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causa do retardamento, de que falla a Commissão do Diario, não me parece que o Governo tenha culpa alguma disso.

O Sr. Sarmento: — Eu não fiz inculpação alguma ao Governo, tracto unicamente do negocio, de que estou encarregado, como Membro da Commissão da redacção do Diario; parece-me que já na Imprensa ha Actas de 11 ou 12 dias, que não tem sido impressas, mas isto nada tem com o Governo; o que eu propunha é que se lhe pergunte se no estado em que se acha a Imprensa Regia (não pelo muito que tem que fazer), seria mais conveniente dar isto por empreza, porque assim julgo tirados todos os embaraços, fazendo-se por arrematação, como e estilo em outros Paizes. — Em Inglaterra não ha Imprensa Regia; o Rei tem os seus Impressores, e as Camaras tambem.

Parece-me por tanto que isto não e uma questão do Governo. O que eu pertendo e fazer uma pergunta ao Ministro, elle hade dar a suas rasões, e eu nunca serei de parecer que por este motivo se faça a mais pequena inculpação ao Governo, ou a pessoa alguma. — Em consequencia peço a V. Ex.ª que proponha á Camara a minha Proposta sôbre qual será mais conveniente; e assim se satisfaz ao mesmo tempo aos desejos desta Camara

O Sr. Conde da Taipa: — É bem visto e conhecido que o Ministerio não quer dar publicidade ás discussões parlamentares, pois que, se outra fôsse a sua vontade, até se devia envergonhar, sabendo que na Imprensa Regia havia difficuldade em imprimir as Sessões das Camaras, em quanto não ha nenhuma para apromptar Periodicos particulares: ora a culpa disto não póde vir senão do Ministerio, ou da facção que o domina, porque aquella Imprensa não o de mais ninguem senão do Governo, e devo primeiro que tudo, servir para imprimir os papais officiaes; e segundo a Lei, devia ter um impressor responsavel que não tem, para responder pelo papeis particulares que lá se imprimem; esta razão só, basta para que alli se não trabalhe senão em papeis officiaes, como já disse. — Ora, recorrer ao Governo para fazer aquillo que elle não quer, e cousa em que eu não posso convir; porque elle tem testemunhado a sua falta de vontade para se imprimirem as Sessões da Camara; mas como é necessario que, de qualquer modo, appareça o que aqui se diz, diga-se á Commissão que mande imprimir as Sessões pelos fundos que estão destinados ás despezas da Camara, e se houver ainda alguma difficuldade insto, diga qual e, para se remover. O caso, Senhores, é sacudirmos as cadêas do Poder Executivo; haverá muito quem queira tomar essa empreza, mas dê-se a quem mais barato o fizer. Este é o meu parecer.

Os Srs. Sarmento, e Conde da Taipa reduziram a escripto, e enviaram á Mesa as Indicações seguintes:

1.ª Peço á Camara procure saber do Ministerio será mais conveniente para prompta publicação das Actas desta Camara que ellas sejam estampadas na Imprensa Nacional, ou em Officina particular, a fim de se obviar o empate que existe no expediente deste Serviço Publico. — Sarmento.

2.ª Proponho, que seja ordenado á Commissão Administrativa da Camara, que mande imprimir o Diario da Camara em qualquer das Imprensas particulares desta Cidade, pondo a concorrencia a sobredita impressão, para ser fula com a possivel economia. — Conde da Taipa.

O Sr. Vice-Presidente: — Não sei se algum dos Dignos Pares, tem a fazer alguma reflexão sobre estas duas Proposições.

O Sr. Girão: — Acho muito legal a primeira, e por isso a approvo: mas a segunda intendo que excede as nossas attribuições, porque a Camara não é Governo, e por isso não póde fazer acto algum executivo; por conseguinte rejeito-a.

Sem mais discussão, propôz o Sr. Vice-presidente a Indicação do Sr. Sarmento, e foi approvada; julgando-se por isso prejudicada a do Sr. Conde da Taipa.

O Sr. Vice-presidente. — Talvez que a Commissão especial ha pouco nomeada podesse, visto a facilidade do objecto, appresentar hoje mesmo o seu parecer, e nesse caso ser dado para Ordem do Dia de ámanhan.

O Sr. Gerardo de Sampaio: — A facilidade da averiguação desse assumpto depende de um facto, e talvez de algumas explicações, que não possam obter-se immediatamente: por isso me parece que talvez a Commissão não possa ámanhan appresentar a sua opinião.

O Sr. Conde de Lumiares: — Tenho a advertir, que sendo necessario fazer uma obra no interior da Sala das Sessões, e não havendo actualmente trabalhos de maior urgencia, seria talvez conveniente addiar a Camara por dois dias.

Sobre esta advertencia, consultou o Sr. Vice-Presidente a Camara, que decidiu, em conformidade della, que a primeira Sessão tivesse logar na Segunda-feira 23 do corrente.

S. Exc.ª deu para Ordem do Dia os trabalhos das Commissões, e leituras; e fechou a Sessão eram quasi 2 horas.

(P.)

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