) Essa declaração que fez o illustre Deputado, serve para melhor se considerar a questão, e a razão que a Mesa tinha, e a pouca justiça e razão do Sr. Deputado (apoiados geraes). Todavia se a Camara assim o permitte, desejaria que se pozesse têrmo a esta discussão (muitos apoiados); depois que o Sr. Deputado deu uma explicação daquella natureza, estimaria eu que a questão se terminasse (apoiados).

O Sr. Faria Barbosa: — Estou satisfeito com a explicação de V. Ex.ª

O Sr. Presidente: — Os Srs. Que approvam que se passe a outro objecto, tenham a bondade de levantar-se.

Approvou-se esta proposta por 66 votos contra 1.

O Sr. Silva Cabral: — Declaro que sou eu que votei contra.

O Sr. Carlos Bento: — Pedi a palavra para mandai para a Mesa uma proposta de interpellação (leu e é a seguinte).

Nota de Interpellação. — «Peço que seja convidado o Sr. Presidente do Conselho, ou quem suas vezes fizer, a responder a uma interpellação sobre quaes são os motivos que tem obstado a adopção de uma medida de esquecimento relativamente ao processo intentado por motivos politicos a alguns individuos, do quaes foram já absolvidos os que puderam recorrer aos tribunaes competentes.» — O Deputado, Carlos Bento da Silva

O Sr. Presidente: — Manda-se fazer a competente participação.

Não podendo, seguindo a resolução da Camara, entrar em discussão nenhum dos projectos que estavam dados hoje para ordem do dia, vai mirar em discussão o projecto n.º 52, que se acha já dado para ordem do dia ha muito tempo.

O Sr. Rebello da Silva — (Sobre a ordem). Sr. Presidente, parece-me que este projecto esta no caso dos outros que tem sido adiados; e um voto de confiança, ou antes uma auctorisação concedida no Governo; n'uma palavra é uma despeza que nós não sabemos se o Governo esta habilitado para a fazer.

Isto o que prova, é que ha muito poucos projectos que não sejam ministeriaes, e que não demandem a presença dos Srs. Ministros, isto o que prova é a impossibilidade em que esta a Camara de continuar a funccionar no meio deste esquecimento completo de todas as regras parlamentares e governativas (apoiados). Por tanto, sendo este um negocio sobre o qual a Camara não póde votar sem saber, se os Srs. Ministros acham conveniente a sua adopção, e se teem os meios necessarios para fazerem esta obra, por. isso vou mandar para a Mesa a seguinte

Proposta. — «Proponho o adiamento do projecto n.º 52 até estarem presentes os Srs. Ministros do Reino, e Fazenda.» — Rebello da Silva.

Sendo apoiada, entrou em discussão.

O Sr. Moniz: — Em hora asiaga veio este projecto á discussão. Eu não disputo a theoria, sobre a qual se fundou o nobre Deputado que se oppoz a que se entrasse na discussão deste projecto, porque em geral estou conforme com estes principios, ainda que se quizesse passar á pratica, podia apresentar muitos exemplos em contrario. Com tudo pela minha parte, o pela parte do meu collega, o Sr. Silvestre Ribeiro, podemos dar todas as informações que se carecerem a este respeito: é a unica cousa que nas circumstancias presentes posso dizer. Agora emquanto á utilidade do projecto parece-me que nenhum dos Srs. Deputados deixa de a reconhecer e convir nella, porque entre outros objectos o projecto tem por fim não deixar perder ao Governo grossas sommas, que já tem empregado naquella obra.»

O Sr. Rebello da Silva. — O nobre Deputado não está mais empenhado na resolução desse negocio do que eu, porque fui eu quem tive a honra de elaborar este parecer na commissão, o qual estou resolvido a sustentar nesta Camara. Mas a questão que se agita, é outra: é uma questão mais elevada (apoiados); as commissões de Administração Publica, e Fazenda apresentaram este padecer, mas não estão auctorisadas para dizer se o Governo concorda ou não com elle. Os desejos do nobre Deputado de certo não lhe dão a qualidade de Ministro responsavel: póde sim dar todos os esclarecimentos de facto, mas os esclarecimentos officiaes só os póde dar o Governo (apoiados); se a administração ganha em se fazer