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CAMARA DOS DIGNOS PARES DO REINO

SESSÃO N.º 12

EM 7 DE NOVEMBRO DE 1904

Presidencia do Exmo. Sr. Alberto Antonio de Moraes Carvalho

Secretarios - os Dignos Pares

Visconde de Athouguia
Fernando Larcher

SUMMARIO: - Leitura e approvação da acta. - Não houve expediente. - O Sr. Ministro da Marinha dá conta de um telegramma, que assegura não ter occorrido qualquer cousa de anormal no Libollo, e affirma que são cordiaes as nossas relações com a Allemanha.- O Digno Par Baracho refere-se á distribuição dos lucros em que são interessados os empregados telegrapho-postaes e ás obras do porto de Lisboa. Responde a S. Exa. o Sr. Ministro das Obras Publicas.

Ordem do dia - Continuação da discussão da fixação da força do exercito para o anno economico corrente. - Discursa até dar a hora o Digno Par Baracho, e pede que lhe seja permittido continuar na sessão seguinte. - O Digno Par E. Hintze Ribeiro, que tinha pedido a palavra para antes de se encerrar a sessão, allude ás considerações que o Digno Par Baracho apresentou com respeito ás obras do porto de Lisboa. Replica a S. Exa. o Digno Par Baracho. Trocam-se ainda breves explicações entre estes dois Dignos Pares. - Encerra-se a sessão e designa-se a immediata, bem como a respectiva ordem do dia.

Pelas 2 horas e 50 minutos da tarde, verificando-se a presença de 22 Dignos Pares, o Sr. Presidente declarou aberta a sessão.

Foi lida, e seguidamente approvada, a acta da sessão antecedente.

Não houve expediente.

O Sr. Ministro da Marinha (Moreira Junior): - Vem dar conhecimento á Camara de um telegramma recebido de Angola, hontem, ás 10 horas da noite.

Em virtude de um pedido de informações feito pelo Digno Par, o Sr. Dantas Baracho, relativamente a uma revolta no Libollo e attenta a circumstancia de, anteriormente ás explicações dadas na Camara, a imprensa affirmar que a revolta se tinha dado, telegraphara ao secretario geral do governo de Loanda, acêrca das noticias a que o Digno Par se tinha referido.

Na véspera, ás 10 horas da noite, recebera um telegramma que vem confirmar aquillo que suppunha, quer dizer, que não tinha havido qualquer revolta no Libollo. Está tudo tranquillo e socegado.

O telegramma é expresso nos seguintes termos:

"Libollo socegado. Apenas região Cariongo se passaram ha pouco tempo factos conhecidos V. Exa., sem gravidade ponto boato jornaes, que póde ter origem na attitude hostil da região do Quissama e no facto de ter mandado Libollo materiaes e alguns soldados para fortificarem postos militares Ramada Curto, Cariongo e Lopes Pereira, pois estes postos militares não teem obra alguma de fortificação e attitude gentio região Quissama, ainda não occupada, recommendava aquellas providencias. Região Quissama é muito povoada, convindo actual momento apenas garantir defensiva postos militares vizinhos, o que recommendei. Convem, entretanto, em occasião opportuna, fazer occupação ponto missão Callulo, absolutamente estranha qualquer movimento = Secretario geral".

Como a Camara sabe, suppunha-se que esta. missão pudesse ter influido no espirito do gentio do Libollo, mas vê-se que o boato era destituido de fundamento.

A proposito da questão de Angola, tem a dizer á Camara que é intenção do Governo dar conhecimento ao paiz de todos os factos ali occorridos, não guardando segredo sobre o menor incidente, por insignificante que seja, visto que uma conducta differente poderia prejudicar as questões a resolver.

O Digno Par, o Sr. Dantas Baracho, prestou um real serviço nas explicações que pediu, dando assim ensejo a que elle, orador, esclarecesse a camara sobre este assumpto.

O Governo, repete, não occulta ousa alguma do que se passou em Angola.

Com respeito aos boatos que teem corrido no publico de não serem cordiaes as nossas relações com a Allemanha, deve tambem informar a Camara de que taes boatos são inexactos.

Estamos nas melhores relações com os Governos a que pertencem as colonias lemitrophes das nossas. (Apoiado do Sr. Wenceslau de Lima}.

A Allemanha tem mostrado os melhores propositos a nosso respeito.

Era isto o que tinha a dizer á Camara, e fa-lo com vivo prazer, convicto de que igual sentimento deve animar todos os Dignos Pares que o escutaram.

(S. Exa. não reviu).

O Sr. Sebastião Baracho: - Começa por congratular se com as noticias que o Sr. Ministro da Marinha transmittiu á Camara com respeito a Angola. Congratula-se tambem pelas declarações de S. Exa. relativamente ao bom estado de relações entre os Governos de Portugal e o da Allemanha.

Pelo que respeita ás questões de