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N.º 14

SESSÃO DE 8 DE FEVEREIRO DE 1884

Presidencia do exmo. sr. João de Andrade Corvo

Secretarios - os dignos pares

Visconde de Soares Franco
Eduardo Montufar Barreiros

Leitura e approvação da acta. - Correspondencia. - O sr. Henrique de Macedo manda para a mesa um parecer da commissão de instrucção. - Consigna-se na acta um voto de sentimento pelo fallecimento da serenissima senhora Infanta D. Maria Anna. - Nomeia-se a deputação que deve dar os pezames as Suas Magestades El-Rei o Senhor D. Luiz I e El-Rei o Senhor D. Fernando.

Ás duas horas e meia da tarde, sendo presentes 19 dignos pares, o sr. presidente declarou aberta a sessão.

Lida a acta da sessão precedente, julgou-se approvada na conformidade do regimento, por não haver reclamação em contrario.

Mencionou-se a seguinte

Correspondencia

Um officio da junta do credito publico, remettendo 100 exemplares do relatorio e contas da gerencia do anno economico de 1882-1883 e sobre o exercicio de 1881-1882, relativo á administração da divida publica fundada, a fim de serem distribuidos pelos dignos pares.

Mandaram-se distribuir.

Outro do sr. visconde de Portocarrero, participando á camara não poder comparecer ás sessões em consequencia do fallecimento de sua prezada mãe.

O sr. Henrique de Macedo: - Sr. presidente, mando, para a mesa um parecer da commissão de instrucção publica.

Leu-se na mesa e mandou-se imprimir.

O sr. Presidente: - A camara sabe do triste acontecimento que acaba de ter logar, e de certo se associa para da maneira mais solemne manifestar a sua pena. Creio que a camara quererá que se consigne na acta um voto de profundo sentimento, (Muitos apoiados.) e que tambem se nomeie uma deputação para ir apresentar a Suas Magestades El-Rei o Senhor D. Luiz e El-Rei o Senhor D. Fernando as homenagens do seu pezar n'esta grave occasião. (Apoiados geraes.) Visto que a camara está de accordo, nomeio para comporem a deputação, conjunctamente com a mesa, os dignos pares:

Duque de Palmella

Marquez de Monfalim

Marquez de Penafiel

Conde dos Arcos

Conde de Bertiandos

Conde de Fonte Nova

Visconde da Gandarinha

Barão de Santos

Antonio Maria do Couto Monteiro

Antonio Sousa Silva Costa Lobo

José Joaquim de Castro

Marino João Frazini

Diogo Antonio Correia de Sequeira Pinto.

Esta deputação será opportunamente avisada de quando Suas Magestades se dignam recebel-a.

A proxima sessão terá logar segunda feira, 11 do corrente, e a ordem do dia será a mesma que estava dada para hoje.

Está levantada a sessão.

Eram tres horas e quarenta e cinco minutos da tarde.

Dignos pares presentes na sessão de 8 de fevereiro de 1884

Exmos. srs. João de Andrade Corvo; duque de Palmei-la; Condes, de Al te, de Cabral; Bispo de Vizeu; Visconde de Soares Franco, de Villa Maior: Sousa Pinto, Serpa Pimentel, Montufar Barreiros, Henrique de Macedo, Jeronymo Maldonado, Mártens. Ferrão, Gusmão, Baptista de Andrade, Silvestre Ribeiro, Franzini, Thomás de Carvalho.

Discurso do digno par Carlos Bento da Silva, pertencente à sessão do l.° de fevereiro de 1884, que devia ler-se a pag. 62, col. 1.ª

O sr. Carlos Bento: - Não tenho outro remedio senão usar da palavra, visto que o meu illustre amigo, o sr. conde de Castro, respondeu a uns apoiados com que eu acompanhei uma proposição do sr. ministro das obras publicas.

Ora é verdade que eu não tenho visto n'esta casa ser necessario justificar os apoiados que se dirigem a qualquer orador; mas uma vez não fica sendo regra.

O sr. ministro das obras publicas disse que a Hollanda era uma nação rica e eu dei um apoiado, que, sendo impugnado, podia comprometter aquella nação.

Ora, eu entendo que a Hollanda é uma nação importante, não só porque durante a sua existencia tem luctado contra as maiores dificuldades naturaes, mas por outros motivos, que me parece haver rasão para eu estar de accordo com o sr. ministro, quando s. exa. fallou a respeito dos recursos d'aquelle paiz.

Não ha muito tempo que alguem, que viajou na Hollanda, disse que nunca tinha encontrado nos hollandezes o sentimento da impaciencia.

Sabe v. exa. quando se está discutindo o. porto de Leixões?

É agora, tendo elle sido votado ha tantos mezes. (Riso.)

Eu tive idéa em tempo de propor que todos os projectos que viessem a esta casa fossem discutidos depois de votados. (Riso.)

Eu não sou homem politico, mas ás vezes tenho a felicidade de poder dizer o que sinto, o que nem. sempre acontece a todos os homens politicos.

A este respeito recordo-me de um dito de lord Palmerston no tempo de Napoleão III, depois de ter sido accusado o governo, disse aquelle lord: "o sr. deputado é tão feliz que póde dizer o que sente".

Isto pronunciado por um ministro é muito significativo.

Ha uma certa satisfação em qualquer poder dizer o que sente, sem que tenha de preferencia em attenção um outro assumpto, esta ou aquella localidade.

14.