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CAMARA DOS_DIGNOS PARES

SESSÃO DE 19 DE AGOSTO

PRESIDÊNCIA 1)0 Et.m" SR. VISCONDE OK CASTRO VICE-PRESIDENTE SUPPLEMENTAR

. . •,. (Conde de Peniche

Secretários: os dignos pares|Conde de Linhareg.

(Assistiam es srs. presidente ão conselho, e ministros da fazenda e ãa guerra.)

As tres horas da tarde, reunido numero legal, foi declarada aberta a sessão.

Lida a acta da sessão antecedente, julgou-se approvada na conformidade do regimento, por não haver reclamação em contrario.

Leu-se na mesa o decreto prorogando as cortes geraes da nação portugueza até ao dia 31 do corrente mez de agosto.

O sr. Secretario (Conãe ãe Peniche): — Leu a ultima redacção do projecto derogando a clausula de perdimento nas pensões, em harmonia cora a approvação da camará na sessão precedente.

O sr. Visconde de Fonte Arcada:—Isso são projectos que estão impressos?

O sr. Secretario: — Isto é um projecto que já passou. O sr. Visconde de Fonte Arcada: —V. ex.a dá-me a palavra?

O sr. Presidente:—V. ex.a tem a palavra sobre a ordem. Se dá licença continua a ler-se a correspondência.

O sr. Secretario (Conde de Peniche): — Leu um officio da presidência, da camará dos senhores deputados enviando uma proposição sobre varias modificações na lei de 30 de julho de 1860 que estabeleceu e regulou o imposto da contribuição industrial. — A commissão de fazenãa.

Agora vae ter segunda leitura a proposta de lei do sr. Baldy.

N'esta conformiãaãe proceãeu-se á sua leitura. O sr. Presiãente:—Vae ás commissões de guerra e de fazenda.

O sr. Visconãe ãe Fonte Arcaãa: — Eu pedia a v. ex.a tivesse a bondade de me dizer qual é, depois que houve a nomeação de novos pares, o numero de membros d'esta camará com que se pôde abrir a sessão? O sr. Presiãente:—Vinte e sete. O Oraãor: — Nós estamos vinte e sete? O sr. Presiãente:—Queira v. ex.a contar. Saiu o sr. visconde de Sá, e não sei se algum digno par mais, e tem entrado outros, e talvez já estejam mais.

O sr. Visconãe ãe Fonte Arcaãa:—Bem. Era só o que queria saber, e não é preciso que seja eu quem verifique se o numero dos dignos pares é aquelle com que se pôde abrir sessão.

O sr. S. J. ãe Carvalho: — Sr. presidente, desejo saber se por parte do governo ha alguns documentos mais relativos á questão do caminho de ferro do sul, alem dos

que foram impressos, por uma resolução da camará dos senhores deputados, no Diário de antes de hontem; porque a haver, requereria que fossem impressos também no Diário ãe Lisboa. Entendo que esta questão é de conveniência publica, e que a devemos apreciar instruídos com o maior numero de documentos possivel. Supponho que poderá haver algumas peças quaesquer relativas á correspondência que houve entre o governo e o individuo com quem se estava negociando o trespasse da linha; as peças porém publicadas são apenas tres, e por isso" desejava que o governo, se tem alguns documentos mais que offerecer á consideração da camará, os mandasse publicar no Diário de amanhã.

O sr. Ministro ãa Fazenãa (A. J. ã'Avila): — Eu rigorosamente não vi os documentos publicados no Diário; mas creio que o governo não tem senão os documentos que foram pedidos na outra camará, e publicados no Diário. Julgo que esses documentos hão de ser: uma portaria, pela qual o governo declarou á direcção da companhia do caminho de ferro do sul que não permittia a venda da linha, e se prestava a compra-la, no caso que insistisse na mesma venda; a resposta que deu a companhia; e talvez alguma carta do cavalheiro que estava ,em arranjos com a companhia para o trespasse do caminho. Não sei que haja outros do-cumentos^aíem d'estes, e que julgo que são os que vem no Diário. É verdade que eu não vi o Diário, e talvez esteja enganado.

