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migo á pouco tempo: entrando eu na Casa da moeda, vi uma macluna immensa occu-pando muilas casas, mas sem movimento; perguntei então , — isto está occinso , e não trabalha? — Sim Sr., aqui apenas se fazem moedas do dez reis, (me disse um homem que me pareceu bastante inteHigente) porque o Estado cunhando moeda de praia não lucra, antes perde; estando no mercado a prata n 25 por cento do prémio, então seria preciso que o Estado comprasse deste melai , e em vez de ganhar, tinha uni prejuízo certíssimo. — Eis-aqtii está por que o Estado não pôde cunhar moeda de prata, por que perde alguns tunlos por cento; e não ha de, além do in-commodo do trabalho, perder ainda neste negocio: isto parecc-me que satisfará ao Sr. JVIiianda.

O SR. MIRANDA : —Sr. Presidente, peço licença para fazer unrm observação acerca doque disse o nobie Orador; porque me parece não deve ficar sem resposla o que elle afirmou ; e que poderia servir de algum modo como rasfio de não se t-r executado a ultima Lei da moeda.

O nobre Orador disse que se havia cunhado tnoficla de cobre porque da suu. lavra tirava algum lucro a .Casa da Moeda ; e. que não se havia cunhado moeda de prata porque desta nenhum lucro provinha á mesma Casa. Mós eu lho .peço me permuta di/.er-lhe que labora em mn falso supposlo, em um erro, o que não e de estranhar quando no mesmo tem caindo alguns economistas que sobre esla maioria tem escriplo. — A Casa da Moeda não e uma estação publica de receita, o seu destino e' outro e bem sabido, e alem da differença , mui pequena differença , do valor que accresce do signal aulhcntico dos cunhos do listado, lodo e oulro qualquer lucro da Casa da Moeda , ou •é fanlaslico, ou e' um roubo feilo ao publico, ao publico digo, não entendido em câmbios e commercio de moedas ;-porque para os entendidos, esses eslimain o valor das moedas não pelas Leis que o regulam , mas pelo pezo, e pelo fino dos metaes. Doutrina conenle é esta em todas as Escholas de Economia Política e por isso não desejo alargar-me mais sobre este ponlo.

O SR, DUQUE DE PALMELLA : — Não lia duvida

O Sr. Lopes Rocha , retirou o seu Requerimento , e logo se suseitou uma outra questão, de certo muito mai? importante, mas para se Iniciar com proveito seria necessário que algum dos Srs. Senadores fizesse uma proposta de Projecto de Lei, porque neste momento a questão reduz-se a suber, se a Cornara conson-ti, ou não que o Si. Lopes Rocha ictiie o seu íiequ.Ti mento. ( S?/>oindo«.)

O SR. VTCE-PKESIDENTE: — À quês-tão e, se o £r. Lopes Rocha pôde retirar o seu Kequorimentd ; e se algum Sr. Senador julga que elle e' de interesse, não lem afazer senão adopta-lo, ou fazer utna proposição nova ao inesmo respeito.

O SB. VELLEZ CALDEIRA: —V. Em.' pôz a questão na ordem; c nada direi.

O SR. VISCONDE DE LABORIM : —Eu tenho a palavia, c e para mostrar, qne na pie-senie occa»iáo , e no objecto, de que se tracti), a Coma rã não pôde dar o seu voto. E&tabele-ceu-se o principio de qne a Proposta do Sr. Scnndnr Lopes Ruc/ia tivesse segunda leitura; está evidente que se excluiu a discussão, e s<_:_ foi='foi' a='a' l.into='l.into' rocíia='rocíia' havendo='havendo' illegal='illegal' n='n' sr.='sr.' authoiidadc='authoiidadc' o='o' expiessa='expiessa' houve='houve' por='por' não='não' tem='tem' lopes='lopes'>> Artigo 45 do Regimento , para relirar o seu Requeiimento. Peço a Y. F£x.a que mande fazer leitura do Artigo que citei. (Satisfeito, pró-segum o orador:— Basta.)

O SR. DUQUE DE PALMELLA: —Agora a queslão é se houve discussão?

O S«. VISCONDE DELABORIM: — Se a houve foi ilíe^al , desgraçadamente!

.O SR. COSTA E AMARAL: —Parece-me que assim acaba a discussão: se o Sr. Senador Lopes Rocha retira o seu Requerimento eu o adopto, para pôr termo a esla questão. ( Apoiados J.

