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cavalheira á pessoa, que deu motivo a estas contestações de mãos lermos e tractarnentos violentos.-— JVIuiias teem sido as occasiôes, em que nos temos travado eu e o Sr. Ministro do Reino; e a Camará acaba de ver, que eu nunca lancei mão desse

meio , talvez absurdo, mas até hoje indispensável no estado da civilisaçâo actual de terminar airosamente não só esias questões, mas a reincidência delias. (Sussurro — agitação, e algumas vozes: — Ordem , ordem.)

Sr. Presidente, eu desejava realmente nunca ter encontros desta natureza com o Sr. Ministro, desejava-o realmente , porque esta é uma lucta de que ninguém fica berri; jogarn-se injurias d'um lado e outro, e isto não tem um desfecho decente. Assim, digo eu, que da primeira vez que tivéssemos um encontro destes, eu me dirigiria a S. Ex.a pelos meios conhecidos, para haver delle uma satisfação ; mas eu sabia que S. Ex.a , por motivos que realmente só elle pôde avaliar, linha entendido, que não era compolivel com a sua dignidade e situação dar satisfações desta ordem. Quando hoje S. Ex.ft a principio pareceu fazer uma declaração, qu c me dava esperanças de que elle tinha de-rogado este habito, eu tinha dado as providencias, para que S. Ex.a fosse chamado ao combate, e não -podesse dizer, que não podia acceilar; mas como S. Ex.a declarou , que essas satisfações ficam para quando elle não for Ministro; como S. Ex.adeclarou, que tem a coragem reservada para quando largar a pasta. . . f Alarido e confusão tal, que cobriu a voz do Orador, e o obrigou a calar-se.)

O Sr. Presidente: — Isto é contra todas a Leis Parlamentares: eslá levantada Sessão.

Quando os Srs. Deputndes iam a reiirar-set disse O Sr. Ministro do Reino: — Peço perdão: rogo a V. Ex.a e aos Srs. Deputados, que notem que não conve'm que isto fique assim... V. Ex.anàode-ve levantar a Sessão, deixe fallar o Sr. Deputado;' porque o caso é tal, que se lhe de»e continuar a palavra , e ouvi-lo com toda a placidez , e mesmo eu precizo responder (Apoiados)

O Sr. Presidente. —-Peço aos Srs. Deputados, que occupem os seus logares: tem a palavra o Sr. José Estevão para continuar o seu discurso.

O Sr. José Estevão:—Eu digo a V. Ex.% e di-

go á Câmara, que realmente não esto U nada cole» rico; já o estive, mas não o estou: eu o que quero é dar um testimunho que satisfaça a minha honra. Como o Sr, Ministro do Reino entende, por motivos que lhe são presentes, e em cuja avaliação eu não quero entrar, que não lhe convém prestar-se a estas satisfações ordinárias e cavalheiras, sem deixar a sua cadeira de Menibro do Governo, eu digo, que para então reservo pedir-lhe essas satisfações fora da Camará ; e como sei que outras estão reservadas para então, declaro que^ como S. Ex.8 pôz a sua coragem na remissa * eu hei de entrar também no bolo.

O Sr4 Ministro do Reino:—Sr. Presidente, tam> bem ou não estou colérico, não estou irado; muito embora assim o suppozesse o Sn Deputado Fonseca Magalhães, ninguém melhor que S^ Ex.* sã* be, que eu tenho um mod.o de orar em tom torte; mas isto depende da minha organisaçâo, que não posso mudar. S- Ex.aha de no entanto reconhecer que, quando um Ministro é tão violenta e deslealmente aggredido, mal pôde ser moderado, e mós* trar sangue frio, ,

Respondendo ao Sr. José Estevão $ direi $ que é .verdade termo-nos encontrado muitas vezes nestes combates; masque, se nelles^ se teem Jogado as injurias,- e' porque de S. S.a ellas vêm em primeiro logar. Não me nego a dar satisfações, como disse o nobre Deputado, por motivos que tnesão pessoaesj estes motivos não estão envolvidos ern mysterio, eu os expuz muito claramente; são deduzidos da minha qualidade de Ministro, e em quanto for Mi* nistro.

Concluirei dizendo que o nobre Deputado, esforçando-se por me apresentar como cobarde, dá a prova de maior cobardia: quem se reserva para pró* pôr duellos no Parlamento, é porque não é capaz de os propor lá fora, é porque realmente e'cobarde.

(Continuando a grande agitação e sussurro na Ca* mara.)

Q Sr. Presidente: — A Ordem do Dia para amanhã é a-mesma d'hoje. Está levantada a Sessão. — Eram quasi sete horas da tarde.

O REDACTOR INTERINO,

FRANCISCO LESSA.

N.°6.

te 8 te 3unl)0

Presidência do Sr. Agostinho Líbano.

'hamada— r Presentes 7°, Senhores Deputados. Abertura — 'Á uma hora da tarde. Acta — Approvada.

CORRESPONDÊNCIA.

1. Officio: — Do Sr. Deputado Noronha, em que cómmnnica a sua impossibilidade fysica para comparecer nas Sessões seguintes.- — Inteirada.

Também se mencionou na Mesa o seguinte.

1.° Representação: — Apresentada pelo Sr. Lopes

Branco, da Camará Municipal da Villa de Pom-

bal em que pede a approvação do Projecto do Sr/

Beirão, sobre a organisagâo d'urna Companhia Pro-

VOL. 6.° — JUNHO— 1843. •

tectora do Commercio e Agricultura dos vinhos. —-Á* Commissâo especial dos vinhos. SEGUNDAS LEITURAS.

REQUERIMENTO: — Requeiro que pelo Governo me seja fornecido: 1.° um Mappa do rendimento*dà decima dos prédios-, maneio, e juros nos annos de 1829, 30, e 31, em cada uma das Comarcas do Reino, declarando em separado a de cada decima: 2.* noticia da importância dos Bens Nacionaes, vendidos em cada Districto Administrativo até á publicação da Lei de 8 de Junho de 1841 : 3.° dito, da importância dos referidos Bens desde a publicaça,o da dita Lei até ao fim de 1842. —• Baptista Lopes.

Foi dppr ovado.

PROPOSTA. : — Proponho que a Proposta do Sr.