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N.º 5

SESSÃO DE 25 DE JANEIRO DE 1901

Presidencia do Exmo. Sr. Luiz Frederico de Bivar Comes da Costa

Secretarios - os Dignos Pares

Visconde de Athouguia
Fernando Larcher

SUMMARIO

Leitura e approvação da acta. - O Sr. Presidente participou ter sido recebida por Sua Majestade El-Rei a deputação que foi portadora da resposta ao Discurso da Coroa. - Prestou juramento e tomou assento o Digno Par Miguel Dantas Gonçalves Pereira. - Leitura do expediente. - O Digno Par Ferreira de Almeida requereu alguns documentos pelo Ministerio da Marinha.

Commemoração do fallecimento da Rainha de Inglaterra e Imperatriz da India, Victoria I. - O Sr. Presidente, fazendo o elogio da fallecida Rainha, propôs que se lançasse na acta um voto de profundo sentimento, e se expedissem as communicações do estylo. - O Sr. Ministro dos Negocios Estrangeiros associou-se, por parte do Governo, a esta proposta, e enumerou as altas qualidades da Rainha Victoria como esposa, como mãe, como patriota e como Soberana. - O Digno Par José Luciano de Castro associando-se, em nome do partido progressista, á proposta da presidencia, relembrou alguns factos notaveis do reinado da fallecida Rainha. - O Digno Par Frederico Arouca, como interprete do partido regenerador, apresenta uma proposta para que a Camara, em demonstração de sentimento, interrompa as suas sessões até ao dia do funeral da Rainha de Inglaterra. - O Digno Par Telles de Vasconcellos, depois de fazer algumas considerações, propõe que a Camara dirija uma mensagem ao Rei Eduardo VII, manifestando o sentimento pela morte da Rainha Victoria, e a esperança de que, durante o novo reinado, será mantida a alliança entrega Inglaterra e Portugal. - Aã propostas do Sr. Presidente e do Digno Par Frederico Arouca são approvadas por acclamação, ficando assente que a mensagem ao Rei de Inglaterra será expedida, salva a redacção, em harmonia com a proposta do Digno Par Telles de Vasconcellos. - O Sr. Presidente levantou a sessão.

Pelas duas horas e cincoenta minutos da tarde, verificando-se a presença de 40 Dignos Pares, o Sr. Presidente declarou aberta a sessão.

Foi lida, e approvada sem reclamação, a acta da sessão antecedente.

O Sr. Presidente: - A deputação encarregada de apresentar a Sua Majestade El-Rei a resposta ao Discurso da Coroa desempenhou a sua missão, e foi recebida com a costumada afabilidade.

(Pausa).

Achando-se nos corredores da Camara o Sr. Miguel Dantas Gonçalves Pereira, convido os Srs. Vice-Secretarios Marquez de Penafiel e Conde de Mártens Ferrão a introduzirem S. Exa. na sala.

Introduzido na sala, prestou juramento e tomou assento.

Mencionou-se o seguinte

EXPEDIENTE

Orneio da Exa. ma Sr.a D. Emilia da Silva Teixeira, agradecendo o voto de sentimento d'esta Camara pela morte de seu marido, o Conselheiro Antonio José Teixeira.

Para o archivo.

Officio do Sr. Conde da Foz de Arouce, agradecendo a esta Camara o voto de sentimento pela morte de seu cunhada o Digno Par Marquez da Graciosa.

Para o archivo.

Officio da commissão promotora da sessão solemne em homenagem a Eça de Queiroz convidando esta Camara a assistir áquella sessão, que devia realizar-se no dia 22 do corrente mez na sala de honra da Real Academia das Sciencias, com a assistencia de Suas Majestades.

Para a secretaria.

Um telegramma do Sr. Atson, director da Companhia de Moçambique nos territorios da Beira, pedindo que seja revogada uma ordem expedida pelo Ministerio da Marinha.

Para a secretaria, para ser entregue á commissão do ultramar, quando se tenha constituido.

O Sr. Ferreira de Almeida: - Mando para a mesa o seguinte requerimento:

"Requeiro, pelo Ministerio da Marinha e Ultramar, copia dos pareceres da Junta de Saude Naval a que foram sujeitos Alexandre Coelho, machinista de 5.ª classe, e bem assim o segundo tenente Francisco Alberto Tavares. = O Par do Reino, J. B. Ferreira de Almeida".

Foi mandado expedir.

Q Sr. Presidente: - Parece-me que sou fiel interprete dos sentimentos da Camara cumprindo o doloroso dever de propor um voto de profunda consternação pela infausta noticia da morte de Sua Majestade a Rainha da Gran-Bretanha e Imperatriz das Indias, Victoria I.

O seu reinado, longo e prospero, foi um verdadeiro modelo de regimen constitucional, e está circumstancia bastaria para elogio da fallecida Rainha, mas outras muitas circumstancias, todas felicissimas, concorreram para assignalar a acção benefica da Rainha Victoria nos destinos da moderna Inglaterra.

Portugal não pode deixar de associar-se a todas as manifestações de condolencia prestadas á Gran-Bretanha, nossa antiga alliada, pela perda da excelsa Soberana que, alem de ser o chefe supremo de uma Nação com a qual mantemos tão cordiaes relações de antiga amizade, era tia de Sua Majestade El-Rei o Senhor D. Carlos I.

Por suas altas qualidades e inexgotaveis virtudes, logrou a Rainha Victoria ser immensamente amada do seu povo e respeitada em todo o mundo.

A Camara quererá de certo que se lance na acta um voto pie profundo sentimento por tão lamentavel perda, e que se façam as communicações do estylo. (Apoiados geraes).

O Sr. Ministro dos Negocios Estrangeiros (João Arroyo): - Sr. Presidente: pedi a palavra para me associar, em nome do Governo, ao voto de profundo pesar por V. Exa. proposto á Camara dos. Dignos Pares por motivo do fallecimento da excelsa Rainha do Reino Unido da Inglaterra e Irlanda, Imperatriz das Indias.

Associando-me, como disse, em nome do Governo, á manifestação que por certo ha de ser a interpretação dos sentimentos unanimes d'esta Camara, quero deixar esboçados, em linhas simples, mas quanto possivel vigorosas, os extraordinarios dotes d'aquella veneranda Soberana, figura