O Sn. MJRANDA : —Eu insisto em que o br. Minislro da Fazenda seja convidado a assistir a'leit«ira dn Requerimento quando delle #e traclar. ( Sussurra).

DIÁRIO DA CAMARÁ

O S*. VISCONDE DE PORTO COVO:

— Ainda senão sabe. se o Requerimento vai a uma Corumissão , ou te é rejeitado; enlào se houver - discussão sobre elle, para esse dia marcado pnra a discussão , e' que me parece que deve ler logai <_ p='p' ministro='ministro' osr.='osr.' fmes='fmes' verdade.='verdade.' e1='e1' da='da' convitlai-se='convitlai-se' _='_' fazenda.='fazenda.'>

O SR. BARÃO DE RENDUFFE: —Pedi a palavra para fazer seienle que a -Deputação encarregada de participar a Sua Magestnde que esta Camará se «chá installada, havia tido a honra de assim o com inmi içar á Mesma Augusta Senhora, de Quem recebeu o benévolo acolhimento do costume. A Camará ficou inteirada. ( Pauxa).

Os$u. V ICE-PRESLD ENTE:—Falta nin-da um Membro para completar o numero legal daquelles com que. se podem torunr resoluções; não sei por tanto se n Camará quererá passar já á Ordem cio Dia. . O 8a. VELLEZ CALDEIRA:— Eu proporia o addiamenlo por meia hora.

O SR. DUQUE DE, PALMELLA : — Eu peço que se abra a discussão, por que não vejo artigo no Regimento que o proluba, e não c a primeira vez que ..c tu idênticas cir-cumslancias.se leni feito o mesmo: depois se votará quando houver numero, por que real-menle, Subre osle assumpto, parece-me que cadauiti de nós Leni a sua convicção formada.

O SR. GENERAL ZAGALLO: —Eu ti-nhã pedido a palavra paru dizer o mesmo que acaba de dizer o Sr. Duque de Palmella : não ha meio termo , ou haver discussão para aproveitarmos o tempo (por que já passa das duas horas e meia) até que venha algum Sr. Senador ; ou então fechar-se a Sessão, para não estarmos aqui a conversar sem utilidade alguma. Agora, não é a primeira vez que se tem discutido artigos, sem estarmos em numero; o Rogimenio não o prohibe-, logo não lia razão para que agora se não siga o mesmo.

- O SR. VííLLEZ CALDEIRA:—Não pôde haver discussão sobie este objecto não estando a Camará constituída : a Camará não está em numero, logo para que ha discussão? E para se chegar ao fim de um paragrapho e não se poder votar? Quando vierem esses Srs. que faltam, ha de haver outra discussão ou dizer-se-lhes jurem nas palavras dos mestres: isto não rne parece de dignidade; se houvesse tanta urgência de negócios?.. (O Sr. Miranda: — Ha.) Que édtflles? Nós não tenros trabalhos na Camará.

O SR.. V ICE- P RESIDENTE:— A urgência e fazei mós o nosao dever.

O SR. VELLE7 CALDEIRA : —Mas para isso e necessário que a Camará esteja em numero: a Camaia ngora pôde tomar alguma resolução? Não;1 logo pa"ra que se ha de discutir: falta um Senador, quaudo"elle vier tem de se tornar a repelir a discussão, ou-elle ha de votar poc procuiação. ( t'o%ea: — O que quizer.) Seja está formada a opinião, como se disse, então e escusada a discussão; pur-quo nesse caso como osSis. tem formado a sua opinião: mas Sr. Presidente, etle argumento prova de mais, e por conseguinte não prova nada como V. Em.a muito bem sabe. Se lem as suas convicções formadas então cscusa-sc- de discussão, ca d u um pôde aproveitar o tempo em liuctar dos seus negócios particulares.

O SR. GENERAL ZAGALLO : — Disse o nobre Senador que acaba de fullirr, que não se ganhava nada em começar a discusbão , não havendo inimero, -mas eu quero recordar, ao illustrc Senador o precedente de nós termos discutido ate quatro ou cinco Artigos, e não uru'só, espcrando-se pelo numero próprio para deliberar, e notar os ditos Artigos quando elle se veiificus&e, e ate hoje nTio houve Senador algum que viesse pedir depois explicação de todos os Ailigos que se tinham discutido. De mais, esta não e .urna matéria que se apresente de repente, e que não deva ser discutida senão na presença de todos; e uma matéria dada para Ordem do Dia, e que todos devem ter estudado, e não lia precisão, senão de expor o estado da questão, quando algum Senador, que vier por fim o exija; e as razões que apontou o nobre Senador não são sufficientes para provar o contrario do que eu npoio, porque o grande objecto e aproveitar o tempo.

