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108 DIARIO DA CAMARA DOS DIGNOS PARES DO REINO

litica, emfim de todas as suas grandes qualidades; ora, se porventura sáe do gabinete o sr. Carlos Bento é porque não está de accordo com os seus collegas, ou estes com o nobre ministro, o que é notavel com relação ao sr. marquez d'Avila; e então deve a saida d'aquelle cavalheiro trazer algumas difficuldades.

Mas, sr. presidente, quer as traga, quer não, o que é certo é que estas continuadas saídas e entradas de ministros são o resultado da falta de accordo previo entre elles quando se prestam a entrar n'um gabinete. O accordo deve ser preexistente, e não depois do ministerio formado. Os srs. ministros deviam ter-sa accordado sobre a questão de fazenda antes de aceitaram as pastas, e não deviam transferir e subrogar aos deputados as funcções que lhes pertencem. Não digo que os ministros não devam receber os conselhos e os bons alvitras que porventura se apresentem da parte dos representantes da nação; mas não me parece que, quando propõem uma certa ordem de idéas traduzida em projectos de lei, devam deixar de sustentar o seu pensamento fundamental para delegarem nas camaras as funccões que lhes competem a elles. Julgo, pois, que o que era logico era sair o sr. Carlos Bento e saírem os seus collegas, e especialmente o sr. marquez d'Avila.

O sr. ministro da mrrinha declarou que não lhe constava cousa alguma a tal respeito. Eu dou muito credito ás palavras de s. exa., como pessoa que me merece muita consideração; mas a experiencia tem mostrado muitas vezes, como já disse, os ministros julgarem-se muito seguros, e, sem o esperarem, terem de largar o poder.

(Interrupção que se não ouviu.)

Estimo e muito desejo que estejam de accordo com o paiz, e de accordo com as boas idéas que tendem a manter a harmonia necessaria entre os differentes poderes, divididos, mas subordinados a uma idéa, sustentando o accordo preciso entre os principios: desejo muito isto, e que possam continuar para melhoraram o estado do paiz.

Isto foi uma digressão, e como não temos nada que fazer, não impediu os trabalho? da camara.

O sr. Presidente: - Temos alguma cousa que fazer.

O Orador: - Basta v. exa. dizer que temos que fazer para eu pôr ponto ás minhas considerações. Estou costumado a submetter-me á discrição de v. exa. Parece-me que não seria perdido o que disse. Não continuarei, porque realmente tenho esgotado a materia quanto á sessão de hoje, e continuarei a tomar parte nos trabalhos que v. exa. vae submetter á consideração da camara.

(O orador não reviu os seus discursos.)

O sr. Presidente: - Tendo sido dados para ordem do dia pareceres de commissões, se a camara quer começar-se-ha pelo parecer n.° 28.

O sr. Larcher: - Parece-me que seria conveniente convidar os dignos pares, que se achem nos corredores da camara, para virem assistir á discussão do parecer, pois não vejo numero sufficiente na casa.

O sr. Presidente: - Manda-se tocar a campainha.

(O sr. Secretario leu).

O sr. Presidente: - Entra em discussão.

O sr. Larcher: - Falta ainda um digno par para completar o numero legal.

(Pausa.)

O sr. Visconde de Fonte Arcada: - Então devemos ficar aqui á espera de um só?

O sr. Presidente: - O digno par tem rasão. A primeira sessão será segunda feira, e a ordem do dia a mesma que estava dada para hoje.

Está levantada a sessão.

Eram quatro horas da tarde.

Relação dos dignos pares que estiveram presentes na sessão de 14 de abril de 1871

Os exmos. srs. - Conde de Castro; Marquezes, d'Avila e de Bolama, de Niza, de Vallada; Condes, das Alcaçovas, de Linhares, de Podentes, da Ponte; Viscondes, de Chancelleiros, de Fonte Arcada; Xavier da Silva, Ferraz Saccheti, Rebello de Carvalho, Barreiros, Larcher, Pessanha, Corvo, Braamcamp, Pinto Bastos, Pestana, Reis e Vasconcellos, Rebello da Silva, Preto Geraldes, Franzini.