O sr. S. J. ãe Carvalho: — Se v. ex.a me dá licença que o interrompa direi que me consta que ha mais documentos do que os que vem no Diário. Consta-me que. ha também um officio dirigido pelo governo ao individuo que negociava o trespasse do contrato do caminho de ferro, bem como a resposta do mesmo individuo ao governo, e estes dois documentos não os vejo no Diário...

O sr. Ministro ãa Fazenãa: — Não sei que houvesse correspondência entre o governo e esse ,;ndividuo.

O sr. S. J. de Carvalho: — Pois repito a v. ex.a que me consta que ha um officio do sr. ministro das obras publicas dirigido ao cavalheiro que negociava o trespasse da linha, e outro officio dirigido por esse individuo ao governo.

O sr. Ministro da Fazenda: — Como já disse os documentos de que tenho conhecimento são a portaria do governo á companhia, e a resposta d'esta ao governo, e parece-me que também ha uma carta do cavalheiro que negociava o trespasse, dirigida á direcção da companhia. Não sei que haja mais documentos que estes que foram provavelmente os publicados no Diário. É isto o que posso dizer ao digno par.

O sr. Vuconde ãe Fonte Arcaãa:—V, ex.a permitte que eu faça uma pergunta. Esta lei sobre a compra do caminho de ferro do sul já foi á commissão?

O sr. Presiãente: — Foi a duas commissões, á de obras publicas e fazenda.

O Oraãor: — Já se mandou imprimir?

O sr. Aguiar:—Foi ás commissões, mas estas ainda não deram o seu parecer.

O Orador: — Bem. É o que desejava saber.

O tr. S. J. ãe Carvalho:—Sr. presidente, v. ex.a con-serva-me a palavra?

O sr. Presidente:—Permitta-me v. ex.a, o Fr. ministro da fazenda ainda está com a palavra; está examinando o Diário para responder a v. ex.a

O sr. Ministro da Fazenda: — Não acho n'esto Diário os documento?.

Vozes:—Hão de estar no de antes de hontem.

O Oraãor:—Bem. Se o digno par fizer algumas observações que exijam resposta da minha parte então pedirei a palavra.

O sr. Presidente:—O digno par, o sr. Sebactião José de Carvalho, desejava que no caso de haver mais alguns documento», alem dos que vem no Diário, o governo os mandasse publicar. Estou certo que o governo concorda n'isso, e portanto está o negocio concluido.

O sr. Ministro da Fazenãa: — Se o digno par me fizesse o obsequio de emprestar o Diário que traz os documentos?

O sr. S. J. ãe Carvalho:—Eu não o tenho aqui á mão, mas torno a dizer que supponho que o individuo que negociava o trespasse da linha com a companhia remetteu copia ao governo do officio que tinha dirigido á direcção da mesma companhia; o governo respondeu por um officio dirigido a esse individuo, e é esse officio que não apparece no Diário.

O sr. Ministro ãa Fazenãa: — V. ex.a diz que ha uma portaria do governo ao cavalheiro que negociava o trespasse, e que ha também uma resposta...

O sr. S. J. ãe Carvalho: — E que não vêm publicadas. O Oraãor: — Eu examinarei o Diário, e no caso de haver mais documentos alem dos publicados, farei presentes ao meu collega o sr. ministro das obras publicas os desejos do digno par e da camará, e serão publicados no Diário de amanhã, sendo possivel, quaesquer documentos que faltem; mas creio que não ha mais: tem-se fallado em muitos, mas eu posso asseverar ao digno par e á camará que estou certo que não ha mais.

O sr. Aguiar: — Ha a portaria ao individuo que negociava o trespasse.,

O Oraãor: — E possivel.

O sr. S. J. ãe Carvalho: — Sr. presidente, eu pedi a ex.a que me reservasse a palavra para fazer ao sr. ministro do reino uma pergunta importante sobre uma questão que eu tomei entre mãos quando tive a honra de pertencer á outra camará, e que não posso deixar abandonada ao fazer parte da camará dos dignos pares. Refiro-me á questão dos arrozaes. A sessão actual está por pouco, para eu dirigir uma interpellação ao sr. ministro do reino, a fim de s. ex.a vir declarar á camará se tenciona apresentar algum projecto a este respeito; por isso não o farei, pois o tempo