Disse o illuslre Senador que não temos trabalhos, pois não ficaram immensas matérias da Sessão passada? Querem quo não discutamos nenhuma das Propostas deste Senado ?...

Disto eslôu eu desconfiado lia muilo letnpo, isto e, que se quer piovur por factos que esta Camará não tem iniciativa , o que aconteceria, se nenhum Projecto dcsla Cosa fosse nel-la discutido; porem eu quero também por fa» cios provar o contrario. (Peço aos Tachygra-p lios que tomem nota.)

Sr. Presidente, e necessário que em ambas as Camarás se discutam reciprocamente os Projectos de cada uma; porque de outro modo a Constituição fica illudida, e Constituições, e Leis escriptas, e não executados, não servem de nada. Poitanto não se diga que a Camará dos Senadores tem iniciativa, pelo facto de não ler trabalhos para discutir, sendo para isso preciso aproveitar o tempo que temos paru a presente discussão, e passarmos depois aos quis híio de vir da outra Camará, afim de que não estejamos com as mão debaixo dos'braços es pç rn n cio que venham os ditos trabalhos, sem ler diaculido objectos nossos. Porlanlo não e por faliu ilo trabalhos, mas porque lemos muitos, mas porque e necessário por factos provar que esta Camará tem iniciativa.

O SR. DUQUE DE PALMELLA: — Ao meims empiegarei otcmpo de alguma maneira. Em primeiro logar lenho a confirmar o que disse o illustre Senador sobre os precedentes desta Camará, e acciescenlarci que acontece o mesmo ern todos os Parlamentos, e ao menos nos que tenho visto, nunca se conta o numero dos presentes, senão para ns votações. Em quanto ao esciupulo da consciência dos Srs. que não se achando na discussão viessem votar sem conhecimento de causa , não pôde ter logar na discussão do Projecto de Resposta ao Discurso do Ttyrono, que já foi destribuido ha muitos dias, e sobre o qual já cada um deve ler formado o seu juízo, por lanto que necessidade tem a Camará de se fazer cargo da consciência dos Srs. que faltam por qualquer motivo que os demora, ou os impede vir á Cainaia? S« não devem dar um voto sem ter ouvido todos os discursos pró e contra ; não pertence á Camará o decidi-lo, e cada um deve ser o juiz da sua própria consciência.

Uma voz que me levantei para fazer algumas observações sobre esta questão de ordem, julgo licito dizer mais alguma cousa sobre um objecto d.i primeira importância para nós.

Nesla .discussão da.Resposta ao Discurso do Throno , não se tracla tanto do resultado da volaçào de cada um dos paragraphos do Projecto, da emenda ou eliminação de uma palavra de qualquer delles, como se tracla de fazer vi-ler a occasião para dar á Nação explicações que são importantes para todos os Portuguezes relativamente a um objecto que neste momento attrahe a attenção geral, que é da maior transcendência, porque nelle se Iracta nada menos do que de paz ou de guerra, e por con-seque.ncia da maior de Iodas as questões de que nos podemos occupar: enlrc tanto, como esta Camará não e quem decide da paz ou da guerra', não devemos lambem ter muito escrúpulo ^ u i Votar um ou outros paragrapho da Resposta á Coroa concebida em mais ou menos paio vi as. Sem duvida que todos estamos de ac-côido no fundo desta questão, mas quando el-la se agita no Senado, muito convè'ii dar ex* planações sobre factos que ainda não .são bem conhecidas da maior parte do Publico, e esta discussão dá logar a que se emitiam opiniões que devem servir de muito, por isso. que são pronunciadas cm uma das Camarás Legislativas pelas pessoas em quem a Nação depositou a sua confiança, afim de incaminhar a opinião sobre assumpto de tanta importância. E será isto perder o tempo, como disse o illus-ire Senador que se oppòe a que a Camará empregue nesta discussão o tempo que ainda falta para concluir a Sessão de hoje? Bem longe disso, creio que proseguindo-se o debate dado para Ordem do Dia se aproveitará utilmente o tempo, e se ha alguma increpação a fazer ás pessoas que se podem occupar nesta matéria., não e'certamente pelo muilo que tem fal-lado nella, ao contrario deve ser pelo pouco que se lem tractado. (slpoiados.) .