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EXTRACTO DA SESSÃO DE 3 DE ABRIL.

Presidencia do Em.mo Sr. Cardeal Patriarcha.

Secretarios - os Srs.

Conde da Louzã (D. João)

Conde de Mello.

Depois das duas horas da tarde, tendo-se verificado a presença de 40 Dignos Pares, declarou o Em.mo Sr. Presidente aberta a sessão.

Leu-se a acta da antecedente, contra a qual não houve reclamação.

O Sr. Secretario Conde da Louzã (D. João) deu conta do seguinte expediente:

Um officio do Ministerio da Marinha em resposta a outro desta Camara solicitando, a pedido da commissão de marinha, varios esclarecimentos sobre o serviço forçado que os pretos livres indigenas de Angola são obrigados a fazer, com a denominação de Carregadores. — Para a secretaria

- do Digno Par Visconde da Luz, que participa não poder comparecer nesta sessão, e a mais algumas, por motivo de serviço. — Inteirada.

O Sr. Mello e Saldanha — O Sr. Visconde de Benagazil encarregou-me de participar á Camara, que ainda não podia comparecer, porque os seus incommodos continuam.

O Sr. Presidente — Vamos entrar na ordem do dia. Tem a palavra o Sr. Visconde de Laborim.

O Sr. Visconde de Laborim — Sr. Presidente, eu votei a favor do adiamento; e então já se vê, que votando desta maneira, mostrei, que não tinha vontade de fallar; porque, approvado elle, ficava sendo a consequencia o não ter logar a discussão sobre a materia.

Sr. Presidente, parecerá, que estou em contradicção, porque instei para que se me desse a palavra; e assim procedi, julgando, que estava no meu direito, direito, que, fallando a V. Em.ª da maneira a mais respeitosa, muito injustamente me foi negado; o que deu em resultado incommodar-me, e neste mesmo estado actualmente me conservo!

Sr. Presidente, retirei-me; não sei o caminho, que tomou a discussão; assisti ao principio, mas não tive a satisfação de ouvir todo o discurso do meu nobre amigo o Sr. Conde de Penamacor, e. sou informado de que tudo principiou na melhor ordem possivel; sim, Sr. Presidente, a discussão é, além de util, indispensavel para se conseguir, e esclarecer a verdade, quando apresentada com exacto conhecimento das materias; longe o accinte, e o espirito de partido, que avassalla a liberdade da opinião; espero, que por esta fórma continue a que nos occupa; que não haja nem maioria, nem minoria; nem direita, nem centro, nem esquerda; e que nós todos (na eloquente frase do meu nobre amigo o Sr. Barão de Porto de Moz, que muito sinto não ver assentado na sua cadeira, para nos coadjuvar, e illustrar com as suas luzes), formemos um esquadrão cerrado, que lançando mão das armas, defenda a justiça, e só a justiça, e com ella os verdadeiros interesses nacionaes.

Sr. Presidente, ouvi dizer, que se tinha tractado d'uma questão de ordem, e que a final se assentou, que cada um dos projectos devia ser discutido, e votado em separado; não sei se isto é exacto; se o é, Sr. Presidente, direi que não esperava uma tal resolução; mas é do meu dever -a ella submetter-me.

O Sr. Presidente — Se o Digno Par dá licença eu farei uma reflexão.....

O que se propoz, e a Camara approvou, foi que houvesse uma discussão na generalidade do parecer, já se vê que, podendo referir-se ao projecto que foi substituido pelo parecer da commissão; que depois houvesse uma votação sobre o parecer da commissão desta casa; se este fosse rejeitado, que se votasse o outro, para haver depois uma votação sobre elle.

Aproveito tambem a occasião para dar uma desculpa da gravissima inculparão que me acaba de fazer o Digno Par, dizendo que eu o privara dos seus direitos; parece-me que o Digno Par deve crer que os meus sentimentos e os da Mesa são de respeitar em tudo o Digno Par. Eu não assisti á primeira sessão, em que se fez a inscripção dos Dignos Pares; uns se tinham inscripto sobre a materia, e outros sobre o adiamento proposto pelo Sr. Conde da Taipa; disseram-me depois que toda a discussão versava sobre esse requerimento; portanto havia a duvida de se abrir sobre a generalidade do projecto uma nova inscripção, e a Camara manifestou geralmente que era isso o que queria, ouvindo-se distinctamente muitas vozes, pedindo a nova inscripção. (O Sr. Visconde de Laborim — Dessas é que eu me queixo, não me queixo de V. Em.ª) Foi por