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62 DIARIO DA CAMARA DOS DIGNOS PARES DO REINO

vilisados, dizendo-lhes: fizemos todos estes esforços pela humanidade, como fazem os governos das nações que tratam de promover por todos os meios possiveis o bem da humanidade.

Creio que ha mais algumas perguntas feitas pelo sr. marquez de Vallada, e ás quaes eu desejo responder.

O sr. Marquez de Vallada: - É a questão do conflicto, e a do recrutamento, e outras cousas tambem importantes?

O Orador: - Como eu só desejo dizer a verdade a v. exa. e á camara, devo declarar que o digno par tem rasão em algumas considerações que fez a respeito do recrutamento maritimo.

Effectivamente o recrutamento não está regular, mas posso tambem dizer ao digno par, que o governo trata d'este assumpto com o disvelo que merece.

Devo dizer tambem ao digno par, que apenas eu entrei no ministerio um dos primeiros officios que assignei foi dirigido ao sr. ministro do reino, pedindo que me conseguisse quanto antes o recrutamento maritimo.

É verdade que os navios estão guarnecidos, mas não estão bem; comtudo, eu espero que dentro em pouco estejam preenchidas as faltas que ha; conheço que é necessario tratar d'este assumpto.

Ha algumas praças que estão servindo sem o deverem estar; mas entre as duas responsabilidades, a de deixar os navios sem guarnição, e a de conservar ns praças que já completaram o tempo de serviço até se preencher o recrutamento, entendi dever optar por esta ultima.

E se o digno par estivesse no meu logar, procederia de certo do mesmo modo.

Se o digno par desejar mais alguns esclarecimentos estou prompto a dal-os.

(O orador foi comprimentado por muitos Dignos paresb e srs. deputados que estavam na sala.)

O sr. Marquez de Vallada: - Felicita o nobre ministro pela franqueza da resposta, e pela clareza dos pontos em que entendeu responder, ou a que quiz responder. Elle orador não viera preparado para a sua interpellação, nem esperava se realisasse hoje, e não tendo presente a nota dos pontos em que desejava tratal-a, por isso fazem divagações um pouco mais longas do que desejava, espraiando-se na exposição dos principios que entendêra ccnvenientes, para chegar aos factos.

Perguntava se qualquer d'aquelles audaciosos a que se referira, e que andaram pela Africa despretigiando-nos eram agentes do governo inglez, como se entender por alguns escriptos em que se dizia que o governo inglez tinha tomado parte no procedimento d'aquelles individuo? Elle orador conhece que ha uma certa repugnancia da parte do governo sobre o seu alvitre da creação de companhias, as quaes deseja com todas as cautelas, e que não causem estorvos ao governo: pede aos srs. ministros que não abandonem os assumptos coloniaes, e com elles a instricção publica, a que é preciso acudir com urgencia, não desejando elle orador uma instrucção fanatica e hypocrita, mas verdadeiramente christã. Pergunta quaes são as escolas que na Africa se têem estabelecido, qual ensino christão que ali se dá, se alguma congregação se tem prestado a ensinar?

Conhece o orador que carecemos de reformas, mas que ellas sejam sensatas, e uma das mais instantes é arrancar a uma eleitoral da mão dos governadores civis, administradores do concelho, e outras auctoridades, para e governo constitucional ser uma verdade, e não uma ficção. Acrescentou algumas considerações sobre a força publica em as nossas colonias, e terminou promettendo não levantar mão do assumpto, que trataria mais desenvolvidamente em occasião opportuna.

O sr. Presidente: - Já deu a hora, e não ha na sala numero legal de dignos pares. O sr. ministro da marinha acha-se inscripto, mas em vista das circumtancias que se dão, fica com a palavra reservada para a sessão seguinte, que será na proxima terça feira 26, sendo a ordem do dia a mesma que estava para hoje.

Está levantada a sessão.

Eram cinco horas da tarde.

Dignos pares presentes na sessão de 23 de fevereiro de 1878

Exmos. srs.: Marquezes, d'Avila e de Boloma de Sabugosa, de Vallada; Arcebispo de Braga; Condes, de Bomfim, do Casal Ribeiro, de Cavalleiros, do Farrobo de Fonte Nova, da Louzã, da Ribeira Grande, de Rio Maior; Viscondes, de Alves de Sá, de Porte Covo, da Praia Grande, de Chancelleiros, de Seabra, do Seisal, de Soares Franco, de Villa Maior, da Praia; D. Affonso de Serpa, Ornellas, Moraes Carvalho, Sousa Pinto, Barres e Sá, Serpa, Pimente, Costa Lobo, Cau da Costa, Xavier da Silva, Palmeirim, Carlos Bento, Barreiros, Larcher, Mártens Ferrão, Pinto Bastos, Reis e Vasconcellos, Freitas, e Fontes Pereira de Mello.

Errata

Na sessão de 19 de corrente:

Columna 1.ª, linha 50, onde se lê = O sr. marquez de Vallada mandou para a mesa um requerimento = leia-se: = Prometteu mandar para mesa um requerimento=.