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goa e dizer tudo quanto tenho no coração... Senão eu fallaria desafogadamente...

O Sr. Ministrada Fazenda: - Falle, ninguem o impede.

O Orador: - Senão fossem certas conveniencias parlamentares que, por serem guardadas, são muitas vezes prejudiciaes á Causa Publica, eu poderia talvez dizer que questões desta ordem trazidas á Camara com tanta pressa, quando apenas faltam 4 dias para se fechar o Parlamento, dão logar a muitas apprehensões.

O Sr. Ministro da Fazenda: - Convido o illustre Deputado a declarar cathegoricamente que apprehensões tem sobre este negocio.

O Orador: - Não tenho duvida em declarar quaes ellas sejam. Eu posso ter uma opinião errada ácerca de um individuo, mas entendo que não a devo emittir; porém, como o Sr. Ministro me convida a declarar esta opinião, eu, como conversa de individuo para individuo, posso dizer que n'uma époça em que senão poupa ninguem, n'uma epoca em que tudo são corrupções arrojadas e banalidades, póde suppôr-se, sem muita temeridade, que n'um negocio em que se atira para a rua com 4:000 contos, existe corrupção e luvas - Eu não tenho as provas para asseverar que isto seja um facto; porém posso ter um juizo errado a este respeito.

O Sr. Ministro da Fazenda: - Requeiro a V. Exa. convide o nobre Deputado a explicar as expressões que acaba de lançar nesta Camara, que reputo altamente imparlamentares (Apoiados).

O Orador: - Eu não queria fallar nesta questão; tanto que disse antecipadamente - que podia ter uma opinião errada a este respeito. Para que pois me obrigou S. Exa. a dizer qual era esta opinião, para que me levou a este campo? Para que me obrigou a dizer o que muita gente já tem dicto, e vem escripto em 3 Jornaes desta Capital?

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado marchava nesta discussão com toda a regularidade, porém agora excedeu-se quando disse - que podia suppôr que neste negocio tinha havido - corrupção e luvas: - Não podia avançar uma proposição destas sem ter logo as provas na mão. E como na conformidade do Regimento não é permittido usar de expressões injuriosas, nem alludir a motivos máos, desejo que o Sr. Deputado explique as expressões que acaba de usar, ou então que as retire.

O Orador: - É necessario que V. Exa. e a camara sejam Juizes nesta questão, porque o Sr. Ministro da Fazenda não o póde ser. Eu não disse que tinha havido corrupção e luvas; nem o podia dizer porque não tenho as provas disto: eu o que disse, foi, que em vista de um facto publico que vem exarado em 3 Jornaes desta Capital, na Revolução de Setembro, na Nação, e no Patriota, podia ter uma opinião errada a este respeito, mas que a não queria emittir no Parlamento; e sendo interrompido varias vezes pelo Sr. Ministro da Fazenda, e finalmente convidado por S Exa. a declarar qual era esta opinião, disse que, como conversa de individuo para individuo, podia imaginar que neste negocio tinha talvez havido corrupção e luvas...

O Sr. Ministro da Fazenda: - Requeiro novamente a V. Exa. que convide o illustre Deputado a explicar as expressões que acaba d" usar, improprias deste logar. Se a Meza não faz justiça a uai Ministro da Corôa que está sendo injuriado, eu appello para a Camara.

O Orador: - Eu já disse que não tenho as provas para asseverar que neste negocio existira corrupção e luvas; por consequencia não tenho que explicar, nem que retirar expressões que importem injuria ao Sr. Ministro da Fazenda.

O Sr. Presidente: - Em vista da declaração do Sr. Deputado está terminado este incidente. Póde o Sr. Deputado continuar no seu discurso.

O Orador: - Como já deu a hora, peço que a palavra me fique reservada para amanhã.

O Sr. Presidente: - A Ordem do Dia para amanhã é, na primeira parte, Pareceres de Commissões não impressos, e na segunda, a continuação da de hoje, e mais os Projectos n.ºs 78, 80, 81, t82, e o Parecer da Commissão de Instrucção Publica em substituição ao Parecer n.° 39 antigo a respeito da Escola Veterinaria e de Agricultura. Está levantada a Sessão. Eram 4 horas da tarde.

O 1.º REDACTOR,

J. B. GASTÃO.

N.° 8. Sessão em 10 de Julho 1850.

Presidencia do Sr. Rebello Cabral.

Chamada - Presentes 48 Srs. Deputados.

Abertura - Depois do meio dia.

Acta - Approvada sem discussão.

CORRESPONDENCIA.

UM OFFICIO: - Do Ministerio da Guerra acompanhando a copia do processo que tem havido ácerca da pretenção dos Capitães de l.ª Classe do Corpo de Engenheiros, satisfazendo assim ao que lhe foi pedido por esta Camara. - Para a Secretaria.

O Sr. Xavier da Silva: - Sr. Presidente, mando para a Mesa 2 Pareceres da Commissão de Fazenda; um sobre uma Proposta do Sr. Ministro da Fazenda, e outro sobre um Parecer da Commissão de Guerra.

Mandou-se imprimir o que termina por Projecto de Lei; e o segundo ficou reservado para entrar em discussão em occasião opportuna.

O Sr. Sá Vargas: - Mando para a Mesa um Parecer da Commissão de Legislação.

Ficou reservado para ser discutido em occasião opportuna.

O Sr. Affonseca: - Sr. Presidente, mando para a Mesa uma Proposta, sobre que peço a urgencia.

PROPOSTA. - "Proponho que esta Camara de uma gratificação a todos os Empregados Subalternos das differentes Classes pertencentes a esta Casa, ficando